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ALINHAMENTO E
BALANCEAMENTO
CIMATEC
ALINHAMENTO E
BALANCEAMENTO
Salvador
2007
CDD 629.2
________________________________________________________
SENAI CIMATEC
Av. Orlando Gomes, 1845 - Piatã
Salvador – Bahia – Brasil
CEP 41650-010
Tel.: (71)3 462-9500
Fax. (71) 3462-9599
http://www.cimatec.fieb.org.br
APRESENTAÇÃO
Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional,
e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que
possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do
conteúdo apresentado no módulo.
SUMÁRIO
1.
Geometria da suspensão e direção.......................................................................................7
1.1 – Câmber.........................................................................................................................7
1.2 – Cáster..........................................................................................................................13
2. Balanceamento de rodas..................................................................................................34
Referências..............................................................................................................................39
1. Geometria da suspensão e direção
Alinhamento
O alinhamento adequado do veículo permite ao motorista dirigir na estrada com
pequenas correções de direção e mínimo desgaste de pneu. Ajustes no veículo
tornam possível o alinhamento. O alinhamento inadequado das rodas pode ser a
causa principal de quase todos os tipos de reclamações de dirigibilidade.
O alinhamento dianteiro e traseiro correto permite que os pneus possam rodar
paralelamente na estrada. Um movimento de derrapagem, desgaste, ou arraste de
pneus significa que os pneus estão rodando lateralmente na estrada. O alinhamento
correto das rodas remove a condição de arraste e aumenta a vida dos pneus. O
alinhamento dianteiro compõe uma série de medições e ajustes que permitirão a um
veículo rodar em linha reta na estrada.
O sistema de direção, suspensão, rodas e pneus, todos fazem com o veículo não
vibre, cambaleie, ou puxe para o lado como se estivesse num rebaixo da estrada.
Qualquer folga nas articulações da direção ou suspensão causará dificuldades na
dirigibilidade do veículo.
Há nove medições de alinhamento usadas para determinar o alinhamento adequado.
Algumas destas medidas de alinhamento são diretamente ajustáveis, enquanto
outras não são. Cada ângulo ou medida proporciona valiosa informação que pode
ser usada para diagnosticar a causa das reclamações de dirigibilidade e desgaste de
pneus, são as seguintes:
1.1 Câmber.
1.2 Cáster.
1.3 Convergência.
1.4 Inclinação do pino-mestre.
1.5 Ângulo de arraste (raio de rolagem).
1.6 Ângulo de inclinação da roda;
1.7 Ajuste traseiro;
1.8 Ângulo incluído;
1.9 Altura de montagem;
2.0 Divergência em curvas.
1.1 – Câmber
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Pode-se definir câmber como a inclinação da parte superior da roda, para dentro ou
para fora, no sentido transversal ao veículo, comparada com a vertical. O câmber
pode ser positivo, neutro ou negativo, dependendo da inclinação da parte superior.
- Se a parte superior da roda ficar inclinada para fora do veiculo, o câmber é positivo.
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À distância (d) possui considerável influência na facilidade em se estacionar o
veículo, na absorção dos choques transmitidos ao volante e no emprego dos freios
nas 4 rodas. Quanto maior for essa distância, maior será o comprimento da barra de
direção e maior será o diâmetro da circunferência a ser percorrida pela roda quando
o volante for girado. Este é o motivo pelo qual os carros antigos ofereciam
dificuldades no dirigir, principalmente em manobras para estacionamento.
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Anteriormente ao aparecimento da suspensão conhecida como "ação de joelho"
(braços paralelos), o ângulo do câmber era proporcional à capacidade de carga a
que o veículo estaria sujeito.
Pneus mais largos necessitavam cambagem nula para rodar em ângulo reto com o
solo. Porém, o peso sobre o eixo provocava o envergamento deste, resultando
câmber negativo, prejudicial ao esterçamento (viragem).
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Com a introdução da suspensão "ação de joelho" (braços paralelos) desapareceu a
necessidade de haver muito câmber positivo para compensar o envergamento do
eixo, sob carga. A suspensão do tipo "braços paralelos" cede sob o peso, sem afetar
consideravelmente o "ângulo de câmber".
Qualquer que seja o equipamento utilizado para se verificar o câmber das rodas, é
necessário que o veículo esteja nivelado, que os pneus sejam do mesmo diâmetro,
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inflados com a pressão recomendada e que o desgaste seja aproximadamente o
mesmo de outra maneira, as leituras obtidas não serão corretas. Se não se dispuser
de um equipamento ótico ou eletrônico para alinhar direção, pode ser usado um nível
de bolha de ar.
O outro método pode ser usado, conforme indicada a figura ao lado.Com a roda na
posição reta para a frente, colocar um esquadro de aço no chão em ângulo reto com
a roda e medir a distância entre o esquadro de aço e a flange do aro nas partes
superior e inferior da roda. A diferença de 1/16" numa roda de 16" equivale a 15"
(quinze minutos) aproximadamente.
O câmber não pode variar mais que 1" entre as duas rodas da frente.
1.2 – Cáster.
Positivo
Neutro
Negativo.
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Vejamos alguns exemplos dos princípios de funcionamento e efeito do "cáster" no
sistema da direção. Empurrando-se um móvel montado sobre rodízios, estes giram
em seus pivôs, ficando as rodas alinhadas no mesmo sentido do deslocamento do
móvel.
Dessa forma, o móvel se desloca suavemente em linha reta, isto porque o pivô é
forçado a girar 180°, sua tendência é arrastar a roda atrás de si, em virtude da linha
central do eixo-pivô atingir o piso atrás do ponto de contato da roda. O mesmo
acontece a um automóvel ou bicicleta; se o pino-mestre for inclinado para trás, pela
sua extremidade superior, sua linha de centro atingirá o solo, à frente do ponto de
contato do pneu.
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Inclinando-se a parte superior do pino para trás do veículo teremos "CÁSTER
POSITIVO". Se o Cáster positivo for muito acentuado, provocará:
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1.3 - Convergência e divergência.
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toda a banda de rodagem em contato com o solo. Para se obter convergência nula,
em movimento, é necessário deixar pequena convergência nas rodas dianteiras.
Veículos que têm tração dianteira, normalmente são divergentes porque as rodas
tendem a convergir, devido a força motriz.
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1.4 -Inclinação do pino-mestre.
1 . Suportar as rodas
2. Suportar o chassi e a carroceria
3. Permitir o giro direcional do veículo.
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Após este tipo que apresentava algumas desvantagens, surgiu o eixo dianteiro
"Ackermann", onde o eixo é fixo, com mangas de eixo/pontas de eixo articuladas
em suas extremidades.
O aperfeiçoamento do Quadrilátero de Ackermann, com as mangas articuladas
em suas , extremidades deu aos veículos a estabilidade de quatro pontos de
apoio, diminuiu o raio de esterçamento das rodas e a altura do chassi ao solo.
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Isto aumenta a estabilidade direcional e diminui o peso da direção, permitindo o
emprego do sistema de freios hidráulicos.
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Como a tendência é baixar a ponta de eixo, a força resultante levanta o suporte
que, por sua vez, levanta a dianteira do veículo. A força da gravidade tende a
manter o veículo, em conseqüência do peso, o mais baixo possível, tal como
acontece com uma esfera sobre uma superfície côncava. Esta posição é
alcançada quando as rodas dianteiras estão alinhadas na reta e as pontas de
eixo na posição central.
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dianteira de um veículo sendo virada. Ela irá descrever um círculo ao redor de um
ponto, que identificaremos com "A". Esse é o ponto em que a linha de
prolongamento de giro do pino-mestre toca o solo. O ponto "B" é o centro da
superfície do pneu, em contato com o solo. O raio "AB" desse círculo é chamado
de Raio de Rolagem Direcional.
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Raio de rolagem negativo
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A finalidade do Raio de Rolagem Direcional é evitar a derrapagem e giro ou
rodopio em relação à roda que freiou com maior intensidade. Quando um veículo
é freiado, uma das rodas pode diminuir sua velocidade mais do que a outra seja
pelo fato de encontrar um piso de maior aderência ou freios desregulados. Neste
caso aparecem duas forças de sentido contrário, cujo efeito será a tendência do
veículo derrapar e girar como se fosse um pião em torno da roda que freiou com
maior intensidade.
Para evitar que isso aconteça, desenhou-se os pontos de ligação das rodas
dianteiras de tal forma que a linha imaginária do ponto de apoio superior e inferior
da suspensão prolongue-se até o solo, formando o princípio de alavanca, que
compensa e anula a tendência que o veículo teria de girar ao redor da roda mais
freiada; a conseqüência é a auto-estabilização do veículo sem a interferência do
motorista.
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Divergência nas curvas.
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Duas rodas fixas entre si devem rolar em um centro comum. Girando o eixo, cada
roda mantém-se automaticamente em ângulo reto com seu raio, e ambas girando
ao redor do mesmo centro comum.
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Se cada roda girar igualmente de forma a ficarem em ângulo reto com seus
respectivos raios, não poderão girar ao redor de um centro comum.
A solução é fazer a roda interna rolar com maior ângulo, de forma que seu raio de
esterçamento intercepte o raio de esterçamento da roda externa, em um ponto
considerado centro comum. Isto só foi possível com o desenvolvimento do
Quadrilátero de Ackermann.
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Neste diagrama, vemos que as rodas não são paralelas, pois a distância entre
elas, na frente, é maior do que atrás. Isto é a divergência nas curvas. Esta
posição de divergência deve cessar depois de efetuada a curva e com as rodas já
endireitadas novamente. Para se conseguir isso, automaticamente, os braços de
ligação da direção são instalados em ângulo para dentro, conforme mostra o
desenho. Ambos os braços de ligação possuem o mesmo ângulo.
.
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Posicionando os braços de ligação para esquerda ou direita, muda a situação.
Conforme mostra a figura, os braços estão com suas extremidades em diferentes
posições em seus respectivos círculos.
Para se fazer com que a roda que estiver interna a curva esterce mais que a
externa formando a "Divergência nas curvas", foi necessário dar um ângulo para
dentro nos braços.
Ao girar o braço esquerdo de "A" para "8", seu deslocamento horizontal será de
"a-b". O braço de direção desloca a extremidade do braço de ligação do lado
direito à distância "c-d".
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na outra parte do círculo onde o mesmo com um pequeno deslocamento produz
pequeno ângulo de esterçamento. A roda interna, em conseqüência, esterça mais
do que a externa, produzindo a necessária divergência nas curvas.
Omesmo acontece quando se esterça do lado oposto, pois cada braço de ligação
situa-se na mesma posição angular, para dentro. Quanto mais se esterçam as
rodas, maior será a divergência necessária. A construção dos braços de ligação
permite, automaticamente, aumentar e diminuir a divergência com o maior ou
menor raio de esterçamento das rodas.
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Ângulo de inclinação da roda
Altura de montagem
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Ângulo incluído
32
Assim como no cáster, o peso do veículo no eixo de direção ajuda as rodas a ficar
em linha reta à frente e retornar ao centro ao sair de uma curva porque a
inclinação do eixo de direção é maior que o ângulo de cáster e tem grande efeito
no controle de direção. Quando a inclinação do eixo de direção está correta, a
linha de centro do eixo estende-se até um ponto perto do centro da área de
contato do pneu com o solo. A inclinação de eixo de direção correta causa menos
desgaste do pneu nas curvas e reduz o esforço necessário para o esterçamento.
Ajuste traseiro.
Ajuste traseiro é a distância entre o pneu direito dianteiro e o pneu traseiro direito
comparado à distância entre o pneu dianteiro esquerdo e o pneu traseiro
esquerdo. A diferença entre estas medidas é o ajuste que temos que executar
para que os dois eixos fiquem com a mesma medida ou exatamente paralelos
entre si. O desajuste traseiro causará desgaste rápido do pneu e má
dirigibilidade. '
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2. Balanceamento de rodas
34
A máxima quilometragem dos pneus e suavidade na direção são conseqüência do
perfeito alinhamento da direção e do correto balanceamento estático e dinâmico das
rodas.
Balanceamento estático.
Balanceamento dinâmico.
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Vejamos o princípio de balanceamento dinâmico. Amarremos um barbante em uma
esfera e a fazemos girar vagarosamente. O barbante formará um ângulo pequeno
com o seu eixo central de rotação.
Ao invés de barbante e esfera, façamos esta experiência com uma régua de madeira
e um prego servindo de eixo. Em cada extremidade da régua coloquemos um peso
igual ao outro. A régua e os pesos permanecerão estaticamente balanceados.
Girando a régua, este giro se fará em ângulo reto com o prego, ficando a régua
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nivelada. Esta e os pesos encontram-se também em balanceamento dinâmico, além
do balanceamento estático.
Tal deslocamento força o eixo para fora de sua posição vertical, produzindo oscilação
a cada giro da régua. Os mesmos princípios se aplicam às rodas do automóvel. Uma
roda completa, estaticamente balanceada, possui nas seções 1 e 2 o mesmo peso
que nas seções 3 e 4. O peso se distribui igualmente sobre o eixo de rotação.
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Em giro, os pesos 2 e 3 apresentarão tendência a formar o ângulo reto com o eixo de
rotação, tal como acontece com o exemplo da régua e dos pesos. A cada meio giro
da roda, inverte-se a situação dos pesos, procurando estes deslocarem-se para a
direção oposta.
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Para sanar a falha, devem-se agregar pesos às seções 1 e 4 de forma a igualá-Ias
com as seções 2 e 3. Assim, o peso total ficará uniformemente distribuído, quer com
referência à linha de centro da roda, quer com referência ao eixo de rotação, ficando
a roda estática e dinamicamente balanceada.
Referências
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