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A árvore possui uma estrutura com elevada eficácia para resistir aos esforços submetidos
durante o seu período de vida, essencialmente os esforços de flexão produzidos pela acção
do vento. O mesmo não se pode dizer quanto aos esforços de compressão produzidos pela
acção da gravidade.
A madeira possui uma elevada resistência à tracção paralela às fibras. Como exemplo de
peças solicitadas a este esforço, podem-se referir a linha e o pendural das asnas. A relação
entre a tensão e a deformação é praticamente linear até á rotura.
A resistência à flexão das madeiras é elevada. Exemplo de peças: vigas, vigotas, madres e
pernas das coberturas, etc.
A resistência ao corte produz tensões tangenciais que actuam sobre as fibras da madeira do
seguinte modo:
- corta as fibras transversalmente pela acção do esforço tangencial de corte, sendo a
rotura dada por esmagamento;
- a rotura é realizada por deslizamento das fibras na direcção longitudinal através da
acção das tensões tangenciais de deslizamento longitudinal;
- a rotura é realizada por deslizamento das fibras laterais por efeito das tensões
tangenciais de deslizamento lateral (este tipo de esforço surge em casos específicos,
tais como nas ligações coladas entre a alma o banzo de vigas em duplo T);
Quadro II.II - Relação das classes de qualidade com as classes de resistência das espécies de madeira mais
usadas em estruturas
CLASSE DE
CLASSE DE
MADEIRA QUALIDADE
RESISTÊNCIA
(NORMA)
Pinho bravo (Pinus pinaster
EN (NP 4305) C18*
Ait.)
Casquinha (Pinus silvestris SS (BS 4978) C24
L.) GS (BS 4978) C16
S13 (DIN 4074) C30
Espruce (Picea abies Kars) S10 (DIN 4074) C24
S7 (DIN 4074) C16
Câmbala (milícia excelsea
A. Chev. ou M. Regia A. HS (BS 5756) D40
Chev.)
No caso do teor de humidade da madeira (para teores inferiores ao ponto de saturação das
fibras) aumentar, significa que irá existir maior quantidade de água na parede celular e
consequente diminuição da resistência e do módulo de elasticidade. A humidade
influencia as propriedades da madeira de diferente modo. Isto é a resistência à compressão
(tanto paralela como perpendicular às fibras) é a mais influenciado pela humidade,
independentemente da qualidade da madeira, seguido da resistência à flexão e por último a
resistência à tracção paralela às fibras que é praticamente independente do teor de
humidade da madeira.
pode ser explicado com suficiente precisão quando se tem em conta as teorias da visco-
elasticidade e da mecânica da fractura.” [4].
Por esta razão, a madeira reage bem aos efeitos do vento e sismo. Deve-se ter em atenção
que este efeito não deve ser confundido com o efeito de fadiga e da idade da estrutura.
O factor com maior importância na resistência da madeira é a sua qualidade, mais
concretamente são os defeitos que esta poderá possuir, como por exemplo:
- os nós criados pelos ramos das árvores;
- o desvio da fibra afectada pela presença de nós;
- a existência de fendas longitudinais radiais aquando da secagem que cortam os anéis
de crescimento transversalmente;
- fendas longitudinais tangenciais produzidas pela separação dos anéis de crescimento e
que são consequência da falta de aderência entre as membranas da madeira devido às
irregularidades do crescimento da árvore.
- o descaio da madeira, designação dada quando existe falta de madeira nas arestas das
peças de madeira, defeito da serragem associado ao corte da árvore.
Existe também uma relação entre a resistência da madeira e o seu volume sendo
inversamente proporcional. Este efeito é mais notório em relação ao esforço de tracção
perpendicular e paralela às fibras e em relação ao esforço de corte.
Existem dois grandes grupos de madeiras usadas na construção, que são as madeiras
maciças e as madeiras industriais.
Dentro das madeiras maciças existe a madeira roliça, a falquejada e a serrada. A madeira
roliça é usada nas construções rurais, em estacas, nos escoramentos, nos postes, etc. Este
tipo de madeiras deve ser usado sob condições meio seca, cujo teor de humidade ronda os
30%, ou seca ao ar em que existe o ponto de equilíbrio entre a humidade no interior das
células e a humidade atmosférica.