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Faculdade FATESP

Curso: Bacharelado em Enfermagem


Disciplina: Biologia Celular e Genética
Profa.: Keyla Christianne
Nome: _________________________________________

Difusão e Transporte Ativo


Transporte passivo, também chamado de difusão, é o mecanismo de passagem natural de pequenas
moléculas através da membrana plasmática que ocorre sem gasto de energia. Em outras palavras, a difusão implica
em movimentos moleculares aleatórios da molécula da substância pelos espaços intermoleculares da membrana ou
em combinação com proteína carreadora, sendo que a energia geradora da difusão é a energia do movimento
cinético normal da matéria. O transporte passivo através da membrana celular se divide em três tipos: difusão
simples, difusão facilitada e osmose.
Difusão Simples
Este tipo de transporte passivo é classificado como o movimento cinético molecular de moléculas
ou íons através da membrana ou dos espaços intermoleculares, sem necessidade de fixação a proteínas carreadoras
da membrana. Sua velocidade é determinada pela quantidade existente da substância a ser transportada, pela
velocidade do movimento cinético e pelo número de espaços da membrana através dos quais a molécula ou íon
pode passar.
Pode ocorrer através da membrana por dois percursos: pelo interstício da bicamada lipídica ou pelos canais
aquosos de algumas proteínas de transporte. No primeiro caso, o fator mais importe para determinar com que
rapidez uma substância irá atravessar essa bicamada lipídica é a lipossolubilidade da substância.
Mesmo a água sendo extremamente insolúvel nos lipídios da membrana, ela atravessa facilmente a
membrana celular; em parte, passando de modo direto, através da bicamada lipídica e, em sua maior parte, pelas
proteínas de canal. Acredita-se que as moléculas de água sejam suficientemente pequenas e que sua energia
cinética seja grande o bastante para que elas possam, simplesmente, penetrar como projéteis na parte lipídica da
membrana, antes que sua característica hidrofóbica consiga detê-las.

Difusão Facilitada
Este tipo de difusão, também chamada de difusão mediada por carreadores, implica a interação das
moléculas ou íons com proteína carreadora que facilita sua passagem através da membrana, provavelmente por se
fixar quimicamente a ela e se deslocar, através da membrana, nessa forma fixada. Este tipo de difusão difere da
anterior (da difusão simples) por um canal aberto do seguinte modo: embora a velocidade da difusão por um canal
aberto aumente na proporção direta da concentração da substância difusora, na difusão facilitada a velocidade de
difusão tende a um máximo, com o aumento da concentração da substância.
Osmose
A água é de longe, a substância mais abundante que se difunde através da membrana celular. Contudo, sob
certas circunstâncias, pode desenvolver-se uma diferença de concentração para a água através de uma membrana,
exatamente do mesmo modo que isso pode ocorrer para outras substâncias. Quando isso acontece, ocorre
realmente, movimento efetivo de água através da membrana celular, fazendo com que a célula murche ou inche,
dependendo da direção desse movimento efetivo. Esse processo de movimento efetivo da água, causado por
diferença de concentração da própria água, recebe o nome de osmose.
Transporte Ativo
Transporte Ativo ocorre quando a membrana celular transfere moléculas ou íons contra um gradiente
de concentração, ou contra um gradiente elétrico ou de pressão. Dentre as diversas substâncias que são
transportadas ativamente, através das membranas celulares, encontram-se os íons sódio, potássio, cálcio,
ferro, hidrogênio, cloreto, iodeto, urato, diversos açúcares e grande parte dos aminoácidos.
O transporte ativo é dividido em dois tipos, de acordo com a fonte de energia utilizada para o transporte.
São chamados de transporte ativo primário e de transporte ativo secundário. No primeiro caso, a energia
é derivada diretamente da degradação do trifosfato de adenosina (ATP) ou de qualquer outro composto de fosfato
rico em energia.
Já no segundo caso, a energia é derivada, secundariamente, de gradientes iônicos que foram criados,
primariamente, por transporte ativo primário. Em ambos os casos, o transporte depende
de proteínastransportadoras, que atravessam a membrana, de modo semelhante à difusão facilitada. No entanto,
no transporte ativo, a proteína transportadora funciona de modo distinto, pois ela é capaz de transferir energia
para a substância transportada, com o objetivo de que possa mover-se contra o gradiente eletroquímico.
Transporte Ativo Primário
Entre as substâncias que são transportadas por este mecanismo, estão os íons sódio, potássio, cálcio,
hidrogênio, cloreto, entre outros. No entanto, nem todas essas substâncias são transportadas pelas membranas de
todas as células. Ainda mais, algumas das bombas funcionam em membranas intracelulares em vez de (ou além de)
nas membranas da superfície das células.
Um dos mecanismos mais conhecidos e mais estudados de transporte ativo primário é a bomba sódio-
potássio, processo que bombeia os íons sódio (Na+) para fora, através da membrana celular, enquanto que, ao
mesmo tempo, bombeia os íons potássio (K+) de fora para dentro da célula. Essa bomba é encontrada em todas as
células do organismo e é responsável pela manutenção das diferenças de concentração de sódio e de potássio
através da membrana celular, além de estabelecer um potencial elétrico negativo no interior das células.
Uma das mais importantes funções da bomba Na+/K+ é a de controlar o volume das células. Sem essa
função da bomba, grande parte das células iria inchar até estourar. O mecanismo para o controle de volume é o
seguinte: no interior da célula existe grande número de proteínas e de outros compostos orgânicos que não podem
sair dela. A maior parte desses compostos possuem carga negativa e, consequentemente, eles agregam íons positivos
ao seu redor. Todas essas substâncias atuam, deste modo, com o propósito de gerar osmose de água para o interior
da célula; caso isso não fosse impedido, a célula iria inchar até estourar. No entanto, a bomba Na+/K+ impede que
isso ocorra, bombeando três íons de Na+ para o exterior da célula, enquanto bombeia dois íons K+ para o interior.
Outro mecanismo muito importante de transporte ativo primário é o da bomba de cálcio. Os íons cálcio
são mantidos, normalmente, em concentrações muito baixas no citoplasma celular. Isso é realizado por duas
bombas de cálcio, presentes na membrana celular, bombeando cálcio para fora da célula e, a outra, bombeia cálcio
para o interior de uma ou mais das organelas vesiculares do interior celular.
O transporte ativo fica saturado quando a concentração da substância a ser transportada é pequena, a
intensidade do transporte aumenta, em proporção direta, com o aumento da concentração. Todavia, em
concentrações muito elevadas, o transporte tende a um valor máximo. A saturação é causada pela limitação da
velocidade com que as reações químicas de fixação, liberação e alterações conformacionais do carreador podem
ocorrer.

Transporte Ativo Secundário


Quando há o transporte dos íons sódio para fora da célula por meio de transporte primário, forma-se, na
maioria das vezes, um gradiente de concentração de sódio muito intenso. Esse gradiente representa um reservatório
de energia, já que o excesso de sódio no exterior da célula, tende sempre a se difundir para o interior. Em condições
adequadas, essa energia de difusão do sódio pode puxar outras substâncias junto com o sódio, através da membrana.
Esse fenômeno recebe o nome de co-transporte; é uma das formas de transporte ativo secundário.
Para que o sódio leve consigo outras substâncias, é necessário um mecanismo de acoplamento. Isso é
realizado através de outro tipo de proteína transportadora da membrana celular. Neste caso, o carreador
(tranportador) funciona como ponto de fixação para o íon sódio e para as substâncias que vão ser co-transportadas.
Após ocorrer a fixação dos dois, há alteração conformacional da proteína carreadora e o gradiente de energia do
sódio faz com que tanto o íon sódio quanto a substância co-transportada sejam transferidos juntos para o interior
da célula.
No processo de co-transporte, os íons tendem a se difundir para o interior da célula, devido a seu intenso
gradiente de concentração. No entanto, neste caso, a substância que vai ser transportada está no interior da célula
e deve ser transportada para o exterior. Em seguida, o íon sódio fixa-se na proteína carreadora em sua extremidade,
projetando-se para fora, na face externa da membrana, enquanto a substância que será contratransportada se fixa
à projeção interna da proteína carreadora. Após a fixação dos dois, ocorre nova alteração em sua conformação,
com a energia de íon sódio o transferindo para o interior e levando a outra substância a se deslocar para o exterior.

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