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Construções de Concreto I

Módulo B
O concreto como Material
Estrutural
Profa MSc Paula de Carvalho Palma Vitor
Email: paula.palma@esamc.br
Módulo B
Bibliografia:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de


estruturas de concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2023.242 p.

BASTOS, P.S.S. Estruturas de concreto armado. Bauru, 2023.


Disponível em:
https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/Fundamentos%20CA.pdf.

CARVALHO, R.C; FILHO, J.R.F. Cálculo e Detalhamento de Estruturas


de Concreto Armado: segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Carlos:
EdUFSCar, 2017, 415 p.

MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: microestrutura, propriedades e


materiais. 2. ed. São Paulo: IBRACON, 2014. 751 p.

PINHEIRO, L.M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios.


São Carlos, 2004.
Materiais

Para compreender o comportamento, projetar e


dimensionar as estruturas de concreto, primeiramente é
necessário conhecer as características e as propriedades
dos dois principais materiais:

 Aço Concreto Armado


considerando o trabalho conjunto e
 Concreto solidário dos dois materiais.
Concreto
Massa específica (𝝆𝑪 )
 Massa específica dos concretos comuns: ± 2.400
kg/m3
 ABNT NBR 6118: 2014
 se a massa específica real não for conhecida,
pode-se adotar o valor de 2.400 kg/m3 para o
concreto simples (24 kN/m3).
 2.500 kg/m3 (25 kN/m3) para o Concreto Armado.
Aço
3
100 kg/m
1m

Concreto simples
3
+ = Concreto armado
3
2.400 kg/m 2.500 kg/m

1m
1m

Fonte: Bastos (2014)


Concreto

É importante salientar que a ABNT NBR 6118


(2014) aplica-se aos concretos com massa
específica entre 2.000 e 2.800 kg/m3, com
materiais secos em estufa.
Concreto fresco: características

Trabalhabilidade:
adensamento

Concreto
Fresco

Consistência: Homogeneidade:
deformação ( distribuição dos
Slump) agregados
Concreto fresco: características
Concreto endurecido: características

Resistência à
compressão

Concreto
Endurecido

Resistência
à tração
Resistência do concreto à
compressão

Resistência do concreto à compressão (𝒇𝒄 )

Guardem as siglas
Resistência do concreto à
compressão
Resistência do concreto à compressão (𝒇𝒄 )
Como se avalia a resistência à compressão do concreto????

• Ensaio de número n de
corpos de prova.
• Resultados são dispersos.

Qual será o valor da resistência


representativa deste concreto?????

Fonte: Acervo próprio


Resistência do concreto à
compressão

Qual será o valor da resistência representativa deste concreto?????

𝑓𝑐𝑚 : resistência a compressão média ( média aritmética


dos valores obtidos nos ensaios)??
Resistência do concreto à
compressão

𝑓𝑐𝑚 não considera a dispersão dos resultados e não


reflete a qualidade do concreto na obra
Resistência do concreto à
compressão

Fonte: NETO (2018)


Resistência do concreto à
compressão

Fonte: Adaptado Giugliane (2014)


Resistência do concreto à
compressão

Qual será o valor da resistência representativa deste concreto?????

𝑓𝑐𝑘 : resistência característica do concreto à compressão: valor


da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser
alcançado, em ensaios de corpos-de-prova de um determinado
lote de concreto.
Resistência do concreto à
compressão
Após ensaio de um número muito grande de corpos-de-prova, pode ser
feito um gráfico com os valores obtidos de 𝑓𝑐 versus a quantidade de
corpos-de-prova relativos a determinado valor de 𝑓𝑐 , também
denominada densidade de frequência. A curva encontrada denomina-se
Curva Estatística de Gauss ou Curva de Distribuição Normal para a
resistência do concreto à compressão.
1,65 corresponde ao
quantil de 5%,(
apenas 5% dos corpos-
𝑓𝑐𝑘 = 𝑓𝑐𝑚 − 1,65 × 𝑆𝑑 de-prova possuem 𝑓𝑐 <
𝑓𝑐𝑘

Fonte: Pinheiro (2004)


Resistência do concreto à
compressão
Resistência do concreto característica à compressão (𝒇𝒄𝒌 )
 Parâmetro no cálculo dos elementos estruturais ( lajes, vigas,
pilares, etc.).
 Especificada em projeto.
 Quando não for indicada a idade=28 dias.
 A estimativa da resistência à compressão média ( 𝑓𝑐𝑚𝑗 )
correspondente a uma resistência 𝑓𝑐𝑘𝑗 especificada, deve ser
feita conforme ABNT NBR 12655 (2015): Concreto de cimento
Portland – Controle, recebimento e aceitação.

𝑓𝑐𝑘 = 𝑓𝑐𝑚 − 1,65 × 𝑆𝑑 Sd: desvio padrão. Depende


das condições de preparo do
concreto: 4; 5,5 ou 7 MPa
Resistência do concreto à
compressão

Resistência do concreto característica à compressão (𝒇𝒄𝒌 )

𝒇𝒄𝒌
valor da resistência
que tem 5% de
probabilidade de
não ser alcançado,
em ensaios de corpos-
de-prova de um
determinado lote de
concreto.

Fonte: Pinheiro (2004)


Resistência do concreto à
compressão
Exercício 1:
O controle da resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos
de concreto obteve para 36 ensaios os seguintes resultados:

I. Resistência média à compressão igual a 33,5 MPa.


II. O desvio padrão igual a 2,9 MPa.

Considerando-se um quantil de 5% na curva normalizada de Gauss,


estime a resistência à compressão característica.

𝑓𝑐𝑘 = 𝑓𝑐𝑚 − 1,65 × 𝑆𝑑

𝑓𝑐𝑘 = 33,5 − 1,65 × 2,9


𝑓𝑐𝑘 = 28,72 𝑀𝑃𝑎
Resistência do concreto à
compressão
Exercício 2:
O controle tecnológico do concreto de uma estrutura por meio de
corpos de provas cilíndricos 15 cm x 30 cm apresentou os resultados da
frequência relativa da resistência à compressão mostrados na curva de
Gauss (distribuição normal). Sobre os resultados dessa curva marque a
alternativa correta.

a) A probabilidade de 𝑓𝑐 ≤ 21 MPa é de 10 %
b) 𝑓𝑐𝑘 = 21 MPa
c) A probabilidade de 𝑓𝑐 ≥ 26 MPa é de 95 %
d) 𝑓𝑐𝑚 = 26 MPa
Resistência do concreto à
compressão
 Em função da resistência característica do concreto à compressão
(𝑓𝑐𝑘 ), a ABNT NBR 8953 classifica os concretos nos grupos I e II.

 Grupo I: C20, C25, C30, C35, C40, C45, C50;

 Grupo II: C55, C60, C70, C80, C90, C100.

ABNT NBR 6118 (2014, seção 1.2) aplica-se a concretos


dos Grupos I e II (C20 ao C90).
O concreto C100 não é considerado pela norma.
Os concretos C10 e C15 não podem ter função
estrutural.
Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração (𝒇𝒄𝒕 )
A resistência do concreto à tração varia entre 8 e 15 % da resistência à
compressão ( heterogeneidade do material).
Conceitos:
resistência média do concreto à tração,𝑓𝑐𝑡𝑚 : valor obtido da média
aritmética dos resultados dos ensaios.
resistência característica inferior do concreto à tração, 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 : valor
da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado pelos
resultado de ensaio de um lote de concreto.
resistência característica superior do concreto à tração,
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 : valor da resistência que tem 5% de probabilidade de ser
alcançado pelos resultado de ensaio de um lote de concreto.
Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração: ensaios

Tipos de ensaios comumente realizados para a


determinação da resistência do concreto à tração:
 tração direta (𝒇𝒄𝒕 ): ,
 tração indireta por compressão diametral (𝒇𝒄𝒕,𝒔𝒑 ): ,
 tração indireta na flexão (𝒇𝒄𝒕,𝒇 ): .
Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração: ensaios

Tração direta

Fonte: Pinheiro
(2004)
Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração: ensaios

Tração indireta por Compressão diametral

Fonte: Acervo próprio


Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração: ensaios

Tração indireta na flexão

Fonte: Bastos (2014)

Fonte: Acervo próprio


Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração indireta
De acordo com a ABNT NBR 6118: 2014 ( seção 8.2.5)

𝑓𝑐𝑡 = 0,9 × 𝑓𝑐𝑡,𝑠𝑝


𝑓𝑐𝑡 = 0,7 × 𝑓𝑐𝑡,𝑓

Na falta de ensaios para determinação dos valores de 𝑓𝑐𝑡,𝑠𝑝 e 𝑓𝑐𝑡,𝑓 , a resistência


média à tração direta (𝑓𝑐𝑡,𝑚 ) em MPa pode ser avaliada em função da resistência
característica do concreto à compressão (𝑓𝑐𝑘 ) em MPa, por meio das expressões
(NBR 6118, item 8.2.5):

a) Para concretos de classes até C50


2
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 𝑓𝑐𝑘 3
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 = 0,7𝑓𝑐𝑡,𝑚
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 = 1,3 𝑓𝑐𝑡,𝑚
Resistência do concreto à tração
Resistência do concreto à tração indireta

a) Para concretos de classes até C55 até C90


𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 2,12 ln(1 + 0,11 𝑓𝑐𝑘 )
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 = 0,7𝑓𝑐𝑡,𝑚
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 = 1,3 𝑓𝑐𝑡,𝑚
Concreto: exercícios
Questão 1
Quais os valores a considerar para a massa específica do concreto
simples e do Concreto Armado?
Questão 2
Como são os ensaios de tração indiretos para determinação da
resistência do concreto à tração?
Questão 3
Defina 𝑓𝑐𝑘 e 𝑓𝑐𝑚 .
Concreto: respostas exercícios
Questão 1
Quais os valores a considerar para a massa específica do concreto simples e do
Concreto Armado?
Resposta: Concreto simples: 2400 kg/m3
Concreto armado: 2500 kg/m3
Quando a massa específica do concreto simples é conhecida, acrescenta-se 100 a
150 kg/m3 para definir o valor da massa específica do Concreto Armado.
Questão 2
Como são os ensaios de tração indiretos para determinação da resistência do
concreto à tração?
Resposta:
Ensaio de tração indireto por compressão diametral e ensaio de tração indireta na
flexão.
Concreto: respostas exercícios
Questão 3
Defina 𝑓𝑐𝑘 e 𝑓𝑐𝑚 :
Resposta:
𝑓𝑐𝑘 : resistência característica do concreto à compressão. É o valor da resistência
que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de corpos-de-
prova de um determinado lote de concreto. Utilizada como parâmetro básico no
cálculo dos elementos estruturais.
𝑓𝑐𝑚 : resistência média do concreto à compressão. É a média aritmética dos
valores de 𝑓𝑐 para um conjunto de corpos de prova ensaiados.
Concreto: exercícios
Questão 5
A partir dos resultados dos ensaios de resistência à tração por
compressão diametral da tabela abaixo, estime 𝑓𝑐𝑡 .

𝑓𝑐𝑡 = 0,9 × 𝑓𝑐𝑡,𝑠𝑝


Concreto endurecido: características

Resistência à
compressão

Concreto Módulo de
Endurecido elasticidade:

Resistência
à tração
Módulo de elasticidade

 Grandeza mecânica que mede a rigidez de um material sólido.


 O módulo de elasticidade é um parâmetro numérico relativo à
medida da deformação que o concreto sofre sob a ação de
tensões, geralmente tensões de compressão.
• Os concretos com maiores resistências à compressão
normalmente deformam-se menos que os concretos de baixa
resistência, e por isso tem módulos de elasticidade maiores.

Fonte: Bastos (2014)


Módulo de elasticidade

 É avaliado pelo diagrama 𝜎 × 𝜀: Lei de Hooke.

𝜎 = 𝐸𝜀
Módulo de elasticidade é a relação
entre a tensão aplicada e a
deformação reversível.

Fonte: Pinheiro
(2004)
Módulo de elasticidade

 Concreto é material homogêneo? Tem comportamento linear??

Concreto: não linearidade na curva


𝜎 × 𝜀
Módulo de elasticidade é aplicado
somente a parte retilínea da curva
𝜎 × 𝜀 ou aplicada à uma tangente
da curva de origem.

Fonte: Pinheiro
(2004)
Módulo de elasticidade
Módulo de
elasticidade tangente
inicial

Módulo de
elasticidade

Módulo de
elasticidade
secante
Módulo de elasticidade

 Módulo de elasticidade tangente inicial (𝐸𝑐𝑖 ), dado pela tangente


do ângulo (𝛼 ’) formado por uma reta tangente à curva do
diagrama 𝜎 × 𝜀.

Fonte: Bastos (2014)


Módulo de elasticidade

 Módulo de elasticidade secante (𝐸𝑐𝑠 ), dado pela tangente do


ângulo (𝛼’’) formado pela reta secante que passa por um ponto
A ( 40 % da carga de ruptura) do diagrama.
 O módulo deve ser obtido segundo ensaio descrito na NBR 8522

Fonte: Bastos (2014)


Módulo de elasticidade
 ABNT NBR 6118 (2014, seção 8.2.8)
 Quando não forem realizados ensaios, pode-se estimar o valor de:
 Módulo tangente inicial 𝐸𝑐𝑖

 A) 𝑓𝑐𝑘 de 20 MPa a 50 MPa Atenção:


𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝑒 × 5600 × 𝑓𝑐𝑘 𝐸𝑐𝑖 e 𝑓𝑐𝑘 são adotados
em MPa.
 B) 𝑓𝑐𝑘 de 55 MPa a 90 MPa
1
3
𝑓𝑐𝑘 3
𝐸𝑐𝑖 = 21,5 × 10 × 𝛼𝑒 × + 1,25
10

𝛼𝑒 : 1,2 para basalto e diabásio


𝛼𝑒 : 1,0 para granito e gnaisse
𝛼𝑒 : 0,9 para calcário
𝛼𝑒 : 0,7 para arenito
Módulo de elasticidade

 O módulo de elasticidade secante (𝐸𝑐𝑠 ):


𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 × 𝐸𝑐𝑖

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 × ≤ 1,0 𝛼𝑖 > 1 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎 1
80

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014)


“Bora” pensar

Qual material apresenta o menor módulo de elasticidade?


Diagrama tensão-deformação do
concreto
 Para o dimensionamento de seções transversais de peças de
concreto armado no Estado Limite Último (ELU) deve ser
utilizado o diagrama tensão-deformação à compressão
simplificado, composto por uma parábola do 2º grau e de uma
reta entre as deformações 𝜀𝑐2 (deformação específica de
encurtamento do concreto no início do patamar plástico) e 𝜀𝑐𝑢
(deformação específica de encurtamento do concreto na
ruptura) .

ELU: relacionado ao
colapso, ou qualquer forma
de ruína estrutural, que
determine a paralisação da
estrutura.

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014)


Diagrama tensão-deformação do
concreto
Concretos de classe até C50

Tensão de compressão limitada 0,85 𝜀𝑐2 = 2,0‰( 2 mm/m)


𝜀𝑐𝑢 = 3,5‰ (3,5 mm/m)

2
𝜀𝑐
𝜎𝑐 = 0,85𝜂𝑐 𝑓𝑐𝑑 1− 1−
𝜀𝑐2

𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑑 ( 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 à 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜) =
𝛾𝑐
𝜂𝑐 =

Fonte: Bastos (2023)


Diagrama tensão-deformação do
concreto
Concretos de classe até C50

 A deformação última de 3,5 ‰ indica que nas fibras mais


comprimidas, a máxima deformação de encurtamento que o
concreto pode sofrer é de 3,5 mm em cada metro de extensão
da peça.
 Convenciona-se que, ao atingir esta deformação, o concreto
estaria na iminência de romper por esmagamento.

Fonte: Pravia (2016)


Diagrama tensão-deformação do
concreto
 O fator 0,85 é devido ao efeito Rüsch:
“Quanto maior é o tempo de carregamento para se alcançar a
ruptura, menor é a resistência do concreto”, ou “é a diminuição
da resistência do concreto com o aumento do tempo na
aplicação da carga.”
Fator 0,85: fator
corretivo, dado que a
resistência de cálculo
𝑓𝑐𝑑 é de ensaios de
compressão com
duração curta,
enquanto que nas
estruturas de concreto
o carregamento é
aplicado durante toda
a vida útil da estrutura.
Fonte: Bastos (2014)
Diagrama tensão-deformação do
concreto
Concretos de classe C55-C90

0,53
𝜀𝑐2 = 2,0‰ + 0,085‰ 𝑓𝑐𝑘 − 50
4
90 − 𝑓𝑐𝑘
𝜀𝑐𝑢 = 2,6‰ + 35‰
100

Fonte: Bastos (2023)


Diagrama tensão-deformação do
concreto
Deformações-limites do concreto

Classes <C50 C55 C60 C65 C70 C75 C80 C85 C90
𝜀𝑐2
(‰) 2,000 2,199 2,288 2,357 2,416 2,468 2,516 2,559 2,6000

𝜀𝑐𝑢
(‰) 3,500 3,125 2,884 2,737 2,656 2,618 2,604 2,600 2,600

Fonte: Porto (2015)


Diagrama tensão-deformação do
concreto
Diagramas tensão-deformação do concreto a tração
 Diagrama 𝜎 × 𝜀 do concreto não fissurado conforme ABNT NBR
6118 (seção 8.2.10.2)

 A deformação máxima de alongamento


é de 0,15 ‰
 𝐸𝑐𝑖 pode ser adotado como 𝑡𝑔 𝛼.
Deformações no concreto

 O concreto, sob ação dos carregamentos e das forças da


natureza, apresenta deformações que aumentam ou diminuem
o seu volume, podendo dar origem a fissuras, que, dependendo
da sua abertura e do ambiente a que a peça está exposta,
podem ser prejudiciais para a estética e para a durabilidade da
estrutura.

Principais deformações que ocorrem no concreto:

Retração Variação de
Fluência
temperatura
Retração

 Retração: diminuição de volume do concreto ao longo do


tempo, provocada principalmente pela evaporação da
água não utilizada nas reações químicas de hidratação do
cimento (retração hidráulica).

 A retração do concreto ocorre mesmo na ausência de


ações ou carregamentos externos e é uma característica
comum e natural dos concretos.
Retração

 Os efeitos da retração podem ser diminuídos executando uma


cuidadosa cura, durante pelo menos os primeiros dez dias após
a concretagem, além da chamada "armadura de pele“, colocada
próxima às superfícies da peça.

ABNT NBR 6118 (2014, seção 17.3.5.2.3)


Armadura de pele:
• Mínimo 0,10 % 𝐴𝑐,𝑎𝑙𝑚𝑎 ;
• CA-50 ou CA-60;
• Espaçamento não maior 20 cm;
• Ancorada nos apoios.
Fonte: http://arq.ap1.com.br/wp-
content/uploads/2015/02/armadura-de-pele.png

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