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I UNIDADE
1. DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1 ORIGEM
A Administração Pública nasceu com o Estado, mas enquanto ciência (Direito
Administrativo) é recente. Com a Revolução Francesa nasce o estado controlado pelo Direito,
que passa a regulá-lo através de normas e leis, delimitando a organização do Estado-poder e
sua atuação, estabelecendo limites às prerrogativas dos governantes, nas suas relações
recíprocas, e, outrossim, nas relações com os governados, ou seja, o poder não fica adstrito
nas mãos de uma única pessoa.
1.2 CONCEITO E OBJETO
Conceito – é o ramo do Direito Público que consiste no conjunto articulado e
harmônico de normas jurídicas (normas-princípios), que atuam na disciplina da
Administração Pública, regulando uma das funções desenvolvidas pelo Estado.
Objeto – A Administração Pública.
2. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2.1 Estado
O Estado é um fenômeno político, cujo conceito evoluiu com o desenvolvimento da
própria sociedade. O conceito moderno remonta a Idade Média.
É o núcleo social, politicamente organizado e ordenado, com o poder soberano
exercido em um território, com um povo, para o cumprimento de finalidades específicas.
2.1.1 Elementos do Estado
Povo – é o elemento humano do Estado. Difere de população, que é um elemento
demográfico;
Território – é a base física;
Governo Soberano – o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder
absoluto de autodeterminação e auto-organização, emanado do povo. Não há e
nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder
absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e conduzir-se segundo a
vontade livre do seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões, inclusive pela força,
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Função Administrativa
Típica do Poder Executivo;
Executar de forma direta, concreta e imediata.
Funções Atípicas
Função Legislativa
Criar CPI (típica do P. Judiciário);
Licitações (típica do P. Executivo);
Função Judiciária
Projeto de Lei (típica do P. Legislativo);
Licitações (típica do P. Executivo).
Função Administrativa
Medida Provisória (típica do P. Legislativo);
Processo Administrativo Disciplinar (típica do P. Judiciário).
3. DIREITO ADMINISTRATIVO
O objeto do Direito Administrativo é a Administração Pública, tanto no sentido objetivo,
como no subjetivo, não obstante a Adm. Pública está inserida nas questões sociais e
culturais, por exemplo.
Teorias Para Conceituar o Direito Administrativo
a) Escola do Serviço Público – Segundo essa escola, o objeto do Dir. Administrativo
será o Serviço Público. Inspirou-se na jurisprudência do Conselho de Estado
francês que, a partir do caso Blanco, decidido em 1873, passou a fixar a
competência dos Tribunais Administrativos em função da execução de serviços
públicos, ou seja, a partir deste caso o Estado ficou responsável por danos
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provocados ao particular. Nesta época toda atuação era considerada como Serviço
Público. A crítica é que abrange questões fora da alçada da Adm. Pública, como as
questões privadas;
b) Critério do Poder Executivo – o objeto é Poder Executivo. A crítica é que este
conceito também insuficiente, porque mesmo os outros Poderes podem exercer
atividade administrativa;
c) Critério das Relações Jurídicas - Há ainda os que consideram o Direito
Administrativo como o conjunto de normas que regem as relações entre a
Administração e os administrados, sendo também inaceitável, porque outros ramos
do direito, como o constitucional, o penal, o processual, o eleitoral, o tributário
também têm por objeto relações dessa natureza;
Obs: A partir da teoria abaixo, há uma aceitação moderna, desde que não
isoladamente.
“Os fins desejados pelo Estado.”- quem irá definir os fins é a Constituição Federal.
A crítica a este conceito é feita por Celso Antônio Bandeira de Mello, que afirma que o
Direito deve estar a serviço do Estado, não como instrumento de poder, mas estar adstrito aos
fins definidos pela Constituição Federal. Outra crítica é que o Direito Administrativo não é
exercido apenas pelo Poder Executivo, mas por outros poderes.
Direito Penal – o liame: ilícitos penais praticados pelos agentes públicos. O Direito
Penal é genérico para todos os indivíduos, enquanto a Lei 8.112/90 (Estatuto dos
Funcionários Públicos), estabelece um rol de punições especificamente para os
funcionários públicos;
Costumes – são práticas habituais que o juiz pode aplicar na falta de lei sobre
determinado assunto;
Este princípio não pode ser usado indiscriminadamente, existindo limites estabelecidos
pela Constituição Federal. Ele é utilizado visando o interesse público e não dos agentes
públicos, caso estes utilizem este princípio em seu próprio interesse estarão incorrendo em
desvio de finalidade.
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Quem irá dizer qual é o interesse público? A lei é que irá dizer, lei em sentido amplo.
primeiro sentido, o princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve
nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é
sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. Em relação
à Administração, os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao
funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da
Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas
o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal, em conseqüência as
realizações governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas da entidade
pública em nome de quem as produzira.
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência
públicos até a prestação de seus serviços. Em relação aos seus agentes, prevê a
CF/88 a exigência de concurso público de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo. Para a aquisição de estabilidade no serviço
público, deve o agente submeter-se a estágio probatório de três anos e, ao final,
ser aprovado em avaliação de desempenho (esta última exigência ainda não
levada a efeito, sendo, portanto, programática).
Rapidez – é rápido, porém deve ter burocracia como forma de garantia e não
como forma de emperrar a administração;
Perfeição –
Di Pietro estende esse princípio à organização da Ad. Pública, que deverá ter
eficiência.