BARREIRAS-BA
JULHO-2022
ROTEIRO DE CÁLCULO E DETALHAMENTO DE UMA VIGA DE
MADEIRA
BARREIRAS-BA
JULHO - 2022
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. OBJETIVO E ESCOPO DO TRABALHO .............................................................. 9
3. DESCRIÇÃO DO PROJETO ................................................................................... 9
4. RESOLUÇÃO DA QUESTÃO PROPOSTA ......................................................... 10
5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 17
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1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem por objetivo realizar a aplicação prática de todo o conhecimento
teórico referente aos conceitos de projetos estruturais de madeira, serviços de
manutenção, dimensionamento de vigas de madeira, aplicando-os em um projeto de
edificação real, para assim termos conhecimento tanto da parte teórica quanto da
prática.
3. DESCRIÇÃO DO PROJETO
9
4. RESOLUÇÃO DA QUESTÃO PROPOSTA
10
TABELA 1: VALORES MÉDIOS USUAIS DE RESISTÊNCIA E RIGIDEZ
Nome Nome Ρap fc0 ft0 ft90 fv Ec0 n
comum científico (Kg/m³) (Mpa) (Mpa) (Mpa) (Mpa) (Mpa)
Jatobá Hymenaea 1 074 93,3 157,5 3,2 15,7 23 607 20
spp
Pinho do Araucaria 580 40,9 93,1 1,6 8,8 15 225 15
Paraná angustifolia
Fonte: NBR7190
Inicialmente para critérios de cálculos vamos admitir uma seção comercial de 15x30cm
de madeira serrada.
𝑘𝑔 𝑚
Jatobá 1074 𝑚³ x 9.81𝑠² x (0,15 x 0,30) m² = 474,1173 N/m
𝑘𝑔 𝑚
Pinho do Paraná 580 𝑚³ x 9.81 𝑠² x (0,15 x 0,30) m² = 256,041 N/m
Com o peso próprio da madeira, foi demostrado acima que, dentre as opções disponíveis,
a que vai ser mais leve é a proveniente do Pinho do Paraná e por meio das tabeles de
preços ela também será a mais barata em relação ao jatobá. Logo será essa a madeira
utilizada.
Considerações de carga
Para carga variável também vamos considerar combinação normal para obtermos o yq:
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P 0,75 kN/m = 750 N/m
Yq 1,4
YqQk = 1,4 x 750 = 1050 N/m
Qk: Ação acidental (variável)
Combinação:
Q = 1307,85 + 1050 = 2357,85 N/m = 2,35 kN/m
Contraflechas
Sempre que possível, em construções, as vigas de madeira devem ser feitas com uma
contraflecha, de modo a evitar os efeitos pouco estéticos de configurações deformadas
visíveis a olho nu. Porém, em vigas de madeira maciça, serradas ou lavradas, em geral,
não é possível preparar as peças com contraflechas.
bh³ 15 𝑥 30³
I= = = 33,75 𝑐𝑚4
12 12
𝑏ℎ² 15 ∗ 30²
𝑊𝑒 = = = 2250 𝑐𝑚³
6 6
𝑀𝑑 360 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑 = 𝜎𝑡𝑑 = = = 0,16 = 1,6𝑀𝑝𝑎
𝑊𝑒 2250 𝑐𝑚2
Onde:
I é o momento de inércia.
We é o módulo de resistência.
Md é o momento fletor solicitante de projeto.
𝜎𝑐𝑑 e 𝜎𝑡𝑑 são as tensões normais de flexão.
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Por meio da tabela 1 é possível obter os valores médios de resistência à compressão
paralela às fibras (fc0) e de resistência à tração paralela às fibras (ft0) da madeira
escolhida.
fc0 = 40,9 Mpa
ft0 = 93,1 Mpa
Para o Kmod, 2 temos que levar em consideração a classe de umidade e o tipo de madeira:
o Na cidade de Barreiras – BA, segundo o site climate-data.org, a maior umidade
relativa do ar é em média 72,3% no mês de março, e levando em consideração que
a nossa construção será feita em um local próximo rio a evaporação da água tende
a ser maior e consequentemente nesse ambiente a umidade do ar é mais elevada
do que em locais afastados das correntes de água, devido a isso a umidade relativa
do ar foi majorada para 75%. Logo a classe de umidade será 3, 75% < Uamb ≤
85%, e com isso o Kmod,2 = 0,8.
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0,8, a fim de se levar em conta o risco da presença de nós de madeira não detectáveis pela
inspeção visual:
o Madeira conífera de segunda categoria Kmod,3 = 0,8.
Logo:
Kmod = 0,7 x 0,8 x 0,8 = 0,448
ft0, K 65,17
𝐟𝐭𝟎, 𝐝 = Kmod = 0,448 x = 16,22 Mpa
γwt 1,8
Para garantia de segurança, as tensões solicitantes de projeto devem ser menores que as
tensões resistentes. Portanto está OK.
𝑄𝑙 2,35 𝑥 3,5
𝑅𝑑 = = = 4,11 𝑘𝑁
2 2
𝑅𝑑
≤ 0,25𝑓𝑐𝑑
𝑏𝑐
Por meio dos valores da reação no vínculo (Rd) e do fcd podemos encontrar o valor
mínimo da área da seção transversal dos apoios:
4,11 𝑘𝑁
𝑏𝑐 ≥ = 17,95𝑐𝑚²
𝑘𝑁
0,25 𝑥 0,916
𝑐𝑚2
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Em que b e c são as dimensões da superfície de apoio. Além disso, vale ressaltar que os
acréscimos de tensões não se aplicam a áreas de apoio situadas nas extremidades da viga.
𝜏𝑑 ≤ 𝑓𝑣𝑑
3 𝑥 𝑅𝑑 3 𝑥 4110𝑁
𝜏𝑑 = = = 0,14𝑀𝑝𝑎
2 𝑥 𝑏ℎ 2 𝑥 150 𝑥 300 (𝑚𝑚2 )
Como a tensão resistente supera a tensão cisalhante de projeto para a seção retangular em
viga biapoiada então está OK. E com isso também podemos concluir que a viga 15x30
proposta inicialmente está de acordo com as solicitações.
Manutenção
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o É uma madeira que apresenta uma boa trabalhabilidade, seja com o uso de
ferramentas ou até mesmo manual, é fácil de colar e aceita bem acabamentos
superficiais, além de possuir uma boa facilidade de desdobrar aplainar e colar
permitindo, assim, um bom acabamento.
o A secagem ao ar livre é difícil, com tendências a distorções ou rachaduras. Já a
secagem na estufa precisa ser controlada cuidadosamente para garantir a obtenção
de uma madeira de qualidade. Além de que a mesma possui uma baixa resistência
ao apodrecimento e ao ataque de cupins e fungos.
Devido a isso, antes de tudo, é essencial fazer um projeto bem detalhado onde
estará previsto um determinado local para que essa peça de madeira esteja protegida das
incidências de raios solares e da própria chuva. Além disso recomenda-se, antes, durante
e depois da instalação do elemento de madeira realizar limpezas para remover toda a
sujeira presente na mesma para evitar acúmulos de umidade ou até de alguns insetos que
poderiam vir a danifica-la.
E para prolongar o máximo possível da vida útil desse material é recomendado
realizar a manutenção preventiva da madeira a cada 12 meses, a partir da instalação do
material:
o Lixamento de toda a peça para uniformiza-la e fazer a remoção de
partículas soltas.
o Aplicação de calafetação para termos uma uniformidade de toda a peça de
madeira e evitar poros (massa de calafetar);
o Realizar outo lixamento para nivelamento da massa de calafetação;
o Aplicar de duas a três demãos de stain (produto para proteção da madeira).
Stain trata-se de uma resina impregnante que também garante maior durabilidade
e longevidade à madeira. Além da função estética de ressaltar a tonalidade natural da
madeira, este produto é hidro-repelente, ou seja, repele a água, e combate a formação de
fungos (fungicida).
Sendo de fácil aplicação e manutenção, o stain não requer diluição, não deixa
bolhas e não trinca, uma vez que forma uma película muito mais fina do que o verniz, a
qual é rapidamente absorvida pela madeira. Portanto, este material, diferentemente do
anterior, não age formando uma camada de “filme” de proteção.
Acetinados, os stains agem realçando as fibras e os veios da madeira, o que mantém o
aspecto natural e rústico das peças, assim como a sua tonalidade original.
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REFERÊNCIAS
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