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23/06/2019

Estruturas de Aço e Madeira – Aula 13 Estruturas de Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

Além dos ensaios para determinação das propriedades mecânica e de


rigidez, a serem utilizadas no cálculo estrutural, outros ensaios são
De acordo com a NBR 7190, para a caracterização completa da madeira
indicados pela NBR 7190 para caracterização da madeira:
para uso em estruturas, as seguintes propriedades devem ser
determinadas por meio de ensaios:
•Estabilidade dimensional  determinação das deformações específicas
•Resistências à compressão: paralela às fibras (fc) e normal às fibras (fcn) de retração e inchamento;
• Flexão com choque  resistência ao impacto na flexão fbw;
• Resistências à tração: paralela às fibras (ft) e normal às fibras (ftn)
• Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fv) •Fendilhamento  a resistência ao fendilhamento serve como parâmetro
de qualidade;
•Módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras (Ec) e módulo
de elasticidade na compressão normal às fibras (Ecn) •Dureza  medida pelo esforço necessário para penetração de uma
esfera na direção das fibras.
•Densidade básica ρbas (massa seca/volume saturado) e densidade
aparente ρaparente (massa à 12% de umidade/volume saturado)

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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

As propriedades mecânicas obtidas com estes ensaios variam com o teor Os resultados de resistência a um certo esforço obtidos de ensaio
de umidade da amostra. padronizado em vário corpos de prova (isentos de defeitos e de mesmo
teor de umidade) apresentam variação estatística com distribuição
Por isso deve ser determinado o teor de umidade do lote da madeira para
aproximadamente gaussiana.
posterior ajuste dos resultados obtidos nos ensaios à condição padrão de
umidade (U=12%). >> Os resultados dos ensaios devem ser apresentados na forma de valores
característicos (k), associados à probabilidade de 5% de ocorrência de
valores inferiores a esses.

>> INFLUÊNCIA DA UMIDADE SOBRE A RESISTÊNCIA

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INTRODUÇÃO ENSAIOS PADRONIZADOS

Dos ensaios padronizados obtém‐se as resistências características (fk) de São realizados em um mínimo de seis corpos‐de‐prova isentos de defeitos,
peças sem defeitos referidas à umidade padrão (12%). os quais devem ser retirados de lotes homogêneos.
Estes valores, entretanto não representam as propriedades mecânicas da Inicialmente realiza‐se um ensaio destrutivo em uma amostra  para a
madeira serrada utilizada em estruturas, pois estas variam ainda com estimativa da resistência à ruptura fr
diversos fatores como:
Os ensaios subsequentes têm duração de 3 à 8 minutos e seguem as
seguintes etapas:

• Teor de umidade
• Tempo de duração da carga >> dois ciclos de carga e descarga
para acomodação do equipamento
• Ocorrência de defeitos de ensaio
>> a segunda recarga segue até a
ruptura configurada por colapso ou
>> É necessário conhecer a variação das propriedades mecânicas em deformação excessiva
função destes fatores para determinar os valores de esforços resistentes a
serem utilizados nos projetos.

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ENSAIOS PADRONIZADOS ENSAIOS PADRONIZADOS


a) COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS a) COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS

b) COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS Utilizam‐se corpos‐de‐prova de 5 cm x 5 cm x 15 cm.


Com o auxílio de extensômetros mecânicos, são
realizadas medições de encurtamento Δl sobre uma base
c) TRAÇÃO PARALELA ÀS FIBRAS de medida l0, para determinação das deformações
específicas associadas aos sucessivos estágios de
carregamento.
d) CISALHAMENTO PARALELO ÀS FIBRAS Pode‐se então construir um diagrama σc x ε,
correspondente a segunda recarga.

e) TRAÇÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS

f) FLEXÃO

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ENSAIOS PADRONIZADOS ENSAIOS PADRONIZADOS

a) COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS b) COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS


Trecho linear  comportamento é elástico Utilizam‐se corpos‐de‐prova de 10 cm x 5 cm x 5 cm.
até tensão limite de proporcionalidade fel
As fibras, que são constituídas por células ocas, quando comprimidas
Comportamento não‐linear  está associado transversalmente são achatadas precocemente, apresentando grandes
à flambagem das fibras da madeira deformações  diagrama tensão x deformação
O colapso envolve a fratura do material A resistência à compressão normal às fibras fcn é definida por um critério
ligante e a flambagem das células. de deformação excessiva, sendo igual à tensão correspondente a uma
Nu  carga de ruptura deformação residual igual à 2%
Módulo de elasticidade Ec  inclinação da
curva no regime elástico fcn ≈ ¼ fc
Ecn obtido da
mesma forma
>> Sob compressão axial as células que compõem
as fibras atuam como tubos de paredes finas
que Ec
paralelos e colados entre si Ecn ≈1/20 Ec

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ENSAIOS PADRONIZADOS ENSAIOS PADRONIZADOS


c) TRAÇÃO PARALELA ÀS FIBRAS c) TRAÇÃO PARALELA ÀS FIBRAS
O comportamento à tração paralela às fibras é caracterizado pelo regime
linear até tensões bem próximas à de ruptura ft e por pequenas
Corpos‐de‐prova são torneados, com dimensões maiores na região das
deformações.
garras de modo a garantir que a ruptura se dê na região central

>> menor resistência à compressão, acompanhada de maiores


deformações do que em tração  ruptura dúctil em compressão e
ruptura frágil em tração.

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ENSAIOS PADRONIZADOS ENSAIOS PADRONIZADOS

d) CISALHAMENTO PARALELO ÀS FIBRAS d) CISALHAMENTO PARALELO ÀS FIBRAS


Viga de madeira com cargas transversais, provocando tensões cisalhantes
num elemento AA.
Utilizam‐se corpos‐de‐prova de 5cm x 5cm x 6,4cm
com um recorte de 2cm x 1,4cm x 5cm. Pelas condições de equilíbrio do elemento, sabe‐se que:
A carga é aplicada de forma a cisalhar uma seção de tensões cisalhantes horizontais = tensões cisalhantes verticais
5cm x 5cm.
No entanto a resistência ao cisalhamento das madeiras na direção normal
Resistência ao cisalhamento: às fibras é muito maior que na direção das fibras, de modo que, nos
projetos, considera‐se apenas esta última (a menor).
Fv = Fu/A  onde A = área cisalhada

O mecanismo de ruptura no cisalhamento paralelo


às fibras envolve deslizamento entre fibras
adjacentes à seção de corte.

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ENSAIOS PADRONIZADOS ENSAIOS PADRONIZADOS

e) TRAÇÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS


CORRELAÇÃO ENTRE AS PROPRIEDADES MECÂNICAS
Conforme Anexo B NBR 7190.  Na impossibilidade de uma caracterização completa da madeira
A resistência à tração perpendicular às fibras (ftm) é pequena, dependendo
da resistência da lignina como material ligante  devem ser evitadas >> Relações entre valores
característicos de tensões resistentes
situações que envolvam esta solicitação
EM = 0,85.Ec  coníferas
EM = 0,90.Ec  dicotiledôneas

Et ≈ 5% Ec
Er ≈ 10% Ec En ≈ 5%

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE


MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE
INFLUÊNCIA DA UMIDADE SOBRE A RESISTÊNCIA
INFLUÊNCIA DE DEFEITOS SOBRE A RESISTÊNCIA A umidade tem grande efeito sobre as propriedades da madeira.
A presença de nós e fibras reversas reduz substancialmente a Com o aumento da umidade, a
resistência da madeira à tração paralela às fibras. resistência diminui até ser atingido
A presença de nós produz concentração de tensões e reduz a resistência o ponto de saturação das fibras
(25%).
da madeira sobretudo pelos desvios locais de direção das fibras.
Acima deste ponto, a resistência
A redução de resistência é maior na tração do que na compressão. mantém‐se constante.
As fendas e ventas têm influência pronunciada na resistência da A resistência começa a aumentar
madeira ao cisalhamento paralelo às fibras. quando a umidade alcança um
valor médio de 25%.
A variação abaixo de 25% de
>> Para fixação de tensões resistentes de projeto, as peças estruturais umidade pode ser representada
são classificadas em categorias, conforme a incidência de defeitos. por uma lei logarítmica ou,
aproximadamente, por uma lei
linear.

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE


MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE
INFLUÊNCIA DA UMIDADE SOBRE A RESISTÊNCIA INFLUÊNCIA DA UMIDADE SOBRE A RESISTÊNCIA

Conhecendo‐se a lei de variação das propriedades da madeira com o grau


de umidade, podem‐se fazer as determinações experimentais em peças de
madeira seca ao ar, corrigindo‐se os valores para a umidade na condição >> Para o módulo de elasticidade, a correção é feita admitindo‐se 2% de
padrão U = 12%. variação:

>> De acordo com a NBR 7190, os valores de resistências fu obtidos de



U 12 
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ensaios em corpos‐de‐prova com teores de umidade entre 10% e 20% E12  Eu 1 Onde U é expresso
podem ser corrigidos para o teor de umidade padrão de 12%, f12,  100  em percentual.
admitindo‐se 3% de variação na resistência para 1% de variação da
umidade:
f  f   3 U 12  Onde U é expresso
u 1

12
 100 em percentual.

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE


MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE
INFLUÊNCIA DO TEMPO DE DURAÇÃO DE CARGA SOBRE A RESISTÊNCIA.
RUPTURA RETARDADA
INFLUÊNCIA DO TEMPO DE DURAÇÃO DE CARGA SOBRE A RESISTÊNCIA.
RUPTURA RETARDADA
A resistência das madeiras (f) é
determinada em ensaios, nos quais o
carregamento atua durante cerca de >> A perda de resistência com o tempo de duração da carga pode ser
cinco minutos. encarada como um fenômeno de acumulação de danos, tal como na fadiga
Aplicando‐se uma carga inferior a esta dos materiais sob cargas cíclicas, só que para ação de cargas permanentes
resistência, durante um período longo,
observa‐se que a madeira pode romper,
após alguns dias ou meses (ruptura
retardada).
Por outro lado, se uma peça é rompida
sob impacto, sua tensão resistente será
maior do que a obtida no ensaio de curta
duração (~5min).

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE VARIAÇÃO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DE


MADEIRAS DA MESMA ESPÉCIE MADEIRAS DE ESPÉCIES DIFERENTES
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A RESISTÊNCIA
>> As madeiras de
maior peso específico
apresentam maior
A resistência das madeiras é afetada pela temperatura.
resistência, o que se
Observa‐se uma redução de resistência com elevação da temperatura explica pela existência
e vice‐versa. de maior quantidade
de madeira por
Para exposições temporárias às variações de temperatura, nesse unidade de volume.
intervalo, as flutuações de resistência são também temporárias.
>> Nas condições normais de obras de madeira, as flutuações de
temperatura são transitórias, não havendo necessidade de se
considerar, nos projetos, o efeito temperatura sobre a resistência.

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CLASSIFICAÇÃO DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE CLASSIFICAÇÃO DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE


MADEIRA EM CATEGORIAS MADEIRA EM CATEGORIAS

Além de tais variações, é muito grande a influência dos defeitos sobre a


resistência da madeira.
>> A resistência das peças de madeira varia com as espécies vegetais e, Os quais acarretam também grande variabilidade na resistência de peças
estruturais.
dentro da mesma espécie, varia de uma árvore para a outra ou, ainda,
>> Para viabilizar a utilização da madeira em sistemas estruturais é
conforme a posição da amostra no tronco. necessário classificar as peças em categorias de acordo com a incidência
de defeitos.
Através de ensaios, estabeleceu‐se uma correlação entre a incidência de
defeitos e a redução de resistência em relação a amostras sem defeitos.
A metodologia de classificação das peças de madeira varia de país para
país, sendo o processo tradicional de inspeção visual o mais utilizado.

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MÉTODOS DE CÁLCULO MÉTODOS DE CÁLCULO


Objetivos de um projeto estrutural:
•Garantia de segurança estrutural evitando‐se o colapso da estrutura; Nas fases de dimensionamento e detalhamento utiliza‐se, além dos
conhecimentos de análise estrutural e resistência dos materiais, grande
• Garantia de bom desempenho da estrutura.
número de regras e recomendações referentes a:
• Critérios de garantia de segurança;
As etapas de um projeto estrutural podem ser reunidas em três fases: • Padrões de testes para caracterização dos materiais,
•Anteprojeto ou projeto básico  definição do sistema estrutural, dos • Limites de tolerâncias para imperfeições na execução, etc.
materiais a serem utilizados e do sistema construtivo;
•Dimensionamento ou cálculo estrutural  definição das dimensões dos
elementos da estrutura e das suas ligações de maneira a garantir a Conjunto de regras e especificações  Normas, as quais estabelecem
segurança e o bom desempenho da estrutura; bases comuns, utilizadas por todos os engenheiros na elaboração dos
projetos.
•Detalhamento  elaboração dos desenhos executivos da estrutura
contendo as especificações de todos os seus componentes

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MÉTODOS DE CÁLCULO MÉTODOS DE CÁLCULO


Historicamente, as normas para projetos de estruturas de madeira MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
utilizavam, para garantia de segurança, critérios baseados nos Métodos
O dimensionamento é considerado satisfatório quando a máxima tensão
das Tensões Admissíveis (MTA), passando gradativamente a adotar
solicitante σmáx , em cada seção, é inferior a uma tensão resistente
critérios baseados no Método dos Estados Limites (MEL).
característica frk reduzida por um coeficiente de segurança g.

* Nos EUA há normas que adotam o MTA e outras que adotam o MEL.
* A norma europeia utiliza o MEL. Os esforços solicitantes (momento fletor, esforço normal, etc..), a partir dos
quais se calcula a tensão máxima, são obtidos através da análise em regime
elástico da estrutura para cargas em serviço.
* A norma brasileira antiga NBR 7190/1982 adotava o MTA e a atual NBR g  expressa as diversas fontes de incertezas: quanto ao carregamento
7190/1997 adota o MEL. especificado; quanto às características mecânicas dos materiais; quanto às
>> As vantagens da nova formulação dos conceitos de segurança são imperfeições na execução..
inúmeras e inegáveis.
>> O dimensionamento em regime de ruptura permite a racionalização da >> limitação: único coeficiente de segurança para expressar todas as
segurança das estruturas. incertezas independente de sua origem.

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MÉTODOS DE CÁLCULO MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES


MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES
Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos A garantia de segurança no MEL é traduzida pela equação de conformidade:
ESTADO LIMITE
• Garantia de segurança estrutural evitando‐se o colapso da estrutura
ÚLTIMO (ELU)
ESTADO LIMITE DE
Sd: solicitação de projeto  combinação de cargas Fi
• Garantia de bom desempenho da estrutura
SERVIÇO (ELS) majoradas pelos seus coeficientes gi
Rd: resistência de projeto menor resistência de projeto
minorada pelo coeficiente gw
Os ELU’s estão associados à ocorrência de ações excessivas e consequente colapso da
estrutura devido, por exemplo, à:

S d    gi .Gi  q1.Q1    qj .0 j .Q j


• Perda de equilíbrio como corpo rígido;
• Ruptura de uma ligação ou seção;
• Instabilidade em regime elástico ou não.
>> Os coeficientes de majoração das cargas e
Os ELS’s incluem: minoração da resistência refletem as variabilidades
• Deformações excessivas e o consequente dano à acessórios da estrutura, dos valores característicos dos diversos
como alvenarias e esquadrias; carregamentos e das características mecânicas dos
• Vibrações excessivas e consequente mau funcionamento de equipamentos e materiais  MEL considera as incertezas de forma
desconforto dos usuários. mais racional que MTA

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SOLICITAÇÃO DE PROJETO SOLICITAÇÃO DE PROJETO


0  Fator de combinação (simultaneidade da ocorrência das ações variáveis)
Combinação Normal: combinação que inclui todas as ações decorrentes do
uso previsto da estrutura.

S d    gi .Gi  q1.Q1    qj .0 j .Q j


Gi  Ações permanentes
Q1  Ação variável de base (ou principal) para a combinação estudada.

Qj  Ações variáveis que ocorrem simultaneamente a Q1, e que têm efeito


desfavorável.

g ,q  Coeficientes de segurança parciais referentes às cargas.

0  Fator de combinação (simultaneidade da ocorrência das ações variáveis)

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SOLICITAÇÃO DE PROJETO SOLICITAÇÃO DE PROJETO


g  Coeficientes de segurança parciais referentes às cargas permanentes: g  Coeficientes de segurança
parciais referentes às cargas
a) ações permanentes de pequena variabilidade  Tab 3 NBR 7190/1997
permanentes:
b) ações permanentes de grande variabilidade  Tab 4 NBR 7190/1997
c) ações permanentes indiretas  Tab 5 NBR 7190/1997

>> Considera‐se como de pequena variabilidade o peso da madeira classificada


estruturalmente cujo peso específico tenha coeficiente de variação não superior a
10%.
>> as ações permanentes indiretas referem‐se aos efeitos de recalques de apoio e
de retração dos materiais.

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SOLICITAÇÃO DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO

Rd: resistência de projeto

q  Coeficientes de segurança parciais referentes às cargas variáveis.


*Kmod: coeficiente de modificação

− Kmod,1: leva em conta a classe de carregamento e o tipo de material empregado


− Kmod,2: leva em conta a classe de umidade
− Kmod,3: leva em conta a existência defeitos no material

* w: coeficiente de minoração da resistência


*Rk: resistência característica, função de fk (sendo fk obtida de ensaios padronizados de
curta duração, em corpo de prova isentos de defeitos, com grau de umidade padrão)

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO

Kmod,1: leva em conta a classe de carregamento e o tipo de material empregado Kmod,2: leva em conta a classe de umidade

Combinação
normal de
ações
>> No caso particular da ≥
madeira serrada submersa,
admite‐se o valor
kmod,2 = 0,65.

>> Admite‐se que um carregamento normal corresponda à classe de carregamento de


longa duração, podendo ter duração igual ao período de referência da estrutura.

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO


Kmod,3: leva em conta a existência de defeitos no material.
Kmod,3: leva em conta a existência de defeitos no material.

Classificação da madeira em duas categorias:


>> Para coníferas na forma de peças estruturais maciças de madeira serrada,
Madeira de segunda categoria  Kmod,3=0,8
sempre deve ser tomado o valor kmod,3 = 0,8, a fim de se levar em conta o
Madeira de primeira categoria  Kmod,3=1,0 risco da presença de nós de madeira não detectáveis pela inspeção visual.

>> Para madeira laminada colada deve‐se levar em conta a curvatura da peça
>> A condição de madeira de primeira categoria somente pode ser admitida se (utilizando‐se a equação abaixo), valendo kmod,3 = 1,0 para peça reta:
todas as peças estruturais forem classificadas como isentas de defeitos, por meio
de método visual normalizado, e também submetidas a uma classificação
mecânica que garanta a homogeneidade da rigidez das peças que compõem o
lote de madeira a ser empregado.

>> Não se permite classificar as madeiras como de primeira categoria apenas por onde t é a espessura das lâminas e r o menor raio de curvatura das lâminas que
meio de método visual de classificação. compõem a seção transversal resistente.

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO

w: coeficiente de ponderação Rk: resistência característica

Dos ensaios para determinação das propriedades mecânicas 


Para estados limites últimos: resistência média (fwm)

* tensões de compressão paralela às fibras  wc = 1,4 Ajusta-se para a umidade padrão (12%):

U 12 
3
* tensões de tração paralela às fibras  wt = 1,8 f wm,12  f wm 1
 100 
* tensões de cisalhamento paralelo às fibras  wv = 1,8
Pode-se admitir a seguinte relação entre as resistências característica
e média:

Para estados limites de utilização:  w = 1,0 fwk,12 = 0,70 fwm,12

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO

Da mesma forma que a norma europeia EUROCODE 5, a norma brasileira NBR 7190
introduziu o sistema de Classes de Resistência para simplificar a especificação do
material na fase de projeto.

Com um sistema de Classes de Resistência o projetista não precisa estar a par da


diversidade de espécies de madeira e suas resistências características de cada região do
país: ele simplesmente adota uma dentre um número limitado de Classes de Resistência,
adequada ao seu projeto.

Por outro lado, o fornecedor de madeira deve enquadrar seu produto em uma dessas
classes, de acordo com as exigências especificadas no anexo B da NBR 7190. Estas
exigências incluem a caracterização da madeira através da realização de ensaios.

fc0 : resistência à compressão paralela às fibras


fv : resistência ao cisalhamento paralelo às fibras
k : valor característico
m : valor médio

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO


Anexo E ‐ Valores médios usuais de resistência e rigidez de algumas
madeiras nativas e de florestamento

Tabela E.1 ‐ Valores médios de madeiras dicotiledôneas nativas e de florestamento


Tabela E.2 ‐ Valores médios de madeiras dicotiledôneas nativas e de florestamento
Tabela E.3 ‐ Valores médios de madeiras coníferas nativas e de florestamento

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO


Tabela E.1 ‐ Valores médios de madeiras dicotiledôneas nativas e de florestamento Tabela E.2 ‐ Valores médios de madeiras dicotiledôneas nativas e de florestamento

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO


Tabela E.3 ‐ Valores médios de madeiras coníferas nativas e de florestamento
OBS.:

6.2.1 Condição‐padrão de referência


Os valores especificados nesta Norma NBR 7190/1997 para as propriedades de
resistência e de rigidez da madeira são os correspondentes à classe 1 de
umidade, que se constitui na condição‐padrão de referência, definida pelo teor
de umidade de equilíbrio da madeira de 12%.
Na caracterização usual das propriedades de resistência e de rigidez de um dado
lote de material, os resultados de ensaios realizados com diferentes teores de
umidade da madeira, contidos no intervalo entre 10% e 20%, devem ser
apresentados com os valores corrigidos para a umidade padrão de 12%, classe 1

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RESISTÊNCIA DE PROJETO RESISTÊNCIA DE PROJETO


OBS:
OBS.:
Para o caso usual de madeira serrada de 2ª categoria utilizada em peças sujeitas
a combinações de ações de longa duração, o coeficiente kmod é calculado a 6.3.3 Caracterização simplificada da resistência da madeira Serrada
seguir:
Para as espécies usuais, na falta da determinação experimental, permite‐se adotar
Kmod, 1 Kmod, 3 as seguintes relações para os valores característicos das resistências:

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EXEMPLO EXEMPLO

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EXEMPLO EXEMPLO
• Resistência de projeto à tração paralela às fibras ftd • Resistência de projeto à tração paralela às fibras ftd
• Combinação normal de ações • Combinação normal de ações
• Madeira serrada de pinho‐do‐paraná • Madeira serrada de pinho‐do‐paraná
• Local de construção com umidade relativa do ar média igual a 80% • Local de construção com umidade relativa do ar média igual a 80%

Solução: Solução:
*Kmod,1
Pela Tabela E.3 NBR 7190/1997 (Anexo E), obtém‐se o valor médio da resistência à tração
paralela às fibras do pinho‐do‐paraná, referida à condição padrão de umidade Se a combinação de ações é normal, então a treliça estará sujeita a um
carregamento de longa duração e sendo a madeira serrada, tem‐se pela Kmod,1 = 0,70
ftm = 93,1 MPa Tabela 10:
*Kmod,2
A resistência característica pode ser encontrada:
Em termos de umidade, a condição de serviço da estrutura se enquadra na
Kmod,2 = 0,80
ftk,12 = 0,70 ftm,12 = 65,2 MPa Classe 3 (Tabela 7), logo, pela Tabela 11 tem‐se:
*Kmod,3
A tensão resistente ftd de projeto pode ser obtida com: Sendo o pinho‐do‐paraná do grupo das coníferas, tem‐se: Kmod,3 = 0,80
Sendo γw = 1,8 e Kmod = Kmod,1 x Kmod,2 x Kmod,3 :

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EXEMPLO EXEMPLO
• Resistência de projeto à tração paralela às fibras ftd
• Combinação normal de ações
• Madeira serrada de pinho‐do‐paraná
• Local de construção com umidade relativa do ar média igual a 80%

Solução:
Finalmente, obtém‐se a resistência de projeto:

65,2 MPa
Rd = 0,70 . 0,80. 0,80 . = 16,3MPa Rd = 16,3MPa
1,8

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