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Por isso, Foucault afirma que, por essa razão, a justiça não mais assume
publicamente a parte de violência que está ligada a seu exercício. O saber foi sendo
deslocado para os especialistas. Ou seja, quem passou a ter o poder eram os
especialistas.
Assim, quem passou a ter poder sobre o corpo do condenado, quem poderia dar o
laudo, era o especialista. A esses poderes, Michel Foucault chama de micropoderes,
que se encontram espalhados até se chegar a uma sentença. Nesse sentido, o
saber dá o poder de dizer quem era o criminoso.
Para Foucault, as práticas penais devem ser consideradas mais como um capítulo
da anatomia política do que como uma conseqüência das teorias jurídicas. Ele
propõe fazer a história dos investimentos políticos do corpo.
Numa visão geral, percebemos que Michel Foucault chama a atenção do leitor para
a forma como o poder de decidir sobre o castigo a ser adotado na punição dos
delinqüentes exige uma reflexão. A compreensão de que a punição era corrigir,
reeducar e “curar’ continua bem presente no Direito Penal moderno. Por isso, para
Michel Foucault, nos dias atuais um juiz nunca julga sozinho. Até se chegar a um
veredicto, há todo um procedimento de julgamento que passa por laudos de vários
especialistas: do médico, do psicólogo, do psiquiatra, dentre outros.
REFERÊNCIA
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes,
1987.