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FORMULÁRIOS

CONSTRUÇÕES EM MADEIRAS
(Versão 2015)

Conteúdo:

Formulário 1 – Propriedades da madeira (NBR 7190)


Formulário 2 – Combinações de ações (NBR 8681)
Formulário 3 – Dimensionamento de elementos tracionados (NBR 7190 e EC5)
Formulário 4 – Dimensionamento de elementos comprimidos (NBR 7190 e EC5)
Formulário 5 – Dimensionamento de elementos fletidos (NBR 7190 e EC5)
Formulário 6 – Dimensionamento de ligações em estruturas de madeira (NBR 7190 e EC5)

Prof. Dr. Jorge Luís Nunes de Góes

Campo Mourão, 27 de agosto de 2015


FORMULÁRIO 1 – Propriedades da madeira (NBR 7190)

A resistência de cálculo é dada por:


𝑓𝑤,𝑘
𝑓𝑤,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∙
𝛾𝑤
Onde:
fw,d = resistências de cálculo (pode assumir valores de resistência à compressão, tração, cisalhamento, etc.)
fw,k = é a resistência característica da madeira definida por meio de classes de resistência
γw = 1,4 (para resistência à compressão paralela ou normal)
γw = 1,8 (para resistência à tração paralela ou cisalhamento)
A Norma Brasileira NBR7190 permite que o dimensionamento seja realizado por meio das Classes de
Resistência ou por espécies. As tabelas 1 e 2 especificam valores de propriedades para o dimensionamento
por Classes de Resistência.

Tabela 1 – Classes de resistência de coníferas


Coníferas (Valores na condição padrão de referência U = 12%
Fc0,k Fv0,k Ec0,m ρaparente
Classes (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m³)
C20 20 4 3500 500
C25 25 5 8500 550
C30 30 6 14500 600

Tabela 2 – Classes de resistência de folhosas


Folhosas (Valores na condição-padrão de referência U = 12%
Fc0,k Fv0,k Ec0,m ρaparente
Classes (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m³)
D20 20 4 9500 650
D30 30 5 14500 800
D40 40 6 19500 950
D50 50 7 22000 970
D60 60 8 24500 1000

Para o caso de dimensionamento por espécies devem ser utilizadas as tabelas 3 e 4 em conjunto com as
equações seguintes:
𝑓𝑤,𝑘 = 0,7 ∙ 𝑓𝑤,𝑚 (para resistência à compressão normal e paralela)
𝑓𝑤,𝑘 = 0,54 ∙ 𝑓𝑤,𝑚 (para cisalhamento e tração)

Os coeficientes de modificação das propriedades de resistência são definidos como:


𝑘𝑚𝑜𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑,1 ∙ 𝑘𝑚𝑜𝑑,2 ∙ 𝑘𝑚𝑜𝑑,3
kmod,1 = refere-se a classe de carregamento e o tipo de material
kmod,2 = refere-se a classe de umidade e o tipo de material
kmod,3 = refere-se a qualidade da madeira e ao método utilizado na classificação da mesma

1
Tabela 3 – Valores médios de propriedades para madeiras folhosas nativas e de reflorestamento

2
Tabela 4 – Valores médios de propriedades para madeiras coníferas nativas e de reflorestamento

Tabela 5 – Definição de classes de carregamento e valores de 𝒌𝒎𝒐𝒅𝟏


Ação variável principal da combinação Tipos de madeira
Madeira Serrada
Ordem de grandeza
Classes de Madeira Roliça
Duração da duração Madeira
carregamento Madeira laminada
acumulada acumulada da ação recomposta
colada
característica
Madeira compensada
Vida útil da
Permanente Permanente 0,60 0,30
construção
Longa duração Longa duração Mais de seus meses 0,70 0,45
Uma semana e seis
Média duração Média duração 0,80 0,65
meses
Menos de uma
Curta duração Curta duração 0,90 0,90
semana
Instantânea Instantânea Muito curta 1,10 1,10

3
Tabela 6 – Exemplos práticos de classes de carregamento
Classes de carregamento Exemplos
Permanente Peso próprio
Reservatórios de água
Longa duração
Carga de armazenamento
Média duração Sobrecarga geral de piso
Neve
Curta duração
Sobrecarga de manutenção de cobertura
Vento
Instantânea Explosão
Cargas de impacto

Tabela 7 – Classes de umidade


Umidade de
Classes de Umidade relativa do
equilíbrio da madeira
umidade ambiente Uamb
Ueq
1 Uamb ≤ 65% 12%
2 65% < Uamb ≤ 75% 15%
3 75% < Uamb ≤ 85% 18%
Uamb ˃ 85% durante
4 ≥ 25%
longos períodos

Tabela 8 – Valores de kmod2


Madeira serrada
Classes de Madeira roliça Madeira
Umidade Madeira Laminada Colada recomposta
Madeira compensada
(1) 1,00 1,00
(2) 0,90 0,95
(3) 0,80 0,93
(4) 0,70 0,90

No caso de madeira serrada submersa, admite-se o valor kmod2 = 0,65.

Tabela 9 – Valores de kmod,3 para coníferas (para madeira classificada)


Tipo de classificação
Classificação Classe
Apenas visual Visual e mecânica
SE-D 0,70 0,90
S1-D 0,60 0,80
Densas (D)
S2-D 0,50 0,70
S3-D 0,40 0,60
SE-ND 0,60 0,80

Não-Densas S1-ND 0,50 0,70


(ND) S2-ND 0,40 0,60
S3-ND 0,30 0,50

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Tabela 10 – Valores de kmod,3 para folhosas (madeira classificada)
Tipo de classificação
Classe Visual e
Apenas Visual
mecânica
SE 0,90 1,00
S1 0,85 0,95
S2 0,80 0,90
S3 0,75 0,85

kmod,3 = 1,00 (para MLC reta)


t 2
k mod,3 = 1 − 2000 ∙ (r) (para MLC curva, com “t” a espessura das lâminas e “r” o menor raio de
curvatura das lâminas que compõem a seção transversal resistente)
kmod,3 = 0,70 (para madeira de folhosa, não-classificada)
Para madeira de conífera, não-classificada: não é permitido seu uso sem classificação

Outras informações importantes:


f0 ∙ f90
fα =
f0 ∙ sin α + f90 ∙ cos2 α
2

ft0,d = fc0,d

fe0,d = fc0,d

fe90,d = 0,25 ∙ fc0,d ∙ αe

fc90,d = 0,25 ∙ fc0,d ∙ αn

Tabela 11- Valores de αe para pinos padrão polegadas


Diâmetro do pino – (pol) Coef. αe
1/4” 2,50
3/8” 1,95
1/2" 1,68
5/8” 1,52
3/4" 1,41
7/8” 1,33
1” 1,27
1 1/4" 1,19
1 1/2” 1,14
1 3/4" 1,10
2” 1,07
3” 1,00

5
Tabela 12- Valores de αe para pinos padrão milímetros

Diâmetro do parafuso – padrão ISO (mm) Coef. αe

10 1,91
12 1,74
16 1,52
20 1,39
22 1,33
24 1,30
27 1,25
30 1,21
33 1,18
36 1,16

Tabela 13 – Valores de αn
Extensão (a') do carregamento normal às
αn
fibras, medida paralelamente a estas (cm)
1 2,00
2 1,70
3 1,55
4 1,40
5 1,30
7,5 1,15
10 1,10
15 1,00

Para os casos em que a medida “x” seja menor ou igual a 7,5 cm então αn = 1.
Para os casos em que a medida “a’” seja maior ou igual a 15 cm então αn = 1.
Para os casos em que a medida “x” seja maior que 7,5 cm, e o comprimento a’ seja menor ou igual a 15 cm,
deve-se utilizar a tabela acima para determinar o valor de αn .
No caso não tabelados deve-se proceder fazendo a interpolação linear entre os valores.
𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑1 ∙ 𝑘𝑚𝑜𝑑2 ∙ 𝑘𝑚𝑜𝑑3 ∙ 𝐸𝑐0,𝑚
1
𝐸𝑐90,𝑒𝑓 = 𝐸
20 𝑐𝑜,𝑒𝑓
𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝐸𝑡0,𝑒𝑓
𝐸𝑏,𝑒𝑓 = 0,90 ∙ 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑓𝑜𝑙ℎ𝑜𝑠𝑎𝑠)
𝐸𝑏,𝑒𝑓 = 0,85 ∙ 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛í𝑓𝑒𝑟𝑎𝑠)
𝐸0,05 = 0,7 ∙ 𝐸𝑐0,𝑚

6
FORMULÁRIO 2 – COMBINAÇÕES DE AÇÕES (NBR 8681)

Um tipo de carregamento é especificado pelo conjunto das ações que têm probabilidade e não desprezível
de atuarem simultaneamente sobre uma estrutura, durante um período de tempo preestabelecido.

Em cada tipo de carregamento as ações devem ser combinadas de diferentes maneiras, a fim de que possam
ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. Devem ser estabelecidas tantas
combinações de ações quantas forem necessárias para que a segurança seja verificada em relação a todos
os possíveis estados limites da estrutura.

(ELU) COMBINAÇÕES ÚLTIMAS DAS AÇÕES

Combinações Últimas Normais:


m n

Fd = ∑ γgi FGi,k + γQ [FQ1,k + ∑ 0j FQj,k ]


i=1 j=2
FGi,k é o valor característico das ações permanentes;
FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada como ação principal para a combinação;
0j FQj,k é o valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis.
OBS: em casos onde haja uma possível inversão de esforços deve-se considerar no mínimo duas
combinações: numa delas, admite-se que as ações permanentes sejam desfavoráveis e na outra que sejam
favoráveis para a segurança.

Combinações últimas especiais ou de construção:


𝑚 𝑛

𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑄 [𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 0𝑗,𝑒𝑓 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ]


𝑖=1 𝑗=2
0j,ef é o fator de combinação efetivo de cada uma das demais variáveis que podem agir
concomitantemenete com a ação principal FQ1,k, durante a situação transitória.
Obs: o fator 0j,ef é igual ao fator 0j adotado nas combinações normais, salvo quando a ação principal FQ1,k
tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que 0j,ef pode ser tomado como correspondente 2j .

Combinações últimas excepcionais:


𝑚 𝑛

𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄,𝑒𝑥𝑐 + 𝛾𝑄 ∑ 0𝑗,𝑒𝑓 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=1
Onde:
FQ,exc é o valor da ação transitória excepcional e os demais termos são os que já foram definidos.

(ELS) COMBINAÇÕES DE SERVIÇO DAS AÇÕES

Combinações quase permanentes de serviço: mais comum, utilizada na maioria dos casos. Relacionada com
o aspecto estético da estrutura.
𝑚 𝑛

𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ∑ 2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=1

Combinações frequentes de serviço: situações em que o deslocamento ou vibração possa afetar o


funcionamento de equipamentos ou causar empoçamento em coberturas (i<5%).

7
𝑚 𝑛

𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 1 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=2

Combinações raras de serviço: utilizar para casos onde a simples ocorrência de um estado limite de utilização
poderá provocar danos permanentes a estrutura ou a elementos não estruturais sujeitos à fissuração
(paredes de alvenaria ou elementos em concreto armado) ligados ao elemento estrutural analisado.
𝑚 𝑛

𝐹𝑑,𝑢𝑡𝑖 = ∑ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 1𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=2

Tabela 14 – Ações permanentes diretas consideradas separadamente


Efeito
Combinação Tipo de ação
Desfavorável Favorável
Peso próprio de estruturas metálicas 1,25 1,00
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,30 1,00
Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,35 1,00
Normal Elementos construtivos industrializados 1) 1,35 1,00
Elementos construtivos industrializados com adições in
1,40 1,00
loco
Elementos Construtivos em geral e equipamentos 2) 1,50 1,00
Peso próprio de estruturas metálicas 1,15 1,00
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,20 1,00
Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,25 1,00
Especial ou de 1)
construção Elementos construtivos industrializados 1,25 1,00
Elementos construtivos industrializados com adições in
1,30 1,00
loco
Elementos Construtivos em geral e equipamentos 2) 1,40 1,00
Peso próprio de estruturas metálicas 1,10 1,00
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,15 1,00
Peso próprio de estruturas moldadas no local 1,15 1,00
Excepcional Elementos construtivos industrializados 1) 1,15 1,00
Elementos construtivos industrializados com adições in
1,20 1,00
loco
Elementos Construtivos em geral e equipamentos 2) 1,30 1,00
1)
por exemplo: paredes e fachadas pré-moldadas, gesso acartonado.
2)
por exemplo: paredes de alvenaria e seus revestimentos, contrapisos.

γG = 1,2 (peso próprio de madeira industrializada)

γG = 1,3 (peso próprio de madeira serrada ou roliça)

8
Tabela 15 - Coeficientes de ponderação (g) para ações permanentes diretas, consideradas agrupadas
Efeito
Combinação Tipos de ação
Desfavorável Favorável
Grandes pontes (*) 1.30 1.0
Normal Edificações tipo 1 e pontes em geral (**) 1.35 1.0
Edificações tipo 2 (***) 1.40 1.0
Especial ou Grandes pontes (*) 1.20 1.0
de Edificações tipo 1 e pontes em geral (**) 1.25 1.0
construção Edificações tipo 2 (***) 1.30 1.0
Grandes pontes (*) 1.10 1.0
Excepcional Edificações tipo 1 e pontes em geral (**) 1.15 1.0
Edificações tipo 2 (***) 1.20 1.0
(*) Grandes pontes são aquelas em que o peso próprio da estrutura supera 75% da totalidade
das ações permanentes
(**) Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5 kN/m²
(***) Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5 kN/m²

Tabela 16 - Coeficientes de ponderação () para ações permanentes indiretas: recalque de apoio e
retrações
Efeitos
Combinação
Desfavoráveis Favoráveis
Normal 1.2 0
Especial ou de Construção 1.2 0
Excepcional 0 0

Tabela 17 – Coeficientes de ponderação (q) para ações variáveis consideradas separadamente


Combinação Tipo de ação Coeficiente de ponderação
Ações truncadas1) 1,2
Efeito de temperatura 1,2
Normal
Ação do vento 1,4
Ações variáveis em geral 1,5
Ações truncadas1) 1,1
Efeito de temperatura 1,0
Especial ou de construção
Ação do vento 1,2
Ações variáveis em geral 1,3
Excepcional Ações variáveis em geral 1,0
1) Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um
dispositivo físico de modo que o valor dessa ação não pode superar o limite correspondente. O
coeficiente de ponderação mostrado na tabela 4 se aplica a esse valor limite.

9
Tabela 18 - Coeficientes de ponderação (q) para ações variáveis consideradas conjuntamente
Combinação Tipos de ação Coeficientes de ponderação
Pontes e edificações tipo 1 1.5
Normal
Edificações tipo 2 1.4
Pontes e edificações tipo 1 1.3
Especial ou de Construção
Edificações tipo 2 1.2
Excepcional Ações variáveis em geral 1.0
Quando as ações variáveis forem consideradas conjuntamente, o coeficiente de ponderação mostrado
nesta tabela se aplica a todas as ações, devendo-se considerar também conjuntamente as ações
permanentes diretas. Nesse caso, permite-se considerar separadamente as ações indiretas como
recalques de apoio e retração dos materiais tabela 16 e o efeito de temperatura conforme tabela 17.

Tabela 18 – Valores dos fatores de combinação (Ψ0) e de redução (Ψ1 e Ψ2) para as ações variáveis
Ações Ψ0 Ψ1 Ψ23)4)
Cargas acidentais de edifícios
Locais em que não há predominância de pesos e de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas 0,5 0,4 0,3
1)
concentrações de pessoas
Locais em que há predominância de pesos e de equipamentos que
permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevadas 0,7 0,6 0,4
concentrações de pessoas 2)

Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6


Vento
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Temperatura
Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local. 0,6 0,5 0,3
Cargas variáveis e seus efeitos dinâmicos
Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3
Pontes rodoviárias 0,7 0,5 0,3
Pontes ferroviárias não especializadas 0,8 0,7 0,5
Pontes ferroviárias especializadas 1,0 1,0 0,6
Vigas de rolamentos de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5
1) Edificações residenciais, de acesso restrito.
2) Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
3) Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para Ψ2 o valor zero.
4) Para combinações excepcionais onde a ação principal for o fogo, o fator de redução Ψ2 pode ser reduzido,
multiplicando-o por 0,7.

Tabela 20 - Exemplo para cada classe de carregamento


Classes de carregamento Exemplos
Permanente Peso próprio
Longa duração Reservatórios de água, carga de armazenamento
Média duração Sobrecarga geral de piso
Curta duração Neve, sobrecarga de manutenção de cobertura
Instantânea Vento, explosão, cargas de impacto

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FORMULÁRIO 3 – Dimensionamento de elementos tracionados (NBR 7190 e EC5)

Passo 1: Determinação das propriedades do material – valores de cálculo (Formulário 1)

Passo 2: Determinação dos esforços – valores de cálculo (Formulário 2)

Passo 3: Determinação das propriedades geométricas da seção transversal


- Área
- Inércia
- Raio de giração
I I
i𝑥 = √ 𝐴𝑥 e i𝑦 = √ 𝐴𝑦

Passo 4: Cálculo da esbeltez


L L
λ𝑥 = 𝑖 0 e λ𝑦 = 𝑖 0
𝑥 𝑦
Os valores de KE são apresentados na Tabela 21.

Passo 5 – Verificação dos Estados Limites de Serviço (ELS)


Limitar a esbeltez da peça tracionada correspondente ao comprimento máximo de 50 vezes a menor
dimensão da seção transversal, ou esbeltez máxima de λ = 173.

Passo 6 – Verificação dos Estados Limites Últimos (ELU)


A condição de segurança expressa por:

σt0,d = ft0,d

Onde:
σt0,d é a tensão solicitante de cálculo (projeto – design) decorrente do esforço de tração;
ft0,d é a resistência de cálculo à tração;
A equação para cálculo da tensão solicitante de cálculo é dada por:
Nt,d
σt0,d =
Aliq
Onde:
Aliq é a área líquida da seção transversal;
Nt,d é o esforço normal de tração solicitante de cálculo.
A área líquida (útil) deve considerar a redução por furos ou entalhes na seção quando a redução da área
resistente for superior a 10% da peça íntegra. Considera-se neste item somente as barras de seção retangular
b x h.
Aliq = A − Afuros

OBS: Para ligações pregadas considera-se o diâmetro do furo igual o diâmetro do prego e para ligações
parafusadas (parafusos passantes) considera-se o diâmetro do furo igual ao diâmetro do parafuso mais um
acréscimo de 1,0 mm.

Para caso elementos tracionados em que as fibras estejam inclinadas em relação ao seu eixo, deve-se calcular
a resistência a tração da madeira utilizando a equação de Hankinson:

f t 0 f t 90
f t 
f t 0 sen    f t 90 cos2  
2

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FORMULÁRIO 4 – Dimensionamento de elementos comprimidos (NBR 7190 e EC5)

Passo 1: Determinação das propriedades do material – valores de cálculo (Formulário 1)

Passo 2: Determinação dos esforços – valores de cálculo (Formulário 2)

Passo 3: Determinação das propriedades geométricas da seção transversal


- Área
- Inércia
- Raio de giração
I I
i𝑥 = √ 𝑥 e i𝑦 = √ 𝑦
𝐴 𝐴

Passo 4: Cálculo da esbeltez


L L
λ𝑥 = 𝑖 0 e λ𝑦 = 𝑖 0
𝑥 𝑦
O comprimento de flambagem é calculado pelas expressões:
𝐿0,𝑥 = 𝐾𝐸,𝑥 ∙ 𝐿𝑥 e 𝐿0,𝑦 = 𝐾𝐸,𝑦 ∙ 𝐿𝑦
Os valores de KE são apresentados na Tabela 21.

Tabela 21 – Valores dos coeficientes KE.

Independentemente da direção analisada, as peças sujeitas à compressão axial ou à flexocompressão não


devem ter uma esbeltez maior que 140 (λ ≤ 140).

Passo 5: Determinação da esbeltez relativa


A esbeltez relativa é definida por:

λx 𝑓𝑐0,𝑘 λy 𝑓𝑐0,𝑘
λ𝑟𝑒𝑙,𝑥 =
𝜋
∙√
𝐸0,05
e λ𝑟𝑒𝑙,𝑦 =
𝜋
∙√
𝐸0,05

rel,x e rel,y são a esbeltez relativas correspondentes à flexão em relação aos eixos x e y, respectivamente;
x e y representam a esbeltez segundo os eixos x e y, respectivamente;
E0,05 é o módulo de elasticidade medido na direção paralela às fibras da madeira, que, considerando
distribuição normal, pode ser considerado igual a 0,7 Ec0,m;

12
Ec0,m é o valor médio do módulo de elasticidade medido na direção paralela às fibras da madeira.

Passo 5: Verificação da estabilidade (ELU)


Quando ambos os valores de rigidez relativa forem iguais ou menores do que 0,3 (λ𝑟𝑒𝑙,𝑥 ≤ 0,3 e λ𝑟𝑒𝑙,𝑦 ≤ 0,3),
então as tensões devem satisfazer às condições da flexocompressão, a seguir:
2 2
σ σMx,d σMy,d σ σMx,d σMy,d
( 𝑓Nc,d ) + 𝑓𝑐0,𝑑
+ KM ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1 e ( 𝑓Nc,d ) + K M ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
+ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1
𝑐0,𝑑 𝑐0,𝑑

Em todos os outros casos, as tensões devem satisfazer as seguintes condições:


σc0,d σMx,d σMy,d σc0,d σMx,d σMy,d
kcx ∙𝑓𝑐0,𝑑
+ 𝑓𝑐0,𝑑
+ KM ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1 e kcy ∙𝑓𝑐0,𝑑
+ KM ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
+ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1

Com:
1 1
k cx = e k cy =
2 2 2
kx +√(kx )2 −(λ𝑟𝑒𝑙,𝑥 ) ky +√(ky ) −(λ𝑟𝑒𝑙,𝑦 )

Em que:
2
k x = 0,5 ∙ [1 + 𝛽𝑐 ∙ (λ𝑟𝑒𝑙,𝑥 − 0,3) + (λ𝑟𝑒𝑙,𝑥 ) ]
2
k y = 0,5 ∙ [1 + 𝛽𝑐 ∙ (λ𝑟𝑒𝑙,𝑦 − 0,3) + (λ𝑟𝑒𝑙,𝑦 ) ]

Nas equações acima, é o fator βc para peças dentro dos limites de divergência de alinhamento definidos
anteriormente, assumindo os valores:
a) para madeira maciça serrada e peças roliças: βc = 0,2

b) para MLC, LVL ou CLT: βc = 0,1

kM é o coeficiente de correção correspondente à forma geométrica da seção transversal considerada:

a) Para seção retangular kM = 0,7;

b) Para demais seções kM = 1,0.

OBS: O fator kM leva em conta o fato de que nem sempre a resistência se esgota quando a tensão combinada
máxima atuando em um vértice de seção atinge a tensão resistente.

13
FORMULÁRIO 5 – Dimensionamento de elementos fletidos (NBR 7190 e EC5)

Os elementos fletidos de madeira devem ser verificados quanto aos Estados Limites de Serviço (flecha e
vibração) e quanto aos Estados Limites Últimos (estabilidade lateral, tensões normais, tensões tangenciais e
tensões de esmagamento nos apoios).

Passo 1: Determinação das propriedades do material – valores de cálculo (Formulário 1)

Passo 2: Determinação dos esforços – valores de cálculo (Formulário 2)

Passo 3: Determinação das propriedades geométricas da seção transversal


- Área
- Inércia
- Módulo de resistência

Passo 4: Verificação de flecha e vibração (ELS)


- Calcular a flecha instantânea para cada uma das solicitações permanentes e acidentais (ug,k e uq,k );
- Realizar as combinações devidas entre as flechas instantâneas (uinst );
- Calcular a flecha devido a fluência para cada uma das solicitações permanentes e acidentais (ug,creep e uq,creep);
𝑢 𝑐𝑟𝑒𝑒𝑝 =  ∗ 𝑢𝑖𝑛𝑠𝑡 (flecha devido a fluência)

Tabela 22 - Coeficiente de fluência ().

Obs: Para duração instantânea o coeficiente de fluência é nulo.

- Realizar as combinações devidas entre as flechas devido a fluência;

- Calcular a flecha efetiva, sendo esta obtida através da soma dos valores resultantes da combinação das
flechas instantâneas e da combinação das flechas devido a fluência.

𝑢𝑒𝑓 = 𝑢𝑐𝑟𝑒𝑒𝑝 + 𝑢𝑖𝑚𝑒 − 𝑢𝑐 (flecha efetiva)

Valores Limites para as flechas em vigas de madeira:

- Para elementos estruturais de telhados a flecha efetiva não deve exceder L/300, nem L/100 do
comprimento dos balanços correspondentes;

- Nas construções em que haja materiais frágeis ligados à estrutura, a flecha efetiva (uef), não devem superar
L/350 dos vãos, nem L/175 do comprimento dos balanços correspondentes. As flechas devidas apenas às
ações variáveis (uq,k), sem fluência, não devem superar L/500 ou L/300 do comprimento dos balanços
correspondentes, nem valor absoluto de 15 mm.

Obs1: as flechas devidas às ações permanentes (ug,k) podem ser parcialmente compensadas por
contraflechas (uc) (MLC). Neste caso, as flechas devidas às ações permanentes podem ser reduzidas, mas não
se considerando reduções superiores a 2/3 da flecha permanente.

14
Obs2: No caso de flexão oblíqua, os limites anteriores de flechas podem ser verificados isoladamente para
cada um dos principais planos de flexão, utilizando os limites anteriores para cada plano.

Passo 5: Verificação de estabilidade lateral (ELU)


Nas vigas de seção retangular garante-se esta verificação quando:

- Os apoios de extremidade da viga impedirem a rotação de suas seções externas em torno do eixo
longitudinal da peça;

- Existir um conjunto de elementos de travamento ao longo do comprimento L da viga, afastados de uma


distância menor ou igual a L1, que também impeçam a rotação dessas seções transversais em torno do eixo
longitudinal da peça;

- Para as vigas de seção transversal retangular, de largura b e altura h medida no plano de atuação do
carregamento, atender a condição:
3
ℎ 2
L1 E𝑐0,𝑒𝑓 1 β𝐸 ∙( )
𝑏
𝑏
≤𝛽 com β𝑀 = ∙ 1
𝑀 ∙𝑓𝑐0,𝑑 0,25∙𝜋 ℎ 2
𝛾𝑤𝑐 ∙( −0,63)
𝑏

Onde:
h é a altura da seção transversal da peça;
b é a largura da seção transversal da peça;
Ec0,ef é o módulo de elasticidade a compressão paralela às fibras;
fc0,d é a resistência de projeto da compressão paralela às fibras;
wc é o coeficiente de ponderação da resistência a compressão da madeira;
βE e βM são coeficientes de correção;
Tomando o coeficiente de ponderação wc = 1,4 e o coeficiente de correção E = 4, tem-se a tabela 23.

Tabela 23 – Coeficiente de correção  M

15
Nas peças onde as equações acima não são atendidas deve-se realizar uma redução da tensão normal
resistente.
L1 E𝑐0,𝑒𝑓 E𝑐0,𝑒𝑓
>𝛽 com σ𝑐1,𝑑 ≤ 𝐿
𝑏 𝑀 ∙𝑓𝑐0,𝑑 𝛽𝑀 ∙( 1)
𝑏

Passo 6: Verificação de tensões normais (ELU)


Para flexão simples reta a condição de segurança é expressa por:
σ𝑐1,𝑑 ≤ 𝑓𝑐0,𝑑 e σ𝑡2,𝑑 ≤ 𝑓𝑡0,𝑑
Com:
𝑀𝑑 𝑀𝑑 𝐼 𝐼
σ𝑐1,𝑑 = e σ𝑡2,𝑑 = e 𝑊𝑐 = e 𝑊𝑡 =
𝑊𝑐 𝑊𝑡 𝑦𝑐1 𝑦𝑡2

Onde:
c1d = tensão de projeto atuante na borda mais comprimida;
fc0,d = tensão resistente de projeto à compressão paralela às fibras;
t2d = tensão de projeto atuante na borda mais tracionada;
ft0,d = tensão resistente de projeto à tração paralela às fibras;
Md = momento fletor de projeto;
Wc e Wt = módulo de resistência à flexão do bordo considerado;
I = momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo central de inércia perpendicular ao plano
de ação do momento fletor atuante;
yc1 e yt2 = distância do centróide.

Em flexão simples oblíqua a condição de segurança é expressa pela mais rigorosa das duas condições
seguintes:
σ𝑀𝑥,𝑑 σ𝑀𝑦,𝑑 σ𝑀𝑥,𝑑 σ𝑀𝑦,𝑑
+ k𝑀 ∙ ≤ 1 e k𝑀 ∙ + ≤1
𝑓𝑤,𝑑 𝑓𝑤,𝑑 𝑓𝑤,𝑑 𝑓𝑤,𝑑

Onde:
Mx,d e My,d são as tensões máximas devidas às componentes de flexão atuantes segundo às direções
principais de seção transversal da peça;
fw,d é a resistência de cálculo que, conforme a borda verificada, corresponde à tração ou à compressão;
kM é o coeficiente de correção correspondente à forma geométrica da seção transversal considerada: seção
retangular kM = 0,7 e outras seções kM = 1,0.

Em flexão composta a condição de segurança é expressa pela mais rigorosa das duas expressões seguintes:
σNt,d σMx,d σMy,d σNt,d σMx,d σMy,d
𝑓𝑡0,𝑑
+ 𝑓𝑡0,𝑑
+ kM ∙ 𝑓𝑡0,𝑑
≤1 e 𝑓𝑡0,𝑑
+ kM ∙ 𝑓𝑡0,𝑑
+ 𝑓𝑡0,𝑑
≤1

Onde:
Nt,d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força normal de tração;
ft0,d é a resistência de cálculo à tração paralela às fibras.
As equações acima se aplicam quando a inclinação das fibras de madeira for menor ou igual a 6o. Para
inclinações de fibras maiores de 6o deve-se substituir o termo ft0,d por ftα,d. O valor ftα,d pode ser determinado
aplicando-se a equação de Rankinson:

16
𝑓𝑤0 ∙ 𝑓𝑤90
𝑓𝑤∝ =
𝑓𝑤0 ∙ sen2 ∝ + 𝑓𝑤90 ∙ cos 2 ∝
Nas barras submetidas à flexocompressão, a condição de segurança relativa a resistência da seção transversal
é expressa pela mais rigorosa das duas expressões seguintes, aplicadas ao ponto mais solicitado da borda
mais comprimida, considerando-se uma função quadrática para a influência das tensões devidas à força
normal de compressão:
2 2
σ σMx,d σMy,d σ σMx,d σMy,d
( 𝑓Nc,d ) + 𝑓𝑐0,𝑑
+ KM ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1 e ( 𝑓Nc,d ) + K M ∙ 𝑓𝑐0,𝑑
+ 𝑓𝑐0,𝑑
≤1
𝑐0,𝑑 𝑐0,𝑑

Onde:
Nc,d é o valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força normal de
compressão;
fc0,d é a resistência de cálculo à compressão paralela às fibras.
As equações acima se aplicam quando a inclinação das fibras de madeira for menor ou igual a 6o. Para
inclinações de fibras maiores de 6o deve-se substituir o termo fc0,d por fcα,d, aplicando-se a equação de
Rankinson.

Passo 7: Verificação de tensões tangenciais (ELU)


A condição de segurança é expressa por:

𝜏𝑑 ≤ 𝑓𝑣0,𝑑
d é a máxima tensão de cisalhamento atuando no ponto mais solicitado da peça;
fv0,d é a resistência ao cisalhamento paralelo as fibras.
Em vigas com seção retangular de largura b e altura h , d é expresso por:
3 𝑉𝑑
𝜏𝑑 =
2𝐴
No caso de flexão oblíqua, determinar para o mesmo ponto as tensões cisalhantes para cada componente
de esforço cortante x,d e y,d, calculando em seguida a tensão tangencial resultante:

𝜏𝑑 = √𝜏𝑥,𝑑 2 + 𝜏𝑦,𝑑 2

Passo 8: Verificação de tensões de esmagamento nos apoios (ELU)


A condição de segurança é expressa por:

σ𝑐90,𝑑 ≤ 𝑓𝑐90,𝑑

A equação para cálculo da tensão solicitante de cálculo é dada por:

𝑅𝐴,𝑑
σ𝑐90,𝑑 =
𝐴𝑒𝑠𝑚𝑎𝑔

Onde:

𝑅𝐴,𝑑 é o esforço normal de compressão solicitante de cálculo (força de reação de apoio da viga);

𝐴𝑒𝑠𝑚𝑎𝑔 é a área de contato efetiva ou área de esmagamento devido ao esforço normal.

17
FORMULÁRIO 6 – Dimensionamento de ligações em estruturas de madeira (NBR 7190 e EC5)

Passo 1: Determinação das propriedades dos materiais – valores de cálculo (Formulário 1)


No caso da madeira deve-se utilizar o Formulário 1
No caso de elementos metálicos utilizar os seguintes valores.
Tabela 24 – Materiais usados em parafusos. Fonte: NBR 8800 (2008)

Para parafuso francês admite-se fy,k = 250 MPa e fu,k = 300 MPa
Para pregos lisos com cabeça admite-se fy,k = 600 MPa e fu,k = 800 MPa
Para demais conectores procurar informações com o fabricante.

Passo 2: Determinação dos esforços – valores de cálculo (Formulário 2)

Passo 3.a: Dimensionamento dos entalhes e sambladuras

τd ≤ fv0,d
T C ∙ cos 𝛽
τd = =
𝑓∙𝑏 𝑓∙𝑏

Obs: A NBR 7190 recomenda f  15 cm.

σcα,d ≤ fcα,d
C ∙ cos 𝛽 T
σcα,d = =
𝑒∙𝑏 𝑒∙𝑏
Obs: A norma brasileira recomenda que a altura do dente seja de no mínimo 2 cm e no máximo de 25% da
altura da seção transversal (h/4) da peça entalhada. Quando “e” for maior que h/4 deve-se aumentar a
altura da seção ou então realizar dentes duplos.

Obs: A condição de segurança para dentes duplos é idêntica a anterior, com e = e1 + e2 e a folga “f” deve ser
tomada a partir do entalhe do segundo dente. A dimensão do primeiro dente (e1 < e2 - 1 cm) deve ser
menor que o segundo dente com diferença de no mínimo 1 cm.

Devem ser previstas sempre que possível o uso de estribos para evitar o deslocamento lateral da ligação e
também como elemento de segurança extra, no caso de ruptura da ligação por entalhe. O estribo deve ser

18
utilizado principalmente nas ligações de extremidades de treliças de cobertura, local com maior incidência
de patologias (fungos e insetos), principalmente por estar próximo as calhas.

Passo 3.b: Dimensionamento de ligações com parafusos passantes (madeira-madeira)

(a) parafuso sextavado rosca inteira, (b) parafuso sextavado com rosca parcial e (c) parafuso francês

- Calcular o momento resistente de escoamento do parafuso:

𝑀𝑦,𝑘 = 0,3. 𝑓𝑢,𝑘 . 𝑑2,6

My,k é o momento resistente do parafuso à flexão (N.mm); fu,k é a resistência última do aço do parafuso à
tração (N/mm²); d é o diâmetro do parafuso (mm).

As ligações por pinos metálicos podem ser realizadas com apenas uma seção de corte, com duas seções de
corte ou até por múltiplas seções de corte.

Configuração de ligações em corte simples e em corte duplo em parafusos.


O valor para a resistência características (Fv,Rk) das ligações com parafusos passantes entre as peças de
madeira ou derivados de madeira deve ser o menor das equações seguintes:

19
 Uma seção de corte:

(Ia) (Ib) (Ic) (IIa) (IIb) (III)

Modelo
Força característica calculada por plano de corte e por parafuso utilizado.
de falha

(Ia) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘 𝑡1 𝑑 (8.9)

(Ib) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘 𝑡2 𝑑 𝛽 (8.10)

𝑓𝑒,𝑘 𝑡1 𝑑 𝑡2 𝑡2 2 𝑡2 2 𝑡2 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(Ic) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = [√𝛽 + 2𝛽 2 [1 + + ( ) ] + 𝛽 3 ( ) − 𝛽 (1 + )] + (8.11)
1+𝛽 𝑡1 𝑡1 𝑡1 𝑡1 4

𝑓𝑒,𝑘 𝑡1 𝑑 4𝛽 (2 + 𝛽)𝑀𝑦,𝑘 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘


(IIa) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,05 [√2𝛽(1 + 𝛽) + 2 − 𝛽] + (8.12)
2+𝛽 𝑓𝑒,𝑘 𝑑 𝑡1 4

𝑓𝑒,𝑘 𝑡2 𝑑 4𝛽 (1 + 2𝛽)𝑀𝑦,𝑘 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘


(IIb) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,05 [√2𝛽2 (1 + 𝛽) + 2 − 𝛽] + (8.13)
1 + 2𝛽 𝑓𝑒,𝑘 𝑑 𝑡2 4

2𝛽 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(III) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,15√ √2 𝑀𝑦,𝑘 𝑓𝑒,𝑘 𝑑 + (8.14)
1+𝛽 4

𝐹𝑣,𝑅𝑘 , é o menor valor dentre os resultados dos seis modelos de falha.

Quadro 1 - Equações e modos de falha para uma seção de corte

20
 Duas seções de corte:

(Ia) (Ib) (II) (III)

Modelo de
Força característica calculada por plano de corte e por parafuso utilizado.
falha

(Ia) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = (𝑓𝑒,𝑘 . 𝑡1 . 𝑑) (8.15)

(Ib) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = (0,5. 𝑓𝑒,𝑘 . 𝑡2 . 𝑑 . 𝛽) (8.16)

𝑓𝑒,𝑘 . 𝑡1 . 𝑑 4𝛽 . (2 + 𝛽𝑐). 𝑀𝑦,𝑑 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘


(II) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,05 . [√2𝛽. (1 + 𝛽) + 2 − 𝛽] + (8.17)
2+𝛽 𝑓𝑒,𝑘 . 𝑑 . 𝑡1 4

2𝛽 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(III) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,15. √ √2. 𝑀𝑦,𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘 . 𝑑 + (8.18)
1+𝛽 4

𝐹𝑣,𝑅𝑘 é o menor valor dentre os resultados dos seis modelos de falha.

Quadro 2 - Equações e modos de falha para duas seções de corte


Onde:

d é o diâmetro do pino (mm);

t1 refere-se a espessura da peça lateral (mm);

t2 refere-se a espessura da peça central (mm);

β é a relação entre as resistências ao embutimento de diferentes madeiras:

𝑓𝑒,𝑘,2
𝛽=
𝑓𝑒,𝑘,1

Fv,Rk = resistência característica de uma seção de corte para um parafuso.

Para obter a resistência de cálculo de uma seção de corte para um parafuso deve-se utilizar a seguinte
equação:

𝐹𝑣,𝑅𝑘
𝐹𝑣,𝑅𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∙
𝛾𝑙𝑖𝑔

Adota-se 𝛾𝑙𝑖𝑔 igual a 1,4.


21
Já a resistência de cálculo da ligação (Rd) é obtida multiplicando-se a resistência de cálculo de uma seção de
corte para uma parafuso (Fv,Rd) pelo número de parafusos e pelo número de seções.

Nas ligações com mais de oito pinos, os pinos suplementares devem ser considerados com apenas 2/3 de sua
resistência individual.

2
𝑛0 = 8 + (𝑛 − 8)
3
𝐹
A parcela 𝑎𝑥,𝑅𝑑
4
presente nos modos de falha (Ic), (IIa), (IIb), (III) para uma seção de corte e (c) e (d) para duas
seções de corte, refere-se ao efeito de corda. Segundo a norma europeia, este efeito não deve ultrapassar
25% (para parafuso sextavado e francês) da parcela de Johansen. A norma europeia ainda indica que o efeito
de corda pode ser desprezado caso não seja verificado em ensaios. Como ainda não realizamos ensaios com
esse objetivo, sugere-se que o efeito de corda seja desprezado, por hora.

Recomendações construtivas (NBR 7190):

As ligações com parafusos passantes devem ser realizadas com pré-furação de 0,5 mm acima do diâmetro
do parafuso (d0 = d + 0,5 mm), não aceitando parafusos com menos de 9,5 mm de diâmetro (NBR).

Os parafusos devem ser instalados com porcas (nuts) e arruelas (washers), estas últimas sendo colocadas em
ambos os lados externos da ligação, uma junto a cabeça do parafuso (head) e outra junto a porca (nut). As
arruelas devem ainda possuir diâmetro três vezes o diâmetro do parafuso e espessura de 0,3 vezes o
diâmetro do parafuso.

Os espaçamentos entre os parafusos e bordas de ligação devem atender as seguintes recomendações:

Espaçamentos mínimos a serem atendidos (NBR7190).

22
Passo 3.c: Dimensionamento de ligações com parafusos passantes (madeira-aço)

A resistência características de ligações com pinos metálicos em madeira-aço depende da espessura da chapa
metálica utilizada na ligação. Chapas metálicas com espessura menor ou igual a 0,5d são classificadas como
chapas finas e, chapas com espessura maior ou igual a d e pré-furação com diâmetro menor que 0,1d são
classificadas como chapas grossas. A resistência característica da ligação com espessura entre os limites de
chapa fina e chapa grossa devem ser calculados por interpolação linear dos valores correspondentes.

A resistência da chapa metálica deve ser verificada conforme documento normativo específico NBR 8800.

Para ligações em corte simples, a resistência característica de um pino metálico correspondente a uma única
seção de corte, Fv,Rk deve ser o menor valor obtido das equações apresentadas no Quadro 3. Para ligações
em corte duplo, a resistência característica de um pino metálico correspondente a uma única seção de corte,
Fv,Rk deve ser o menor valor obtido das equações apresentadas no Quadro 4. A determinação da resistência
de cálculo segue as mesmas premissas já expostas nas ligações tipo madeira-madeira.

(a) (b) (c) (d) (e)

Modelo de
Força característica calculada por plano de corte e por parafuso utilizado.
falha

(a) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 0,4𝑓𝑒,𝑘 ∙ 𝑡1 ∙ 𝑑 (8.22)

𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(b) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,15 [√2𝑀𝑦,𝑅𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘 . 𝑑] + (8.23)
4

(c) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘 ∙ 𝑡1 ∙ 𝑑 [√2 + 𝑓


4∙𝑀𝑦,𝑅𝑘
2 − 1] +
𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(8.24)
𝑒,𝑘 ∙𝑑 ∙𝑡1 4

𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(d) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 2,3 ∙ [√𝑀𝑦,𝑅𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘 . 𝑑] + (8.25)
4

(e) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘 ∙ 𝑡1 ∙ 𝑑 (8.26)

𝐹𝑣,𝑅𝑘 é o menor valor dentre os resultados dos seis modelos de falha.

Em (a) e (b) as placas de aço são finas, enquanto que em (c), (d) e (e) são espessas.
t1 é a espessura da parte de madeira.

Quadro 3 - Equações e modos de falha para uma seção de corte

23
(f) (g) (h) (j/l) (k) (m)

Modelo de
Força característica calculada por plano de corte e por parafuso utilizado.
falha

(f) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘,1 ∙ 𝑡1 ∙ 𝑑 (8.27)

4 ∙ 𝑀𝑦,𝑅𝑘 𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(g) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 𝑓𝑒,𝑘,1 ∙ 𝑡1 ∙ 𝑑 [√2 + 2 − 1] +
(8.28)
𝑓𝑒,𝑘,1 ∙ 𝑑 ∙ 𝑡1 4

(h) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 2,3 ∙ [√𝑀𝑦,𝑅𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘,1 . 𝑑] +


𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
4
(8.29)

(j/l) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 0,5. 𝑓𝑒,𝑘,2 ∙ 𝑡2 ∙ 𝑑 (8.30)

𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(m) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 1,15 [√2𝑀𝑦,𝑅𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘,2 . 𝑑] + (8.31)
4

𝐹𝑎𝑥,𝑅𝑘
(k) 𝐹𝑣,𝑅𝑘 = 2,3 ∙ [√𝑀𝑦,𝑅𝑘 . 𝑓𝑒,𝑘,2 . 𝑑] + (8.32)
4

𝐹𝑣,𝑅𝑘 é o menor valor dentre os resultados dos seis modelos de falha.

Em (k) as placas de aço são finas, enquanto que em (f), (g), (h), (j/l) e (m) são espessas.

Quadro 4 - Equações e modos de falha para duas seções de corte

24

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