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São Paulo
2008
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
USP/FM/SBD-261/08
1
Sumário
Resumo 2
Abstract 3
1 Introdução 4
2 Objetivo 9
3 Revisão de literatura 10
3.1 Derivação gástrica em Y de Roux em pacientes superobesos 10
3.2 Derivação gástrica em Y de Roux e diabetes mellitus do tipo 2 14
4 Casuística e métodos 17
4.1 Pacientes 17
4.2 Conduta pré-operatória 17
4.3 Diagnóstico de diabetes mellitus do tipo 2 17
4.4 Técnica operatória 18
4.5 Conduta pós-operatória hospitalar 26
4.6 Critérios de alta hospitalar 26
4.7 Dieta pós-operatória 26
4.8 Seguimento ambulatorial dos pacientes 27
4.9 Critérios de controle ou melhora de diabetes mellitus do tipo 2 27
4.10 Tratamento estatístico 27
5 Resultados 28
5.1 Pacientes 28
5.2 Duração do ato operatório 29
5.3 Complicações intra-operatórias 29
5.4 Reoperações 29
5.5 Conversões para cirurgia aberta 29
5.5 Tempo de internação 30
5.6 Mortalidade 30
5.7 Perda do excesso de peso 30
5.8 Controle ou melhora do diabetes mellitus do tipo 2 31
5.8.1 Grupo 1 31
5.8.2 Grupo 2 32
5.8.2 Comparação dos grupos 1 e 2 34
5.9 Seguimento pós-operatório 35
6 Discussão 36
7 Conclusão 43
8 Apêndice 44
8.1 Definições de termos cirúrgicos empregados 44
9 Anexo 45
10 Referências bibliográficas 46
2
Resumo
de 250 cm.
3
Abstract
Background: Patients With Body Mass Index (BMI) ! 50kg/m2 may achieve
adequate weight loss with long limb RYGB. These patients, however, might
in 2 similar groups regarding sex, age, and number of co-morbidities. All were
and length of Roux limb was 150 cm. In group 2, length of biliary limb was
1 patients and in 93% of group 2 patients (p<0.05). Excess weight loss was
statistical difference.
4
1 Introdução
Corporal (IMC), uma relação entre o peso (em kilogramas) e a altura (em
superior a 50 kg/m2 2.
pública maior do que o baixo peso. Até 2015, mais de 700 milhões de adultos
serão obesos 3.
população está acima do seu peso ideal e apenas 5,7% apresentam baixo
expectativa de vida 5.
5
A obesidade é um fator etiológico no desenvolvimento de diversas
milhões de casos 7.
casos. Dados de Chile, Peru e México estimam que, até 2030, os números
a longo prazo. Apenas 10% dos pacientes que perdem uma quantidade de
peso significativa conseguem manter essa perda por mais de três anos 9.
dessa perda a longo prazo. Além disso, leva ao controle ou melhora das
6
doenças associadas com morbidade e mortalidade aceitáveis. A cirurgia é
kg/m2 1.
7
A derivação gástrica em Y de Roux também é o procedimento
(Figura 2).
alças intestinais.
8
focando a técnica cirúrgica empregada, a perda do excesso de peso e a
associadas.
9
2 Objetivo
10
3 Revisão de literatura
Com isso, derivações gástricas com alças intestinais mais longas têm sido
kg/m2, com doenças associadas de difícil controle, com bons resultados 15.
16
Feng e cols. compararam retrospectivamente a derivação gástrica
11
com alça mais longa. O estudo conclui que esta tendência (p=0,07) poderia
variáveis estudadas.
alças padrão foi insuficiente para levar a uma perda do excesso de peso
uma nova derivação gástrica (cirurgia de revisão) com alça alimentar de 140
12
gástrica com alça alimentar de mesmo comprimento e canal comum de 50
óbitos por falência hepática. O estudo conclui que a derivação gástrica com
Em dois estudos, MacLean e cols. avaliaram 178 pacientes com IMC <
nos 2 grupos.
20
Num estudo prospectivo e randomizado, Brolin e cols. compararam
13
cm. Foram avaliadas a perda de peso e as complicações, inclusive
pacientes que foram submetidos à derivação gástrica com alça mais longa
com alça intestinal mais curta atingiram essa meta. A partir desse estudo,
alimentar de 150 cm nas suas cirurgias, inclusive em pacientes com IMC <
50.
21
Choban e Flancbaun realizaram um estudo prospectivo e
comprimento da alça biliar foram iguais nos diversos grupos estudados. Nos
pacientes com IMC < 50 kg/m2 não houve diferença na perda de peso em
14
de 150 cm (n=102) e a distal, com canal comum de 75 cm (n=39). O grupo da
de Roux com canal comum de 100 cm, chamada por eles de derivação
15
níveis normais de glicemia de jejum e hemoglobina glicosilada. Noventa e
oito por cento dos 165 pacientes com intolerância à glicose apresentaram
hemoglobina glicosilada não terem sido descritos, o estudo relata uma taxa
16
e insulina (79%) também foi observada. O estudo conclui que pacientes com
17
4 Casuística e métodos
4.1 Pacientes
dezembro de 2005.
do tipo 2 foi diagnosticado através de duas glicemias de jejum " 126 mg/dl.
18
4.4 Técnica operatória
venosa profunda também foi utilizado. Não foi necessário cateterismo vesical.
Após degermação da pele do campo cirúrgico com PVPI (iodo poli vinil
com CO2 foi realizado pelo método fechado com agulha de Verres até atingir
19
Figura 3 – Posição das punções na derivação gástrica em Y de Roux por via
laparoscópica.
5 mm
5 mm 5 mm
12 mm
10 mm
Ângulo de Treitz
20
A alça biliar (figura 5) foi medida a partir do ângulo de Treitz com uma
ponto ocorreu a secção da alça intestinal com o grampeador linear com uma
com um grampeador linear com uma carga branca de 45 mm (Endo GIA II,
21
Autosuture, Norwalk, CT, Estados Unidos) e as enterotomias foram fechadas
Espaço mesenterial
22
O próximo passo foi a criação do reservatório gástrico (figura 8). A via
Norwalk, CT, Estados Unidos) foi utilizado para a criação de uma câmara
23
Figura 9 – Divisão do grande omento.
jejunal (alimentar). O grampeador linear com carga azul foi inserido por
de 1 a 1,4 cm (figura 10). A enterotomia restante foi fechada com uma sutura
24
A anastomose gastrojejunal foi testada com ar pela inserção de uma
grupo 2.
25
Figura 12 – Esquema da derivação gástrica em Y de Roux dos pacientes do
grupo 1.
Reservatório Gástico de 20 ml
Estômago Excluso
Alça Biliar de 50 cm
Alça Alimentar de 150 cm
grupo 2.
Reservatório Gástico de 20 ml
Estômago Excluso
26
4.5 Conduta pós-operatória hospitalar
contra-indicasse.
em ambiente hospitalar.
27
4.8 Seguimento ambulatorial dos pacientes
foram realizadas nos 7o dia, 30o dia, 90o dia, 6o mês, 12o mês, 24 mês, 36o
28
5 Resultados
5.1 Pacientes
tabela 1.
Grupo 1 Grupo 2
(n=55) (n=45)
Sexo (n)
Feminino 42 28
Masculino 13 17
Diabetes mellitus 55 45
Dislipidemias 50 38
Hipertensão arterial 26 21
Apnéia do sono 11 6
DRGE 9 13
29
5.2 Duração do ato operatório
129 minutos.
5.4 Reoperações
30
5.5 Tempo de internação
11 dias.
5.6 Mortalidade
G1 G2
6 37 44
12 67 71
24 74 77
48 70 74
Foundation. Metropolitan Height and Weight Tables. Stat Bull 1983;64:2-9 30.
31
A perda do excesso de peso foi mais rápida nos pacientes do grupo 2,
grupos.
5.8.1 Grupo 1
jejum média de 154 mg/dl e HbA1c média de 7,7%. Trinta e quatro pacientes
32
diabetes do tipo 2 de 4 anos. Onze pacientes utilizavam drogas
5.8.2 Grupo 2
média de 174 mg/dl e HbA1c média de 8,3%. Vinte e três pacientes usavam
33
Tabela 3 – Características dos pacientes diabéticos dos grupos 1 e 2.
G 1 (n=55) G 2 (n=45)
(n) DM (n) DM
34 oral 4 23 oral 5
11 oral+insulina 8 14 oral+insulina 8
10 insulina 14 8 insulina 11
mg/dl.
34
Tabela 4 – Valores da concentração média de HbA1c nos pacientes
(meses)
(n=32) (n=42)
48 5,9 7 5,9 7
Grupo 1 2
35
5.9 Seguimento pós-operatório
seguimento.
Tempo de seguimento G1 G2
(meses)
6 1 3
12 4 1
24 50 41
48 50 41
36
6 Discussão
A razão para esse sucesso pode ser explicada por algum dos seguintes
glicemia de jejum de 250 para 170 mg/dl nesse período, sendo que apenas
mg/dl.
37
concentrações de hemoglobina glicosilada < 7% durante o seguimento (até
derivação gástrica nos pacientes do grupo 2 não pode ser explicada apenas
pela dieta.
derivação gástrica certamente contribui para essa melhora, mas não pode
em pacientes obesos.
cols 28.
38
permaneceram obesos (IMC > 30 kg/m2) após a derivação gástrica
39
Nas derivações bílio-pancreáticas, o controle é atingido em até 95%
11
dos pacientes . Esse controle ocorre em poucos dias, de modo semelhante
40
Figura 17 – Esquemas comparando a derivação gástrica em Y de Roux e a
41
A teoria do intestino distal, também baseada em estudos em animais e
43,44,45
experiência clínica inicial , propõe que a chegada rápida de alimento
do diabetes.
Outro fator que pode contribuir para a melhora do diabetes é que alças
não atingiram critérios de controle de doença. Esse fato poderia sugerir que
42
esses 22 pacientes superobesos necessitariam de alças intestinais mais
com poucos pacientes em cada grupo (G 1 e G 2). Uma amostra maior seria
necessária para melhor análise das diferenças dos resultados das duas
técnicas empregadas.
43
7 Conclusão
estudados.
44
8 Apêndice
ângulo de Treitz.
45
9 Anexo
Pacientes do grupo 1
Pacientes do grupo 2
46
10 Referências bibliográficas
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