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GCI049 – ESTRUTURAS DE AÇO

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS DE PERFIS


LAMINADOS E SOLDADOS

Barras Comprimidas

Gerson Moacyr Sisniegas Alva


BARRAS COMPRIMIDAS
Ocorrência
Colunas
Seção simples ou composta
Treliças
Seções mais comuns em elementos comprimidos

Perfis Laminados simples


(H ou L)

Peças de seção múltipla


Perfis soldados da série CS e CVS

Perfis formados a frio simples

Perfis formados a frio


de seção composta
Estados Limites Instabilidade Global

Fonte: De Nardin (2003)

Fonte: Souza (2003)


Estados Limites Instabilidade Local

Fonte: De Nardin (2003)

Fonte: http://911research.com/mirrors/guardian2/fire/SCI.htm
Estados Limites Instabilidades Locais

Exemplos

Flexão: mesa sob Compressão simples: alma


compressão uniforme sob compressão uniforme

Fonte: Manual do CBCA sobre perfis formados a frio


Flambagem Global por Flexão
Equação Diferencial (Equilíbrio da Barra)
N
d2 v N.v d2 v N.v
2
 2
 0
dx EI dx EI
1 modo de flambagem

Força axial de flambagem elástica


EI
2EI
N  Ne  (Força crítica de Euler)
v L
K.L 2

K.L = comprimento de flambagem


x
(Distância entre pontos de inflexão ou de
momentos nulos)

Neste caso específico: K  1,0


Coeficiente de flambagem por flexão em elementos isolados
Tabela E.1 da NBR 8800
Relembrando conceitos importantes:
Esbeltez: Raio de giração:
K.L I
 r
r A
Dividindo a força axial de flambagem elástica pela área da seção A, obtém-se:
2 .E
fcr  2 (tensão crítica de flambagem elástica)


  pl Plastificação
(não ocorre flambagem) fy
fcr =  E
2
  pl Flambagem plastificação

2
(não ocorre plastificação)
flambagem
 .E
2 
 pl  pl
fy
Curva de flambagem teórica
Em termos adimensionais:


fy
Índice de esbeltez reduzido:

1,0 0 
fcr  pl
fy

0 = 
1,0 pl

Formato semelhante ao da NBR 8800, a qual emprega curvas de flambagem


que consideram os efeitos das imperfeições iniciais e tensões residuais
INSTABILIDADE GLOBAL

Nex Nexz
ou Nez
Ney Neyz

Fonte: Souza (2012)

a) Flambagem por b) Flambagem por c) Flambagem por


Flexão Flexo-Torção Torção
Qual modo de flambagem ocorrerá primeiro?

Modo que apresentar menor valor de força crítica

Força axial de flambagem elástica Ne


(A ser utilizada no dimensionamento da barra)
Determinação da força axial de flambagem elástica - Ne
Y
x 0 , y 0  Coordenadas do centro de torção (CT)

CG X Caso geral: Seções assimétricas


y0
CT
x0 Menor valor das raízes da equação cúbica:
2 2
 x0   y0 
Ne  Nex Ne  Ney Ne  Nez   Ne Ne  Ney    Ne Ne  Nex    0
2
  2

 r0   r0 
Nex  Força axial de flambagem por flexão em torno do eixo x
Ney  Força axial de flambagem por flexão em torno do eixo y
Nez  Força axial de flambagem por torção em torno do eixo z (longitudinal)
r0  Raio de giração polar da seção em relação ao CT
r0  rx  ry  x 0  y 0 rx ,ry  Raio de giração em torno de x e y
2 2 2 2
Força axial de flambagem por flexão em torno do eixo x:
2 .E.Ix Ix  Momento de inércia da seção em x
Nex 
K x .L x 2 K x .L x  Comprimento de flambagem
por flexão em torno de x
Força axial de flambagem por flexão em torno do eixo y:
2 .E.Iy Iy  Momento de inércia da seção em y
Ney 
K .L 
y y
2
K y .L y  Comprimento de flambagem
por flexão em torno de y
Força axial de flambagem por torção em torno do eixo z (longitudinal):

1  2 .E.C w  Cw  Constante de empenamento da seção


Nez  2   G.IT 
 K z .L z 
2 G  Módulo de elasticidade transversal
r0 
IT  Momento de inércia à torção da seção
K z .L z  Comprimento de flambagem por torção em torno de z
(para valores de Kz: vide item E.2.2 da NBR 8800)
Constante de empenamento Cw
Propriedade geométrica relacionada à rigidez ao empenamento da seção

Seção inicialmente plana


deixa de permanecer plana
após a atuação do esforço
CT CT

Fonte: Hauksson e Vilhjálmsson (2014) Fonte: Souza (2012)

Fornecida em tabelas de perfis de fornecedores


Calculada a partir de expressões analíticas da bibliografia
(Perfis tipo “I”, “U” e cantoneiras)
Steel Structures – Design and Behavior, Charles Salmon e John Johnson
Theory of Elastic Stability, Stephen Timoshenko e James Gere
tf Perfil tipo “I” duplamente simétrico
t f d  t f  b f
2 3
Cw 
d 24

tf
bf
bf
Perfil tipo “U” monossimétrico
t b d  t f  3b f t f  2d  t f t w
tf 3 2
tw
d Cw  f f
12 6b f t f  d  t f t w

bf

b Perfil cantoneira de abas iguais

t 3 b  t 
3
b t
Cw 
18
Coeficiente de flambagem por torção Kz
É análogo à definição do coeficiente de flambagem por flexão
Depende das condições dos vínculos nas extremidades do elemento
Para os casos práticos de projeto (Anexo E NBR 8800):
Kz  1 Para rotação (de torção) impedida em ambas as extremidades
e empenamento livre
Kz  2 Para rotação (de torção) e empenamento livres em uma das
extremidades e impedidas na outra extremidade
Deslocamento devido ao empenamento

Deslocamento nulo devido ao empenamento

Empenamento livre em uma das extremidades


Empenamento livre nas duas extremidades e impedido na outra extremidade
Seções monossimétricas (com um eixo de simetria: eixo y) x0  0
0
2 2
 x0   y0 
Ne  Nex Ne  Ney Ne  Nez   Ne Ne  Ney    Ne Ne  Nex    0
2
  2

 r0   r0 
 2  y0 
2

Ne  Nex Ne  Ney Ne  Nez   Ne     0
  r0  

Ne  Nex 
2 .E.Ix Ney  Nez 
1  1 

4NeyNez 1  y 0 / r0 
2

K x .L x 2
Ne  Neyz 

2 1  y 0 / r0 
2
 

Ney  Nez 
2


Flambagem por Flambagem por flexão-torção
flexão em x (acoplamento flambagem por flexão em y e por torção)

Predomina o modo que resultar na menor força crítica


Quando o eixo de simetria for x: trocar y por x e yo por xo
Seções duplamente simétricas (dois eixos de simetria) x0  y0  0
0 0
2 2
 x0   y0 
Ne  Nex Ne  Ney Ne  Nez   Ne Ne  Ney    Ne Ne  Nex    0
2
  2

 r0   r0 
Ne  Nex Ne  Ney Ne  Nez   0
2 .E.Ix 2 .E.Iy 1  2 .E.C w 
Ne  Nex  Ne  Ney  Ne  Nez  2   G.IT 
K x .L x 2 K .L 
y y
2
r0  K z .L z 
2

Flambagem por Flambagem por Flambagem por
flexão em x flexão em y torção em z

Modos de flambagem ocorrem desacoplados


Predomina o modo que resultar na menor força crítica
Resumo: Instabilidade Global

Obtenção da Força Axial de Flambagem Elástica Ne


Caso geral: Seções assimétricas
Os três modos de flambagem ocorrem acoplados
Menor valor das raízes da equação cúbica (item E.1.3 da NBR 8800)
Seções Monossimétricas
Flambagem por flexão no eixo de não-simetria
Flambagem por flexo-torção (acoplados)

Seções Duplamente Simétricas


Flambagem por flexão
Flambagem por torção
Os três modos de flambagem ocorrem desacoplados
INSTABILIDADE LOCAL
Flambagem de chapas analogia com flambagem de barras
Chapa Barra N
q
k.2 .E 2 .E
fcr  fcr  2

2

 
b
12 1   2  
t
a
K.L EI
b 
 r v L
t
q t
x
b

b/t = relação largura espessura (esbeltez)


k = coeficiente de flambagem de chapa
(função das vinculações e do carregamento)
Caso Condições de apoio Tensão Coeficiente de flambagem k
A

1 A A
Normal 4,0

2 A A
Normal 0,43

3 A A Flexão 24,0

4 A A Cisalhamento 5,34
A
Classificação dos elementos para flambagem local

Em função das condições de vinculação das chapas nos perfis

Elementos AL Elementos AA

apoio apoio apoio apoio apoio

apoio

apoio

Elemento não-enrijecido Elemento enrijecido


(uma borda livre – AL) (duas bordas apoiadas – AA)
Comportamento pós-flambagem (elementos AA)
Flambagem de chapa não implica no esgotamento da capacidade resistente
Redistribuição de tensões é possível até que: max  fy

Largura Efetiva
Despreza-se região que apresenta
instabilidade
Considera-se uma largura efetiva
com mesma resultante de tensões

 
E  0,34 E 
bef  1,91.t. 1  b b
 
 t 
Nd
 Processo iterativo
A ef
Esbeltez limite: Plastificação - Flambagem local

k. .E
2
fcr  fy fcr  2
 fy
 
b
12 1   2   fy
fcr = k E
2

t
12(1-  )(b/t)
2 2

b k.E 
    lim  0,95
 t lim fy  lim
E
Chapas: Elementos AA (k = 4,0)  lim  1,9
fy
E
Chapas: Elementos AL (k=0,43)  lim  0,62
fy
Obs 1: É usual na prática adotar   lim para evitar flambagem local
Obs 2: Normas adotam valores ajustados aos limites acima determinados
(consideram imperfeições iniciais e resultados experimentais)
Valores de b / t limpara elementos enrijecidos (AA): Tabela F.1 da NBR 8800
Valores de b / t lim para elementos não enrijecidos (AL): Tabela F.1 da NBR 8800

Grupo
Elementos
Segurança nas barras comprimidas
Nc,Sd  Nc,Rd
Nc,Sd  Normal de compressão solicitante de cálculo
Nc,Rd  Normal de compressão resistente de cálculo
.Q.A g .fy
Nc,Rd 
 a1
  Fator de redução associado à resistência à compressão
(flambagem global)
Q  Fator de redução total associado à flambagem local
A g  Área bruta da seção transversal
fy  Resistência ao escoamento do aço
 a1  1,1
Fator de redução  associado à resistência à compressão (flambagem global):
2
0
Para  0  1,5   0,658 Q.A g .fy
0 
0,877 Ne
Para  0  1,5 
0
2
(Índice de esbeltez reduzido)

Figura 11:
NBR 8800

Valores de  em função de  0
Alternativamente, pode-se obter  por meio da Tabela da NBR 8800:

Valores de  em função de  0
Fator de redução total Q associado à flambagem local
(Vide Anexo F da NBR 8800)

Q  Qs .Qa
QS  Fator de redução associado à flambagem local dos elementos AL
(elementos não enrijecidos)
b
Se     lim QS  1,0
t

Qa  Fator de redução associado à flambagem local dos elementos AA


(elementos enrijecidos)
b
Se     lim Qa  1,0
t
Fator de redução associado à flambagem local dos elementos AL
a) Elementos do Grupo 3

b fy E b E
Qs  1,340  0,76 se 0,45   0,91
t E fy t fy
0,53E
Qs  b E
b
2
se  0,91
fy   t fy
t
b) Elementos do Grupo 4

b fy E b E
Qs  1,415  0,74 se 0,56   1,03
t E fy t fy
0,69E
Qs  b E
b
2
se  1,03
fy   t fy
t
Fator de redução associado à flambagem local dos elementos AL
c) Elementos do Grupo 5
b fy E b E
Qs  1,415  0,65   1,17
t k cE
se 0,64
fy / k c  t fy / k c 
0,90Ek c 4 0,35  k c  0,76
Qs  se b  1,17 E kc 
b
fy  
2
t fy / k c  h / tw
t h  altura da alma
t w  espessura da alma
d) Elementos do Grupo 6

b fy E b E
Qs  1,908  1,22 se 0,75   1,03
t E fy t fy
0,69E
Qs  b E
 
b
2
se  1,03
fy   t fy
t
Fator de redução associado à flambagem local dos elementos AA

Qa 
A ef A g  Área bruta da seção transversal
Ag A ef  Área efetiva da seção transversal
A ef  A g   b  bef .t bef  Largura efetiva

E ca E 
bef  1,92.t. 1  b
  b/t  
c a  0,38 para mesas ou almas de seções tubulares retangulares
c a  0,34 para os demais casos
  .fy
Opcionalmente, de forma conservadora:
  fy
Limitação de esbeltez em barras comprimidas
KL
  200
r
Em seções formadas por composição de perfis:

rmin

Perfil isolado

rmin

Usar de chapas espaçadoras para limitar a esbeltez (no mínimo duas)


REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço
e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2008. 237p.

SOUZA, A.S.C. Dimensionamento de Elementos Estruturais em Aço Segundo a NBR


8800:2008. 1.ed. São Carlos: Ed. EdUFSCar, 2012. 109p.

SOUZA, A.S.C. Análise teórica e experimental de treliças espaciais. 2003. 338p. Tese
(Doutorado em Engenharia de Estruturas) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2003.

DE NARDIN, S. Pilares mistos preenchidos: estudo da flexo-compressão e de ligações


viga-pilar. 2003. 323p. Tese (Doutorado em Engenharia de Estruturas) - Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2003.

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