Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Lei Federal nº 9.973/2000, na qual, através do art. 2º, ficou sob responsabilidade do MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a criação do sistema de certificação
para qualificação dos armazéns destinados à atividade de guarda e conservação de
produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;
• Decreto n. º 3.855/2001, que regulamenta a Lei 9.973/2000, na qual, em seu art. 16,
parágrafo 1º, estabeleceu que o Sistema Nacional de Certificação de Unidades
Armazenadoras – SNCUA seria desenvolvido de acordo com as regras e os procedimentos
do Sistema Brasileiro de Certificação, instituído pelo CONMETRO - Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, devendo dispor sobre as condições e a
documentação exigíveis dos interessados.
É crescente a busca por processos de certificação que possibilitem comprovar que produtos e
serviços seguem rigorosamente as normas técnicas, que são desenvolvidas pela sociedade para
seu próprio uso, são aprovadas e homologadas por um organismo reconhecido e refletem o
consenso técnico de um país (ou região), sobre um determinado tema, em um dado momento da
história. O Código de Defesa do Consumidor estabeleceu na Lei 8078, de 11/09/1990,
regulamentada pelo Decreto 861, de 09/07/1993, na Seção IV, que trata das Práticas Abusivas,
Artigo 39, inciso VIII que:
“É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar, no mercado de consumo,
qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ou outra Entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
CONMETRO.”
Diante desse contexto, um Grupo de Trabalho, formado por representantes do poder público e da
iniciativa privada envolvidos com o setor armazenador, elaborou os requisitos técnicos obrigatórios
ou recomendados para certificação de Unidades Armazenadoras em Ambiente Natural - UAAN,
estabelecendo procedimentos para modernizar as atividades de guarda e conservação de
produtos agropecuários, tais como as regras para construção, instalação e funcionamento de
estruturas de armazenamento,
A certificação de UAAN passou a ser obrigatória para as pessoas jurídicas que prestam serviços
remunerados de armazenagem, a terceiros, de produtos agropecuários, seus derivados,
subprodutos e resíduos de valores econômicos, inclusive de estoques públicos, referenciada pelas
seguintes normas:
• ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005 - Esta Norma específica apresenta termos gerais e
definições relativos à avaliação de conformidade, incluindo a acreditação de organismos
de avaliação de conformidade para facilitar o comércio. O anexo A inclui uma descrição da
abordagem por função da avaliação de conformidade, como uma ajuda adicional para
compreensão entre os usuários da avaliação de conformidade, organismos de avaliação
de conformidade e seus organismos de acreditação, tanto nos contextos voluntários
quanto regulamentares.
• ABNT ISO/IEC 17065:2013 - Esta Norma contém os requisitos para a competência,
operação consistente e imparcialidade dos organismos de certificação de produtos,
processos e serviços. Organismos de certificação que operam com esta Norma não
precisam oferecer certificação de todos os tipos de produtos, processos e serviços.
Certificação de produtos, processos e serviços é uma atividade de avaliação da
conformidade de terceira parte.
• ABNT NBR ISO/IEC 17021-1:2016 Versão Corrigida:2016 - Esta parte da ABNT NBR
ISO/IEC 17021 contém princípios e requisitos para a competência, coerência e
imparcialidade de organismos que fornecem auditoria e certificação de todos os tipos de
sistemas de gestão.
• Instruções Normativas - IN nº 29/2011e 22/2017 editadas pelo MAPA, por normativas da
Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE) e demais normas vigentes
relativas ao assunto, tais como os normativos da Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB).
Até o ano de 2008, a ABNT não possuía nenhuma norma técnica para direcionar os
procedimentos. Somente após demanda da Associação Brasileira de Movimentação e Logística
(AMBL), o órgão elaborou a primeira norma brasileira para sistemas de armazenagem, NBR
15.524-2, direcionando-a para definir os parâmetros para uso de estruturas porta paletes. Depois,
foram elaboradas diversas outras para atender a armazenagem de produtos perigosos, de
produtos químicos, de movimentação de cargas, entre outros temas, que tornaram-se grandes
auxiliares para que as empresas tivessem redução de custos, não perdessem materiais e
conseguissem, segundo suas necessidades, as certificações de qualidade exigidas pela
sociedade como um todo.
Nos dias atuais há um limite tênue no campo da normalização técnica entre o que se considera de
atendimento obrigatório e o que pode ser tido como uma simples recomendação. Essa difícil
separação tende a ser mais complexa com a crescente referência às normas ABNT pelos diversos
dispositivos legais, especialmente em função de processos de acreditação e certificação que
embasam os programas governamentais. A preocupação passa a residir na necessidade de maior
atenção ao conteúdo das normas técnicas e à sua frequente atualização, pois as mesmas são
evolutivas e o gatilho de uma revisão, ou de um novo trabalho, é necessidade da própria
sociedade.
Diante dessa complexidade, a IN 29/2011 exigiu que toda UA deve possuir profissional habilitado
para atuar como Responsável Técnico-RT, devidamente registrado no CREA, para que sejam
cumpridas as técnicas relativas ao correto armazenamento e à adequada conservação dos
produtos agrícolas depositados. Desta forma, quando uma norma determina uma certa conduta
como devida e outra norma determina também como devida uma outra conduta, inconciliável com
a primeira, ocorrendo conflitos durante o processo de interpretação, esse profissional tenta
resolver o conflito através da aplicação dos critérios hierárquico, cronológico e de especialidade.
Além do que está disposto na Resolução citada, uma Decisão Normativa - DN do mesmo órgão,
que é um “ato de caráter imperativo” “destinado a fixar entendimentos ou a determinar
procedimentos a serem seguidos pelos Creas”, com o nº 53, de 09 de novembro de 1994, dispõe
em seu art. 1º que: Art. 1º - Toda empresa ou pessoa física, que possua estruturas de
armazenagem e/ou esteja executando serviços de amostragem e/ou análise das características
físicas ou químicas e/ou limpeza e/ou secagem e/ou guarda e conservação de produtos agrícolas,
para si ou para terceiros, deverá registrar-se no CREA da jurisdição onde esteja executando o
referido serviço, apresentando o(s) Responsável(is) Técnico(s) respectivo(s) por unidade(s)
armazenadora(s).
O Código Nacional de Atividades Econômicas das UAs da CONAB é descrito como Armazéns
gerais – emissão de warrant, que compreende as atividades de armazenamento e depósito,
inclusive em câmaras frigoríficas e silos, de todo tipo de produto, sólidos, líquidos e gasosos por
conta de terceiros, com emissão de warrants, um título de crédito representativo das mercadorias
dadas em depósito, constituindo promessa de pagamento. Além do armazenamento, essa
atividade compreende todas as operações que podem ser efetuadas na UA, tais como: expurgo,
medidas sanitárias, distribuição, ordenação e utilização dos espaços destinados à armazenagem
ou movimentação, em silo vertical ou horizontal, metálico ou em concreto, de modo a garantir que
o produto armazenado não perca suas características físicas, químicas e nutricionais, evitando a
contaminação, e deterioração dos produtos, assim como o aparecimento de doenças e pragas.
Desta forma, compete aos armazéns gerais, como prepostos dos proprietários dos produtos
armazenados: Promoverem junto ao CREA, nos termos da Lei nº 6.496/1966, as Anotações de
Responsabilidade Técnica – ART para cada um dos contratos de depósito por depositário.
Também considera-se atividade técnica a certificação de UAs, sendo que, para a empresa que
possui mais de uma UA, a implantação pode ser realizada em etapas. De acordo com o
escalonamento determinado pela IN 22/2017, a implantação da certificação deve ser de 75% dos
CNPJs ou da Capacidade Estática da UA até dezembro de 2019. Veja:
Norte
PA UA DE MARABÁ 1
UA DE SANTARÉM 1
UA DE CACOAL 2
RO UA DE PORTO VELHO 1
UA DE VILHENA 2
RR UA DE BOA VISTA 4
UA DE ARAGUAÍNA 1
TO UA DE RIO FORMOSO 2
UA DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS 1
AL UA DE MACEIÓ 1
UA DE IRECÊ 6
UA DE ITABERABA 1 SIM
BA UA DE RIBEIRA DO POMBAL 1
UA DE ENTRE RIOS 1
UA DE SANTA MARIA DA VITÓRIA 1
UA DE CRATEÚS 1
UA DE ICÓ 1
UA DE IGUATU 1
UA DE MARACANAÚ 4
CE UA DE JUAZEIRO DO NORTE 1
UA DE RUSSAS 1
UA DE SENADOR POMPEU 1
UA DE SOBRAL 1
Nordeste
UA DE IMPERATRIZ 5 SIM
MA UA DE SÃO LUIS/TIRIRICAL 1 SIM
UA DE JOÃO PESSOA 1
UA DE CAMPINA GRANDE 1
PB UA DE MONTEIRO 1
UA DE PATOS 1
UA DE ARCO VERDE 1
PE UA DE RECIFE 3
UA DE FLORIANO 1
UA DE PARNAÍBA 1
PI UA DE PICOS 1
UA DE TERESINA 3
UA DE AÇU 1
UA DE CAICÓ 1
UA DE CURRAIS NOVOS 1
UA DE JOÃO CÂMARA 1
RN UA DE MOSSORÓ 1 SIM
UA DE NATAL/CAIAPÓS 1
UA DE NATAL 1
UA DE UMARIZAL 1
SE UA DE ITABAIANA 1
DF UA DE BRASÍLIA 5
UA DE GOIÂNIA 1 SIM
UA DE ITAPURANGA 2
UA DE PALMEIRAS DE GOIÁS 1
UA DE PARAÚNA 2
GO UA DE PONTALINA 1
Centro Oeste
UA DE PORTEIRÃO 1
UA DE RIO VERDE 2 SIM
UA DE SANTA HELENA DE GOIÁS 3
UA DE SÃO LUIS DE MONTES BELOS 1
UA DE CASSILÂNDIA 2
UA DE CHAPADÃO DO SUL 1
UA DE DOURADOS 1
UA DE MARACAJÚ 1
MS UA DE RIO BRILHANTE 1
UA DE SÃO GABRIEL D'OESTE 2
UA DE SIDROLÂNDIA 2
UA DE CAMPO GRANDE 4
UA DE ALTA FLORESTA 1
UA DE DIAMANTINO 2
MT UA DE RONDONÓPOLIS 11
ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO DE SORRISO 5
UA DE CAMBURI 1
ES UA DE COLATINA 3
UA DE CACHOEIRO 1
UA DE CAMPOS ALTOS 1 SIM
UA DE CONCEIÇÃO DO RIO VERDE 1 SIM
UA DE JUIZ DE FORA 1 SIM
Sudeste
UA DE ROLÂNDIA 1
RS UA DE CANOAS 1
UA DE HERVAL D'OESTE 3
SC UA DE SÃO JOSÉ 1 SIM
Segundo a legislação, após vencer o prazo, as UAs não certificadas não poderão ser utilizadas
para o armazenamento remunerado de produtos agropecuários.
Em relação a quem pode ser o Responsável Técnico, para auxiliar a CONAB nessas questões a
DN 053/1994, informa que: “Art. 2º - A responsabilidade da operação de armazéns cabe ao
Engenheiro Agrônomo ou ao Engenheiro Agrícola”. Apesar da Norma Operacional da CONAB –
NOC 30.102 também relacionar os dois profissionais, informa que para a indicação dos
Responsáveis Técnicos de Agronomia - RTAs deverão ser observadas as determinações do
CREA.
Uma das determinações do CREA-BA, que está sob análise na Câmara Especializada de
Agronomia - CEAGRO, é a não autorização do Eng. Agrícola como emissor de receituário para
realizar atividade com objetivo de controlar todos os estágios de pragas de grãos através da
utilização de produtos químicos em locais fechados
Apesar da DN053/1994 dar iguais atribuições aos dois profissionais como RTs de UAs, existem
leis e normas que designam, entre esses dois profisionais, apenas os Eng. Agrônomos como
responsável por agrotóxicos, tal como o art. 11 do Decreto nº 6.033, de 06 de dezembro de 1996,
que regulamenta a Lei nº 6.455 de 25 de janeiro de 1993 sobre uso de agrotóxicos na Bahia:
§ 4º - A receita referida neste artigo deverá ser específica para cada item da
prescrição e conterá no mínimo:
I - nome e endereço completo do técnico responsável e número de registro no
Conselho Profissional;
II - nome do consulente, da propriedade e sua localização;
III - diagnóstico;
IV - recomendação técnica com as seguintes informações:
a) nome do produto comercial que deverá ser utilizado;
b) cultura e área onde será aplicado;
c) dosagens de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;
d) modalidades de aplicação, sendo que no caso de aplicação aérea devem ser
registradas as instruções específicas;
e) época de aplicação;
f) intervalo de segurança;
g) precauções de uso;
h) primeiros socorros nos casos de acidentes;
i) advertências relacionadas à proteção do meio-ambiente;
j) instruções sobre a disposição final dos resíduos e embalagens;
l) orientações quanto ao manejo integrado de pragas;
m) orientação quanto a utilização de equipamentos de proteção individual - EPI;
n) data, assinatura e carimbo do técnico, com indicação do nome, do registro do
Conselho Regional Profissional e do CPF.
Observando o conteúdo desse Decreto, a indicação do Eng. Agrícola para assumir a RT de uma
UA pode representar desvantagem econômica em relação a indicação do Engenheiro Agrônomo,
já que o primeiro sempre dependerá do segundo para emitir o receituário agronômico.
Desta forma, após o Analista do CREA-BA informar que o assunto deveria ser tratado na
CEAGRO, foi encaminhado consulta formal ao CREA-BA através do protocolo 31555/2019,
contendo os e-mails trocados com o Analista. O debate sobre o assunto iria ocorrer no CREA-BA
no dia 14/05/2019, no entanto, um conselheiro pediu para deixar para a próxima reunião, prevista
para ocorrer em 11/06/2019, não sendo possível apresentar a conclusão da CEAGRO nesse
estudo. De qualquer forma, segue o conteúdo do protocolo, que pode ser acessado através do
link:https://crea-ba.sitac.com.br/app/view/sight/externo?
form=Protocolo&numero=31555&ano=2019
Sendo um ponto interessante nessa organização que, se os Eng. Agrícolas não puderem emitir o
receituário, o técnico de 2º grau pode ser considerado profissional habilitado, respeitados os limites
de sua formação, para:
" XIX - selecionar e aplicar métodos de erradicação e controle de vetores e pragas,
doenças e plantas daninhas, responsabilizando-se pela emissão de receitas de
produtos agrotóxicos (art. 6° do Decreto 90.922/85, incluído pelo Decreto nº 4.560,
de 30.12.2002)"
Na UA Ribeira do Pombal está lotado o Assistente de Operações Raildo Felisberto Santos,
formado em Técnico em Agropecuária em 1998 na Escola Média Agropecuária Regional –
Emarc/CEPLAC, que pode desempenhar essa função após atender ao que estiver no programa
permanente de capacitação e reciclagem técnica, a ser elaborado de acordo com item V da NOC
30.102 que se refere a qualificação de mão de obra. Esse funcionário com cargo ATO III, na
função Assistente de Operações, no espaço ocupacional Assistente de Operações, não foi
relacionado como alguém que pode auxiliar nas operações de expurgo na CI GEOPE 026, de
26/01/18, mas tem como uma das principais atribuições: acompanhar as operações de expurgo e
tratamento fitossanitário dos produtos, bem como as operações de beneficiamento, recepção e
expedição de grãos nas Unidades Armazenadoras. Isso pode mudar principalmente depois que o
mesmo receber capacitação, assim, substituirá o outro funcionário com cargo ASG II, na função
Ajudante Geral, no espaço ocupacional Auxiliar de Serviços Gerais, que está auxiliando nos
expurgos, no entanto, não tem como principal atribuição essa atividade.
Dependendo das observações que o CREA-BA fizer, a CONAB poderá ter uma Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART, que é o instrumento que define, para os efeitos legais, os
responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões
abrangidas pelo Sistema Confea/Crea, para o RT geral e também ARTs de equipe. A
RESOLUÇÃO CONFEA Nº 1.025, DE 30 DE OUTUBRO DE 2009, informa que:
Art. 11. Quanto à participação técnica, a ART de obra ou serviço pode ser
classificada da seguinte forma:
II – ART de coautoria, que indica que uma atividade técnica caracterizada como
intelectual, objeto de contrato único, é desenvolvida em conjunto por mais de um
profissional de mesma competência;
O monitoramento ficará a cargo de quem estiver lotado nas UAs, mesmo porque, qualquer RT se
utiliza de dados de outros, quando assume que treinou o colega. No código de ética dos
profissionais do sistema CONFEA/CREA é informado o seguinte no campo relacionado a eficácia
profissional:
Além disso, são deveres do profisional, ante a profissão: desempenhar sua profissão ou função
nos limites de suas atribuições e de sua capacidade pessoal de realização. É vedado ao mesmo:
aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha efetiva qualificação.
Desta forma, o colega que estiver na UA tem que ser treinado e se sentir capaz de desempenhar
sua função, pois sem esse treinamento ele estará em conduta vedada.