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Estratégias de Lúcifer PDF
Estratégias de Lúcifer PDF
ESTRATÉGIAS
DE LÚCIFER
SUAS VITÓRIAS E DERROTAS NO CAMPO DE BATALHA DA HUMANIDADE
UNIVERSALISMO
ESTRATÉGIAS DE LÚCIFER
“A luta é inevitável porque faz parte das Leis Cósmicas; evitável é a derrota do
Eu crístico pelo ego luciférico do homem.”
“Se o homem permitir ser derrotado por seu Lúcifer, a culpa é dele, e não de
Deus.”
“As Leis Cósmicas não conhecem nem identidade nem contrariedade; os pólos
da antítese são sempre complementares, devendo ser sintetizados, seja pelo
Poder Supremo, como no mundo infra-hominal; seja pelo livre-arbítrio, como
deve ser no mundo das creaturas livres”.
A conhecida lei de Lavoisier diz que “na natureza nada se crea e nada se
aniquila, tudo se transforma”, se grafarmos “nada se crea”, esta lei está certa
mas se escrevermos “nada se cria”, ela resulta totalmente falsa.
Essa estratégia luciférica vai por altos e baixos, por vitórias e derrotas,
consoante o grau de resistência que ela encontra no livre-arbítrio humano.
Por isto o destino do homem está, em grande parte, nas mãos dele.
Lúcifer e Lógos são os dois pólos do Universo, sobre os quais gira toda a
evolução da creatura humana. Sem a atuação desses dois pólos, seria o
homem um simples autômato estático, mas não um realizador dinâmico do seu
destino. A grandeza do homem, diz um pensador moderno, está na
possibilidade de sua auto-parturição, ou seja, auto-realização. Realização
existencial ou frustração existencial – é esta a gloriosa e perigosa alternativa do
homem. Um único homem que se auto-realize é infinitamente maior do que
todas as grandezas do cosmos alo-realizadas.
É este o drama paradoxal que preside à luta evolutiva que Lúcifer e Lógos
travam no campo de batalha da humanidade.
NOSSA VIZINHANÇA CÓSMICA
As creaturas conscientes e livres mais evolvidas [1] que nós, são chamadas
pelos livros sacros os celestes, as menos evolvidas são as infra-terrestres, ou
os ínferos, e nós somos os terrestres.
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[1] Note o leitor que, em todos os nossos livros, usamos a palavra corretamente latina evolver e involver,
e não o hibridismo francês evoluir e involuir, que, infelizmente, tomaram conta da língua portuguesa,
sobretudo no Brasil. Evolver é desenvolver, involver é o contrário. Ninguém diz desenvoluir em vez de
desenvolver, nem devoluir ou revoluir, em vez de devolver ou revolver. O português não é derivado do
francês, mas do latim.
Se houve uma luta no céu, então o céu não é esse ridículo museu de múmias
fossilizadas eternamente no bem, que a nossa teologia infantil nos impingiu;
nem o inferno é um museu de seres petrificados no mal. Céu e inferno são dois
campos em vias de evolução habitados por seres dotados de livre-arbítrio. No
Universo das creaturas, tudo é fluxo incessante, nada é estagnação definitiva.
Na Epístola aos Efésios 6,12, Paulo de Tarso enumera três dessas hierarquias
como adversários de Deus e ativos na terra dos homens: principados,
potestades e dominações; diz que a nossa luta não é contra carne e sangue,
mas contra este mundo tenebroso dos espíritos malignos.
Preferimos todavia usar o nome Lúcifer para designar esse poder adverso.
Lúcifer quer dizer literalmente porta-luz, simbolizando a luz matutina (estrela
d’alva, Vênus), que precede o nascer do sol, como é usado na Bíblia. Mas
Lúcifer pode também simbolizar a luz da inteligência que precede a luz da
razão (espírito). Nos livros sacros não ocorre a palavra Lúcifer no sentido
negativo de satanás ou diabo; mas na linguagem popular de todos os países,
Lúcifer é usado como o poder anti-espiritual, sentido esse em que o
empregamos no presente livro. Os povos têm certa razão em identificar Lúcifer
com satanás, porque a inteligência humana, quando atua em seu próprio
nome, sem o controle da razão espiritual, degenera invariavelmente em
satanidade anti-espiritual.
Por esta razão disse o Mestre a seus discípulos: “O príncipe deste mundo, que
é o poder das trevas, tem poder sobre vós; sobre mim ele não tem poder,
porque eu venci o mundo”.
Como caíste do céu, Lúcifer, estrela d’alva! Tu, que dizias em tua mente:
subirei ao céu, exaltarei o meu trono acima das estrelas de Deus, para além
das mais altas nuvens – serei semelhante ao Altíssimo!
No texto acima, escrito durante o exílio babilônico, 600 anos antes da Era
Cristã, pelo maior dos profetas hebreus, Lúcifer é chamado estrela d’alva (em
grego: eosfóros, portador da aurora), talvez por ter sido a mais deslumbrante
das entidades angélicas.
O Apocalipse de João diz que o “dragão”, quando foi expulso do céu, arrastou
consigo um terço das estrelas celestes rebeladas contra Deus.
Um terço das falanges celestes foi lançado às regiões inferiores da terra, onde
continuam a sua luta, tentando revoltar os habitantes terrestres contra Deus.
Entretanto, uma creatura dotada de livre-arbítrio não pode ser forçada por
nenhuma outra, que apenas lhe pode dificultar a evolução ascensional.
Segundo as leis cósmicas, essa oposição luciférica faz parte da evolução
humana, porque sem resistência não há evolução.
Acima dessa antítese de dois poderes em luta, existe a Tese do Poder Único e
Absoluto da Divindade. No mundo infra-hominal (natureza), as antíteses
evolutivas são sintetizadas automaticamente pelo Poder Supremo, ao passo
que, no mundo hominal, devem as antíteses sintetizar-se pela liberdade da
própria creatura. Tanto a “luz do mundo” como o “poder das trevas” estão a
serviço do Poder Supremo e Único da Divindade. O destino cósmico e
indestrutível e infalível, ao passo que o destino humano depende da creatura
livre, oscilando entre a felicidade e infelicidade dela.
DA EUGENIA HUMANA
Convém saber que as Potências que os livros sacros chamam o “poder das
trevas” e a “luz do mundo” – ou seja Lúcifer e Lógos – existem tanto no
transcendente impessoal como também no imanente pessoal. Existe uma
potência positiva e uma potência negativa no Verso do Universo sideral, como
também no Verso do Universo hominal.
Mas, até hoje, a humanidade como tal não evolveu até a esse terceiro estágio,
que os cientistas denominam logosfera; o homem se debate na noosfera do
intelecto, nesse caos de semi-segurança e semi-liberdade.
Algum dia, segundo as profecias dos videntes, o homem deve ser o dominador
do planeta terra, não pelo poder da inteligência (que não é domínio estável)
mas pelo poder do espírito. Mas esse domínio não será Teo-dado e sim auto-
realizado. E, para mostrar ao homem o que ele pode e deve vir a ser, o Cristo
cósmico encarnou na natureza humana, convidando o homem a segui-lo
livremente.
Os planos cósmicos não falham, mas serão realizados pela única creatura
creadora da terra – o que não significa que todos os indivíduos humanos
realizarão esses planos, mas sim que eles serão realizados pela natureza
humana representada pelos indivíduos que, livremente, os queiram realizar.
“Deus creou o homem o menos possível, para que o homem se possa crear o
mais possível”.
ESTRATAGEMA VITORIOSO
DE LÚCIFER
Lúcifer foi chamado pelo Lógos o “príncipe deste mundo”, que tem pode sobre
os homens. E Lúcifer confirma esse título, dizendo que ele é o dono de “todos
os reinos deste mundo e sua glória” e os dá a quem ele quer.
Quando apareceram nesta terra duas creaturas diferentes das outras, achou
Lúcifer que devia sondar essa novidade, que, possivelmente, seria um perigo
para seu reino – tanto mais que um dos dois havia recebido o sopro dos
Elohim. Escolheu Lúcifer para sua sondagem a mulher, que lhe parecia, mais
acessível aos seus planos e suas sugestões. Aproximou-se dela a sós, na
ausência do homem, e lhe fez a pergunta provocante: “Por que vos proibiram
os Elohim comerdes de todos os frutos do paraíso?
Veladamente, fez ver à mulher que os Elohim agiam por inveja ou ciúme: não
queriam que os homens fossem iguais a eles.
E começou a observar atentamente o fruto proibido, que era bom para comer,
delicioso para olhar, e era a hora certa para ser provado, como diz
enfaticamente a Septuaginta grega.
Tomou do fruto, primeiro sozinha; pois estava só; depois foi ter com seu marido
e lhe deu do fruto, e ele comeu.
O próprio Cristo afirma que Lúcifer se arvorou em príncipe deste mundo e tem
poder sobre os homens, porque estes apostataram da soberania do espírito
divino e se submeteram à tirania da inteligência luciférica.
Em nossos dias, esta subversão das leis cósmicas atingiu o clímax da sua
gravidade: a serpente da inteligência luciférica inventou uma pílula que
proporciona ao homem e à mulher o gozo ilimitado da libido erótica sem
nenhuma outra finalidade.
“O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós”.
E o sábio rei Salomão declara: “Num corpo viciado não entra sabedoria”.
***
Logo após essa vitória, porém, teve Lúcifer de ouvir palavras estranhas e de
mau agouro. Os Elohim declararam que poriam inimizade entre ele e a mulher,
entre o descendente dele e o descendente dela, o qual esmagaria, um dia, a
cabeça de Lúcifer.
Esse certame de Lúcifer versus Lógos, de trevas contra luz, faz parte dos
planos cósmicos que regem todo o Universo, até à plenitude dos tempos. Entre
altos e baixos, por entre luzes e trevas, se projeta a estrada da evolução; o joio
não será exterminado do meio do trigo enquanto este não atingir a plenitude da
sua maturidade. Iguais em sua evolução externa são o joio e o trigo –
desiguais, porém, em seu destino interno. O positivo se perpetua rumo ao Todo
– o negativo vai rumo ao Nada.
Todas as coisas finitas são como linhas curvas que, cedo ou tarde, terminam
onde começaram – ao passo que o Infinito é semelhante a uma linha reta, cujo
término transcende o seu princípio.
Certo dia, refere o texto, estavam reunidos os Filhos de Deus, e no meio deles
apareceu Lúcifer – um kuru no meio dos devas. E a terra de Hus se converteu
num novo Kurukshetra, um campo de batalha entre o bem e o mal.
– Vim da terra – respondeu Lúcifer como quem diz que veio da sua casa, dos
seus reinos e sua glória.
– Vi, sim – respondeu secamente Lúcifer, que devia ter uma lembrança amarga
dessa visita a Job, porque era um subversivo no meio do seu reino.
– Ora, ora – replicou cinicamente Lúcifer – é muito fácil ser espiritual, porque o
fizeste nadar em prosperidade.
Deus, porém, respondeu a Lúcifer que Job não era espiritual porque era
próspero em bens materiais; ele seria espiritual mesmo que fosse pobre.
Nesta altura, Lúcifer propõe um jogo de aposta: quer apostar com Deus que
Job deixaria de ser espiritual, se perdesse toda a sua fortuna. Deus aceita a
aposta: dá licença a Lúcifer para arruinar toda a fortuna do rico fazendeiro.
Mais que depressa, Lúcifer volta à terra e manda os seus comparsas humanos
invadirem a fazenda de Job, roubar todo o gado dele e arrasar as plantações.
– E Job me maldisse?
– Não, ele disse: Deus o deu, Deus o tirou, seja bendito o nome de Deus.
Lúcifer, porém, apesar de ter perdido o primeiro ponto de aposta com Deus,
não se deu por derrotado. Respondeu sarcasticamente:
– Pele por pele! Até agora só toquei na fortuna dele, mas não na família e na
pessoa de Job.
Replica Job;
– Qual mulher insensata falaste. Se Deus nos deu tudo, por que não poderia
tirar tudo?
Lúcifer, depois de perder todas as suas apostas com Deus, não tem a coragem
de voltar à presença dele, nem à presença de Job. Vergonhosamente
derrotado em sua estratégia manda três dos seus comparsas, três filósofos
orientais, cujos nomes são Elifas, Baldad e Sofar. Esses tinham ouvido das
desgraças do amigo e foram vê-lo e consolá-lo dos seus sofrimentos.
Estupefatos à vista do estado trágico do amigo, não se atrevem aproximar-se
dele. Sentam-se no chão, à segura distância, (para não serem contaminados) e
começam a falar.
A consolação que entre os três filósofos têm a dar ao amigo é digna do seu
chefe Lúcifer: todos os três tentam provar, um após outro, que Job é um grande
pecador – bela consolação: – porque Deus é justo e não castiga os justos mas
tão somente os pecadores.
Job protesta a sua inocência; não tem consciência de pecado algum. Mas os
três filósofos inventam subterfúgios para não se darem por vencidos: se Job
não tem consciência do seu pecado, daí não se segue que seja isento de
pecados; pode ter débitos inconscientes, talvez de uma vida passada, débitos
que tem de pagar na vida presente.
Job continua a protestar a sua inocência e a louvar a justiça de Deus, que pode
dar tudo e tirar tudo, sem cometer injustiça.
Após essa derrota total dos três comparsas de Lúcifer, aparece finalmente o
próprio Deus que reprova a filosofia dos três desastrados consoladores,
dizendo:
– Job não sofre por pecado algum, não tem débito; eu o fiz sofrer para
aumentar o seu crédito, para ele se tornar ainda mais espiritual do que era. Por
ventura não tem o oleiro o direito de dar a seu barro o destino que quer? Fazer
dele vasos preciosos ou vasos para fins humildes?
Com isto faz Deus ver aos três filósofos que ele não faz as coisas por serem
justas, mas que as coisas são justas porque ele as faz.
Lúcifer, após esta derrota, desaparece do cenário, cogitando novos planos para
sabotar a sabedoria de Deus.
UM ESTRATAGEMA
MALOGRADO
Será que este eremita do deserto seria tão inexpugnável como aquele ricaço?
– Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus.
Esta resposta dava uma boa pista a Lúcifer. Esse homem era um “filho de
Deus”, diferente dos outros homens. Devia ter ilimitada confiança num mundo
invisível. Seria um grande mago, mestre e líder em energia astral?
– Lança-te daqui abaixo, porque Deus deu aos seus anjos para te
suspenderem nas mãos, para que não firas os pés numa pedra.
Derrota tamanha não havia Lúcifer sofrido ainda. Em vez de ser adorado, é ele
convidado a adorar aquele a quem hostilizava.
E por fim, o estranho eremita teve a audácia de lhe fazer ver que o lugar dele
era na retaguarda paras servir, e não na vanguarda para ser servido e adorado:
– Vai à minha retaguarda!
Depois dessa derrota no deserto, começou Lúcifer a temer pela segurança dos
seus reinos na terra. Se existia um homem que não se considerava vassalo
dele, mas se arvorava em soberano, então estava em perigo a segurança dos
seus domínios terrestres. No Éden oferecera Lúcifer apenas um prazer
libidinoso a uma mulher, e ela caíra como uma folha seca. Recordava-se ele da
profecia enigmática dos Elohim sobre o descendente daquela mulher que
esmagaria a cabeça dele – será que era este o homem perigoso aos reinos
dele? E não dizia esse homem que o seu reino não era deste mundo? A que
outro mundo aludia ele?...
Que fazer?
Lúcifer, sendo o mais astuto dos seres vivos da terra, como haviam dito os
Elohim, ia excogitar um estratagema de inaudita audácia: ia mobilizar uma
quinta-coluna dentro da própria fortaleza desse homem perigoso. E sua vitória
seria certa desta vez.
LÚCIFER MOBILIZA UM
QUINTA-COLUNA
Essa oportunidade se lhe apresentou três anos mais tarde. Durante esse
triênio, tivera o “poder das trevas” tempo para mudar de tática a ver se
derrotava aquele que dizia ser a “luz do mundo”. Ia valer-se do auxílio de um
dos seus íntimos discípulos.
Aliás, Judas era o único judeu entre os 12 discípulos; os outros eram galileus,
gente simples, ainda não pervertidos pela inteligência luciférica. Por isto seria
fácil o estratagema de Lúcifer para mobilizar Judas a seu favor.
Havia, porém, uma dificuldade: Jesus devia ser preso pelos soldados romanos,
que estavam a serviço da Sinagoga; mas estes não o conheciam, e, estando
ele no meio dos seus discípulos, era difícil identificá-lo à sombra das oliveiras
do Getsêmane.
Judas, porém, achou saída fácil. Fez ver ao chefe da Sinagoga que ele mesmo
estaria presente e daria a senha da identificação do Mestre: aquele a quem eu
beijar, disse, esse é o tal; prendei-o.
Na hora marcada, após o rito do cordeiro pascal dirigiu-se Jesus ao horto das
oliveiras com seus discípulos. Judas chegou à frente dos soldados. Avançou
para o Mestre, abraçou-o e beijou-o na face, dizendo:
– Salve, Mestre!
– Jesus, para mostrar que não era vítima de uma cilada imprevista, mas sabia
do plano de Judas, disse:
– A quem procurais?
– A Jesus de Nazaré – responderam eles.
Certos teólogos cristãos, há quase 2.000 anos, ensinam que todos esses
sofrimentos e ludíbrios foram mandados por Deus para que Jesus com eles
pagasse os pecados da humanidade.
Finalmente, Jesus pôs termo final à vitória do poder das trevas dizendo:
– Está consumado...
Neste lugar e nesta hora, o governador romano Pôncio Pilatos e seu réu Jesus
de Nazaré iam discorrer sobre os dois reinos que se digladiam no Universo: o
reino das trevas e da ilusão, e o reino da luz e da verdade. Os dois homens
eram embaixadores plenipotenciários dos respectivos reinos.
– Tu és rei?
É que Jesus fora acusado de pretender a realeza da Judéia, que, havia meio
século, era uma província do Império dos Césares, senhores da Europa, da
Ásia e da África.
– Sim, eu sou rei – respondeu o homem no banco dos réus, e, para evitar
qualquer equívoco, logo acrescentou com firmeza:
Cheio de estranheza e espanto, olhou Pilatos para essa ruína humana diante
dele e perguntou:
– Donde és tu?
Se esse homem era rei, onde estava o reino dele? Na Europa, Ásia, na África?
Não; porque esses países eram do Império Romano. Vagamente se lembrava
Pilatos de certas fábulas da mitologia que falavam de reis divinos vindos à
terra. Seria o Nazareno um desses reis extra-terráqueos?
– Eu nasci para isto e vim à terra para isto: para dar testemunho à verdade.
– Se deste mundo fosse o meu reino, os meus amigos lutariam para que eu
não fosse entregue a meus inimigos; mas o meu reino não é daqui.
No reino desse rei não se lutava com armas físicas, matando uns aos outros;
lutava-se com as armas metafísicas da verdade.
– Que é a verdade?
Pilatos, depois de ter ouvido dos lábios do seu réu, que ele era rei de um reino
que não era deste mundo, se convenceu definitivamente que estava lidando
com um visionário místico que sofria de megalomania de realeza. Perante as
leis do Império Romano, era ele inocente, e o governador romano o podia
absolver como inofensivo.
– Sou inocente do sangue deste justo; vós lá vos avindes com ele. – E o
condenou à morte na cruz.
Lúcifer exultou. Judas e Pilatos eram ótimos auxiliares dele. Era plenamente
vitoriosa a política do poder das trevas, dominador deste mundo.
Não sabia ele que esta maior vitória das trevas era o triunfo da luz.
LÚCIFER TENTA
Com sua derrota voluntária, havia o Lógos proclamado sua maior vitória sobre
Lúcifer, sobretudo com sua inexplicável ressurreição no terceiro dia.
O poder das trevas não aceitaria impassível essa derrota. Instruiu os seus
veículos humanos que negassem de todos os modos essa notícia da
ressurreição, que desmoralizaria toda a estratégia luciférica.
Por isto, era indispensável sabotar por todos os meios o fato da ressurreição.
Mas como?
3 – que, dormindo e vendo tudo, não impediram este roubo, como era da
sua obrigação.
Também, como poderia um cego ver a sua própria cegueira? Como poderia o
poder das trevas enxergar suas próprias trevas?
Não negam o fato, mas atribuem-no ao poder de Belzebu, nome jocoso, que
significa literalmente “rei do lixo”, ou “rei das moscas”, que os judeus davam ao
adversário.
– Quando o forte guarda os seus utensílios, está em segurança tudo quanto ele
possui; mas, quando lhe sobrevém outro, mais forte do que ele, liga o forte e o
despoja das armas em que confiava.
O forte é satanás; o mais forte é Jesus que ligou satanás e lhe tirou seus
utensílios e suas armas. Pelo contexto, os utensílios (skeue) e as armas, ou a
armadura total (panoplia) são os demônios.
Jesus não expulsou satanás, nem o identificava com os demônios, que são
apenas utensílios e armas de que ele se serve para seus fins. Mas a perda
desses utensílios e armas enfraquece o poder do forte, ligado pelo mais forte.
Toda a atitude e linguagem dos demônios revelam que são seres inermes e
fracos; à aproximação do mais forte, gemem e suplicam: “Se nos mandares
sair daqui, não nos mande para o abismo; permite que entremos nos porcos” e,
depois de entrar nos porcos, nem têm o poder de conservarem vivos esses
seus veículos animais.
A palavra Lúcifer, como já dissemos, não ocorre nos livros sacros como
sinônimo de satanás ou diabo; Lúcifer quer dizer luzeiro, ou porta-luz, quer do
mundo físico (estrela d’alva ou lúcifer matutino), ou mesmo um luzeiro
espiritual. Um lúcifer mental pode ser amigo de Deus, e pode ser também
inimigo, consoante o uso ou abuso do seu livre-arbítrio. Na linguagem
tradicional os povos, como dissemos, lúcifer designa uma mentalidade hostil ao
espírito.
Tem-se alegado que as palavras de Jesus “eu vi satanás cair do céu como um
raio” provam a identidade de satanás e demônio. Acabavam os discípulos de
regressar da sua primeira excursão apostólica, e, cheios de entusiasmo,
contaram ao Mestre que, em nome dele, até os demônios lhes estavam
sujeitos e saiam das suas vítimas. Ao que o Mestre profere as palavras acima.
Se os demônios são os utensílios e as armas de satanás, que admira que esta
caia da alturas do seu poder, quando os discípulos do mais forte solapam o
sustentáculo do forte?
O homem, quando amigo do mais forte, não corre perigo de ser dominado pelo
forte e de seus utensílios e suas armas.
Mas, desta vez Lúcifer se saiu mal, porque, pouco depois, o próprio Saulo de
Tarso, que matara Estevam, se transformara no maior defensor do Cristo, que
ele proclama, durante três decênios, na Ásia e na Europa, como o “rei imortal
dos séculos”.
Mas, o sangue dos mártires era semente para novos cristãos, e um dos
auxiliares de Lúcifer, que apostatara do Lógos, bradou ao morrer: “Venceste,
Galileu!”.
Desde o início do quarto século, até hoje, funcionam os três presentes fatídicos
que Lúcifer ofereceu aos discípulos do Nazareno, através do seu comparsa
Constantino Magno: armas, política, dinheiro.
Mais audacioso do que nunca proclamou Lúcifer a sua antiga plataforma: “eu te
darei todos os reinos do mundo e sua glória, porque são meus, e eu os dou a
quem eu quero – prostra-se em terra e adora-me!”
Em vez de subirmos até ele, achamos mais cômodo fazê-lo descer até nós...
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QUERUBINS DO ESPAÇO
Há quem chame esses seres serpentes e querubins, com alusão ao que o texto
do Genêsis diz do guarda da árvore do conhecimento e da árvore da vida.
Os querubins astrais conhecem o perigo que o nosso Lúcifer mental creou para
a sobrevivência da humanidade do planeta terra. Se as nossas experiências
atômicas e nucleares perderem o controle sobre a “reação em cadeia” que
desencadeamos – adeus, humanidade!... Adeus vida da terra!...
O insistente apelo que Albert Schweitzer, nos últimos anos de sua vida, dirigiu
a todos os governos do mundo, era um alerta inspirado pelos querubins
benéficos do espaço. As nossas centrais nucleares e atômicas atraem os
visitantes astrais, interessados, em saber do estado da nossa fissão atômica,
de que depende o futuro da humanidade e da terra.
Que diria o divo Platão sobre a nossa Atlântida (terra)? Repetiria o que, há
mais de 2000 anos, escreveu sobre a mentalidade luciférica dos antigos
atlantes? Será que o nóos humano não está em vias de suicídio coletivo, por
não se integrar no Lógos cósmico? Será que o poder das trevas não impede a
vitória das potestades da luz?
Os livros sacros nos dão a esperança longínqua de que uma pequena elite
sobreviverá ao suicídio coletivo da humanidade-massa; e que essa elite será a
semente para uma nova humanidade. O ferro vira ferrugem, mas a ferrugem
não tornará a ser ferro. Entretanto, se sobrarem uns átomos de ferro, reagirão
ao impacto magnético do ímã – e do cataclismo universal anunciado pelos
videntes sobrará uma elite não corroída – e então haverá um novo céu e uma
nova terra, e o Reino dos Céus será proclamado sobre a face da terra.
LÚCIFER É PRESO POR MIL ANOS
Houve uma grande luta no céu, diz o texto; naturalmente não num local, mas
no espaço cósmico das entidades superiores em evolução, onde impera o livre-
arbítrio.
Houve uma luta no céu... Os livros sacros nada sabem de um museu celeste
engendrado pela teologia clerical, onde as múmias beatíficas estejam
eternamente congeladas na imóvel contemplação de Deus; o céu verdadeiro é
uma humanidade em incessante evolução, como diz Paulo de Tarso: iremos de
conhecimento em conhecimento, de glória em glória, de beatitude em
beatitude.
Naquela zona superior do Universo, chamada céu, já não havia ambiente para
o rebelde, e foi lançado a uma zona inferior de evolução, cujos habitantes se
achavam ainda numa mentalidade caótica entre o bem e o mal, na zona
penumbral entre luz e as trevas, que é a nossa humanidade terrestre.
Nesse lusco-fusco telúrico encontrou Lúcifer campo propício para suas
atividades.
Por isto, a luta no céu não lhe pareceu um paradoxo, porque compreendeu a
síntese das antíteses à luz da eterna TESE.
O dragão de fogo que está à espreita do filho duma mulher vestida de luz solar;
e assim que ela deu à luz, o dragão quis devorar o filho dela, o qual foi
arrebatado ao trono de Deus, enquanto a mulher voava em asas de águia para
o deserto. Lúcifer devia estar lembrado das palavras dos Elohim, que haviam
prometido pôr inimizade entre a serpente e o descendente da mulher; e devia
estar apavorado com a visão de que o descendente da mulher esmagaria a
cabeça da serpente.
Depois deste período, porém, o dragão será solto novamente, mas já não terá
o mesmo poder de antes sobre os terrestres.
Diz a sabedoria da Bhagavad Gita que o ego é o pior inimigo do Eu, mas que
este é o melhor amigo daquele.
Embora Lúcifer deva, por sua própria natureza, ser a antítese do Lógos, este
contudo sendo de suprema sabedoria, pode levar Lúcifer a uma síntese de paz,
a uma integração voluntária nos planos do Eu cósmico. O joio tem de ser joio
no meio do trigo, enquanto este necessita da resistência daquele: “Não
arranqueis o joio”. Mas, quando o trigo atingir elevado grau de maturidade, não
necessita mais do joio: “Este será queimado”. O Apocalipse termina com uma
visão gloriosa do Cordeiro: não haverá mais lágrimas nem sofrimentos, nem
maldades – e o Reino de Deus será proclamado sobre a face da terra; haverá
um novo céu para o Eu, e uma nova terra para o ego.
Este triunfo final não é um céu estático e passivo, é um céu dinâmico e ativo,
uma incessante jornada evolutiva do homem, já não desviável da linha reta do
seu destino.
Esta linha reta sem desvios nem zigue-zagues, é a fase avançada da Nova
Humanidade, cuja jornada não coincidirá jamais com uma chegada, mas que
eternamente se aproximará do Infinito – e esta jornada em linha reta é a vida
eterna, que, segundo os livros sacros, terá por cenário também o planeta terra,
que será o habitáculo da nova humanidade. A celeste Jerusalém será a nossa
terra expurgada das profanações da velha humanidade, e onde se realizará
aquilo que os Elohim haviam deslumbrado no princípio.
***
COM UM AVATAR
– Quem és tu?
Respondeu-lhe o desconhecido:
– Da plenitude?
– Ah! tu és um avatar...
– Sim, o céu dentro de mim. Esse céu sempre propínquo e sempre longínquo...
Dizendo isto, o avatar olhou para o horizonte distante onde um sol dourado
mergulhava nas trevas.
– Se estás no céu, por que não gozas o teu céu? Se estás na plenitude, por
que não bebes a tua doçura?
– Eu estou no céu do meu gozo gozado, mas vou descer ao céu de um gozo
sofrido...
– Sim, eu não estou na plenitude plena, mas plenificável. Não estou no termo
da viagem, estou em plena jornada.
– Estou num viver sem fim, numa libertação indefinida, e por isso devo servir,
descendo voluntariamente...
– Quem não sofre por amor de si não pode sofrer por amor dos outros.
– É sim. Ninguém pode ter amor-alheio sem ter amor-próprio. Ninguém pode
fazer bem aos outros sem ser bom em si mesmo.
– Estranha filosofia...
– Quer dizer que vais encarnar como um avatar por amor aos outros?
– Desço às baixadas para subir às alturas. Quanto mais desço por amor, tanto
mais subo rumo à plenitude.
Quando Lúcifer voltou a si das cogitações longínquas, não viu mais ninguém. O
estranho anônimo descera às baixadas do Universo a fim de se realizar
ulteriormente, o que ele chamava o céu sofrido. Foi prestar os mais humildes
serviços as creaturas inferiores, sem esperar recompensa nem louvores nem
admiração. Somente por amor.
Por longo tempo andou Lúcifer pensando nesse misterioso amor-próprio, que
não era egoísmo. Mas não conseguiu solver o enigma: amar a si mesmo por
amor aos outros.
Pouco a pouco, Lúcifer começou a sentir-se mal, a cada vez pior, nesse
ambiente. Sentia-se como que asfixiado, com falta de ar... A frequência
vibratória irradiada pelos habitantes desse lugar era insuportável para o poder
das trevas. Quando essa sensação da mal-estar atingiu o clímax, Lúcifer fugiu
desse inferno. Uma ventania violenta o arrojava para fora, e ele julgou ouvir
nos uivos da ventania o grito estridente: não quero servir... não quero servir por
amor... quero ser servido... quero ser adorado...
No início da Era Cristã, celebrou Lúcifer algumas das suas vitórias mais
estupendas. Conseguiu que seu inimigo número um fosse condenado a uma
morte vergonhosa pelas autoridades, civil e religiosa, e que esta condenação
fosse forjada por um dos discípulos dele que com ele vivera três anos.
Tanto mais gloriosa foi esta vitória porque, três anos antes, no deserto da
Judéia, o Nazareno lhe dera ordem categórica de se pôr na retaguarda e servir
e adorar em vez de ser servido e adorado. Mas o príncipe deste mundo
conseguiu que seu inimigo número um fosse entregue à morte por ordem do
representante do maior império do mundo, à insistência da mais poderosa
organização religiosa da época.
Breve, porém, foi o seu júbilo, porque de Jerusalém lhe vinham rumores de que
os discípulos do crucificado continuavam fanaticamente à rebeldia anti-mosáica
do Mestre.
Chegado a Jerusalém, soube que o chefe dos nazarenos revoltosos era um tal
Estevam. Com a aprovação dos chefes da Sinagoga, resolveu Saulo mandar
apedrejar Estevam como blasfemo, segundo preceituava a lei de Moisés.
Saulo e seus companheiros ouviram esta voz misteriosa, mas não viram
ninguém.
Saulo viu que ainda não chegara o tempo para proclamar corajosamente a
mensagem do seu novo Mestre. E retirou-se para as estepes desertas da
Arábia, onde ficou sozinho, três longos anos, em meditação e estudos tentando
conciliar os fatos estranhos dos últimos dias.
Depois desses três anos de solidão, pôs-se a percorrer os países da Ásia
ocidental e do Sul da Europa, proclamando a mensagem do Cristo a pagãos e
judeus.
Saulo confessa em suas cartas que foi esbofeteado por satanás, mas
perseverou firme e fiel até o fim. Nenhuma das estratégias de Lúcifer
conseguiu demovê-lo do seu caminho. Finalmente foi degolado por ter
proclamado o nome do Cristo.
O LÚCIFER ANTI-EVOLUTIVO
Teilhard de Chardin faz o homem passar por diversos estágios evolutivos, entre
eles o da biosfera, da noosfera, rumo à logosfera. O homem superou a biosfera
da simples vida animal e se acha atualmente na noosfera, no estágio da
inteligência; segundo o roteiro evolutivo normal, deve o homem passar da
noosfera para a logosfera, o triunfo da racionalidade.
O Lúcifer do ego intelectual não permite a evolução do ego rumo ao Eu, mas
tenta manter o homem na horizontal do ego; se o homem intelectual se
racionalizar (espiritualizar), perderá o ego a sua soberania ditatorial sobre a
vida do homem, e terá que abdicar dela a favor de um poder superior. Mas o
próprio Cristo já nos advertiu que “o príncipe deste mundo, que é o poder das
trevas tem poder sobre nós”. E o próprio Lúcifer, na cena da tentação, confirma
as palavras do Lógos, dizendo: “Eu te darei todos os reinos do mundo e sua
glória, porque são meus”.
O homem intelectual é necessariamente egoísta; não se interessa pela
evolução do homem integral, mas quer perpetuar o homem parcial; quer dizer,
que se opõe frontalmente às leis cósmicas, que querem a evolução
ascensional do homem. Para conseguir este seu fim anti-evolutivo, o ego
luciférico se serve de duas armas poderosas: a do sexo e a da propriedade. O
uso normal do sexo e da propriedade não é anti-evolutivo; mas a inteligência
perverte esse uso normal e substitui a libido normal pela luxúria anormal, e
substitui o uso normal dos bens materiais pelo abuso deles, chamado
ganância.
E o Lúcifer do ego intelectual faz o possível para levar o homem a esse abuso.
Mas disfarça jeitosamente esse abuso, fazendo crer que é o uso normal das
energias.
O homem que não permite a invasão da razão superior na sua vida, não
percebe essa camuflagem perversa da inteligência.
Quem pode, deve; e quem pode e deve e não faz, cria débito – e todo débito
gera sofrimento: é esta a quintessência das leis cósmicas.
É esta a voz da razão (Lógos), que a inteligência (nóos) não quer aceitar.
No 6.° século antes da Era Cristã escreveu o grande iniciado chinês Lao-Tse
no seu Tao.
Quem é auto-realizado,
O que atualmente domina toda a vida humana são três estupendas conquistas
da ciência: cinema, rádio e televisão, sobretudo a televisão cujos espectadores
não são milhares, como no cinema, mas muitos milhões. A estatística calcula
em 45 milhões de pessoas, que habitualmente usam televisão, no Brasil.
Por ora, esses grupos abrangem apenas uma pequena elite; mas, como um
pouco de fermento vivo pode levedar uma imensa massa morta, é de esperar
que esses pequenos grupos sejam uma nova vanguarda da educação da
consciência a projetar-se sobre a sociedade.
No século 20, Lúcifer celebrou uma das suas maiores vitórias – e sofreu uma
das suas maiores derrotas. E, por ironia da sorte, essa derrota lhe foi infligida
por sua arma predileta – a inteligência humana.
E Einstein declara, em nome da ciência, que a matéria não existe como uma
realidade autônoma, mas apenas como um fenômeno da energia. Matéria é
energia congelada; descongelando a matéria, ela deixa de existir como tal.
Mais ainda, no seu livro “Aus meinen spaeten Jahren” Einstein declara que não
professa nenhuma religião determinada, nem judaica nem cristã, mas que se
considera um homem profundamente religioso, porque vê um Poder Supremo
em todas as coisas do Universo. Ele proclama a Divindade, não um Deus
pessoa, como os teólogos ensinam, mas um Poder Supremo, que Spinoza
chamava a “alma do Universo”, e que Einstein identifica com a Lei Universal
que tudo rege. O ateísmo militante derrotado pelo maior cientista do século.
Parece que esse triunfo da ciência soviética tem por fim preparar uma queda
sem precedentes, porque quanto mais elevada for a construção tanto mais
profunda e desastrosa será a sua destruição.
INIMIGO NECESSÁRIO
Muitos leitores devem ter estranhado que Deus tenha creado tão poderoso
adversário da humanidade, e achariam melhor que não existisse.
Na realidade, porém, o céu, a vida eterna, é uma jornada em linha reta, uma
sinfonia inacabada.
E, para que possível seja essa evolução indefinida, é necessário que haja
pólos, positivo e negativo; que haja uma antítese, não contrária, mas
complementar, onde os pólos complementares possam evolver rumo a uma
grande síntese.
A luta é inevitável porque faz parte das leis cósmicas; evitável é a derrota do
Eu crístico pelo ego luciférico do homem.
Aliás, toda a razão-de-ser da existência humana é essa luta de vitória em
vitória.
A nossa humanidade atual está numa das suas baixadas mais profundas de
involução, ou luciferismo, em que culminaram os dois fatores involutivos
luxúria-ganância. Apesar disto o Apocalipse nos garante que, algum dia, “o
reino dos céus será proclamado sobre a face da terra e haverá um novo céu e
uma nova terra”.
A felicidade do homem, a sua vida eterna, não consiste numa chegada, mas
numa constante jornada em direção certa. Esta consciência da direção certa é
que é a eterna felicidade do homem. Não existe nenhum céu estático, só existe
um céu dinâmico. O céu não é um estado de ser, mas um processo de devir.
Esta lucificação do seu ego opaco pelo seu Eu luminoso é a suprema tarefa do
homem, aqui na terra, e em todas as existências extra-terrestres.
O nosso ego é, no princípio comparável a uma tábua opaca, que pode ser
iluminada unilateralmente pela luz, mas projeta sombras do lado oposto,
porque não é permeável pela luz. Mas, quando esse ego opaco se transformar
num cristal transparente, então não projeta mais sombras, porque é totalmente
diafanizado pela luz. E é até possível que a luz incolor, que entrou no cristal,
saia dele em forma de luz multicor, polarizando magnificamente todos os
objetos por ela iluminados.
PREFÁCIO
LÚCIFER
UM ESTRATAGEMA MALOGRADO
O LÚCIFER ANTI-EVOLUTIVO
Nasceu na antiga região de Tubarão, hoje São Ludgero, Santa Catarina, Brasil
em 1893. Fez estudos no Rio Grande do Sul. Formou-se em Ciências, Filosofia
e Teologia em universidades da Europa – Innsbruck (Áustria), Valkenburg
(Holanda) e Nápoles (Itália).
Rohden não está filiado a nenhuma igreja, seita ou partido político. Fundou e
dirigiu o movimento filosófico e espiritual Alvorada.
Ao fim de sua permanência nos Estados Unidos, Huberto Rohden foi convidado
para fazer parte do corpo docente da nova International Christian University
(ICU), de Metaka, Japão, a fim de reger as cátedras de Filosofia Universal e
Religiões Comparadas; mas, por causa da guerra na Coréia, a universidade
japonesa não foi inaugurada, e Rohden regressou ao Brasil. Em São Paulo foi
nomeado professor de Filosofia na Universidade Mackenzie, cargo do qual não
tomou posse.
Nos últimos anos, Rohden residia na capital de São Paulo, onde permanecia
alguns dias da semana escrevendo e reescrevendo seus livros, nos textos
definitivos. Costumava passar três dias da semana no ashram, em contato com
a natureza, plantando árvores, flores ou trabalhando no seu apiário-modelo.
À zero hora do dia 8 de outubro de 1981, após longa internação em uma clínica
naturista de São Paulo, aos 87 anos, o professor Huberto Rohden partiu deste
mundo e do convívio de seus amigos e discípulos. Suas últimas palavras em
estado consciente foram: “Eu vim para servir à Humanidade”.
A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
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O NOSSO MESTRE
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