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Igreja Pentecostal Assembleia de Deus – CORENE

Concílio Regional Nordeste

Tema: “O amor, a prova social do verdadeiro Cristão”.


Texto: 1ª João Capitulo 1.5 “Mas qualquer que guarda a sua palavra o
amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado, nisto conhecemos
que estamos Nele”.

INTRODUÇÃO:

Vivemos num tempo em que está cada vez mais difícil amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a nós mesmos. As pessoas amam coisas, posições sócias,
querem estar sempre em destaque, amam os aplausos, gostam e amam os palanques,
gostam de estarem sempre na evidencia, amam os títulos, querem ser o destaque em
tudo, exibem fotos imagens de sua pessoa como se fosse para exigir sua posição social.
E por aí o que se vê é que eles se exaltam numa triste necessidade de exigir que sejam
conhecidas e chamadas pelo titulo que ostentam. Ostentam coisas, objetos, poder, e não
veem que na verdade estão coisificam as pessoas as quais são mais importantes que as
coisas, objetos e o poder que ostentam. Mediante a tudo isso é que nos resta fazer uma
pergunta, onde JESUS está em meio a tanto desejo de ostentação? Imaginem João
Batista dizendo a seus discípulos (João 3.29 – 31. “O que tem a noiva é o noivo; o
amigo do noivo que lhe serve e o ouve, alegra-se grandemente por causa da voz do
noivo. Portanto, essa satisfação já se cumpriu em mim. É necessário que Ele cresça e
que eu diminua. Quem vem das alturas está acima de todos; aquele que vem da
terra é terrestre e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos. …”.
Ao estudarmos a palavra de Deus, encontramos vários ensinamentos e
referências acerca do verdadeiro cristão, e sua relação com Jesus Cristo seu Senhor.
Observo também que no contexto em que vivemos muitas coisas fogem do agrado de
Deus, porque nem sempre o que estamos fazendo e aparentemente está dando certo é o
que agrada a Deus. Acho que é necessário verificarmos nossos conceitos no que se
refere ao que diz espeito a amar a Deus sobre todas as coisas. Em Marcos, em 1ª João,
nós encontramos o seguinte ensinamento: (Marcos 12:33 “E que amá-lo de todo o
coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o
próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”. E em 1ª
João 4:20 Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem
não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E em 1ª
João 4:11 “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos
outros”).

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Amar a Deus sobre todas as coisas e o seu semelhante como a ti mesmo. Esta
frase é muito interessante, todos aprovam, batem palmas, acham-na maravilhosa.
Tudo parece muito fácil, mas não é. Amar a Deus não há nenhuma dificuldade,
porque Deus é um é um ser invisível, capaz de ser sentido, mas não visto, ou seja,
não se pode vê-lo, nem tocá-lo, nem se pode invejá-lo e nem há possibilidade de
disputar nada com seu poder. Mas quando se trata de amar o nosso semelhante ai a
coisas pegam. Fica difícil. Talvez. Alguém já parou para pensar neste texto e seus
efeitos? Se perguntarmos a todos os seres humanos principalmente os “religiosos”, e
aos cristãos, se eles amam a Deus, a Resposta será bem clara, amamos de todo
coração. Porém, se perguntarmos aos mesmos indivíduos vocês amam seus
semelhantes como a ti mesmo? Se for uma resposta sincera, a mesma será: depende
de qual semelhante? Devemos ter um pouco mais de humildade, aplicar a palavra de
Deus e amar de verdade o próximo. Sobretudo saber que ninguém será salvo só
porque segue uma religião. Só serão salvos aqueles que levarem uma vida digna,
honesta, sobretudo ter pureza de coração, deixando de lado o orgulho, a ganância e a
hipocrisia.
É nesse contexto que precisamos avaliar o quanto estamos sendo coerentes, ou
não, com o que pregamos e ensinamos em nossos púlpitos.
Será que temos a capacidade e coragem e ousadia de afirmarmos o que
afirmou o apostolo Paulo, ao pronunciar está celebre frase aos seus seguidores? (1ª
aos Coríntios 11:1 “Sedes meus imitadores como eu sou de Cristo....”).

Pois bem. Vejamos alguns textos para nossa meditação:

I – Em primeiro lugar é bom observarmos que nós (Pastores) somos o espelho de


nossos seguidores:

Somos todos os dias avaliados e verificados por nossos irmãos, que desejam ver
em nós um exemplo condizente com o que falamos. Pois já se diz que só podemos
conhecer um cristão verdadeiro, checando e comparando sua vida com modelo perfeito
que é Jesus. O cristão verdadeiro precisa andar como Cristo andou. Precisa amar como
Cristo amou. Precisa ter a vida que Cristo doou. A maneira de não receber uma nota
falsa é conhecer bem a nota verdadeira.

Já dizia Agostinho: “Conhecer a Deus, permanecer em Deus e ter comunhão


com Deus é a própria essência da vida eterna”.

Paulo disse: (Gálatas 2:20 “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu,
mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vive-a pela fé do Filho de
Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”.

“Deus nos criou para ele e nossa alma não encontrará repouso até descansarmos
Nele”

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1º - Não são os nossos títulos que devem chegar antes de nós, nem os nossos
conhecimentos teóricos. A gnose não preceitua o conhecimento de Deus, os gregos
pensavam que podiam conhecer a Deus simplesmente através da razão do
conhecimento humanístico da Gnose – O gnosticismo defendia a supremacia do
conhecimento. Eles se consideram superiores aos outros homens. Eles se consideravam
uma casta espiritual. Para eles o caminho para Deus era o intelecto. O cristianismo
deveria se converter em uma satisfação intelectual em vez de numa ação moral. Por
isso, os grandes pensadores gregos não tinham uma vida moral ilibada. Sócrates e
Platão, por exemplo, defendia o homossexualismo.

2º - A emoção não deve fazer parte do curriculum de quem anuncia as boas


novas de Cristo como faziam os Gregos no tempo de Jesus. Eles falavam no
conhecimento de Deus através da emoção – Surgiram, então, as religiões de mistério
dando muita ênfase na questão mística, onde se criava uma atmosfera emocional, por
uma iluminação sutil, música sensual, incenso perfumado e uma cativante liturgia.

A proposta deles era não conhecer Deus como ele é, mas sentir Deus. Criou-se
uma religião narcotizante. As pessoas entravam em transe. Eram arrebatadas
emocionalmente. E hoje essa ênfase acontece em nossos dias, nossos púlpitos estão
cheios de pregadores que apelam mais para emoção do que para o racional. O texto de
Paulo aos Romanos 12 nos ensina que não devemos apelar para o emocional e sim para
o racional, ou seja ensinar as pessoas a conhecer a Deus pelo que Ele é. (“Romanos
12:1-4, Rogo-vos irmãos que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto racional....” As pessoas andam através de
experiências fortes e não do conhecimento de Deus.

II – O nosso conhecimento de Deus deve estar na sua revelação:

1º - Conhecemos a Deus porque ele se revelou a nós - Este conhecimento de


Deus não é produto da investigação humana nem de uma exótica experiência
emocional, mas da revelação do próprio Deus ao homem. Exemplo: Jesus disse para
Pedro que não foi carne e sangue, mas o Pai que lhe havia revelado o conhecimento que
tinha a seu respeito. Já na primeira Epistola de João, ele afirma o seguinte: (1ª de João
1:1-3 “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os
nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam, a respeito do
Verbo da vida (pois a vida se manifestou, e nós a temos visto, e testificamos dela, e
vos anunciamos esta vida eterna que estava com o Pai e a nós se manifestou); o que
temos visto e ouvido, também vo-lo anunciamos, para que vós também tenhais
comunhão conosco. A nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo”).

III- Nenhuma experiência Cristã, é válida, se não tem consequências


morais. Vejamos essa expressão: (Tito 1:16 “confessam que conhecem a Deus, mas
negam-no com suas obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para
toda boa obra.”).

1º – O verdadeiro conhecimento de Deus provém da obediência á sua


palavra 1ª de João 2: 3-6

2º – Devemos Guardar os seus mandamentos – v. 3,4 Não conhecemos a Deus


pelo tanto de informação que temos na mente, mas pelo quanto de obediência que

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manifestamos na vida. As palavras de um homem devem ser provadas por suas obras.
Se sua vida contradiz suas palavras, seu conhecimento de Deus é falso.

3º – Devemos Guardar a sua palavra – v. 5 – O verdadeiro amor se expressa


não em linguagem sentimental ou em experiência mística, mas na obediência moral
(5:3; João 14:15,21,23).

4º – Devemos Andar como Cristo andou – v. 6 – Não basta guardar sua


palavra (2:5), temos que andar assim como ele andou. Precisamos nos conformar com
os mandamentos de Cristo e com o exemplo de Cristo (3:3).

IV - Como Cristo andou?

1º - Ele andou com humildade – Esvaziou-se a si mesmo. (Filipenses 2:5-8 “De


sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz”).

2º - Ele andou em total submissão ao Pai – Ele se entregou a si mesmo.

3º - Fez o bem e curando a todos os oprimidos do diabo – At 10:38

4º - Andou em amor e perdão – perdoou até mesmo seus algozes. .

4º - Foi atacado. Foi perseguido. Foi cuspido. Foi pregado na cruz. As


pessoas pagaram o bem com o mal. Temos vivido como Cristo viveu?

V – Qual a prova social do verdadeiro Cristão?

1º – O amor é a prova social de um verdadeiro cristão: (1ª de João 4. 7-8).


Quem não ama não é nascido de Deus, porque Deus é amor.

2º - Se somos de Deus precisamos ter a natureza Dele como Pai: (1ª de João
4:8). Observemos que o mandamento de amar o próximo ou o irmão é antigo,
porque é da lei (Levítico 19:18). Mas é novo porque Cristo o revestiu de um
significado mais rico e mais amplo (João 13:34,25). A vida cristã é cheia de
novos começos instigados pelo desafio sempre novo de amar aos outros como
Cristo nos amou.

3º – Amar como Cristo amou é mais profundo e mais amplo do que


simplesmente amar o próximo como a nós mesmos, porque Cristo nos amou

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mais do que a si mesmo. Ele nos amou e se entregou por nós.

3.1 – Jesus redefiniu o significado de próximo. O próximo que devemos amar


é qualquer pessoa que precise da nossa compaixão, independente da raça ou
posição social. O amor extraído da passagem do bom samaritano seria um bom
exemplo a ser seguido. O amor busca o pecador, Cristo tornou-se amigo dos
pecadores. Jesus estendeu as fronteiras do amor. Precisamos conhecer o
comprimento, a largura, a altura, e a profundidade do amor de Cristo. Cristo
amou os seus próprios inimigos.

4º - O verdadeiro cristão que conhece a Deus e anda na luz, obedece a Deus


e ama a seu irmão. Vê-se a genuinidade da sua fé em sua correta relação com Deus e
com o homem. Deve existir coerência entre o dizer e o fazer. Não há lugar aqui para
indiferença. O amor é ativo como a luz. Não existe penumbra como meio termo. Não
há meio termo nem neutralidade nas relações pessoais.

4.1 - Não podemos estar em comunhão com Deus e com as relações


quebradas com os nossos irmãos ao mesmo tempo. Não podemos cantar hinos que
falam do amor e ao mesmo tempo guardarmos mágoa no coração. Lembremo-nos de
Tiago capitulo 3.10 “de uma mesma boca procede bênçãos e maldição. Meus
irmãos, não convém que isso se faça assim”.

4.2 – O nosso dever é amar o irmão, amar aquele com quem convivemos, aquele
que conhecemos suas fraquezas. É fácil amar os pagãos distantes, mas o plano de Deus
é amar os membros da sua família, os irmãos da sua igreja, com quem você está em
contato a todo o tempo.

Se apóstolo João estivesse escrevendo para a nossa igreja, certamente ele


poderia mandar essa mesma carta. A quem na igreja você evita? A quem na igreja você
ataca com suas palavras? A quem na igreja você despreza? A quem na igreja você
precisa pedir perdão ou perdoar?

VI – O amor não produz tropeço nem para si nem para os outros – 1ª de João 1:10:

1º - A palavra “tropeço” é a palavra grega “escandalon”. Um crente que guarda


ódio no coração ele encontra em si mesmo tropeço para crescer e para ter comunhão
com Deus, consigo e com o próximo.

2º - Mas um crente que não ama ele é uma pedra de tropeço para os outros
crentes. Ele cria problemas onde está. Em vez de bênção, ele é maldição. Em vez de ser
pacificador, ele é perturbador. Em vez de apagar o fogo, ele é um incendiário.

Ilustração: O cego que andava de noite com uma lanterna acesa para ninguém
tropeçar nele.

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3º - As pessoas que nos perturbam e nos incomodam são colocadas em nosso
caminho pelo próprio Cristo para que nós as amemos no poder de seu amor. Se
recusarmos, tropeçaremos no próprio Senhor.

3.1 - Muitas vezes temos visto o nosso próximo como nosso concorrente.

3.2 - Tratamos o nosso irmão como o nosso inimigo. Puxamos-lhe o tapete.


Falamos mal pelas costas.

3.3 - Olhamos o nosso irmão com desprezo, com frieza, com desdém, com
deboche.

5 – Crentes debochados não agradam a Deus, o deboche suscita a ira e o ódio e traz
grandes tragédias para quem o nutre e para quem ele é dirigido – 1ª de João 1.11.

5.1 - Quem guarda mágoa no coração não pode orar, não pode ofertar, não pode
receber perdão.

5.2 - Quem guarda mágoa no coração perde a saúde, perde a paz e perde a
intimidade com Deus. E mais, onde há ódio não há salvação –1ª de João 1.11a
onde há ódio não há santificação – 1ª de João 1.11b, onde há ódio não há direção
segura – 1ª de João 1.11c.

6
CONCLUSÃO:

O propósito do apostolo João é nos ensinar que não haja nada em nós que faça
os outros tropeçarem. Mas também não deve haver nada em nós que nos faça tropeçar.
Se Deus é amor, se Cristo nos manda amar. Se o amor é o teste do verdadeiro
conhecimento de Deus. Então, é impossível termos comunhão com Deus e com os
irmãos sem amor. O amor não é cego. O ódio, sim, cega! Uma pessoa amargurada fica
cega. Seu raciocínio obscurece. Ele perde o equilíbrio. Perde o discernimento, o bom
senso e /etc.

A pergunta que nos resta fazer agora é: Como somos conhecidos? Como
verdadeiros cristão? Como quem conhece a Deus? Como quem guarda os seus
mandamentos? Somos nós imitadores de Cristo, e o representamos em nosso viver
diário? Podemos ser exemplos ao ponto de as pessoas seguirem os nossos passos? Será
que em nossos passos elas encontrariam Cristo? Nós temos amado os nossos irmãos
com o mesmo amor com que Cristo amou-nos?

Reflexão - 1: A quem na igreja você evita? A quem na igreja você ataca com
suas palavras? A quem na igreja você despreza? A quem na igreja você precisa pedir
perdão ou perdoar?

Reflexão 2: Aquele que odeia o seu irmão sofre trágicas consequências: 1) Ele
ainda vive nas trevas, ainda que pense que esteja vivendo na luz; 2) Ele se torna um
tropeço para a vida dos outros; 3) Ele retarda o seu próprio progresso espiritual – Ele
não encontra o caminho da SALVAÇÃO, se torna cego!!!! PENSEMOS NISSO!!!!

No Amor de Jesus Cristo,

Pastor Manassés Santos.

Paulista, 29 de Fevereiro de 2016.

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