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Cálculo Corrente Curto Circuito

434.2 Determinação das correntes de curto-circuito presumidas. As correntes de curto-circuito


presumidas devem ser determinadas, por cálculo ou por medição, em todos os pontos das
instalações julgados necessários. (RTIEBT)

Na imagem retirada do caderno técnico 158 da Schneider temos os quatro tipos de


curto circuitos possíveis.
Curto circuito de três fases, para esse calculo entramos com o valor da tensão simples
(U/√3) a dividir pela a impedância de curto circuito ( Zcc=√(R²+X²) ), neste caso será só de uma
fase pelo o facto que na união das três fases termos um ponto neutro.
Curto circuito entre duas fases entramos com a tensão composta a dividir pela a somas
das impedâncias dos dois cabos de ambas as fases, assumindo que as fases tem as mesmas
características temos a multiplicação da impedância de umas das fases por dois.
Curto circuito entre fase e neutro temos a tensão simples (U/√3) a dividir pela a soma
da impedância do neutro e da fase
Curto circuito entre fase e terra entramos com a tensão simples (U/√3) a dividir pela a
impedância da fase somado a impedância da terra.

NELSON MENDES
Para o cálculo da resistência dos condutores temos que que fazer o cálculo pelo o valor
máximo de temperatura no final do tempo de curto-circuito, verificando na tabela seguinte
retirada temos os vários valores de resistividade a serem usados para o cálculo da resistência
linear.

Aqui verificamos o
valor de corrente
máxima curto
circuito, este será o
valor calculado para
uma temperatura
normal de
funcionamento do
cabo, e o valor corrente mínima curto circuito este valor será o valor para a temperatura
máxima de curto circuito.

O valor da reactância de cabos com secções inferiores a 150mm são desprezíveis, visto
o seu valor relativamente baixo em relação ao valor da resistência.

Aqui verificamos que o valor da impedância


só começa a ser afetado pelo o valor da reactância
em cabos acima dos 150mm.

Após esse valor de secção podemos usar a


seguinte tabela com valores usualmente usados
para facilitar os cálculos.

(os valores dados são em miliohm por metro)

NELSON MENDES
Todas as fórmulas e valores apresentados acima são as simplificações para a utilização
em instalações domésticas de cálculos regulamentados pela a norma IEC60909 de 2001.

Na norma define o cálculo para as correntes máximas de curto circuito e mínimas,


como vamos abordar.

“A ICCMAX deve ser calculada para cada ponto da instalação, de modo a que seja
escolhida uma proteção com Poder de Corte acima deste valor. O ICCMIN só se justifica para
instalações de grandes dimensões, onde um curto-circuito muito longe da proteção pode ter
um valor que não seja suficientemente alto para ser identificado como tal pela proteção, mas
que pode trazer problemas por não ser cortado.” (enxerto da norma)

Como se lê o enxerto da norma o valor de escolha da proteção e dado pela a corrente


máxima de curto circuito. A corrente mínima de curto-circuito só justifica o seu cálculo em
grandes distâncias, onde o disjuntor poderá não detetar ou não fazer o disparo dentro do
tempo máximo de 5segundos (exemplo: cabo 2.5mm numa instalação tipo D suporta 42A
podendo ser protegido por um disjuntor de 40A mas assumindo que esse circuito teria
110metros teríamos uma corrente mínima de curto circuito de 120A, apesar do disjuntor
disparar, não ia cumprir o tempo maximo).

A fórmula dada pela a norma e a seguinte:

U= tensão simples para calculo de Icc monofásico, Curto-


C×U Circuito entre três fases ou entre fase e terra e tensão
I CC= composta para calculo Icc entre duas fases
Z
∑R= Soma das resistências
Z= √ ¿ ¿ ¿ ∑X= Soma das reactâncias
C= Fator tensão dado pela seguinte tabela
Icc máximo Icc mínimo

100V ate 1000V 1.05 0.95

1Kv ate 35Kv 1.10 1.00

>35Kv 1.10 1.00

São consideradas para a soma das resistências e das reactâncias os valores dos
condutores que originam o defeito, Fase-Fase, Fase-Neutro, Fase-Terra, Fase-Fase-Fase. No
caso de curto-circuito entre as três fases o valor da resistência será só de uma das fases.

Os cálculos da resistência dos condutores têm que ser feitos a temperatura máxima de
curto-circuito, em alguns casos pode-se usar temperatura máxima de funcionamento.
R= Valor da resistência final
R=(1+α ( θ−20 ))× R20 ℃ α= coeficiente temperatura (0.004 para alumínio e cobre)
R20= Resistência a 20º
Ɵ= temperatura final do curto circuito

NELSON MENDES
O cálculo da
reactância do cabo e com a fórmula:
−3
X =2× π × f × L ×10 X – Reactância Ω/Km
2 × DMG f – Frequência
L=K L × 0.46 log L – Indutância, (mH/Km)
dC
KL – Fator número de fios por condutor (tabela 10)
DMG – Distancia media geométrica
dc – Diâmetro condutor

a4

a3

a11

a10

NELSON MENDES
Em vários artigos técnicos desprezam o cálculo das reactâncias para secções inferiores a
120mm/150mm. Assumindo assim a fórmula:

C×U Neste caso o fator de tensão de 1.05 para o cálculo da


I CC= corrente de curto-circuito para a escolha da proteção, e em alguns
∑R manuais técnicos assumem o fator de tensão o valor de 1 e o 0.8
para calculo da corrente mínima de curto-circuito.

Como já foi referido, o tempo máximo de corte nas correntes de curto circuito e de
5segundos, tempo este estipulado ser o tempo que o cabo atinge a sua temperatura máxima.
Para o cálculo do tempo temos a fórmula:
S= Secção
S
√ t=K t= tempo (<5s)
I cc min K= Constante Obtida na tabela RTIEBT Secção 543.1.1

PVC Borracha PEX


Cobre 115 135 143
Alumínio 74 87 94
Este tempo calculado terá que ser inferior a 5 segundos.

Outra maneira de verificação será pela análise


gráfica.

Olhando para o gráfico, a curva F e a curva de


disparo de um disjuntor e a curva C e a curva de
fadiga de uma canalização, no valor Im temos o valor
de disparo do magnético (Proteção curto-circuito).

Neste caso calculamos o valor da corrente de curto


circuito mínima e a mesma terá que ser superior a
Im Im, valor este verificado nos gráficos de disparo
conforme a curva do disjuntor instalado.

Relembrando que as correntes de curto-circuito mínimas e tempos de disparo, só existe a


necessidade da análise das mesmas para circuito de maior dimensão.

Em alguns manuais técnicos fazem o cálculo das resistências dos condutores a


temperatura ambiente, não fazendo o cálculo para as temperaturas de curto-circuito, mas
adicionado um constante a fórmula para fazer a compensação.

t = constante temperatura
Esta constante tem valor de 1.25 para o cálculo de um curto-circuito
a temperatura máxima de funcionamento e 1.5 para o cálculo de
um curto-circuito a temperatura máxima de curto-circuito.

NELSON MENDES
Anexo: tabelas com valores de reactâncias.

NELSON MENDES
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