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Bonobo

Espécie de primata
Bonobo[1]

Ocorrência: 1.5–0 Ma

PreЄ
ЄOSDCPTJKPN
g

Bonobos no zoológico de Cincinnati

Estado de conservação

Em perigo (IUCN 3.1) [2]


Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Subclasse: Theria
Infraclasse: Placentalia
Superordem: Euarchontoglires
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordem: Catarrhini
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Subfamília: Homininae
Tribo: Hominini
Subtribo: Panina
Género: Pan
Espécie: P. paniscus
Nome binomial
Pan paniscus
(Schwarz, 1927)
Distribuição geográfica

Distribuição geográfica do bonobo

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O bonobo (nome científico: Pan
paniscus), também chamado
chimpanzé-pigmeu e, menos
frequentemente, chimpanzé-anão ou
grácil,[3] é uma das duas espécies
compreendidas pelo gênero Pan. A outra
espécie do gênero é Pan troglodytes, o
chimpanzé-comum. Ambas as espécies
são chimpanzés, embora esse termo
seja usado principalmente para a maior
das duas espécies, o P. troglodytes.

O bonobo distingue-se pelas pernas


relativamente longas, lábios cor-de-rosa
e o rosto moreno. O bonobo é
encontrado numa área de cerca de
500 000 km² da Bacia do Congo, na
República Democrática do Congo, na
África central. A espécie é omnívora e
habita as florestas primárias e
secundárias, incluindo as áreas
pantanosas.

O bonobo é popularmente conhecido por


seus altos níveis de comportamento
sexual. Os bonobos têm relações tanto
heterossexuais quanto homossexuais
para apaziguar os conflitos, adquirir
status social, afeto, excitação e para
redução do estresse.[4]

Junto com o chimpanzé-comum, o


bonobo é o parente vivo mais próximo
geneticamente do ser humano.[5]
Etimologia
Apesar do nome comum alternativo,
"chimpanzé-pigmeu", o bonobo não é
diminuto em comparação com o
chimpanzé-comum. "Pigmeu" pode ter
aparecido por causa dos povos pigmeus
que vivem na mesma área. O nome
"bonobo" apareceu pela primeira vez em
1954, quando Tratz e Heck propuseram o
novo termo.

História evolutiva
Fósseis

Os fósseis de chimpanzé não foram


descritos até 2005. As populações de
chimpanzés existentes na África
Ocidental e Central não se sobrepõem
com os principais locais de fósseis
humanos no leste de África. No entanto,
já foram relatados fósseis de
chimpanzés no Quênia. Isto indica que
tanto os seres humanos quanto os
membros do clado Pan estavam
presentes no leste africano e no Grande
Vale do Rift durante o médio
Pleistoceno.[6] De acordo com A.
Zihlman, as proporções do corpo do
bonobo se assemelham às dos
Australopithecus.[7]

Taxonomia e filogenia
O anatomista alemão Ernst Schwarz é
creditado por ter descoberto o bonobo,
em 1928, com base em uma análise dum
crânio no museu de Tervuren, na Bélgica,
que, anteriormente, pensava-se ser de
um chimpanzé juvenil. Schwarz publicou
as suas descobertas em 1929.[8][9] Em
1933, o anatomista americano Harold
Coolidge ofereceu uma descrição mais
detalhada do bonobo e elevou-o ao
status de espécie.[9][10] O psicólogo e
primatologista americano Robert Yerkes
foi também um dos primeiros cientistas
a observar grandes diferenças entre os
chimpanzés e os bonobos.[11] Estes
foram primeiramente discutidos em
detalhes em um estudo realizado por
Eduard Paul Tratz e Heinz Heck
publicado no início dos anos 50.[12]

O primeiro sequenciamento e montagem


do genoma do bonobo foi feito a partir
de junho de 2012. Depois duma análise
prévia inicial, o National Human Genome
Research Institute confirmou que o
genoma do bonobo é cerca de 0,4%
divergente do do chimpanzé-comum.[13]

Descrição física

Bonobo fêmea
É geralmente considerado mais grácil do
que o chimpanzé-comum, e as fêmeas
são um pouco menores que os machos.
A massa corporal em machos varia entre
os 34 a 60 kg, contra uma média de
30 kg no sexo feminino. O comprimento
total dos bonobos (desde o nariz até a
anca) é de 70 a 83
centímetros.[14][15][16][17] A cabeça
também é menor do que a do
chimpanzé-comum, com menos cumes
proeminentes na testa acima dos olhos.
Têm um rosto preto com lábios cor-de-
rosa, orelhas pequenas, narinas largas e
cabelos compridos na sua cabeça. As
fêmeas têm as mamas ligeiramente
mais proeminentes, em contraste com
os seios planos de outros macacos
fêmeas, embora não sejam tão
proeminentes como as dos seres
humanos. O bonobo também tem um
corpo mais esbelto, ombros estreitos,
pescoço fino e pernas longas, quando
comparadas às do chimpanzé-comum.

Os bonobos são tanto terrestres como


arborícolas. São animais quadrúpedes,
podendo locomover-se de forma bípede
quando têm as mãos ocupadas.

Comportamento
Comportamento social
A espécie distingue-se por uma postura
ereta, uma organização social matriarcal,
e o papel proeminente da atividade
sexual em sua sociedade.[18][19]

Já foi registrado, no American Journal of


Primatology, que os bonobos podem
cometer canibalismo, embora o fato seja
extremamente raro.[20]

Comportamento sexual

Entre os bonobos, assim como ocorre


com outras centenas de espécies
animais já estudadas pela etologia, pode
não existir relação direta entre sexo e
reprodução. Tanto entre bonobos quanto
entre humanos, esta distância entre sexo
e reprodução é particularmente
acentuada. É no campo sexual que os
bonobos se revelam muito criativos. "O
sexo é a chave da vida social dos
bonobos". Para os bonobos, é o sexo que
funciona como instrumento de
compensação da agressividade, fazendo
o papel de agente reconciliador.[21] Isso é
possível porque, ao contrário da maioria
das fêmeas de outras espécies, que só
são receptivas ao sexo no período fértil,
as fêmeas bonobos são atrativas e
ativas sexualmente durante quase todo o
tempo.
Bonobos, que têm uma sociedade
matriarcal, o que é incomum entre
macacos, são uma espécie
completamente bissexual - ambos os
sexos se envolvem em comportamento
heterossexual e homossexual, mas a
homossexualidade entres fêmeas é um
pouco mais acentuada. Cerca de 60% de
toda a atividade sexual dos bonobos
ocorre entre duas ou mais fêmeas.
Enquanto o sistema de interação
homossexual em bonobos apresenta a
mais alta frequência de
homossexualidade conhecida em
qualquer espécie, homossexualidade
tem sido reportada em todas as espécie
de grandes macacos (grupo que inclui os
seres humanos), bem como uma
variedade de outras espécies de
primatas.[22][23][24]

Semelhanças com os seres


humanos

Os bonobos são capazes de passar no


teste do espelho.[25] Eles se comunicam
principalmente através de meios vocais,
embora o significado de suas
vocalizações não sejam atualmente
conhecidos. No entanto a maioria dos
humanos entendem as suas expressões
faciais[26] e alguns dos seus gestos
naturais, como o convite para brincar.
Dois bonobos do Great Ape Trust, Kanzi
e Panbanisha, foram ensinados a se
comunicarem usando um teclado de
lexigramas e podem responder a frases
faladas. Kanzi tem um vocabulário de
mais de 500 palavras em inglês[27] e ele
compreende mais de 3 000 palavras
faladas em inglês.[28] Kanzi também é
conhecido por aprender através da
observação das pessoas e ensinar sua
mãe; Kanzi começou a fazer as tarefas a
que sua mãe era ensinada apenas
observando, das quais algumas a mãe
nem queria saber. Algumas pessoas,
como o filósofo e bioeticista Peter
Singer, argumentam que esses
resultados permitem, aos grandes
primatas, terem os mesmos direitos que
os humanos.

Casos em que os primatas não humanos


manifestaram a sua alegria foram
relatados. Um estudo gravou e analisou
os sons feitos por bebês humanos e
bonobos quando recebiam cócegas.[29]

Distribuição geográfica
O bonobo é endêmico da República
Democrática do Congo (antigo Zaire) e é
encontrado nas áreas em volta do Rio
Congo. Em 1990, seguindo as
recomendações do World Wildlife Fund,
tinha sido aprovada uma reserva de 3
800 km² na Reserva Florestal de Lomako,
porém a instabilidade política nunca
permitiu concretizar o projeto. Hoje, essa
área padece do que se chama "Síndrome
da Floresta Vazia", onde não se percebe
a presença de vida animal quase
nenhuma, em comparação com a
exuberância do passado. Estima-se que
50% da reserva está submetida a caça
sem controle de todas as espécies ali
refugiadas.

Estado de conservação
A Lista vermelha da IUCN classifica os
bonobos como uma espécie ameaçada
de extinção, com estimativas de 29 500
a 50 000 chimpanzés.[2] As principais
ameaças às populações de bonobos são
a perda do habitat e a caça de carne de
animais silvestres, que aumentou
drasticamente durante a Primeira e a
Segunda Guerra do Congo na República
Democrática do Congo.

Ver também
Chimpanzé-comum
Chimpanzé
Great Ape Project

Referências
1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D.E.;
Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal
Species of the World 3 ed.
Baltimore: Johns Hopkins University
Press. 183 páginas. ISBN 978-0-
8018-8221-0. OCLC 62265494
2. Fruth, B., Benishay, J.M., Bila-Isia, I.,
Coxe, S., Dupain, J., Furuichi, T., Hart,
J., Hart, T., Hashimoto, C., Hohmann,
G., Hurley, M., Ilambu, O., Mulavwa,
M., Ndunda, M., Omasombo, V.,
Reinartz, G., Scherlis, J., Steel, L. &
Thompson, J. (2008). Pan paniscus
(em Inglês). IUCN . Lista Vermelha de
Espécies Ameaçadas da IUCN de .
Página visitada em 6 de dezembro
de 2012.
3. Bicharada.net. Disponível em
http://bicharada.net/animais/animai
s.php?aid=231 . Acesso em 19 de
novembro de 2013.
4. http://www.primates.com/bonobos/
bonobosexsoc.html . «Bonobo Sex
and Society». Scientific American
|nome1= sem |sobrenome1= em
Authors list (ajuda)
5. «Mapa genético do macaco Bonobo
é 98,7% igual ao humano, diz
pesquisa» . G1 Globo. Consultado
em 20 de agosto de 2012
6. McBrearty, Sally; Jablonski, Nina G.
(1 de setembro de 2005). «First fossil
chimpanzee». Nature. 437 (7055):
105–8. PMID 16136135 .
doi:10.1038/nature04008
7. Zihlman AL, Cronin JE, Cramer DL,
Sarich VM. 1978, Pygmy chimpanzee
as a possible prototype for the
common ancestor of humans,
chimpanzees and gorillas. Nature.
275: 744-6.. PMID 703839
8. Schwarz, Ernst (1 de abril de 1929).
«Das Vorkommen des Schimpansen
auf den linken Kongo-Ufer». Revue de
zoologie et de botanique africaines
(em alemão). 16: 425–426
9. Coolidge, Harold Jefferson Jr.
(1933). julho-setembro. «Pan
paniscus. Pigmy chimpanzee from
south of the Congo river». American
Journal of Physical Anthropology. 18
(1): 1–59.
doi:10.1002/ajpa.1330180113
Coolidge's paper contains a
translation of Schwarz's earlier
report.
10. Herzfeld, Chris (2007). «L'invention
du bonobo» (PDF). Bulletin d’histoire
et d’épistémologie des sciences de la
vie (em francês). 14 (2): 139–162.
Consultado em 7 de setembro de
2012
11. Savage-Rumbaugh, Sue (21 de junho
de 2010). «Bonobos have a secret» .
New Scientist. Consultado em 7 de
setembro de 2012
12. de Waal, Frans B. M. (2002). Tree of
Origin: What Primate Behavior Can
Tell Us About Human Social
Evolution. [S.l.]: Harvard University
Press. p. 51
13. Karow, Julia (13 de maio de 2008).
«Neandertal, bonobo genomes may
shed light on human evolution; MPI,
454 preparing drafts» . In Sequence.
Genome Web. Consultado em 7 de
setembro de 2012
14. http://www.move.vu.nl/wp-
content/uploads/2008/02/SchAouBo
b_2006.pdf
15. «Bonobo videos, photos and facts -
Pan paniscus» . ARKive. Consultado
em 15 de agosto de 2012
16. Burnie D and Wilson DE (Eds.),
Animal: The Definitive Visual Guide to
the World's Wildlife. DK Adult (2005),
ISBN 0789477645
17. Novak, R. M. 1999. Walker's
Mammals of the World. 6th edition.
Johns Hopkins University Press,
Baltimore. ISBN 0-8018-5789-9
18. «Por 'status', chimpanzés exageram
prazer em relações sexuais» .
Notícias.terra.com.br. Consultado
em 20 de agosto de 2012
19. «Bonobos fazem sexo em troca de
poder» . hypescience. Consultado
em 20 de agosto de 2012
20. Portal G1. «Canibalismo de filhote
em espécie de primata surpreende
cientistas» . Consultado em 2 de
fevereiro de 2010
21. «Informação acerca dos
Bonobos/Diferenças entre os
Bonobos e os chimpanzés-comuns»
(em inglês). FriendsofBonobos
(Amigos dos Bonobos). Consultado
em 20 de agosto de 2012
22. B. M. de Waal, Frans (2001). The ape
and the sushi master: cultural
reflections by a primatologist. [S.l.:
s.n.] ISBN 84-493-1325-2
23. Frans B. M. de Waal. «Bonobo Sex
and Society» . Scientific American.
Consultado em 17 de julho de 2006
24. «The social behavior of chimpanzees
and bonobos.». Current
Anthropology. doi:10.1086/204757
|nome1= sem |sobrenome1= em
Authors list (ajuda);
25. Best, Steven (primavera de 2009).
«Minding the Animals: Ethology and
the Obsolescence of Left
Humanism» . The International
Journal of Inclusive Democracy. 5
(2). Consultado em 8 de fevereiro de
2012
26. «Colombus Zoo: Bonobo» .
Consultado em 1 de agosto de 2006.
Cópia arquivada em 7 de setembro
de 2012
27. «Meet our Great Apes: Kanzi» .
Consultado em 7 de setembro de
2012. Cópia arquivada em 30 de
junho de 2008
28. Raffaele, P. (2006). «Speaking
Bonobo» . Smithsonian. Consultado
em 7 de setembro de 2012
29. Beale, B. (2003). «Where Did
Laughter Come From?» . ABC
Science Online. Consultado em 7 de
setembro de 2012

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