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UNITAU Sistemas Mecânicos I Prof.

Luiz Antonio Bovo

4.11. Carregamento Excêntrico


4.11.1. Considerações Gerais
O carregamento excêntrico ocorre quando um grupo de parafusos é solicitado
simultaneamente à esforço cortante e momento fletor. A figura abaixo é um exemplo de
carregamento excêntrico.

Figura (4.24)

Figura (4.25)

O ponto “O” representa o centróide do grupo de parafuso, é o primeiro passo a ser dado
para a resolução do problema, pois é em relação a este ponto que o momento se distribui,
é calculado como se fosse o centróide de uma peça qualquer.
Ai X i Aa ⋅ X a + Ab ⋅ X b + Ac ⋅ X c + Ad ⋅ X d
X= = [cm] (4.34)
Ai Aa + Ab + Ac + Ad

AiYi Aa ⋅ Ya + Ab ⋅ Yb + Ac ⋅ Yc + Ad ⋅ Yd
Y = = [cm] (4.35)
Ai Aa + Ab + Ac + Ad

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A carga resultante ( F1 ) em cada parafuso é calculada pela soma vetorial dos efeitos dos
carregamentos:

a) Esforço Cortante:
Q
F1i = [kgf ] (4.36)
n
onde:
F1i => Carga devido ao esforço cortante

Q => Esforço cortante do carregamento [kgf ]


n => Número de parafusos em cada grupo
i => Índice que indica o número do parafuso em estudo

b) Momento Fletor:
Mf = F2 a ⋅ ra + F2b ⋅ rb + F2c ⋅ rc + F2 d ⋅ rd + ... (a)

Como o momento fletor está agindo no centróide, cada parafuso recebe uma força
proporcional ao seu afastamento em relação ao centróide:
F2 a F2b F2c F2 d
= = = = ... (b)
ra rb rc rd

Resolvendo as equações (a) e (b) simultaneamente, tem-se:


Mf ⋅ ri
F2i = 2 2 2 [kgf ] (4.37)
ra + rb + rc + rd + ...
2

onde:
F2i => Carga devido ao momento fletor

Mf => Momento fletor do carregamento [kgf ⋅ cm]


n => Número de parafusos em cada grupo
i => Índice que indica o número do parafuso em estudo

c) Carga Resultante
É a soma vetorial dos carregamentos, devido ao esforço cortante e momento fletor.
Se os parafusos forem iguais, somente aquele que apresentar maior carga resultante é
que será dimensionado, usando os métodos já descritos.

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Se as cargas devido ao Esforço Cortante e Momento Fletor formarem um ângulo reto a


Carga Resultante será:

Fi = F 21i + F 2 2i [kgf ] (4.38)

Se as cargas formarem um ângulo diferente de um ângulo reto a Carga Resultante será:

Fi = F 2 1i + F 2 2i − 2 ⋅ F1i ⋅ F2i ⋅ cos β [kgf ] (4.39)

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4.12. Tabelas
Tabela (4.7) – Parafusos Sextavados

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Tabela (4.8) – Porcas Sextavadas

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4.13. Roteiros para dimensionamento de Parafusos

4.13.1. Roteiro para dimensionamento de Tensões no Filete da Rosca – Capítulo 4


a. Dados de Projeto
p , d 2 , d 3 e D1 (ver tabela (4.1))

b. Altura da Porca
h (ver tabela (4.8))
c. Tensão Limite de Ruptura e Limite de Escoamento
σ R ou σ E (ver tabela (4.3) ou regra prática)
d. Cálculo das Tensões Admissíveis
σR σE σ
σ = ou σ = ,τ = , σ comp = 1,25 ⋅ σ
S S 3
e. Cálculo da Tensão Normal de Flexão

5⋅ 3 ⋅ F
σf =± ≤σ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
f. Cálculo da Tensão Normal de Tração
4⋅ F
σt = ≤σ
π ⋅ d3
2

g1. Cálculo da Tensão Transversal de Cisalhamento Média


4⋅ F
τm = ≤τ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
g2. Cálculo da Tensão Transversal de Cisalhamento Máxima
2⋅ F
τ max = ≤τ
π ⋅ D1 ⋅ h
h. Cálculo da Tensão Composta

σ comp = σ f 2 + σ t 2 + σ f ⋅ σ t + 3 ⋅ τ m 2 ≤ σ comp

i. Cálculo da Tensão Normal de Contato Superficial


16 ⋅ F
σ cont = ≤σ
5 ⋅ 3 ⋅π ⋅ d 2 ⋅ h

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4.13.2. Roteiro para dimensionamento de Parafusos Submetidos à Fadiga – Capítulo 4


a. Tensão Limite de Ruptura e Limite de Escoamento
σ R ou σ E (ver tabela (4.3) ou regra prática)
b. Cálculo da Tensão Limite de Fadiga do Corpo-de-Prova
σ ' FAD
LIM
= 0,5 ⋅ σ R
c. Cálculo do Fator de Superfície
ka (ver figura (2.3))
d. Cálculo do Fator de Tamanho
kb (ver tabela (2.1))
e. Cálculo do Fator de Confiabilidade
kc = 1 (ou ver tabela (2.2))
f. Cálculo do Fator de Temperatura
344,4
kd = 1 para T ≤ 70°C ou kd = para T > 70°C
273,3 + T
g1. Cálculo do Fator Prático de Concentração de Tensões em Elementos Roscados
kr (ver tabela (4.3))
g2. Cálculo do Fator Modificador de Concentrações de Tensão
1
ke =
kr
h. Cálculo do Fator de Efeitos Diversos
kf = 1
i. Cálculo da Tensão Limite de Fadiga da Peça
σ FAD
LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' FAD
LIM

j. Cálculo da Constante de Rigidez do Parafuso


E ⋅π ⋅ d 2
kp =
4⋅L
k. Cálculo da Constante de Rigidez dos Flanges
2 ⋅π ⋅ d 2 ⋅ E
se materiais dos flanges forem iguais km =
L
2 ⋅ π ⋅ d 2 ⋅ E1 2 ⋅ π ⋅ d 2 ⋅ E2
se materiais dos flanges forem diferentes km1 = e km 2 =
L1 L2
1 1 1
= +
km km1 km 2

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l1. Cálculo da Força de Pré-tensionamento


Fi = 1,4 ⋅ P ou Fi = 0,9 ⋅ σ rp ⋅ A

l2. Cálculo da Área Menor do Parafuso


π ⋅ d32
A=
4
l3. Cálculo da Tensão Média
kp P F
σm = ⋅ + i
kp + km 2 ⋅ A A

l4. Cálculo da Amplitude da Tensão


kp P
σA = ⋅
kp + km 2 ⋅ A

m. Diagrama de Goodman Modificado


n. Verificação da Segurança da União
o. Cálculo do Coeficiente de Segurança
σm σA
S= max
ou S = max

σm σA

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4.13.3. Roteiro para dimensionamento de Parafusos com Carregamento Excêntrico – Capítulo 4


a. Tensão Limite de Ruptura e Limite de Escoamento
σ R ou σ E (ver tabela (4.3) ou regra prática)
b. Cálculo das Tensões Admissíveis
σR σE σ
σ = ou σ = ,τ =
S S 3
c. Croqui de Distribuição de Cargas
Ai ⋅ x i Ai ⋅ xi
c1. Cálculo do CG => x = y=
Ai Ai

d1. Cálculo do Esforço Cortante


Q (ver tabela (1.6))
d2. Cálculo do Número de Parafusos em cada Grupo
n número de parafusos em cada grupo (conforme croqui de distribuição de cargas)
d3. Cálculo da Carga devido ao Esforço Cortante
Q
F1i =
N
e1. Cálculo do Momento Fletor
Mf (ver tabela (1.6))
e2. Cálculo dos Raios de Giro do Momento Fletor
ra , rb , rc , rd , conforme croqui de distribuição de cargas

e3. Cálculo da Carga devido ao Momento Fletor


Mf ⋅ ri
F2i = 2 2 2 2
ra + rb + rc + rd + ...
f. Cálculo da Carga Resultante

ou Fi = F1i + F2i − 2 ⋅ F1i ⋅ F2i ⋅ cos β


2 2 2 2
Fi = F1i + F2i

g. Cálculo do Diâmetro do Parafuso


4 ⋅ 3 ⋅ Fi
d=
2 ⋅π ⋅τ

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4.14. Exercícios
4.14.1 O pedestal de suspensão da figura abaixo possui rosca trapezoidal métrica de uma
entrada, com diâmetro nominal de 44mm e passo 7mm, deve ser usado para levantar e
abaixar uma carga F de 2000kgf.
Dados:
d = 44mm
p = 7 mm

µ s = 0,2 Aço/bronze na subida


µ d = 0,1 Aço/bronze na descida
µ c = 0,2 Aço/bronze na porca
d c = 80mm

D = 600mm (diâmetro do volante)


F = 2000kgf
Rosca simples (uma entrada)

Pede-se:
a) Fornecer o diâmetro médio ou efetivo, o diâmetro menor e o ângulo da rosca;
b) Determinar a força que deve ser aplicada no volante para levantar a carga F;
c) Verificar se a haste roscada possui auto-retenção, se possuir calcule a força que
deve ser aplicada no volante para abaixar a carga F;
d) Verificar o rendimento do parafuso de potência durante o levantamento da carga.

Resolução:
a. Da tabela (4.2) - Seleção de passos e diâmetros, para rosca trapezoidal métrica com
diâmetro nominal de 44mm e passo 7mm, tem-se:
- Diâmetro médio ou efetivo: d 2 = 4,05cm
- Diâmetro menor: d 3 = 3,60cm

- Ângulo da rosca: 2 ⋅ α = 30° ∴α = 15°

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b. Cálculo da Força necessária para levantar a carga (FL)


Das equações (4.3) + (4.5), tem-se:
π ⋅ d2 ⋅ µs
l+
F ⋅ d2 cos α F ⋅ dc ⋅ µc
Mt = +
2 µ ⋅l 2
π ⋅ d2 − s
cos α
onde:
Mt => Momento torçor para levantar a carga [kgf ⋅ cm]
l = p = 0,7cm => avanço da rosca ( l = p para rosca com uma entrada)
F = 2000kgf

d 2 = 4,05cm
µ s = 0,2 Aço/bronze na subida
µ c = 0,2 Aço/bronze na porca
d c = 8cm

Substituindo, tem-se:
π ⋅ 4,05 ⋅ 0,2
0,7 +
2000 ⋅ 4,05 cos 15° 2000 ⋅ 8 ⋅ 0,2
Mt = +
2 0,2 ⋅ 0,7 2
π ⋅ 4,05 −
cos 15°
Mt = 1073,6 + 1600 => Mt = 2673,6kgf ⋅ cm

Como o acionamento é feito através de volante, tem-se:


D D Mt 2673,6
FL ⋅ + FL ⋅ = Mt => FL = = => FL = 44,6kgf
2 2 D 60

c. Verificação da auto-retenção da haste


Da equação (4.7) tem-se: µ ≥ tan β
onde:
l 0,7
tgβ = = => tgβ = 0,055
π ⋅ d 2 π ⋅ 4,05
como µ d = 0,1 Aço/bronze na descida ≥ tgβ = 0,055 a haste é auto-frenante.

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Cálculo do momento torçor para abaixar a carga


Das equações (4.4) + (4.5), tem-se:
π ⋅ d2 ⋅ µd
−l
F ⋅ d2 cos α F ⋅ dc ⋅ µc
Mt = +
2 µ ⋅l 2
π ⋅ d2 + d
cos α
onde:
µ d = 0,1 Aço/bronze na descida

Substituindo, tem-se:
π ⋅ 4,05 ⋅ 0,1
− 0,7
2000 ⋅ 4,05 cos 15° 2000 ⋅ 8 ⋅ 0,2
Mt = +
2 0,1 ⋅ 0,7 2
π ⋅ 4,05 −
cos 15°
Mt = 195,4 + 1600 => Mt = 1795,4kgf ⋅ cm

A força necessária para abaixar a carga será:


D D Mt 1795,4
FA ⋅ + FA ⋅ = Mt => FA = = => FA = 29,9kgf
2 2 D 60

d. Verificação do rendimento do parafuso na subida


Da equação (4.9):
F ⋅l
e=
2 ⋅ π ⋅ Mt
onde:
Mt = 2673,6kgf ⋅ cm

Substituindo, tem-se:
2000 ⋅ 0,7
e= = 0,083 => e = 8,3%
2 ⋅ π ⋅ 2673,6

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4.14.2 Calcular as tensões nos filetes da rosca de um parafuso M20, rosca normal classe
8.8 DIN931, que fixado à uma porca, está submetido à força de tração F=3000kgf. Adotar
coeficiente de segurança S=2,5 em relação à tensão limite de escoamento. A porca
utilizada será conforme norma DIN934 classe 8.

Resolução:
a. Da tabela (4.1), para rosca Métrica ISO M20 e passo normal, tem-se:
d = 2,0cm diâmetro nominal das roscas
p = 0,25cm passo normal das roscas

d 2 = 1,8376cm diâmetro médio ou efetivo das roscas


d 3 = 1,6933cm diâmetro menor da rosca externa (parafuso)

D1 = 1,7294cm diâmetro menor da rosca interna (porca)

b. Da tabela (4.8), para porca M20 DIN934, tem-se:


h = 1,6cm altura da porca

c. Da tabela (4.3), para parafuso classe 8.8, tem-se:


σ E = 6.400 kgf cm 2 tensão limite de escoamento

d. Cálculo das tensões admissíveis


σE 6.400
Da equação (1.2) σ = = => σ = 2560 kgf cm 2
S 2,5
σ 2.560
Da equação (1.3) τ = = => τ = 1478 kgf cm 2
3 3
Da equação (1.4) σ omp = 1,25 ⋅ σ = 1,25 ⋅ 2.560 => σ omp = 3200 kgf cm 2

e. Cálculo da Tensão Normal de Flexão no Filete da Rosca


Da equação (4.10)

5⋅ 3 ⋅ F 5 ⋅ 3 ⋅ 3000
σf =± =± => σ f = ±996 kgf cm 2 ≤ σ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h 3 ⋅ π ⋅ 1,7294 ⋅ 1,6

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f. Cálculo da Tensão Normal de Tração no Filete da Rosca


Da equação (4.11)
4⋅F 4 ⋅ 3000
σt = = => σ t = 1.332 kgf cm 2 ≤ σ
π ⋅ d3 2
π ⋅ 1,6933 2

g. Cálculo da Tensão Transversal de Cisalhamento


Da equação (4.12) Tensão Média
4⋅F 4 ⋅ 3000
τm = = => τ m = 460 kgf cm 2 ≤ τ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h 3 ⋅ π ⋅ 1,7294 ⋅ 1,6
Da equação (4.13) Tensão Máxima
2⋅F 2 ⋅ 3000
τ MAX = = => τ MAX = 690 kgf cm 2 ≤ τ
π ⋅ D1 ⋅ h π ⋅ 1,7294 ⋅ 1,6

h. Cálculo da Tensão Composta


Da equação (4.14)

σ comp = σ f 2 + σ t 2 + σ f σ t + 3 ⋅ τ m 2 = 996 2 + 1332 2 + 996 ⋅ 1332 + 3 ⋅ 460 2

σ comp = 2174 kgf cm 2 ≤ σ comp = 3200 kgf cm 2

i. Cálculo da Tensão Normal de Contato Superficial


Da equação (4.15)
16 ⋅ F 16 ⋅ 3000
σc = = => σ c = 600 kgf cm 2 ≤ σ => OK!!!
5 ⋅ 3 ⋅π ⋅ d2 ⋅ h 5 ⋅ 3 ⋅ π ⋅ 1,8376 ⋅ 1,6

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4.14.3 Uma tampa de um cilindro hidráulico é fixada através de vários parafusos M20
classe 8.8 conforme mostra a figura abaixo, sabe-se que cada parafuso recebe uma carga
devido à pressão interna que varia entre 0 e 5000kgf. Deseja-se aplicar uma força de pré-
tensionamento de Fi=7000kgf em cada parafuso.

Pergunta-se:
- Trata-se de uma união segura?
- Qual o valor do coeficiente de segurança?
- Qual a carga máxima resultante no
parafuso?
- Qual a carga máxima resultante nos
flanges?
- Qual o torque a ser usado na montagem?
- Se os flanges fossem de ferro fundido a
união seria segura?

Resolução

a. Da tabela (4.3) para parafuso classe 8.8, tem-se:


σ R = 8.000 kgf cm 2 σ E = 6.400 kgf cm 2

b. Cálculo da Tensão Limite de Fadiga do corpo-de-prova


Da equação (2.3) σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R = 0,5 ⋅ 8000 => σ ' FAD = 4000 kgf cm
LIM 2

c. Cálculo do Fator de superfície


σ R = 8000 kgf x0,0000981 = 0,78GPa
cm 2
pela figura (2.3), na curva de superfície laminada a frio, tem-se => ka=0,72

d. Cálculo do Fator de tamanho


pela tabela (2.1), para diâmetro menor que 50mm (adotado) tem-se 7,6 < d ≤ 50 mm
então => kb=0,85

e. Cálculo do Fator de confiabilidade


como nada foi mencionado, adota-se => kc=1

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f. Cálculo do Fator de temperatura

como nada foi mencionado, adota-se => kd=1

g. Cálculo do Fator de concentração de tensões


- Cálculo do Fator Prático de concentração de tensões em Elementos
Roscados:
Da tabela (4.6) para rosca laminada, tem-se: kr = 3,0
- Cálculo do Fator Modificador de concentração de tensões
1 1
Da equação (4.21) ke = => ke = => ke = 0,33
kr 3,0

h. Cálculo do Fator de efeitos diversos


Como nada foi especificado quanto à tensões residuais, corrosão, revestimentos
metálicos, etc, adotaremos kf = 1

i. Cálculo da Tensão Limite à Fadiga da peça


Da equação (2.11): σ FAD
LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

σ FAD
LIM
= 0,72 ⋅ 0,85 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 0,33 ⋅ 1 ⋅ 4000 => σ FAD
LIM
= 808 kgf cm
2

j. Cálculo da Constante de Rigidez do Parafuso


E ⋅π ⋅ d 2
Da equação (4.18): kp =
4⋅ L
onde:
2
E = 2100000 kgf cm da tabela (1.2), para o aço
d = 2cm diâmetro nominal do parafuso
L = 5,6cm comprimento útil do parafuso

substituindo, tem-se:
2100000 ⋅ π ⋅ 2 2
kp = => k p = 1.178.097 kgf cm
4 ⋅ 5,6

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k. Cálculo da Constante de Rigidez dos Flanges


Da equação (4.17)
2 ⋅ π ⋅ d 2 ⋅ E 2 ⋅ π ⋅ 2 2 ⋅ 21000000
km = = => k m = 9.424.778 kgf cm
L 5,6

l. Cálculo das Tensões Variáveis


- Tensão Média
kp P F
Da equação (4.30) σ m = ⋅ + i
k p + km 2⋅ A A

onde:
P = 5000kgf Força externa

Fi = 7000kgf Força de Pré-tensionamento

π ⋅ d32
A= área menor do parafuso
4
Da tabela (4.1) para parafuso M20 tem-se: d 3 = 1,6933cm então:

π ⋅ 1,6933 2
A= => A = 2,25cm 2
4
substituindo em (4.30), tem-se:
1178097 5000 7000
σm = ⋅ + => σ m = 3235 kgf cm 2
1178097 + 9424778 2 ⋅ 2,25 2,25

- Amplitude da Tensão
Da equação (4.31)
kp P 1178097 5000
σA = ⋅ = ⋅ => σ A = 123 kgf cm 2
k p + km 2⋅ A 1178097 + 9424778 2 ⋅ 2,25

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m. Diagrama Modificado de Goodman


Conforme item (2.8.2):

n. Verificação da Segurança da União


Como o ponto “A” de coordenadas ( σ m = 3235 kgf cm ; σ a = 123 kgf cm ) está
2 2

posicionado abaixo da Linha de Goodman Modificada, podemos afirmar que a união será
segura.

o. Cálculo do Valor do Coeficiente de Segurança


Prolongando-se a reta traçada entre o ponto “A” e a origem dos eixos, determina-se
o ponto “B”, que é a tensão máxima de fadiga para este caso particular de união, então o
coeficiente de segurança será:
σm 6000
S= max
= => S = 1,85
σm 3235

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p. Cálculo da Carga Máxima Resultante no Parafuso


Da equação (4.24)
kp ⋅ P 1178097 ⋅ 5000
Fp = + Fi = + 7000 => F p = 7555kgf
km + k p 1178097 + 9424778

Como F p > P não haverá deslocamento entre a tampa e o flange do cilindro hidráulico.

q. Cálculo da Carga Máxima Resultante nos Flanges


Da equação (4.25)
km ⋅ P 9424778 ⋅ 5000
Fm = − Fi = − 7000 => Fm = −2556kgf
k p + km 1178097 + 9424778

r. Cálculo do Torque de Montagem


Da equação (4.28)
Mt = 0,20 ⋅ Fi ⋅ d = 0,20 ⋅ 7000 ⋅ 2 => Mt = 2800kgf ⋅ cm

s. Cálculo da Constante de Rigidez dos Flanges (ferro fundido)


Da equação (4.17)
2 ⋅π ⋅ d 2 ⋅ E
km =
L
onde:
2
E = 1020000 kgf cm da tabela (1.3) para o ferro fundido

2 ⋅ π ⋅ 2 2 ⋅ 1020000
km = => k m = 4.577.749 kgf cm
5,6

t. Cálculo das Tensões Variáveis (ferro fundido)


- Tensão Média
kp P F
Da equação (4.30) σ m = ⋅ + i
k p + km 2⋅ A A

1178097 5000 7000


σm = ⋅ + => σ m = 3339 kgf cm 2
1178097 + 4577749 2 ⋅ 2,25 2,25

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- Amplitude da Tensão
Da equação (4.31)
kp P 1178097 5000
σA = ⋅ = ⋅ => σ A = 227 kgf cm 2
k p + km 2⋅ A 1178097 + 4577749 2 ⋅ 2,25

u. Diagrama Modificado de Goodman (ferro fundido)


Conforme item (2.8.2):

v. Verificação da Segurança da União (ferro fundido)


Mesmo que os flanges fossem de ferro fundido, a união continuaria sendo segura,
entretanto, o coeficiente de segurança seria consideravelmente menor.
σ m 4825
S= = => S = 1,45
σ m 3339

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4.14.4 Calcular o diâmetro do parafuso com classe de resistência 8.8 da figura abaixo,
para garantir que ele não trabalhará ao cisalhamento. Indicar também qual deverá ser o
torque aplicado no parafuso durante a montagem.

P=850kgf
S=2,5 (em relação a σ E )
µ = 0,4 coeficiente de atrito aço/aço

Resolução:

a. Da tabela (4.3) para parafuso classe 8.8, tem-se:


σ E = 6.400 kgf cm 2 Tensão limite de escoamento

b. Cálculo das tensões admissíveis


σE 6.400
Da equação (1.2) σ = = => σ = 2560 kgf cm 2
S 2,5
σ 2.560
Da equação (1.3) τ = = => τ = 1478 kgf cm 2
3 3

c. Cálculo da Força de Pré-tensionamento


Para garantir que o parafuso não trabalhará ao cisalhamento, é necessário
executar um pré-tensionamento no parafuso. A força de pré-tensionamento mínima é:
P = Fi '⋅µ

P 850
Fi ' = = => Fi ' = 2125kgf
µ 0,4

Conforme recomendação para Carga Estática, equação (4.20) => Fi = 1,4 ⋅ Pext = 1,4 ⋅ F ' i

então:
Fi = 1,4 ⋅ Fi ' = 1,4 ⋅ 2125 => Fi = 2975kgf

Adotaremos Fi = 3000kgf

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d. Carga Máxima Resultante no Parafuso


kp ⋅ P
Da equação (4.16) F p = + Fi
km + k p

Como não haverá carga de tração no parafuso P=0, então F p = Fi = 3000kgf

e. Cálculo do Diâmetro do Parafuso


O diâmetro do parafuso é calculado em função das tensões na rosca. A carga
máxima resultante no parafuso é F p = 3000kgf . No exercício 4.14.2 foi calculado um

parafuso M20, classe 8.8, com carga de 3000kgf, portanto, adotaremos parafuso M20 –
8.8.

f. Cálculo do Torque de Montagem


Da equação (4.28) Mt = 0,20 ⋅ Fi ⋅ d = 0,20 ⋅ 3000 ⋅ 2 => Mt = 1200kgf ⋅ cm

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4.14.5 Calcular o diâmetro do parafuso com classe de resistência 8.8 da figura abaixo,
para trabalhar com coeficiente de segurança S=2,5 em relação à Tensão Limite de
Escoamento.

P=850kgf
S=2,5 (em relação a σ E )

Resolução:

a. Da tabela (4.3) para parafuso classe 8.8, tem-se:


σ E = 6.400 kgf cm 2 tensão limite de escoamento

b. Cálculo das tensões admissíveis


σE 6.400
Da equação (1.2) σ = = => σ = 2560 kgf cm 2
S 2,5
σ 2.560
Da equação (1.3) τ = = => τ = 1478 kgf cm 2
3 3
c. Calculo do diâmetro do parafuso
3⋅ P
Da equação (4.33) τ MAX =
2⋅ A
π ⋅d2
para a área ser mínima τ max = τ com A =
4
substituindo, tem-se:
4⋅3⋅ P 4 ⋅ 3 ⋅ 850
d= = => d = 1,04cm
2 ⋅ π ⋅ τ MAX 2 ⋅ π ⋅ 1478

Adotaremos parafuso M10 – 8.8

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4.14.6 Calcular o diâmetro dos parafusos do suporte da figura abaixo, sabendo-se que os
mesmos são da classe de resistência 8.8. O coeficiente de segurança é S=2,5 em relação
à Tensão Limite de Escoamento.
Dados:
P = 3000kgf

S = 2,5 (em relação a σ E )


Dimensões em mm

Resolução:

a. Definição da Tensão Limite de Escoamento


Da tabela (4.3) para parafuso classe 8.8, tem-se:
σ E = 6.400 kgf cm 2 tensão limite de escoamento

b. Cálculo das tensões admissíveis


σE 6.400
Da equação (1.2) σ = = => σ = 2560 kgf cm 2
S 2,5
σ 2.560
Da equação (1.3) τ = = => τ = 1478 kgf cm 2
3 3

c. Croqui de Distribuição das Cargas

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d. Cálculo da Carga em cada Parafuso devido ao Esforço Cortante


Q
Da equação (4.36) F1i =
n
onde:
Q = P = 3000kgf => Esforço cortante
n = 4 => Número de parafusos
i =" a", " b" , " c" , " d " => Índice que indica cada parafuso

substituindo, tem-se:
3000
F1a = F1b = F1c = F1d = => F1a = F1b = F1c = F1d = 750kgf
4

e. Cálculo da Carga em cada Parafuso devido ao Momento Fletor


Mf ⋅ ri
Da equação (4.37) F2i = 2 2 2
ra + rb 2 + rc + rd
onde:
da tabela (1.6), figura 2: Mf = P ⋅ (20 + 5 + 7,5) = 3000 ⋅ 32,5 => Mf = 97500kgf ⋅ cm

ri = ra = rb = rc = rd = 7,5 2 + 5 2 => ri = ra = rb = rc = rd = 9,01cm

substituindo, tem-se:
Mf ⋅ ri Mf 97500
F2 a = F2b = F2c = F2 d = = = => F2 a = F2b = F2c = F2 d = 2704kgf
4 ⋅ ri
2
4 ⋅ ri 4 ⋅ 9,01

f. Cálculo da Carga Resultante em cada Parafuso


Fazendo uma análise no croqui de distribuição das cargas, nota-se que:
Fa = Fb
Fc = Fd
Como as cargas Fa = Fb são maiores que as cargas Fc = Fd dimensionaremos
somente o parafuso “A”.
Esta carga pode ser determinada graficamente pela regra do paralelogramo ou
analiticamente através da lei dos cosenos com um grau de precisão muito maior.

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50
α = arctg = 33,6901°
75

β = 180° − α = 146,3099°

Da equação (4.39)

Fa = F1a + F2 a − 2 ⋅ F1a ⋅ F2 a ⋅ cos β


2 2

substituindo, tem-se:

Fa = 750 2 + 2704 2 − 2 ⋅ 750 ⋅ 2704 ⋅ cos 146,3099° => Fa = 3354kgf

g. Cálculo do Diâmetro dos Parafusos


3 ⋅ Fa
Da equação (4.33) τ MAX =
2⋅ A
π ⋅d2
para a área ser mínima τ max = τ com A =
4
substituindo, tem-se:
4 ⋅ 3 ⋅ Fa 4 ⋅ 3 ⋅ 3354
d= = => d = 2,0cm
2 ⋅π ⋅τ 2 ⋅ π ⋅ 1478

Adotaremos parafuso M20 – 8.8

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4.14.7 Calcular o diâmetro dos parafusos de fixação da viga da figura abaixo, sabendo-se
que os parafusos utilizados são da classe de resistência 5.6. O coeficiente de segurança
é S=5 em relação à Tensão Limite de Ruptura (Norma AISC)

Resolução:

a. Definição da Tensão Limite de Ruptura


Da tabela (4.3) para parafuso classe 5.6, tem-se: σ R = 5.000 kgf cm 2

b. Cálculo das tensões admissíveis


σR 5.000
Da equação (1.1) σ = = => σ = 1000 kgf cm 2
S 5
σ 1.000
Da equação (1.3) τ = = => τ = 577 kgf cm 2
3 3

c. Croqui de Distribuição das Cargas

Como os parafusos recebem cargas iguais, calculamos apenas o parafuso “A”.

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d. Cálculo da Carga em cada Parafuso devido ao Esforço Cortante


Q
Da equação (4.36) F1i =
n
onde:
Da tabela (1.6), figura 14:
P
Q= = 500kgf => Esforço cortante
2
n=2 => Número de parafusos
i =" a" , " b" => Índice que indica cada parafuso

substituindo, tem-se:
500
F1a = => F1a = 250kgf
2

e. Cálculo da Carga em cada Parafuso devido ao Momento Fletor


Mf ⋅ ri
Da equação (4.37) F2i = 2
ra + rb 2
Da tabela (1.6), figura 14, tem-se:
P ⋅ L 1000 ⋅ 200
Mf = = => Mf = 25000kgf ⋅ cm
8 8
15
ri = ra = rb = = 7,5cm
2

substituindo, tem-se:
M ⋅ ri M 25000
F2 a = = = => F2 a = 1667 kgf
2 ⋅ ri
2
2 ⋅ ri 2 ⋅ 7,5

f. Cálculo da Carga Resultante em cada Parafuso


Da equação (4.38)
2 2
Fa = F1a + F2 a = 250 2 + 1667 2 => Fa = 1685kgf

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g. Cálculo do Diâmetro dos Parafusos


3 ⋅ Fa
Da equação (4.33) τ MAX =
2⋅ A
π ⋅d2
para a área ser mínima τ max = τ com A =
4
substituindo, tem-se:
4 ⋅ 3 ⋅ Fa 4 ⋅ 3 ⋅ 1685
d= = => d = 2,36cm
2 ⋅π ⋅τ 2 ⋅ π ⋅ 577

Adotaremos parafuso M24 – 5.6

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