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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

Compressão paralela às fibras


A solicitação de compressão paralela às fibras da madeira pode
ocorrer em barras de treliça, pilares não submetidos a forças
excêntricas ou a forças que provoquem flexão, ou ainda, em
elementos componentes de contraventamentos ou travamentos
de conjuntos estruturais.
O critério de dimensionamento de peças estruturais de madeira
solicitadas à compressão paralela às fibras depende diretamente
do ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ) que ela apresenta.
O ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ) possui relação direta com os
Parâmetros geométricos das peças.
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Momento de Inércia (I)
Relação geométrica entre a área da seção e a distância da
extremidade da seção ao seu centro. Deve ser verificada em
relação aos dois lados da seção.
 Seção retangular
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Momento de Inércia (I)
 Seção circular

Raio de giração (i)


 Raiz quadrada da razão momento de inércia/área da seção
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Comprimento de Flambagem (Lf)
Flambagem é um fenômeno que ocorre em peças esbeltas (peças onde a
área de secção transversal é pequena em relação ao seu comprimento),
quando submetidas a um esforço de compressão axial.

A flambagem acontece quando a peça


sofre flexão transversalmente devido à
compressão axial.
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Comprimento de Flambagem (Lf)
O comprimento de flambagem pode assumir os seguintes valores em
relação ao comprimento da peça com sua condição de vinculo:
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Comprimento de Flambagem (Lf)
O comprimento de flambagem pode assumir os seguintes valores em
relação ao comprimento da peça e sua condição de vinculo:
PARÂMETROS GEOMÉTRICOS
Comprimento de Flambagem (Lf)
ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ)
Obtido pela relação entre o comprimento de flambagem (Lf)
e o raio de giração (i).

Estabilidade para peças comprimidas


Peças comprimidas podem atingir seu estado limite por
perda de estabilidade em função da sua esbeltez.
Assim, além da verificação da resistência deve-se verificar
a estabilidade da peça de acordo com as indicações a seguir,
considerando-se os seguinte casos:
ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS

ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ)

Peças curtas (λ < 40)


Para elementos estruturais comprimidos axialmente a
condição de segurança é expressa por:
, onde
σfl = tensão de compressão atuante (valor de cálculo);
fcod = resistência de cálculo à compressão

σfl
ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS
ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ)
Peças medianamente esbeltas (40< λ < λc)
Ocorre flambagem inelástica, ou seja, tensões superiores ao limite de
proporcionalidade.

σfl = tensão de compressão atuante (valor de cálculo);


fcod = resistência de cálculo à compressão
ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS
ÍNDICE DE ESBELTEZ (λ)
Peças longas λ > λc

A tensão admissível é dada pela fórmula de Euler, aplicada


com coeficiente de segurança global igual a 4.
ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS
Determinar a tensão admissível a compressão na direção das fibras em
uma peça de madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm, com
comprimento de flambagem igual a:
• 0,75 m;
• 1,23 m;
• 1,80 m
Madeira Dicotiledonea D 50
Carregamento longa duração
Classe de umidade 1
Madeira de 2ª categoria
ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS

Madeira Dicotiledônea D 50 fc0k = 50MPa = 500kgf/cm²


Carregamento longa duração → kmod1 = 0,7
Classe de umidade 1 → kmod2 = 1
Madeira de 2ª categoria → kmod3 = 0,8

Tensão resistente de cálculo - fcod

fc0d = Kmod x fc0k/𝛾w


Kmod = Kmod1 x kmod2 x Kmod3 →Kmod = 0,7 x 1,0 x 0,8 = 0,56

fc0d = 0,56 x 50/1,4

fc0d = 20 MPa
Engenhara Civil

ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS


madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm
comprimento de flambagem igual a: 0,75m;

λ = Lf/i Raio de giração i = √I/A

Momento de Inércia I = b³.h/12 = 7,5³x15/12 I = 527,34 cm4

Área A = b. h = 7,5x15 A = 112,50cm²

Raio de giração i = √I/A = √527,34/112,50 i = 2,16

λ = Lf/i = 75/2,16 λ = 34,72 λ < 40 →


ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS
madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm
fc0d = 20 MPa
comprimento de flambagem igual a: 1,23m;
λ = Lf/i Raio de giração i = √I/A I = 527,34 cm4 A = 112,50cm²
i = 2,16
λ = Lf/i = 123/2,16 λ = 56,94 λ > 40 → λc

→ → λc = 63,80

40 < 56,94 < 63,80 - Peça medianamente esbelta


ESTABILIDADE PARA PEÇAS COMPRIMIDAS
madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm
comprimento de flambagem igual a: 1,80m; fc0d = 20 MPa

λ = Lf/i Raio de giração i = √I/A I = 527,34 cm4 A = 112,50cm²


i = 2,16
λ = Lf/i = 180/2,16 λ = 83,33 λc = 63,80

λ > λc - Peça longa


Determinar a tensão admissível a compressão na direção das fibras em uma peça de
madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm, com comprimento de flambagem igual a:
• 0,75 m; Madeira Dicotiledônea D 50 - fcok = 50 MPa E = 22.000 MPa
• 1,23 m; Carregamento longa duração - kmod 1 = 0,7
• 1,80 m Classe de umidade 1 - kmod 2 = 1,0
Madeira de 2ª categoria - kmod3 = 0,8

Comprimento (Lf) - m λ σfl MPa

0,75 34,72 20

1,23 56,94 15,25

1,80 83,33 7,81


O aço ou a madeira oferecem perfeitas condições para
serem utilizados em estruturas, desde que observados
os perfis necessários para atender as solicitações de
carga, mão de obra e tratamento necessário para
garantir sua durabilidade e bom desempenho em serviço.
Determinar a tensão admissível a compressão na direção das fibras em uma peça de
madeira serrada de seção retangular 7,5 x 15 cm, com comprimento de flambagem igual a:
• 0,75 m; Madeira Dicotiledônea D 50 - fcok = 50 MPa E = 22.000 MPa
• 1,23 m; Carregamento longa duração - kmod 1 = 0,7
• 1,80 m Classe de umidade 1 - kmod 2 = 1,0
Madeira de 2ª categoria - kmod3 = 0,8

Comprimento (Lf) - m λ σfl MPa

0,75 34,72 20

1,23 56,94 15,25

1,80 83,33 7,81


ELEMENTOS TRACIONADOS
Na madeira, a tração pode ocorrer com orientação paralela ou normal às
fibras.
As propriedades referentes às duas solicitações diferem
consideravelmente.
A tração paralela provoca alongamento das células ao longo do eixo
longitudinal, enquanto que a tração normal tende a separar as células da
madeira perpendicular aos seus eixos, onde a resistência é baixa,
devendo ser evitada.
PEÇAS COM TRAÇÃO PARALELA OU AXIAL ÀS FIBRAS
São aquelas sujeitas à solicitações de tração na direção das fibras ão,
geralmente denominadas tração simples.
São as peças de verificação mais simples, pois não envolvem o perigo
de instabilidade, ao contrário da compressão.
Na prática, existem
inúmeras situações em
que encontramos
elementos estruturais
sujeitos a tração,
podendo citar:
tirantes,
contraventamentos de
torres, estruturas
espaciais e barras de
treliças.
DIMENSIONAMENTO À TRAÇÃO NA DIREÇÃO DAS FIBRAS
ELEMENTOS TRACIONADOS
As peças de madeira submetidas a um esforço axial de tração apresentam
comportamento elastofrágil até à ruptura, sem a ocorrência de valores
significativos de deformações antes do rompimento.
Nas estruturas, a tração paralela às fibras ocorre principalmente nas
treliças e nos tirantes de madeira.
ESTRUTURAS DE MADEIRA
Engenharia Civil

PROPRIEDADES DAS MADEIRA


Dimensionamento à Tração na direção das fibras
EXIGÊNCIAS

1. O COMPRIMENTO DA BARRA, dividido pela MENOR dimensão da seção


transversal, NÃO deve exceder 50.

2. PARA AS BARRAS PRINCIPAIS:

3. PARA AS BARRAS SECUNDÁRIAS


ELEMENTOS TRACIONADOS
Nas barras tracionadas axialmente os estados limites últimos se
configuram por ruptura das fibras na seção líquida ou na seção bruta
quando não houver furos.
ELEMENTOS TRACIONADOS
Estado limite de serviço
Limite de esbeltez
O índice de esbeltez é muito importante no dimensionamento de
peças comprimidas, nas quais pode ocorrer o fenômeno da
flambagem.
Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez não tem importância
fundamental, pois o esforço de tração tende a retificar a haste,
reduzindo a excentricidade construtiva inicial.
Contudo, as Normas fixam valores mínimos de coeficiente de
esbeltez, a fim de reduzir efeitos vibratórios provocados por
impactos, vento, etc.
Segundo a NBR 7190 a esbeltez (λ) de peças tracionadas deve ser
menor que 173.
ELEMENTOS TRACIONADOS
Exemplo:
Calcule a resistência de dimensionamento a tração do:
1- IPÊ,
2- JATOBÁ,
3- OITICICA,
na direção das fibras, supondo madeira serrada de primeira, Classe de
umidade 3 e carga de longa duração.
ft0k = 96,8 MPa = 968 kgf/cm²

ft0d ≈ 301 kgf/cm²


ELEMENTOS TRACIONADOS
RESISTÊNCIA DE DIMENSIONAMENTO A TRAÇÃO
Considerando a barra de IPÊ do exemplo de seção 7,5 x 10 cm submetida a
esforço de tração, calcule a força máxima resistida pela peça.
ELEMENTOS TRACIONADOS
Área líquida da seção (An)
A área liquida ou área útil deve ser considerada a redução
por furos ou entalhes na seção da peça íntegra
ELEMENTOS TRACIONADOS
Área líquida da seção (An)
A área liquida ou área útil deve considerar a redução por
furos ou entalhes na seção da peça íntegra
ELEMENTOS TRACIONADOS
Dimensionamento de peças com tração paralela às fibras.
Madeira IPÊ seção 7,5 x 15 cm

Tensão resistente de cálculo ft0d ≈ 301 kgf/cm²


ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA
Engenharia Civil

ELEMENTOS TRACIONADOS
Dimensionamento de peças com tração paralela às fibras.
Madeira IPÊ seção 7,5 x 15 cm

Tensão resistente de cálculo ft0d ≈ 301 kgf/cm²


ELEMENTOS TRACIONADOS
Dimensionamento de peças com tração paralela às fibras.
Madeira IPÊ seção 7,5 x 15 cm

Tensão resistente de cálculo ft0d ≈ 301 kgf/cm²


,

Madeira canafistula - fcok = 84,9 MPa = 849 kgf/cm²


Carregamento longa duração - kmod 1 = 0,7
Classe de umidade 1 - kmod 2 = 1,0
Madeira de 2ª categoria - kmod3 = 0,8
,

Madeira canafistula - fcok = 84,9 MPa = 849 kgf/cm²


Carregamento longa duração - kmod 1 = 0,7
Classe de umidade 1 - kmod 2 = 1,0
Madeira de 2ª categoria - kmod3 = 0,8

Kmod = kmod1 x kmod2 x kmod3 = 07 x 1 x 0,8 = 0,56

ftod = 0,56 x 849/1,8 ftod = 264,13 kgf/cm²

Fd= A x ftod Fd = (5 x 10) . 264,13

Fd =13.206,50 kgf > 4.000 kgf A emenda está corretamente dimensionada


ELEMENTOS TRACIONADOS
A peça abaixo está submetida a tração solicitante de cálculo Td = 5.000 kN,
considerando uma situação de projeto, verifique se a seção 7,5 cm x 10 cm
atende a este esforço, considerando: madeira serrada Jatobá; carregamento
permanente; classe 4 de umidade; peças de 2ª categoria; parafusos de diâmetro
12,5 mm. Verificar se a emenda suporta os esforços
,
,

Madeira Jatobá - ftok =157,5MPa = 1575 kgf/cm²


Carregamento permanente- kmod 1 = 0,6
Classe de umidade 4 - kmod2 = 0,8
Madeira de 2ª categoria - kmod3 = 0,8
Kmod = kmod1 x kmod2 x kmod3 = 0,6 x 0,8 x 0,8 = 0,384

ftod = 0,384 x 1575 ftod = 336 kgf/cm²


1,8
,

Calculo da área livre

Calculo da área bruta

Calculo da área do furo


,

Calculo da tensão de calculo atuante

A emenda suporta os esforços atuantes

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