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CAPÍTULO 03
BASES DE CÁLCULO
A norma brasileira NBR 7190/1997, Projeto de Estruturas de Madeira, apresenta os métodos de ensaio
para a determinação destas propriedades no anexo B.
De acordo com esta norma (anexo B), para a caracterização completa da madeira para o uso em estruturas,
as seguintes propriedades devem ser determinadas por meio de ensaios:
g) Fendilhamento, este ensaio é realizado em corpo de prova especial e seu resultado não é usado em
cálculos, ele representa a resistência da madeira ao fendilhamento por perda de umidade, sendo
portanto, um parâmetro de qualidade.
h) Dureza, é medida pelo esforço necessário para penetração de uma esfera na direção das fibras.
Como os resultados obtidos dos ensaios variam de acordo com a umidade da amostra, os resultados
devem ser ajustados para a umidade padrão de 12%.
A partir dos resultados do ensaios padronizados, obtém-se as resistências média da madeira e a partir
da resistência média obtém-se as resistências características.
3. Bases de Cálculo
3.2 Propriedades Elásticas
Elasticidade é a capacidade do material de retornar à sua forma inicial, após retirada a ação externa que o
solicitava, sem apresentar deformação residual.
A madeira não é um material elástico ideal, mas pode ser considerada como tal para a maioria das
aplicações estruturais.
s 50% s 10%
Ec 0
e 50% e10%
O módulo de elasticidade na flexão (EM), que também pode ser determinado de acordo com o método de
ensaio apresentado pela norma brasileira, pode ser relacionado com o módulo de elasticidade longitudinal
pelas expressões abaixo:
Gef
Ec 0, ef
sendo, Ec 0, ef Kmod,1 Kmod,2 Kmod,3 Ec 0,m
20
5) Coeficiente de Poisson
A norma brasileira, NBR 7190:1997, não traz em seu texto nenhuma especificação a respeito
de valores do coeficiente de Poisson para a madeira
3. Bases de Cálculo
3.3 Propriedades de Resistência
Estas propriedades descrevem as resistências últimas de um material quando solicitado por uma força
As propriedades de resistência da madeira também diferem segundo os três eixos principais, embora com
valores muito próximos nas direções tangencial e radial.
Paralela às fibras
Por isso, as propriedades de resistência são analisadas segundo duas direções:
Normal às fibras
1) Compressão paralela às fibras
(Corpo de prova)
Fu
A resistência ao cisalhamento é dada por: fv
A
Este tipo de solicitação não é crítico na madeira, pois a madeira Cisalhamento vertical
apresenta considerável resistência ao cisalhamento na direção normal,
assim antes de romper por cisalhamento a peça já apresentará
problemas de resistência na compressão normal
Resistência média: f m
f i
i 1... n
n
f m fi
2
f k f m 1 1, 645
U 12
U 12
3 2
f12 fU 1 E12 fU 1
100 100
A resistência a tensões de compressão ou tração inclinadas em relação as fibras pode ser relacionada
empiricamente às resistências à compressão ou tração paralela e normal às fibras pela fórmula de
Hankinson:
f c 0 f c 90
f c
f c 0 sen 2 f c 90 cos 2
ft 0 ft 90
ft
ft 0 sen 2 f t 90 cos 2
3. Bases de Cálculo
3.5 Fatores que Influenciam nas Propriedades da Madeira
As propriedade mecânicas de cada espécie são influenciadas
por diversos fatores, dentre os quais os mais importantes são:
total el c el 1
= Coeficiente de fluência
3. Bases de Cálculo
3.5 Fatores que Influenciam nas Propriedades da Madeira
Coeficiente de fluência
As deflexões das peças de madeira, a longo prazo podem ser estimadas com o módulo de
elasticidade efetivo (Ec ef) inferior ao valor médio de Em obtido em ensaios
1
Ec ef E
1
3. Bases de Cálculo
3.6 Classificação de Peças Estruturais de Madeiras em Categorias
Tendo em vista que a presença de defeitos na madeira interferem em sua resistência, para viabilizar
a sua utilização em sistemas estruturais é necessário fazer uma classificação quanto a presença
desse defeitos.
Classificação por inspeção visual
Métodos de
classificação
Classificação mecânica
B. Classificação mecânica
A classificação mecânica pode ser feita por diferentes equipamentos não destrutivos e é baseado em
relações empíricas entre o módulo de elasticidade e a resistência a flexão.
A classificação mecânica não dispensa a classificação visual sendo necessário as duas para a definição da
classe de resistência.
Classificação por flexão estática (MOE) Classificação por ondas de tensão longitudinal (stress wave)
Classificação por vibração transversal Classificação mecânica por tensões (MSR)
Ultrassom
3. Bases de Cálculo
3.6 Classificação de Peças Estruturais de Madeiras em Categorias
3. Bases de Cálculo
3.6 Classificação de Peças Estruturais de Madeiras em Categorias
A classificação das madeiras em categorias visa garantir
um mínimo de qualidade para cada categoria.
c) Ações excepcionais: são aquelas que apresentam duração extremamente curta e com
baixa probabilidade de ocorrência, durante a vida da construção
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
Ações
NBR 8681 (Ações e segurança nas estruturas) causas que provocam esforços ou deformações nas
estruturas.
a) Ações permanentes: são aquelas que apresentam pequena variação durante praticamente
toda a vida da construção (ex.: peso próprio)
Combinação de Ações
Como as estruturas podem ser submetidas a diferentes tipos de ações, para se obter a solicitação
máxima que atuam nas estruturas devem ser feitas combinações de ações. A combinação mais
desfavorável será aquela que resultar no pior efeito sobre a estrutura.
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
A regra de Turkstra estabelece que o máximo efeito de uma
combinação de ações se dará no instante que uma das ações variáveis
atinge seu valor máximo .
Um carregamento é normal quando inclui apenas as ações decorrentes do uso previsto para a
construção, é considerado de longa duração e deve ser verificado nos estados limites último e de
utilização.
Como exemplo podemos citar para coberturas a consideração do peso próprio e do vento e para pontes
o peso próprio junto com o trem-tipo.
Em um carregamento normal, as eventuais ações de curta ou média duração terão seus valores atuantes
reduzidos, a fim de que a resistência da madeira possa ser considerada como correspondente apenas às
ações de longa duração.
Assim, de acordo com o item 5.5.8 da norma, na combinação de ações de longa duração em que o vento
representa a ação variável principal, as solicitações nas peças de madeira devidas à ação do vento serão
multiplicadas por 0,75
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
2) Carregamento especial
Neste carregamento estão incluídas as ações variáveis de natureza ou intensidade especiais, superando
os efeitos considerados para um carregamento normal. (ex.:o transporte de um equipamento especial
sobre uma ponte, que supere o carregamento do trem-tipo considerado)
A classe de carregamento é definida pela duração acumulada prevista para a ação variável especial
3) Carregamento excepcional
Na existência de ações com efeitos catastróficos o carregamento é definido como excepcional, e
corresponde à classe de carregamento de duração instantânea (ex.:terremoto)
Neste caso a duração é instantânea
4) Carregamento de construção
Determina-se a classe de carregamento pela duração acumulada da situação de risco.
Neste caso os procedimentos de construção podem levar a estados limites últimos (ex.: içamento de uma
treliça)
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
Situação de Projeto
São três as situações de projeto que podem ser consideradas: duradouras, transitórias e excepcionais.
É a situação de projeto que define que combinação usar
1) Situação Duradoura
São verificados os estados limites últimos e de utilização, devem ser consideradas em todos os projetos e
têm a duração igual ao período de referência da estrutura.
Para os estados limites últimos consideram-se as combinações normais de carregamento.
Para os estados limites de utilização devem ser verificadas as combinações de longa ou média
duração.
2) Situação Transitória
Ocorre quando a duração for muito menor que o período de vida da construção. Deve ser verificada
quando existir um carregamento especial para a construção e na maioria dos casos pode-se verificar
apenas estados limites últimos. Caso seja necessária a verificação dos estados limites de utilização, ela
deve ser feita com combinações de média ou curta duração
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
3) Situação Excepcionais
São as situações com duração extremamente curta e somente são verificadas para os estados limites
últimos
Estados-Limites
Estado-Limite é o estágio para o qual a estrutura apresenta inadequado desempenho (ELS – Estado Limite
de Serviço) ou entra em colapso total ou parcial (ELU – Estado Limite de Último) diante da solicitação de
cálculo.
Estados-limites último: Os estados-limites últimos estão relacionados com a segurança da estrutura, logo
a ocorrência deste estado-limite implica em colapso total ou parcial da estrutura.
Os estados-limites últimos típicos são:
Uma combinação última de ações pode ser classificada em normal, de construção e excepcional. No entanto,
qualquer que seja a combinação última usada, esta deve ser feita de forma que possam ser determinados os
efeitos mais desfavoráveis para a estrutura.
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
− Combinações Últimas Normais: decorrem do uso previsto para a edificação
São incluídas as ações permanentes e a ação variável
n n
g gi Fgi,k g q1 FQ1,k g qj y 0 j FQj,k principal, com seus valores característicos e as demais
i 1 j 2 ações variáveis, consideradas secundárias, com seus
valores reduzidos de combinação.
FQ1,k = o valor característico da ação variável admitida como principal para a situação transitória
considerada.
yoj, ef = representa os fatores de combinação efetivos de cada uma das ações variáveis que podem atuar
concomitantemente com a ação variável especial FQ1,k
Os fatores yoj, ef são iguais aos fatores ψ0j adotados nas combinações normais, a menos que a ação variável
principal FQ1 tenha um tempo de atuação muito pequeno, neste caso yoj, ef é igual a y2j
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
− Combinações Últimas Excepcionais: decorrem da atuação de ações excepcionais
(explosões, choques de veículos e efeitos sísmicos)
n n
g gi Fgi,k FQ,exc g qj y 0 j,ef FQj,k que podem provocar efeitos catastróficos. As ações
i 1 j 2 excepcionais somente devem ser consideradas no
projeto de estrutura de determinados tipos de
construção.
Os valores dos coeficientes de ponderação das ações e os valores de combinação são obtidos a partir da
NBR 7190 no item 5.6.4 e 5.6.5 . Esses coeficientes estão apresentados na tabela a seguir.
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
− Coeficientes de Ponderação gg:
gg – Ações de pequena variabilidade
a) Pequena variabilidade: Considera-se como de pequena variabilidade o
peso da madeira classificada estruturalmente cujo peso específico
tenha coeficiente de variação não superior a 10%
a) Obter as forças axiais solicitantes de cálculo de tração e compressão máximas em todas as barras,
para uso normal da estrutura.
Rwk
Rd Kmod
gw
onde:
kmod = coeficiente que leva em conta a classe de carregamento da estrutura, a classe de umidade admitida,
e o eventual emprego de madeira de segunda qualidade.
A norma brasileira especifica os valores dos coeficientes de ponderação (gw), de acordo com a solicitação:
Compressão paralela e normal às fibras: gwc = 1,4 Adota-se o valor básico de gw = 1,0
Foram realizados seis ensaios de flexão e determinados os valores abaixo relacionados para a tensão
resistente fM.
Determinar os valores característicos das tensões resistentes fck e ftk referidos à condição padrão de
umidade.
3. Bases de Cálculo
Exemplo 06
A segurança no estado limite último de uma viga de madeira serrada de 2.ª categoria de maçaranduba
será verificada de acordo com a norma NBR 7190 para uma combinação normal de ações.
• Combinação normal
• Madeira serrada de 2ª categoria, classe C60
• Classe de umidade 1
3. Bases de Cálculo
Exemplo 08
Uma treliça de madeira está sujeita a combinações normais de ações. Após a determinação dos
esforços solicitantes verifica-se se os elementos atendem nos critérios de segurança no estado limite
último. Determinar a resistência a tração paralela as fibras e o módulo de elasticidade efetivo, sabendo
que será utilizada madeira serrada de pinho-do-paraná e o local da construção tem unidade relativa do
ar média igual a 80%
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
ESTADOS-LIMITES ÚLTIMO DE SERVIÇO:
m n
FGi,k y 2 j FQj ,k
i 1 j 1
m n
FGi,k y 1FQj,k y 2 j FQj,k
i 1 j 2
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
− Combinações de curta duração: São utilizadas quando for importante impedir defeitos decorrentes das
deformações da estrutura. Neste caso a ação variável principal atua com seus valores referentes a média
duração.
m n
FGi,k FQj,k y 1 j FQj,k
i 1 j 2
− Combinações instantânea: Neste caso tem-se a ação variável especial e as demais ações variáveis agindo
com valores referentes a combinações de longa duração.
m n
FGi,k FQ,esp y 2 j FQj,k
i 1 j 1
Obs.: as combinações de média duração (frequente), curta duração (rara) e de duração instantânea são
adotadas em ordem crescente de rigor no controle de deslocamentos.
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
Estados limites de deformações – valores limites de deformações verticais
É muito comum a aplicação de contra-flechas nas estruturas com o objetivo de diminuir os problemas na
verificação de estados limites de utilização. Caso esta contra-flecha aplicada à estrutura seja no mínimo
igual à flecha devida às ações permanentes, pode-se considerar a flecha devida às ações permanentes
reduzida a 2/3 do seu valor.
Para a verificação de casos de flexão-oblíqua, os limites anteriores de flechas podem ser verificados
isoladamente para cada um dos planos principais de flexão.
3. Bases de Cálculo
Método dos Estados Limites
Estados limites de vibrações
O texto da norma brasileira especifica apenas que devem ser evitadas vibrações excessivas da
estrutura que possam prejudicar o desempenho dos elementos ou que tragam desconforto aos
usuários.
Admite ainda uma frequência natural de vibração mínima de 8 Hertz.
Nas construções correntes admite-se uma flecha máxima de 15mm causada pela vibração.
3. Bases de Cálculo
Exemplo 09
A viga mostrada na figura pertence ao sistema de cobertura. Verificar a viga com relação às
deformações. Utilize as combinações de longa, média e curta duração e compare os resultados.
• gk = 0,9 kN/m
• Qk = 1,0 kN