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ECV 137 – Estruturas de madeiras

CAPÍTULO 05
PEÇAS COMPRIMIDAS

Prof. Maila A. Pereira da Silva


5. Peças Comprimidas
5.1 Introdução
Denominam-se peças comprimidas Componentes de treliças
as peças sujeitas a solicitação de Sistemas de contraventamento
compressão axial. Compressão centrada
Colunas isoladas ou
pertencentes à pórticos

Compressão
excêntrica
(flexocompressão)
5. Peças Comprimidas
5.1 Introdução
As peças de madeira, comprimidas na direção das fibra, podem ser constituídas de seções transversais
simples ou compostas como apresentado nas figuras:
5. Peças Comprimidas
5.1 Introdução
As peças estruturais usadas em elementos comprimidos tem suas dimensões mínimas especificadas
pela NBR 7190.
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
Comprimento de Flambagem
Devido a natureza deformável das ligações nas estruturas de madeira, o efeito
favorável de engastamentos nas duas extremidades das ligações é desprezado.
Desta forma o comprimento de flambagem é igual ao comprimento real da peça
comprimida, exceto para colunas com extremidades engasta-livre cujo
comprimento de flambagem é dobro do comprimento real.

Critérios de Dimensionamento
O critério de dimensionamento de peças estruturais de madeira solicitadas à compressão depende
diretamente do índice de esbeltez (l) que ela apresenta.

L fl rmin = raio de giração mínimo da seção transversal do


I mín
l rmín  elemento estrutural
rmín A
Lfl = comprimento de flambagem do elemento
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
De acordo com a NBR 7190/97, o índice de esbeltez determina três tipos de elementos comprimidos:

Peças Curtas: l ≤ 40

Peças Semiesbeltas: 40 < l ≤ 80


Deve-se impor limitação máxima na esbeltez de barras
Peças Esbeltas: 80 < l ≤ 140 comprimidas correspondente ao comprimento máximo
de 40 vezes a menor dimensão da seção transversal. No
caso de seções retangulares implica em considerar:

L fl 40 b 12
lmáx    138,5  140
Peças Curtas: l ≤ 40 r b

Os estados limites últimos se configuram pelo esmagamento das fibras e a condição de segurança da
NBR 7190/97 é expressa por:

N Sd
 c0,d  fc0,d  f c 0,d
A
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
Peças Semiesbeltas: 40 < λ ≤ 80
A forma de ruptura das peças medianamente esbeltas pode ocorrer por esmagamento da madeira ou
por flexão decorrente da perda de estabilidade

A NBR 7190/97 não considera, para peças medianamente esbeltas, a verificação de compressão simples,
sendo exigida a verificação de flexo-compressão no elemento mesmo para carga de projeto centrada. Este
critério que estabelece a consideração de possíveis excentricidades na estrutura, não previstas no projeto.

A condição é verificada, no ponto mais comprimido da seção transversal, se for respeitada a seguinte
equação de iteração:
Nd = Valor de cálculo da tensão de compressão devida à força normal
 Nd  Md de compressão
  1, 0
f c 0, d f c 0, d
σMd = Valor de cálculo da tensão de compressão devida ao momento
fletor Md, calculado pela excentricidade ed prescrita pela norma: M d  N d  ed
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
Peças Semiesbeltas: 40 < λ ≤ 80
 Nd  Md
  1, 0 M d  N d  ed Momento fletor de cálculo
f c 0, d f c 0, d

Sendo:
 NE 
ed  e1   Excentricidade de cálculo
 E
N  N d 

e1 = excentricidade de primeira ordem, expressa por: e1  ei  ea


M1d h
ei = excentricidade incial decorrente dos valores de cálculo M1d e Nd : ei  
Nd 30
L fl
ea = excentricidade acidental em virtude das imperfeições geométricas da barra: ea 
300
 Ec 0,ef I
2

NE = carga crítica de Euler: NE 


L2fl
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
Peças Esbeltas: 80 < λ ≤ 140
A forma de ruptura das peças esbeltas ocorre por flexão causada pela perda de estabilidade lateral. A
verificação é feita pelo atendimento da equação de interação:
 Nd  Md  NE 
  1, 0 M d  N d  e1,ef   Momento fletor de cálculo
f c 0, d f c 0, d  E
N  N d 

e1ef = excentricidade efetiva de 1ª ordem: ec = excentricidade suplementar de primeira


ordem que representa a fluência da madeira:
e1,ef  e1  ec  ei  ea  ec
ec   eig  ea   ec  1
M 1d M 1gd  M 1qd h
ei = excentricidade inicial: ei      N gk   1  2  N qk 
Nd Nd 30 c
N E   N gk   1   2  N qk 
L0 h
ea = excentricidade acidental: ea   e = número neperiano ( e = 2,718 281)
300 30
5. Peças Comprimidas
5. Estados Limites Últimos
Peças Esbeltas: 80 < λ ≤ 140
Fatores de combinação
  N gk   1  2  N qk 
c
N E   N gk   1   2  N qk  M1g,d = valor de cálculo do momento fletor
devido apenas às ações permanentes

Ngk e Nqk = valores característicos da força normal devidos às cargas permanentes e variáveis.

Φ é o coeficiente de fluência relacionado às classes de carregamento e de umidade:


5. Peças Comprimidas
Exemplo 01
Verificar a condição de segurança da peça comprimida de madeira, indicada nas figuras. Considerar:

– Madeira dicotiledônea, classe C30.


– Dimensões indicadas em centímetros.
– Critério da NBR-7190 / 1997.
– Carregamento longa duração
– Classe de umidade 2
– Madeira 2ª categoria
– Reação de apoio: Rk = RGk + RQk
RGk = 2 kN (permanente) e RQk = 15 kN (sobrecarga).
5. Peças Comprimidas
Exemplo 02
Verificar a condição de segurança da peça comprimida de madeira, indicada nas figuras, submetida ao
esforço de compressão “Nk”:

– Madeira dicotiledônea, Eucalipto Dunnil.


– Dimensões indicadas em centímetros.
– Critério da NBR-7190 / 1997.
– Carregamento longa duração
– Classe de umidade 2
– Madeira 2ª categoria
– fc0d = 1,37 kN/cm²
– Ec0,ef = 1009,6 kN/cm²
– Esforço Normal: Nk = NGk + NQk
NGk = 8 kN (permanente) e NQk = 20 kN (sobrecarga).
5. Peças Comprimidas
Exemplo 03
Verificar a condição de segurança do pilar de madeira indicado nas figuras, submetido ao esforço de
compressão “Nk”:

 Madeira dicotiledônea, de Itaúba.


 Dimensões indicadas em centímetros.
 Critério da NBR-7190 / 1997.
 NGk = 5 kN (permanente) e NQk = 15 kN (sobrecarga).
 fc0,d = 2,21 kN/cm2 e Ec0,ef = 1266,3 kN/cm2
5. Peças Comprimidas
Exemplo 04
Para a barra comprimida indicada nas figuras, verificar a condição de segurança.
 Madeira Cedro Doce
fc0,m = 31,5 MPa; Ec0,m = 8085 MPa
 Dimensões indicadas em centímetros.
 Critério da NBR-7190 / 1997.
 Madeira de 2ª categoria
 Carregamento longa duração
 Classe de umidade 2
 Nk = NGk + NQk
• NGk = 5 kN (permanente)
• NQk = 8 kN (vento sobrepressão).
 Vinculação da extremidade da peça:
• Ponto 1: indeslocável em torno x, deslocável em torno de y
• Ponto 2: indeslocável em torno x e y
5. Peças Comprimidas
Exemplo 05
Verificar a condição de segurança da barra de madeira comprimida, indicadas nas figuras.
 Madeira Dicotiledônea – classe C40
fc0,k = 40,0 MPa; Ec0,m = 19500 MPa
 Dimensões indicadas em centímetros.
 Critério da NBR-7190 / 1997.
 Madeira de 2ª categoria
 Carregamento longa duração
 Classe de umidade 2
 Nk = NGk + NQk
• NGk = 10 kN (permanente)
• NQk = 30 kN (sobrecarga).
 Vinculação da extremidade da peça:
• Ponto 1: indeslocável em torno x e y
• Ponto 2: deslocável em torno y

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