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SÃO CARLOS
2021
1. Modelos Probabilísticos aplicados na prática
Amplamente utilizados na indústria e nos mais diversos espectros, os modelos probabilísticos
são ferramentas que permitem a simulação para atividades que não são determinísticas, ou
seja, que são regidas por fenômenos aleatórios, o cenário mais comum de uma indústria
produtiva. Através dos modelos podemos criar simulações para criar funções de probabilidade
que satisfaçam a realidade e que permitam previsões e, consequentemente, preparando a
gerência para tomada de decisões.
Nela, temos que f12e fU% são, respectivamente, as resistências para a umidade corrigida de
12% e teor de u%.
Para a determinação dos valores característicos das resistências à tração das espécies aqui
avaliadas, necessárias para compor a resistência de cálculo para uma determinada solicitação
em um eventual projeto estrutural, deve-se considerar os valores das resistências às
solicitações mecânicas das madeiras obtidos a partir do seu valor característico (fw,k), que
corresponde a um percentil de 5% da distribuição de resistências, e expresso segundo a
equação a seguir, sendo fmo valor médio da resistência e δ o respectivo desvio-padrão
Em adição, a NBR 7190 exige que os projetos de estruturas de madeira sejam dimensionados
sob a hipótese de linearidade cinemática (pequenos deslocamentos), além de exigir
resistência à ação das forças atuantes. Assim, a metodologia probabilística da referida norma,
supõe a normalidade nas distribuições dos valores da resistência, a favor da segurança,
considerando um coeficiente de variação δ para a resistência à tração, tal como expressa:
Por outro lado, para uma investigação direta da resistência, a normativa prevê a
empregabilidade da equação sequencial, que estima o valor de fw,k na forma:
Contudo, para uma distribuição de extremos centrada no valor característico, a equação tem
um acréscimo de 10%, o que evita, segundo Logsdon, que 50% das estimativas sejam feitas
por valores abaixo da resistência característica. A norma brasileira adota, portanto, como
valor de fw,k o maior dos valores compreendidos entre: a resistência f1, a resistência
equivalente a 70% do valor de fm obtidas pela média das amostras ensaiadas e o valor obtido
pela equação. Ainda assim, a última equação pode resultar em valores significativamente
diferentes a partir daqueles associados a uma dada função de probabilidade, tendo em vista a
diversidade de funções de probabilidade existentes.
3. Análises Estatísticas
Através de 4 (quatro) funções de distribuição probabilística, 40 (quarenta) espécies de
madeira tiveram seus valores característicos de resistência determinados, sendo as funções
Normal, LogNormal, Weibull e Exponencial, respectivamente mostradas abaixo:
Por fim, com os valores características Fto,k para as 40 espécies obtidos, os resultados dentre
os 4 modelos de distribuição de probabilidade são relacionados com o valor médio (x), o
coeficiente de variação (CV%), com o menor (mín) e maior (max), são expressos em um
modelo de regressão linear multivariável através da expressão a seguir:
Dessa forma, um grande fabricante de vigas utiliza como matéria prima madeira de
Angelim Pedra. Essas vigas, a depender dos menores 5% valores de resistência,
podem ser vendidas a diferentes tipos de clientes (cada um com sua necessidade
estrutural). Um deles são os fabricantes de pallets, o outro, as construtoras. Para os
pallets, as vigas precisam ter uma resistência mecânica de 1000 unidades e, para as
construtoras, 1400 unidades.
O modelo da NBR nos diz que, para uma determinada umidade, os 5% menores
valores referentes às resistências mecânicas são aproximadamente equivalentes a 70%
da resistência média da amostra. Por isso, nesse caso, esse percentil apresenta uma
resistência mecânica de 1000 unidades, menor do que a requerida para aplicações em
construtoras. Assim, o fabricante deve fazer vigas destinadas à produção de pallets.
5. Referências Bibliográficas