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Vasos de Pressão e

Caldeiras

•-Características gerais destes tipos de Equipamentos.


•-Fundamentos teóricos para seu dimensionamento
Estrutural.
•-Normas de Dimensionamento: ASME.
•-Normas relacionadas com a segurança deste tipo de
equipamento (NR 13).
-Filosofia de trabalho Fitness for Service.
Características gerais sobre Caldeiras

Uma Caldeira é um recipiente de pressão no qual um fluido e


esquentado pela direta aplicação de calor resultante da queima
de um combustível (sólido liquido ou gasosos) ou pela
utilização de eletricidade ou energia nuclear.

Segundo a NR-13, “são equipamentos destinados a gerar e


acumular vapor sob pressão superior à atmosférica...”

Flamotubulares : Constituídas de um corpo cilíndrico contendo


em seu interior um tubo central de fogo e tubos de menor
diâmetros de gases da combustão, dispostos em duas ou mais
passagens, que ficam em contato com a água que está no tambor.

Aquotubulares: Constituídas de uma tubulação de vapor que é


esquentado fora do tambor e retorna a ele.
Vasos de Pressão
São recipientes de pressão (maior ou menor que a atmosférica) que não
estão sujeitos diretamente a chama.
Tipos de
Tampos
Exemplo de vaso
Multifolhado
Características gerais sobre Vasos
de Pressão

“São equipamentos que se encontram submetidos a


pressão interna ou externa.”

P [kPa] x V [m^3] > 8


(Classificação Geral Segundo a NR-13)

15 psi (1,00209 atm) < P < 3000 psi (204,19 atm)


(Segundo Asme Seção VIII Divsão I), Para Pressões maiores
Consultar Norma ASME Seção VIII DIV 2
Tubulações : estruturas que permitem transportar
fluidos em estado líquido ou gasoso, em geral
submetidos à pressão superior ou inferior a
atmosférica.

Tanques: Recipientes para armazenar líquidos a


pressão atmosférica.
colapsos
Fotos de rupturas de vasos e tubulações
Colapso por pressão
inferior à atmosférica
Colapso em tanques
Tubulações
Colapso em
tubulações
Conceitos básicos para determinação de
tensões nos sistemas vistos

MODELO DE CASCAS

Elementos dos sistemas vistos ( tubulações, vasos de pressão,tanques e


Caldeiras ) tem em comum o fato de poder ser analisadas na maioria
dos casos utilizando o modelo estrutural de cascas

Modelo Estrutural das Cascas :


Características:
-Uma das dimensões é muito inferior do que as outras duas (D/t>7)
-As cargas podem estar aplicadas em qualquer direção
Estas características permitem diminuir numa dimensão o estudo
do problema, (a espessura só entra como uma propriedade geométrica
do modelo em estudo)
 Há diversas teorias de cascas

Elas podem-se classificar

Segundo sua espessura em:


Teoria de Cascas Finas : D/t>10
Teoria de Cascas Semiespessas: D/t>7(aprox.)
Segundo o tipo de esforços considerados :
Teoria Geral das Cascas :Incluem todos os esforços (contidos no
plano e fora do plano), considera que as tensões normais contidas no
plano da casca variam linearmente.
Teoria Membranal de Cascas: Incluem só os esforços contidos no
plano da casca
Nf, Nu, Tf,Tu, Qf,Qu,Df,Du,Mf,Mu, São as solicitações generalizadas,
(similares a Mto. fletor, momento torçor, cortantes, e Esforço Normal no
modelo de vigas).
Utilizando ditas solicitações + hipóteses simplificativas de
comportamento é possível determinar qual é o estado tensional em cada
ponto da casca.
Cada uma das solicitações está relacionada com uma das tensões, por
exemplo
t/2
M  
t / 2
merid zdz
Como na teoria geral das cascas para cada elemento
diferencial da mesma temos 10 incógnitas (Nf, Nu,
Tf,Tu, Qf,Qu,Df,Du,Mf,Um), e 6 equações de
Equilíbrio, preciso de mais equações (as constitutivas
e as relações entre deslocamentos e deformações)
para resolver o problema.

Por isso, por mais simples que seja o problema do


ponto de vista da geometria e das condições de
contorno ele será internamente hiperestático.
Isto faz com que seja difícil resolver problemas
analiticamente com a teoria Geral das cascas.
A Teoria membranal: Consiste em considerar só as
tensões que estão contidas no plano médio da casca.
(Nf, Nu, Tf,Tu), (Qf,Qu,Df,Du,Mf,Mu), caem fora
A continuação se apresenta a dedução das
expressões que determinam as tensões atuantes
numa casca cilíndrica e esférica submetidas a
pressão interna
Para uma casca esférica

rp
S
2t
Para uma casca
cilíndrica rp
S2 
t

rp
S1 
2t
rp
S
t
Resumindo as expressões obtidas até agora
Para outras formas geométricas
Pergunta: Porque é válida a teoria
membranal ?
Resposta:

• As estruturas tendem a levar as


cargas até os apoios acumulando a
menor quantidade de energia de
deformação possível (deformando-
se o menos possível).
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

•Para cumprir com esta


premissa, quando elas podem
evitar gerar esforços de
momento ou cortante o vão
fazer, pois dessa forma elas
acumulam a menor quantidade
PROJETO

de energia de deformação
possível.

•Em geral, cascas finas submetidas


a estados de carga que variam
suavemente só vão gerar esforços
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membranas.
Estruturas de cascas finas, em geral, vão se comportar como descreve a
teoria completa de cascas quando temos variação de geometria ou variação
brusca da carga, isto se observa nos seguintes exemplos:

União casca cilíndrica União casca


União casca cilíndrica
Casca toriesfércia cilíndrica
Casca cônica
Casca
esférica

Nos três casos se graficaram as tensões


circunferenciais
Exemplos de como reforçar
As regiões onde a perturbações à
teoria membranal
Cilindro de parede espessa
submetido a pressão interna

r
ur  ( t  r )
No caso de cascas de parede espessa
E
Não e valida a teoria de cascas( nem a
Mebranal nem a completa), existem soluções
Analíticas para cilindros e esferas submetidas
A pressão interna ( solução de Lamé)
Alguns pontos que resulta importante
salientar a partir dos conceitos vistos

Categorização das tensões

-Tensões Primarias: São as desenvolvidas no material para satisfazer


as condições de equilíbrio. Elas podem ser membranas ou de flexão.

-Tensões Secundarias: Estas tensões resultam das restrições da


Estrutura a se deformar. Este tipo de tensões surgem em todas as
regiões de transição geométrica. A característica básica de todas as
Tensões secundarias é o fato de serem aliviadas em conseqüência de
deformações plásticas localizadas. São por isso autolimitantes.
Seu valor Maximo será o limite elástico do material.

-Tensões localizadas máximas: Atuam em áreas muito pequenas são


devidas a concentrações de tensões em regiões de transição ou defeitos
de solda. Devem ser levado cuidado com elas pois podem induzir trincas
Algumas Observações sobre a categorização das
tensões

-É evidente que o relaxamento de tensões por deformações só pode


ser tolerado em materiais de boa ductilidade, que são os em geral
utilizados no desenho de vasos de pressão.

-É fácil de se entender que as tensões primarias, como são


decorrentes de carregamentos externos ao material não se aliviam
em conseqüência de deformações, quaisquer que sejam as mesmas,
porque as cargas permanecem as mesmas.

-O fato de as tensões secundarias serem autolimitantes é aliviáveis


explica a razão pela qual algumas normas de projeto não consideram
as Tensões secundarias. E as normas que consideram elas adotam
tensões admissíveis mais elevadas do que as estabelecidas para as
tensões primarias.
Mudança de espessura
e a introdução da solda
introduz perturbações no
Campo de tensões.
Nos corpos cilíndricos
•As soldas no sentido
axial são mais críticas
que as circunferenciais
•A solda do tampo com
o corpo cilíndrico é feita
fora da região de
mudança de curvatura
(ver fotos anteriores),
para minimizar a
alteração dos campos
de tensões.
•As soldas na direção
axial são defasadas
para dificultar a
propagação de um
defeito
•Cuidados na forma de
realizar a solda dos
tampos para minimizar
a passagem por regiões
de maior curvatura
Efeitos da temperatura
O Efeito da temperatura pode-se resumir a dois
aspectos principais

-A temperatura como uma solicitação mecânica

-A temperatura como agente que varia as


propriedades mecânicas do material
A temperatura como uma solicitação
mecânica

 A deformação produzida pela dilatação térmica no caso


tridimensional pode ser expressa da seguinte forma:

[ xx ,  yy ,  zz ,  xy ,  xz ,  yz ]   ( AT )[1,1,1, 0, 0, 0]

onde ij são as componentes do tensor de deformações,


DT é a variação de temperatura ,  é o coeficiente de
dilatação térmica, o qual é uma propriedade do material.
O coeficiente de dilatação térmica é uma propriedade do material,
que como outras propriedades depende da temperatura, como o
caso apresentado a seguir

2.0E-5
 [m/moC]

1.8E-5
1.800E-5
1.750E-5
1.710E-5
1.680E-5
1.650E-5
1.6E-5 1.620E-5
1.590E-5

1.4E-5 1.440E-5

100 200 300 400 500 600 700 800


T [oC]
 As estruturas quando submetidas à temperatura deformam-
se. Se não é colocada nenhuma restrição interna (depende
da forma da estrutura) ou externa (depende da disposição
das condições de contorno), este efeito não produzirá
tensões.

 Se, no entanto, são colocadas restrições às livres


deformações/dilatações produzidas pela ação da
temperatura, serão gerados esforços.
Análise de um simples exemplo: uma viga com diversos
tipos de vinculação

Cortante

Momento fletor

 Propriedades
da viga:
Cortante
 E = 210 GPa
 I = 6,66 *10-5 m4
 A = 0,02 m2
  = 2.0 e-4 / ºC Momento fletor
Algumas observações
Algumas observações
Se temos alguma restrição interna à deformação também poderão se
Se temos alguma restrição interna à deformação também poderão se
produzir tensões. Um caso típico onde se apresenta este problema é a
produzir tensões. Um caso típico onde se apresenta este problema é a
aparição de tensões residuais devido a confecção da solda sendo que esta
aparição de tensões residuais devido a confecção da solda sendo que esta
região muitas vezes sofre um tratamento térmico para diminuir seu valor.
região muitas vezes sofre um tratamento térmico para diminuir seu valor.

Se diz que as tensões causadas pela aplicação de temperatura nas


estruturas geram tensões secundárias.

As tensões secundárias têm a característica de ser auto equilibradas.


Diferentes das tensões primárias (cargas externas), elas nunca atingirão
um nível superior a tensão de escoamento do material. Quando a tensão
de escoamento devido a este tipo de carregamento é atingida, ocorre
deformação plástica, e conseqüente alivio de tensão.,
O efeito das tensões secundárias é de muita importância em estruturas
com defeitos, pois elas modificam o campo tensional da região onde
ocorre, dominando em certos casos seu comportamento, (cuidado na
fadiga)
A temperatura como agente que varia as
propriedades mecânicas do material

A temperatura muda as propriedades mecânicas do material


Como exemplo se apresenta a continuação as curvas de variação da
tensão de ruptura e do módulo de elasticidade para uma liga de aço.

600
536
250.00
500 465
432
211
378
400 197
[MPa]

329
200.00 191
185

E [GPa]
178
172
300 165
236 158
rup

150
150.00

200 141

100

100.00
0
-200 -100 0 100 200 300 400 500 600 700 800
0 100 200 300 400 500 600 700 800 T [oC]
T [oC]

Os aços mais indicados para serviços à quente, são os que possuem alto teor de liga.
Os principais elementos de liga para estes tipos de aços, são o cromo e o níquel.
 FLUÊNCIA

•Um dos fatores mais críticos na determinação da integridade de componentes


em temperatura elevada é o seu comportamento na fluência. Devido à ativação
térmica, os materiais podem deformar lenta e continuamente sob carga constante
e podem, eventualmente, falhar.
• Como uma conseqüência de tal deformação, temos mudanças dimensionais
inaceitáveis e distorções, podendo levar à ocorrência da ruptura final do
componente. O processo de fluência localizada na ponta de um defeito
preexistente, ou concentração de tensão podem também levar ao crescimento de
trinca localizado e eventual falha.
•As propriedades de fluência geralmente são determinadas por meio de um teste,
em que uma carga ou tensão uniaxial constante é aplicada no corpo de prova e o
resultado da deformação é traçado em função do tempo. Uma curva típica de
deformação em função do tempo pode ser visto na figura seguinte.

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