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Universidade Federal de São João Del Rei

Engenharia de
Qualidade I

ANÁLISE DE
CAPACIDADE
Introdução
✓Análise de capacidade:

• Quantificação e avaliação da variabilidade do


processo em relação às especificações do produto;

Engenharia de Qualidade I 2 Prof. Ma. Kívia Mota Nascimento


Introdução
✓Limites naturais de tolerância: são definidos
como limites 3σ em relação à média;

LSNT = μ + 3σ
LINT = μ − 3σ
3σ 3σ

Incluem
99,73% da 0,9973
variável

LINT μ LSNT

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Introdução
✓Principais utilizações de dados de análise da
capacidade de um processo:

• Predizer até que ponto o processo manterá as


tolerâncias;

• Auxiliar os designers do produto na seleção ou


modificação de um processo;

• Auxiliar a estabelecer um intervalo entre amostras


para monitoramento do processo;

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Introdução
✓Principais utilizações de dados de análise da
capacidade de um processo:

• Especificar as exigências de desempenho para um


equipamento novo;

• Selecionar fornecedores;

• Planejar a sequência de processos de produção


quando há um efeito interativo de processos sobre
as tolerâncias;

• Reduzir a variabilidade em um processo;

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Análise de capacidade por histograma

✓ Força de resistência à ruptura para


100 garrafas de refrigerante de 1l

265 197 346 280 265 200 221 265 261 278 Intervalo de classe
Frequência Frequência relativa Frequência acumulada
205 286 317 242 254 235 176 262 248 250 [ )
263 274 242 260 281 246 248 271 260 265 170 190 2 0,02 0,02
307 243 258 321 294 328 263 245 274 270 190 210 4 0,04 0,06
210 230 7 0,07 0,13
220 231 276 228 223 296 231 301 337 298
230 250 13 0,13 0,26
268 267 300 250 260 276 334 280 250 257 250 270 32 0,32 0,58
260 281 208 299 308 264 280 274 278 210 270 290 24 0,24 0,82
234 265 187 258 235 269 265 253 254 280 290 310 11 0,11 0,93
299 214 264 267 283 235 272 287 274 269 310 330 4 0,04 0,97
215 318 271 293 277 290 283 258 275 251 330 350 3 0,03 1
100 1

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Análise de capacidade por histograma

✓ Distribuição de frequência e histograma


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Intervalo de classe
Frequência Frequência relativa Frequência acumulada
[ )
170 190 2 0,02 0,02 30

190 210 4 0,04 0,06


210 230 7 0,07 0,13 25
230 250 13 0,13 0,26

Frequency
250 270 32 0,32 0,58 20
270 290 24 0,24 0,82
290 310 11 0,11 0,93 15
310 330 4 0,04 0,97
330 350 3 0,03 1
10
100 1

x = 264,06 s = 32,02
5

0
170 210 250 290 330
C11
264,06  3  32,02 = 264,06  96 psi

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Análise de capacidade por histograma

✓Considerando os limites naturais de tolerância,


99,73% das garrafas terão entre 168 e 330 psi
de resistência à ruptura
35

30

25

LSNT = 264,06 + 96 = 360 psi

Frequency
20

LINT = 264,06 − 96 = 168 psi 15

10

0
170 210 250 290 330
C11

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Razão de capacidade do processo:

LSE − LIE
Cp = Cp só deve ser calculado quando o

6
processo está sob controle estatístico

✓Onde:
• LSE: Limite Superior de Especificação;
• LIE: Limite Inferior de Especificação.

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Uma vez que σ é geralmente desconhecido,


quando se utilizam gráficos de controle para
variáveis em um estudo de capacidade, deve-
se estima-lo:
ˆ = R d 2
ou
ˆ = S c4

✓Logo, obtém-se uma estimativa de Cp:


ˆ LSE − LIE
Cp =
6ˆ

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Exemplo: diâmetros de anéis de pistão de


motor de automóvel.
✓Parâmetros para o gráfico:
ˆ = 74,0012
LSE − LIE
ˆ = 0,0099996 Cˆ p =
6
74,05 − 73,95
Cˆ p =
6(0,0099996 )
✓Especificações: Cˆ = 1,67
p

• LSE: 74,05 mm;


• LIE: 73,95 mm.

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Porcentagem da faixa de especificação


utilizada pelo processo:

 1 
P= 100%
C 
 p
 1 
P= 100%
 1,68 
P = 59,5%

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Quando o processo possui especificações


unilaterais:

ˆ LSE − 
C ps =
3ˆ Para processos com somente especificação superior

ˆ  − LIE
C pi =
3ˆ Para processos com somente especificação inferior

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Exemplo: Considerando os dados de


resistência à ruptura de garrafas com LIE =
200 psi.
x = 264,06 s = 32,02

ˆ  − LIE 264,06 − 200


C pi = = = 0,67
3ˆ 3  32,02

✓Estimando a fração de defeituosos à


esquerda, considerando a distribuição normal
padrão: Z = LIE −  = 200 − 264 = −2
ˆ 32

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓2,275% de
0,4
defeituosos;
0,3

✓22750 garrafas
Density
0,2 Z = −2
não-conformes por
milhão (ppm); 0,1

0,02275
0,0
-2 0
X

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓ A razão de capacidade do processo é uma medida da habilidade de o


processo fabricar um produto que atenda as especificações (ppm de
defeituosos na tabela).
Especificações Especificações
Cp unilaterais bilaterais
0,25 226628,0000 453255,0000
0,50 66807,0000 133614,0000
0,60 35931,0000 71861,0000
0,70 17865,0000 35729,0000 Suposições para o cálculo das ppm
0,80 8198,0000 16395,0000
0,90 3467,0000 6934,0000 à esquerda:
1,00 1350,0000 2700,0000 • As CQs são normalmente distribuídas;
1,10 484,0000 967,0000
• O processo está sob controle estatístico;
1,20 159,0000 318,0000
1,30 48,0000 96,0000 • No caso de especificações bilaterais, a média do
1,40 14,0000 27,0000 processo está centrada entre os limites de
1,50 4,0000 7,0000 especificação.
1,60 1,0000 2,0000
1,70 0,1700 0,3400
1,80 0,0300 0,0600
2,00 0,0009 0,0018

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓Recomendações para Cp:

Especificações Especificações
bilaterais unilaterais
Processos existentes 1,33 1,25
processos novos 1,5 1,45
Segurança, força ou Valores mínimos recomendáveis.
parâmetro crítico, processo 1,5 1,45
existente
Segurança, força ou
parâmetro crítico, novo 1,67 1,6
processo

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Razão de capacidade do processo - Cpk

✓Razão de capacidade para um processo


descentrado.
Cp = 2 Cp = 2

Apesar dos processos apresentarem o mesmo valor de Cp, observa-se que o da


LSE − LIE
Cˆ p =
direita é menos capaz uma vez que não opera na média entre as especificações
6ˆ

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Razão de capacidade do processo - Cpk

✓Logo, é conveniente apresentar uma nova


razão de capacidade para processos
descentrados.
C pk = mín (C ps , C pi )

✓Cpk é a razão de capacidade unilateral


considerando o limite de especificação mais
próximo do processo.
C pk = mín (C ps , C pi )
 LSE −   − LIE 
C pk = mín C ps = , C pi = 
 3 3 

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Razão de capacidade do processo - Cpk

✓Se um processo está centrado, Cp = Cpk;


✓Se um processo está descentrado, Cp > Cpk;
Portanto, quando o processo está
descentrado, deve-se utilizar Cpk
como medida de capacidade

Cp = Cpk = 2 Cp = 2; Cpk = 1,5

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Razão de capacidade do processo - Pp

✓Quando o processo não está sob controle


estatístico, a AIAG (Automotive Industry Action
Group), representante da Ford, General
Motors e Daimler/Chrysler, e da ASQ
(American Society for Quality) recomenda o
uso dos índices de desempenho do
processo Pp e Ppk. LSE − LIE
Pˆp =
6S
✓Onde S é o desvio padrão geral do processo:
n
(
 ix − x )2

S= i =1
n −1
✓Nos índices Cp ˆ é o desvio-padrão within
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Razão de capacidade do processo - Pp

✓Montgomery e outros autores afirmam que o


uso de tais índices são um passo atrás, são
um desperdício de esforço de engenharia e de
gestão.

✓Isso quer dizer que vale a pena todo esforço


para reduzir a variabilidade do processo e
mantê-lo sob controle para, a partir de então,
calcular sua capacidade

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Razão de capacidade do processo

✓Capacidade no
Minitab.

• Exemplo:
Capacidade do
processo de
fabricação de
semicondutores;
considerando a CQ
largura de fluxo
(μm).

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Razão de capacidade do processo - Cp

✓ Capacidade no Minitab.

✓ Obs.: A normalidade calculada


no processo é relacionada à
variável. Entretanto, quando
se controla a média do
processo, a média deve ser
normalmente distribuída e não
a variável original, o que já é
teoricamente garantido pelo
teorema central do limite

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