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Índice

Pag.
Capítulo I ........................................................................................................................................ 3

1. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1 Objectivos: ....................................................................................................................... 3

Objectivo Geral: ...................................................................................................................... 3

Objectivos Específicos: ........................................................................................................... 3

1.1.2 Metodologia ....................................................................................................................... 3

Capítulo II- Fundamentação Teórica .............................................................................................. 4

2. Estudo etimológico do termo ética ..................................................................................... 4

2.1. Conceito ............................................................................................................................... 4

2.1.1.O que é ser ético? ............................................................................................................... 4

2.1.2. Ética e moral...................................................................................................................... 5

2.1.3.1. Características da ética ................................................................................................... 7

2.1.4. Tipos de ética .................................................................................................................... 9

2.1.5. Importância...................................................................................................................... 10

2.1.6. Conceito de valor ............................................................................................................ 10

2.1.7. Valores éticos fundamentais ........................................................................................ 11

2.2. Ética Profissional................................................................................................................ 12

2.2.1. Os códigos de ética profissional ...................................................................................... 12

2.2.3. O código de ética e as organizações ................................................................................ 14

2.2.4. Importância da ética profissional .................................................................................... 15

2.2.5. Ética na Engenharia ......................................................................................................... 16

2.2.6. Princípios da ética na Engenharia: .................................................................................. 16

2.2.6.1. Responsabilidade ...................................................................................................... 17


2.2.6.2. Orientação ................................................................................................................. 18

2.2.6.3. Implementação.......................................................................................................... 19

Capítulo III: Conclusão e Referências Bibliográficas .................................................................. 21

3.1. Conclusão ........................................................................................................................... 21

3.2. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 22


Capítulo I
1. Introdução

A ética consiste no estudo e reflexão dos valores e princípios morais que regem a conduta do ser
humano em sociedade. É através dela que se deve promover o bem-estar geral da sociedade. No
entanto, deve- se possuir um factor de consciencialização e distinção do que é certo e do que é
errado, do que é o bem e do que é o mal. Contudo é de extrema importância a utilização da ética
no sector profissional para que possa orientar o profissional no exercício de uma profissão, em
que define o que ele pode fazer e o que ele não deve fazer proporcionando assim um ambiente
saudável no sector de trabalho.

Deste modo levamos a cabo ao estudo da ética que visa melhorar as formas de convivência do
Homem a nível social.

1.1 Objectivos:
Objectivo Geral:
 Proporcionar o entendimento da importância da ética na Engenharia.
Objectivos Específicos:
 Analisar a ética no sentido geral;
 Identificar a importância da ética profissional nas organizações e na sociedade.

1.1.2 Metodologia
Para a elaboração do presente trabalha fez-se o uso da pesquisa bibliográfica, que consistiu no
levantamento de informações em plataformas virtuais (livros e artigos científicos) como também
em acervos locais de modo a obter uma informação sólida sobre o presente tema e para alcançar
os objectivos pré-estabelecidos.
Capítulo II- Fundamentação Teórica

2. Estudo etimológico do termo ética

Segundo Laissone, et al (2017), etimologicamente o termo “ética” vem do grego ethos. Quando
escrito éthos, com acento agudo (em grego, inicia com a letra épsilon), representa a ideia
fundamental de usos, costumes, que na vida de um povo ocupam um lugar importante no
conceito próprio de moralidade, e, portanto, identificando-se mais com a moral e, quando escrito
êthos, com acento circunflexo (em grego, inicia com a letra êta), significa carácter ou modo de
ser, e dá, portanto, a ideia de disposição interior, de personalidade. Portanto, podemos dizer que
o universo ético compreende esses dois pólos: o pólo exterior (próprio da moral, dos costumes),
e o pólo interior (próprio da interioridade, do carácter).

Originariamente, o conceito era tomado a partir do seu carácter exterior, de vida colectiva. Daí o
conceito ser usado para acções que promovam o bem comum ou a justiça no meio social.

2.1. Conceito
Segundo Aurélio Ferreira (2005, p. 383), a ética pode ser definida como “O estudo dos juízos de
apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal”. Ou ainda, segundo
o mesmo autor, um “Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser
humano”.

Desta maneira a ética pode ser entendida como um ramo da filosofia que lida com o que é
moralmente bom ou mau, certo ou errado.

2.1.1.O que é ser ético?


Ser ético ou ter um comportamento ético refere-se a um modo exemplar de viver baseado em
valores morais. É o comportamento definido socialmente como bom deve-se ter em conta que
cada sociedade possui suas próprias regras morais resultantes da própria cultora.

Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em


sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo
quotidiano. Durkheim explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo
anterior a própria sociedade. A Moral tem carácter obrigatório
2.1.2. Ética e moral
Como foi afirmado acima, ética provém do grego ethos e significa costumes, bem como
“carácter” e “modo de ser”. A palavra moral, porém, provém do latim mos ou mores e também
significa costume ou costumes, no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por
hábito. (Vázquez, 1978, p. 14). Deste modo podemos dizer que moral estuda os costumes
contextualizados, a ética julga a moral distinguindo o bem do mal.

Uma pequena distinção entre a ética e moral:

Ética

 Disciplina filosófica – pensamento crítico


 Revelação de valores que norteiam o dever-ser dos humanos
 Conjunto de juízos valorativos manifestados livremente na acção individual de cada um
 Reflexão construída e reconstruída incessantemente
 Expressão do ser humano como exigência radical
 Disposição permanente para agir de acordo as próprias exigências.

Moral

 Limita-se ao estudo dos costumes e da variante das relações


 Conjunto de regras que se impõem às pessoas
 Impulso que move o grupo
 Acção colectiva que tende a agir de determinada maneira
 Comportamentos automatizados
 Receio de reprovação social
 Cumprimento sem questionamento
 Consolidação de práticas e costumes.

2.1.3. Objecto e objectivo da ética


A Ética, enquanto ramo do conhecimento, tem por objecto o comportamento
humano do interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, com o fim de
estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência pacífica dentro das
sociedades e entre elas, constitui o objectivo da ética.

A ética estuda as acções humanas. Sendo assim, seu objecto distingue-se em material e formal. O
objecto material diz respeito aos actos humanos que se devem distinguir dos actos do homem.

 Os actos humanos são acções praticadas de forma livre, consciente, deliberada e


voluntária, acções essas que afectam a própria pessoa, a outras pessoas, ou a
determinados grupos sociais ou mesmo a sociedade no seu todo.
 Os actos do homem são aqueles praticados de modo inconsciente e involuntário, ou seja,
são aqueles actos em que a vontade humana não entra ou a sua liberdade não entra em
jogo.

A ética, partindo do seu étimo, pode ser entendida como o abrigo que confere protecção e
segurança aos indivíduos (cidadãos), aqueles responsáveis pelos destinos da pólis
(cidade). Ela é, por um lado, o produto das leis erigidas pelos costumes, e, por outro, das
virtudes e hábitos gerados pelo carácter dos indivíduos.
A ética pode ser definida como a teoria acerca do comportamento moral dos homens em
sociedade, ou seja, ela trata dos fundamentos e da natureza das nossas atitudes, e se
manifesta efectivamente na conduta do homem livre.
Mas a boa conduta é também determinada pela educação (em grego paidéia). Paidéia é
todo o processo de formação do homem grego. É, portanto, o que chamamos de
educação. Ela fornece as regras e ensinamentos morais aos indivíduos; orienta os juízos e
decisões dos homens no seio da comunidade; e transmite valores acerca do bem e do mal,
do justo e do injusto.
A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a prática das virtudes (areté).
A ética trata do comportamento do ser humano, da relação entre sua vontade e a
obrigação de seguir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é certo e
errado, da liberdade e da necessidade de respeitar o próximo.
A ética também diz respeito ao saber científico específico que caminha em direcção ao
bom. O ético expressa uma qualidade ou uma dimensão da realidade humana em relação
à responsabilidade das pessoas. O ético é o que revela bom carácter, boa conduta, ao
passo que o antiético é o oposto, ou seja, o que manifesta conduta duvidosa, uma conduta
que deixa muito a desejar.

2.1.3.1. Características da ética

 A ética é irredutivelmente diferente

Ainda que confundível e, de facto, frequentemente confundido com outras realidades, o moral é
essencialmente diferente e não redutível a elas. O que se verifica nomeadamente com relação aos
imperativos ou normas sociais, religiosas, jurídicas, etc. As diversas tentativas ‘redutoras’ do
moral – como a psicanalítica, a teoria emotiva, a da escola sociológica, etc., – revelam-se
insustentáveis, cometendo frequentemente o paralogismo que consiste em passar indevidamente
do que se refere à génese psicológica para o que diz respeito à essência ou natureza da realidade
em estudo.

 A ética é relativa à liberdade

O bem ou o mal moral só se consideram existentes, propriamente falando, nos actos livres; só
são atribuídos às pessoas que agem (ou são supostas a agir) livre e responsavelmente. Por outras
palavras, a moralidade é universalmente percebida como implicando essencialmente a liberdade.
O valor moral apresenta-se como o valor próprio do agir livre e do agente livre.

 A ética é “pessoal”

Formulando de outro modo o acima dito: é convicção universal que a moralidade não se verifica
em qualquer acto realizado por um ser humano, mas apenas naqueles de que este é verdadeiro
autor, que pode chamar verdadeiramente ‘seus’ e pelos quais é, por isso mesmo, responsável.
Tais actos, verdadeiramente ‘pessoais’, são os que, em terminologia escolásticas (também
adoptada pelos autores não escolásticos) se designa por actos humanos, por contraposição aos
actos ditos simplesmente dos homem (mas não da pessoa)

 A ética é “humana”

O valor moral está assim ligado ao que no ser humano é mais ‘seu’, mais pessoal, mais humano.
Este carácter eminentemente humano do moral patenteia-se eloquentemente no facto conhecido
da linguagem comum, que reserva o sentido moral aos adjectivos bom/mau quando usados sem
qualquer especificação: dizer de alguém que é bom, sem mais, equivale a dizer que é moralmente
bom. O que sugere que o valor do ser humano como ser humano, está ligado ao que ele vale
moralmente. O valor moral é universalmente humano: coextensivo a todos os sectores da
existência humana e a todos os indivíduos humanos. Isto significa duas coisas:

a) O valor próprio do ser humano enquanto ser humano (o valor moral) não se refere apenas
a um determinado sector ou sectores da vida humana, mas estende-se a todos (individual,
familiar, profissional, económico, etc.). A moralidade penetra toda a vida humana, desde
que aí esteja implicada a liberdade.
b) O mundo moral estende-se a todos os seres humanos, a todos os seres que partilham a
mesma ‘natureza’ que os faz seres humanos. E isto em nada contradiz, antes pelo
contrário, a diversidade individual e as variações históricas entre os homens.

 A ética é relativa a normas

Como se verifica em todas as avaliações, também a atribuição de valor moral aos actos
humanos e seus autores é feita mediante a sua confrontação (implícita ou explícita) com as
normas que se julga deverem reger a conduta humana.

 A ética é incondicional

A normatividade moral é geralmente concebida – pelo facto de que é experimentada desta forma
por cada um – como possuindo um carácter de irrecusabilidade, graças à qual o ser humano,
mesmo tornando-se capaz de a desrespeitar, não tem a possibilidade de a anular. Portanto, a
exigência moral apresenta-se como incondicional, absoluta e categórica, ou seja, nem
‘hipotética’, nem ‘disjuntiva’. Tudo isto aparece mais claramente, embora não exclusivamente,
nos casos em que o valor moral se apresenta como obrigatório, como dever.

 A ética é transcendente

O carácter incondicional ou absoluto de que aparece revestido o valor moral faz com que ela
surja como superior a todos os outros (com a excepção, até certo ponto, do valor religioso, o
qual está de resto intimamente ligado a ele), preferível a qualquer outro, não sacrificável
perante nenhum, inegociável. Isto faz com que, em vez de se apresentar como um valor para
o ser humano, parece que, pelo contrário, é o ser humano que para ele está orientado e a ele
submetido. E esta é uma questão fundamental e decisiva, em cuja elucidação culmina a tarefa
da filosofia moral.

2.1.4. Tipos de ética


No que concerne as éticas podemos destacar as seguintes:

 Ética filosófica: reflecte sobre o significado do ser ético. A questão fundamental que se
coloca aqui é, “o que significa ser ético?”
 Ética religiosa: faz o confronto entre a ética e a religião e vice-versa.
 A ética cristã: reflecte sobre o agir cristão. Reflecte sobre a identidade ou originalidade
cristã.
 Ética social: reflecte sobre o agir da sociedade, o ordenamento das instituições sociais, e
se correspondem aos padrões éticos.
 Ética sexual: reflecte sobre os aspectos da ética que dizem respeito a questões da
sexualidade humana, incluindo o comportamento sexual humano. Em termos gerais, a
ética sexual diz respeito à conduta humana em relação a questões de consentimento, das
relações sexuais antes do casamento ou quando casado (tais como a fidelidade conjugal,
sexo antes do casamento e sexo fora do casamento).
 Ética profissional: reflecte sobre o agir deontológico (deveres) e diciológico (direitos) na
profissão.
 Ética económica: reflecte sobre o agir económico, o bom andamento ou funcionamento
da economia.
 Ética política: reflecte sobre a conduta e o agir político.

2.1.5. Importância

A ética é uma característica inerente a toda acção humana e, por esta razão, é um elemento vital
na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de
"consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas acções para saber se são
boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Deste modo a ética é muito importante para a vida do Homem pois permiti-nos distinguir o bem
do mal, o certo do errado para que possamos viver em harmonia, reflectindo sobre os princípios
que fundamentam as nossas acções.

2.1.6. Conceito de valor


Etimologicamente, valor provém do latim, valere, ou seja que tem algum custo. Segundo
Rokeach, valor é uma crença duradoura em modelo específico de conduta ou estado de
existência, que é pessoal ou socialmente adoptado, e que está embasado em uma conduta
preexistente. A palavra valor também pode se definir como sendo aquilo que faz com que uma
coisa seja digna de ser tal, uma acção seja digna de ser actuada, e uma pessoa seja digna de
existir como pessoa.

Os valores podem expressar os sentimentos e o propósito de nossas vidas tornando-se muitas


vezes a base de nossas lutas e de nossos compromissos. A cultura, a sociedade e a personalidade
antecedem os nossos valores e as nossas atitudes, sendo o nosso comportamento a sua maior
consequência.
2.1.7. Valores éticos fundamentais

A liberdade: a qualidade que qualquer ser humano tem de escolher o seu destino, de decidir por
si mesmo sobre os seus próprios actos.

A justiça: é a qualidade de dar a cada um aquilo que por direito lhe corresponde, seja bom ou
mau.

A verdade: A verdade é o que define o real do falso, algo verdadeiro é algo que podemos
comprovar.

A responsabilidade: é a faculdade humana de assumir as consequências dos seus próprios actos,


é cumprir com as obrigações contraídas.

Honestidade: e uma característica humana que faz com que o ser humano se deixe conduzir na
sinceridade e na justiça, expressar o respeito por si mesmo, por alguém em si mesmo assim como
em suas acções, e respeitar a todos os demais.

Pertença: é um valor no qual se considera cada um dos membros da nossa comunidade ou grupo
como família e, portanto, junto com essa pessoa se assumem e se afrontam seus sucessos e
fracassos.

Respeito: trata-se de reconhecer os direitos iguais de todos os indivíduos assim como da


sociedade em que vivemos. O respeito consiste em aceitar e compreender as diferentes formas de
actuar e de pensar do outro ser humano, sempre e quando não contradizem nenhuma norma ou
direito fundamental.

Lealdade: a lealdade, sendo uma característica que leva o ser humano a ser fiel e agradecido a
uma outra pessoa ou entidade.

Humildade: a humildade consiste em aceitarmo-nos tal como somos, com os nossos defeitos e
as nossas virtudes, sem querermos nos enaltecer por causa das nossas posses materiais ou por
causa do nosso grande conhecimento intelectual. Ser humilde é incompatível com o ser
pretensioso, egoísta ou interesseiro.
Tolerância: é tido como parte do processo que temos na vida de admitir a igualdade de direitos
humanos respeitando as múltiplas diferenças existentes entre os seres humanos.

Solidariedade: se define como a capacidade de trabalhar em equipa respeitando e ajudando os


outros o mais que se pode, comprometidos por uma meta em comum. A solidariedade provém do
instinto humano de buscar a convivência social, de se sentir irmanado com os seus semelhantes,
estabelecendo com eles uma total cooperação em projectos ou metas em comum

2.2. Ética Profissional


De acordo com Sá (2013), ética profissional é o conjunto de normas que formam a consciência
do profissional e representam imperativos de sua conduta. Em outras palavras, a ética
profissional se constitui em princípios básicos que orientam o profissional para o exercício de
uma profissão. Define o que ele pode fazer e o que ele não deve fazer.

Sá (2013) afirma que um profissional ético age dentro de padrões pré-estabelecidos pela
organização. Ele procede sem prejudicar seu próximo. Portanto, entendemos que a ética
profissional fornece princípios que determinam comportamentos aceitáveis ou inadmissíveis no
trabalho.

2.2.1. Os códigos de ética profissional

São um conjunto de normas que regulam o comportamento de cada profissional, para que exerça
a sua actividade dentro de certos parâmetros já estabelecidos. Cada profissão ou organização
possui os seus próprios códigos de ética, seja ela de que tipo for, a organização estabelece regras
que devem ser objectivas. Os códigos servem para compromissos transparentes entre todos os
participantes, isto é, a força de trabalho, clientes e fornecedores, consolidando o interesse de
todos e valorizando o ser humano.

Segundo Drucker (1981), “there’s only one ethics, one set of rules of morality, one code: that of
individual behavior in which the same rules apply to everyone alike”.
Desta forma, para o autor, não é necessário criar uma ética especial para as empresas pois existe
apenas uma única ética: quem é ético são as pessoas e não as empresas. Evidentemente que nas
empresas aparecem problemas que justificam a utilização da disciplina específica, revela o autor,
mas os fundamentos e os raciocínios são os mesmos de todos os outros tipos de ética.

Porém existem alguns códigos de ética profissional que são comuns para todos os profissionais,
ou seja, que abrangem a maior parte dos profissionais que se destacam a seguir:

 Primar pela honestidade, entendida como uma conduta exemplar, no sentido de respeitar
as normas de trabalho e os valores definidos como positivos em nossa sociedade;

 Executar seu trabalho procurando maximizar suas realizações, no sentido da busca


constante da excelência. Ou seja, para ser ético, um profissional não pode nunca se
acomodar e acreditar que já sabe tudo; ao contrário, deve buscar constantemente
aperfeiçoamento de si próprio e da profissão que exerce;

 Respeitar a dignidade da pessoa humana em si e nas relações que estabelece com colegas,
com pessoas que recebem o serviço de sua profissão etc. Neste princípio está implícita a
ideia de que o profissional deve manter um tratamento respeitoso e educado com as
pessoas com as quais se relaciona, com colegas de trabalho, com subordinados e
superiores hierárquicos;

 Ter lealdade profissional, ou seja, honrar a própria profissão ou a instituição na qual


exerce a actividade laboral;

 Manter sempre segredo profissional em relação a situações, informações e


acontecimentos para os quais a actividade profissional exigir sigilo;
 Prestar contas aos superiores. É um dos pilares da ética profissional o dever da pessoa
que exerce uma profissão de manter as situações de hierarquia imediata no ambiente de
trabalho;

 Seguir as normas administrativas da empresa na qual trabalha e principalmente as normas


definidas para o exercício profissional.

Entretanto existem alguns comportamentos que são considerados antiéticos para os profissionais
que são destacados a seguir:

 Utilizar informações privilegiadas conseguidas na actividade laboral para obter vantagens


pessoais;
 Não realizar adequadamente seus serviços profissionais;
 Ter conduta egoísta não transmitindo conhecimentos e experiências necessárias para o
bom funcionamento do ambiente profissional;
 Fazer publicações ou declarações indecorosas e inexactas.

2.2.3. O código de ética e as organizações

A ética nas organizações não é uma questão de conveniência (Arruda, 2003), é sim uma
condição necessária para a sua sobrevivência. O comportamento ético por parte das organizações
é esperado pelos seus constituintes e pela sociedade. Isto é, impõe-se que a organização tenha
uma conduta ética com os trabalhadores, clientes, fornecedores, competidores, público em geral,
por isso são importantes os códigos.
Para impedirem comportamentos antiéticos ou más condutas por parte dos seus colaboradores, a
administração de uma organização deve estabelecer critérios uniformes, princípios e valores que
reflictam a cultura da organização, através da criação de um código de ética. Este código para
além de uniformizar critérios, serve de parâmetro para a solução de conflitos.

São muitos os benefícios e a formalização dos códigos de ética nas organizações. São
instrumentos através dos quais a organização estabelece certos objectivos de índole ético que
deseja alcançar, dentro e fora da mesma. Neste sentido, os códigos éticos têm como função servir
de guia a situações ambíguas, oferecer protecção e defesa, melhorar a reputação, o desempenho e
o comportamento dos trabalhadores (felicidade, honestidade). Os códigos permitem criar um
clima de trabalho favorável a todos, regulamentam estratégias para evitar erros em matéria de
ética; são catalisadores das mudanças na organização; incentivam comportamentos positivos,
ajudam a satisfazer as necessidades dos investidores, a proteger os dirigentes dos seus
subordinados e vice-versa. Isto é óbvio, ninguém dúvida do valor que os códigos têm e quanto
são úteis para a clareza e afirmação de cada organização.

2.2.4. Importância da ética profissional

 A ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo a


sociedade contra determinados abusos por parte dos profissionais;
 A ética favorece a confiança da sociedade na profissão;
 Favorece um ambiente saudável no trabalho;
 Proporciona crescimento na empresa.
2.2.5. Ética na Engenharia
É objectivo da Engenharia preservar e melhorar as condições de vida da Humanidade. Para tal, o
Engenheiro recorre a conhecimentos científicos e tecnológicos de elevadas complexidade e
especialização que, pela sua natureza, não são acessíveis à generalidade das partes interessadas
na sua actividade profissional, isto é, aqueles que são ou poderão vir a ser afectados – positiva ou
negativamente - pelos resultados dos actos de engenharia praticados.

É, também, sabido que o uso imponderado ou indevido das tecnologias, bem como a deficiente
qualidade de processos, produtos ou serviços concebidos e produzidos por Engenheiros, podem
ter consequências trágicas, por vezes difíceis de antecipar, e comprometer direitos fundamentais
das pessoas e do Ambiente.

Daí o carácter de confiança pública de que se reveste o exercício da Engenharia, implicando


deste modo que a valorização científica e técnica seja acompanhada pelo compromisso com
princípios éticos inerentes ao exercício livre e responsável da profissão.

Entretanto para o exercício desta profissão de forma segura é imprescindível que o Engenheiro
traga consigo princípios, valores e práticas que relevam para uma fundamentação ética da
engenharia, capaz de aprofundar e elevar os ideais e padrões de exigência de todos quantos se
obrigam ao exercício digno da profissão, de que a Ordem dos Engenheiros, desde sempre, se
constituiu como defensora e garante.

2.2.6. Princípios da ética na Engenharia:

De acordo com a ordem dos Engenheiros (2016) existem certos princípios que todo o engenheiro
deve ter para o exercício da sua profissão de forma segura, que são:
2.2.6.1. Responsabilidade
 No exercício da sua profissão, os engenheiros são responsáveis pelos actos que pratiquem
e pelos resultados que deles decorram, devendo pautar a sua actuação pelos mais
elevados padrões de exigência, de acordo com as respectivas competências,
especialidades, especializações e qualificações;

 Os Engenheiros devem interiorizar e assumir sólidos princípios de sustentabilidade


económica, social e ambiental, com a perfeita noção do carácter finito dos recursos que
nos foram legados e da sua defesa e protecção;

 Os engenheiros devem conhecer as leis e as regulamentações relevantes dos países onde


exercem a profissão e respeitá-las, desde que não contradigam princípios éticos
universais, comprometendo-se a aplicar, com espírito crítico, as suas competências
profissionais, visando a melhoria daquelas;

 Os engenheiros devem usar de prudência, tanto nas soluções técnicas, como no


desenvolvimento tecnológico e na inovação, responsabilizando-se pela qualidade,
fiabilidade e segurança dos produtos e processos técnicos concebidos ou executados,
promovendo a criação de valor económico e social de forma sustentável;

 A responsabilidade dos engenheiros abrange não só a documentação técnica, como a


informação aos clientes, aos utilizadores e às demais partes interessadas, incluindo,
designadamente:

 A utilização apropriada das soluções propostas ou realizadas e os possíveis perigos do


seu mau uso;
 As características técnicas dos produtos e processos em questão;
 O uso indevido e intencional desses produtos e processos;
 A sugestão de abordagens alternativas;
 A possibilidade de desenvolvimentos indesejados.

2.2.6.2. Orientação

Os engenheiros estão cientes das implicações da integração de sistemas técnicos no contexto


social, económico e ambiental, razão pela qual, no desenvolvimento de novas tecnologias, se
preocupam com critérios e valores, tais como:

 A sustentabilidade dos sistemas técnicos neles baseados, em todo o seu ciclo de vida;
 A adequação ao uso e a segurança;
 A contribuição para a saúde e bem-estar dos cidadãos;
 O desenvolvimento pessoal no sentido do bem comum.

A orientação fundamental na criação de novas soluções tecnológicas será a de manter em aberto,


tanto para as gerações actuais como para as vindouras, a possibilidade de acção livre e
responsável.

 Sabendo que a instância última da sua responsabilidade é a sua própria consciência, os


engenheiros devem evitar situações que os possam expor a pressões externas e a
constrangimentos imediatistas, abusivos e arbitrários, nomeadamente os relacionados
com suborno, corrupção e outras práticas ilícitas.

 Os engenheiros orientam a sua responsabilidade profissional pelos mesmos fundamentos


éticos que os demais membros da sociedade. Por isso, os engenheiros não devem criar
produtos que tenham como objectivo utilizações não éticas, nem participar na criação de
soluções que, verosimilmente, possam constituir riscos incontroláveis ou provocar danos
significativos.

 Em casos de conflito de valores, os engenheiros dão prioridade:


 Aos valores da Humanidade sobre as dinâmicas da natureza;
 Aos direitos humanos sobre a implementação e exploração de tecnologia;
 Ao bem comum, sobre interesses privados e corporativos;
 À segurança e à protecção sobre a funcionalidade e rentabilidade das suas soluções
técnicas.

Os engenheiros deverão adoptar estas orientações de forma ponderada, promovendo o diálogo


aberto com o objectivo de encontrar um equilíbrio aceitável relativamente aos valores em
conflito.

Os engenheiros devem, portanto, prevenir e tentar resolver potenciais conflitos de interesse nos
processos em que intervenham, procurando evitar a ocorrência de situações de dilema nas
decisões a tomar.

2.2.6.3. Implementação

 Em casos de conflito de valores, espera-se que analisem e ponderem visões controversas


através de discussões interdisciplinares e interculturais. Desta forma, os engenheiros
adquirem e reforçam a sua capacidade de ter um papel activo em tais avaliações.

 Sempre que os engenheiros estejam envolvidos em conflitos profissionais implicando


questões de natureza ética que não conseguem resolver com os seus empregadores,
clientes ou colegas, poderão dirigir-se à Ordem dos Engenheiros que lhes proporcionará
adequado aconselhamento.

Quando esses conflitos comportem situações dilemáticas onde possam estar em causa perigos
significativos para a saúde e a segurança de pessoas e bens ou do ambiente, os engenheiros
devem recusar por completo a sua colaboração, e, em último recurso, por imperativo de
consciência, alertar as autoridades competentes ou o público da existência desses perigos.
 Os engenheiros têm consciência da relevância da ética na engenharia, nos diversos
quadros institucionais das leis e regulamentos que dizem respeito ao uso de tecnologias,
às condições de trabalho e ao meio ambiente. Acresce que a diversidade de
enquadramentos potencia a controvérsia sobre questões em aberto relacionadas com as
ciências de engenharia e a ética. Os engenheiros são, por isso, desafiados a usar o seu
discernimento profissional na fundamentação dessas questões.

No que diz respeito à observância da legislação/regulamentação, os engenheiros, na sua


actividade, deverão considerar a seguinte sequência de prioridades: as leis nacionais têm
prioridade sobre as regulamentações profissionais que, por sua vez, têm prioridade em relação
aos contratos individuais.
Capítulo III: Conclusão e Referências Bibliográficas

3.1. Conclusão

Depois desta reflexão torna-se relevante afirmar que os objectos da ética são os actos humanos,
não apenas na sua descrição, mas na explicação e valorização do comportamento. Os sectores
profissionais reconhecidos como éticos, e socialmente responsáveis, gozam de um ambiente
interno e externo de maior confiança, proporcionam uma grande estabilidade, identifica-se com
os princípios e valores que descrevemos, resultando em benefícios efectivos que são visíveis e
reconhecidos por todos. Por outro lado, a ética nos sectores é também um factor importantíssimo
para a sobrevivência das mesmas. Quanto maior consciência pelos sectores profissionais em
relação à importância da ética na sua vida e quanto melhor for aplicada, mais reverterá para o
benefício de um maior número de pessoas.

Contudo concluímos que na Engenharia é imprescindível a aplicação da ética para que possa
conduzir todas as actividades e práticas dos Engenheiros de forma correcta e segura baseada em
códigos de ética.
3.2. Referências Bibliográficas

-Laissone, Elton; Augusto, Jorge & Matimbiri, Luís (2017). Manual de Ética Geral (volume.1; 1˚
edição). Moçambique:Beira.

-Reis, André; Oliveira, Fabiana; Santos, Mayara & Barasil, Ângela (2017). Ética Profissional e
empresarial (volume.14).

-Neme, Carmen & Perez, Maria (2008). Ética Profissional: Repassando conceitos e práticas
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