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1 – Um corpo flutua sobre as águas distantes. Vemos o corpo de cima.

Vemos o corpo de baixo


sob as águas. Com a câmera subindo e descendo do nível das águas observamos o corpo de
um lado, do nível da cabeça, do outo lado e os pés flutuando. Se aproximando vemos os
detalhes do corpo: pelos, unhas, cabelos, seios, pênis com uma vagina em baixo no lugar do
saco escrotal, olho verde, olho negro. Girando ao redor o corpo vai mudando de cor: branco,
preto, branco, vermelho, azul, preto. O corpo desaparece ficando apenas o pênis com a vagina.
Eles se separam. Passeamos por breve momento observando o pênis de um lado e a vagina de
outro. Os movimentos das águas reaproximam os dois que se encaixam em uma penetração.
As águas vibram. Um líquido negro sai da penetração se espalhando ao redor. As águas vibram
ainda mais até acontecer uma explosão. Tudo fica branco.

2 – Vemos um espaço todo branco com duas portas fechadas, uma de frente para a outra. Aos
poucos intercalam abrindo e fechando as portas. Quando uma abre, vemos trevas surgindo e
sumindo. Na outra, várias cores intercalam iluminando o interior. De repente as duas se abrem
de vez liberando as luzes do interior. Uma oscilando o preto e o branco e a outra com luzes
coloridas disputando o domínio do espaço. A velocidade vai aumentando e surgindo ruídos de
frequências e uma voz surge de fundo como um trovão.

Voz - “O Universo com um Fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço. ”

As portas começam a tremer em meio aos ruídos e tudo desaba surgindo uma floresta ilhando
os escombros brancos do cenário anterior. Uma mão e um pé negros surgem dos escombros
de uma das portas, e uma cabeça branca e careca da outra.

3 – Um olho aberto vai se fechando e surgem inserts:

Crianças nascendo de vaginas, casais de vários gêneros dormem nus em uma praça, pessoas
mortas, lixo, água, poluição, guerras, drogas, meditação, choros, sorrisos, céu, água, fogo,
cidades, placas de propaganda, televisão, pessoas cegas, computadores, pessoas com
deficiências físicas, uma boca suja sorrindo.

4 – Tela Preta | Texto: “Mirando seu interior, contemplamos um mundo decaído. ”

5 – Um professor dá aula para uma sala vazia conversando com pessoas imaginárias.

Professor: O mundo é uma merda... (alguém interrompe) Não? Por que? Sim. Vemos o que
queremos. Acreditamos no que fomos condicionados a acreditar. Pensamos no ritmo
necessário para acompanhar o tsunami de desinformações que recebemos todos os dias.
(Outra interrupção. Ele se senta na mesa e fica escutando) Parado olhando para o nada
responde: Mas se eu disser a essa parede que ela não é branca mas é roxa ela se tornará roxa?
(Escuta a resposta e continua) Exato! Não. Ela não vai mudar de cor. Ela é da cor que me
disseram que era. Mas todo mundo sabe que o branco é união de todas as cores. Então ela é
da cor que eu quiser. Vão dizer que somos loucos, eu sei. Mas e dai? Se adaptar para ser
aceito? A pior mentira é a que nos convencemos que é verdade por medo de ficarmos a
margem. Dizem que lugar de marginal é na...? E quem se mantem dentro de algo com medo
da margem é o que? Está onde?

6 – Voltando ao cenário das portas, vemos os restos se dissolvendo ao tempo e se fundindo


com a natureza. Vamos nos afastando e vendo a natureza cada vez maior.

“Solve et Coagula” - “Dissolve e reforma”

“Gnothi Se Auton” – Conhece-te a ti mesmo!

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