Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Introdução ............................................................................................................................. 2
Conteúdo................................................................................................................................ 3
Introdução........................................................................................................................... 3
A motivação das decisões em matéria penal............................................................... 5
Reforçando conceitos ....................................................................................................... 6
O princípio do livre convencimento .............................................................................. 7
E como ficam as partes interessadas no provimento final? ...................................... 7
A motivação per relationem ou motivação aliunde ................................................... 8
Ausência de motivação das decisões penais: consequências .................................. 8
Considerações relevantes sobre o Artigo 564 da Constituição Federal ................. 9
Princípios da fundamentação ....................................................................................... 10
Consequências da ausência de motivação das decisões penais ........................... 11
Concluindo ....................................................................................................................... 13
Atividade proposta .......................................................................................................... 13
Referências........................................................................................................................... 15
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 16
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 22
Aula 7 ..................................................................................................................................... 22
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 22
Objetivo:
1. Identificar as espécies de provimentos jurisdicionais praticados no curso do
processo penal;
2. Estudar as consequências decorrentes da ausência de fundamentação das
decisões.
Introdução
Antes de adentrarmos no tema central desta nossa aula, que é o princípio da
fundamentação das decisões, é importante fazer uma breve abordagem das
espécies de provimentos que podem ser proferidos pelo juiz no curso do
processo penal.
Reforçando conceitos
Podemos então reforçar a ideia de que a fundamentação da decisão possui a
essencial função de controlar a eficácia do contraditório e da ampla defesa e,
assim, fazer com que o exercício da jurisdição observe o devido processo
constitucional.
Atenção
Verificada a ausência de motivação da decisão judicial penal ou
sua deficiência, ofendidos estarão a própria Lei Maior e os mais
caros princípios que norteiam nosso sistema jurídico, atingindo
os litigantes, diretamente, mas por via reflexa, a própria ordem
pública.
Não é por outra razão que o Artigo 93, IX, da CF/88 traz a
seguinte regra: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;”.
Embora tratando do tema na seara do processo cível, mas com total pertinência
a esse ponto de nossa matéria, eis que o foco da questão aqui versada é
Princípios da fundamentação
“Nessa perspectiva, o vício da fundamentação abrange a hipótese em que
existe alguma motivação, mas ela é insuficiente; assim, se o juiz deixa de
apreciar questão importante apresentada pela acusação ou defesa nas razões
finais. Diferente o caso de fundamentação sucinta mas em que há análise dos
elementos de prova, bem como a valoração e solução das questões de fato e
de direito suscitadas no processo.
Atividade proposta
Leia o caso concreto apresentado abaixo e analise, a exigência da
motivação das decisões judiciais, bem como as consequências
jurídicas decorrentes da não observância desse princípio.
Pedro Álvares foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de
homicídio, duplamente qualificado, que teria sido praticado contra um desafeto
seu. Ao receber a denúncia, o magistrado processante, atendendo a
requerimento do Parquet, entendeu por decretar a prisão preventiva de Pedro
Álvares sob o único fundamento de que a gravidade extrema do delito
imputado ao acusado já servia para configurar a “garantia da ordem pública”,
como elemento autorizador da prisão cautelar.
Material complementar
Referências
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão – teoria do garantismo penal. 3. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. A motivação das decisões penais. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo. In:
Estudos de direito processual. Campos dos Goytacazes: Ed. Faculdade de
Direito de Campos, 2005. p. 225/286.
Exercícios de fixação
Questão 1
Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:
a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação
processual sem julgamento de mérito ou, então, põem termo a uma
etapa do procedimento. São exemplos desse tipo de decisão a que
recebe a denúncia ou queixa e decreta ou rejeita pedido de prisão
preventiva.
b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam às decisões
interlocutórias simples, pois as primeiras servem para solucionar
questões controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi,
sem, contudo, trancar a relação processual, enquanto as decisões
interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o
meritum causae.
c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso
não pode ser considerada decisão interlocutória mista.
Questão 2
A e B foram condenados pela prática de roubo qualificado consumado. A
decisão transita em julgado para A. B recorre. Em razões de apelação, o
defensor de B requer, em preliminar, a decretação de nulidade da sentença de
primeiro grau que não apreciou todas as teses da defesa. No mérito, pleiteia a
absolvição por falta de provas e subsidiariamente o reconhecimento da forma
tentada do delito. O Tribunal absolve B com fundamento no Artigo 386, I, do
Código de Processo Penal e estende a decisão à A. A decisão está:
a) Incorreta porque suprimiu um grau de jurisdição.
b) Incorreta porque A não era parte na fase recursal.
c) Correta porque a absolvição não está fundamentada em motivo de
caráter exclusivamente pessoal.
d) Incorreta porque extravasou os limites do que foi pedido pela defesa.
e) Correta porque obedeceu ao princípio do contraditório.
Questão 3
No que diz respeito à Sentença, é correto afirmar que:
a) Transitada em julgado a decisão absolutória, poderá o Ministério Público
propor outra ação penal contra o mesmo réu pelo mesmo fato, se houver
provas novas.
b) Não será proferida sentença condenatória caso o Ministério Público tenha
opinado pela absolvição.
c) Poderá ser decretada a improcedência da ação penal em outras
hipóteses, além daquelas previstas no Artigo 386 do Código de Processo
Penal.
Questão 4
Em relação à sentença no processo penal:
a) A sentença conterá a exposição sucinta da acusação, mas detalhada da
defesa.
b) Apenas no caso de sentença condenatória, a intimação da sentença será
feita ao réu, pessoalmente, se estiver preso.
c) O assistente será intimado na pessoa de seu advogado, mas o
querelante necessariamente será intimado pessoalmente da sentença
condenatória.
d) O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação,
no Brasil e no estrangeiro, será computado para fins de determinação do
regime inicial de pena privativa de liberdade.
e) Apenas a defesa pode, no prazo de 2 (dois) dias, opor embargos de
declaração, em razão de obscuridade, ambiguidade, contradição ou
omissão da sentença.
Questão 5
Com relação à sentença penal, é correto afirmar que:
a) Deverá conter, obrigatoriamente, o nome completo das partes.
b) É sujeita a embargos de declaração, que no rito sumaríssimo devem ser
opostos no prazo de 2 (dois) dias.
c) Fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
mas apenas se houver – por exigência legal – expresso pedido da vítima
nesse sentido.
d) Poderá reconhecer nova definição jurídica do fato descrito na denúncia,
sem que seja precedida de aditamento, mesmo que aplique pena mais
grave.
Questão 7
Em relação à sentença penal proferida em ação de conhecimento:
a) O juiz, ao proferir sentença condenatória, fixará valor máximo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido.
b) Se o réu estiver preso, a intimação da sentença será feita pessoalmente
ao defensor por ele constituído.
c) Somente a defesa pode, no prazo de dois dias, opor embargos de
declaração, sempre que na sentença houver obscuridade, ambiguidade,
contradição ou omissão.
Questão 8
Na sentença condenatória, o juiz:
a) Não precisa fundamentar a necessidade de manutenção de prisão
preventiva.
b) Pode reconhecer circunstâncias agravantes, embora nenhuma tenha sido
alegada.
c) Pode atribuir ao fato definição jurídica diversa, sem modificar a descrição
contida na denúncia ou na queixa, prejudicada a suspensão condicional
do processo.
d) Não pode computar o tempo de prisão provisória para fins de
determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
e) Decidirá de pronto, no caso de entender cabível nova definição jurídica
do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração não contida na acusação, se o órgão do
Ministério Público não proceder ao aditamento.
Questão 9
Considerando a sentença penal e seus efeitos, assinale a opção correta.
a) Um dos efeitos necessários da sentença penal condenatória é a prisão do
réu.
b) Os efeitos extrapenais da sentença condenatória, como a obrigação de
reparar o dano causado pelo crime, bem como a perda dos instrumentos
utilizados na prática da infração penal e dos produtos dela provenientes,
independem do trânsito em julgado.
Questão 10
Assinale a opção correta acerca da execução das sentenças criminais e da
suspensão condicional do processo no âmbito dos juizados especiais estaduais.
a) Não efetuado o pagamento da multa, será feita a inscrição do nome do
condenado na dívida ativa, com a conversão em pena restritiva de
direitos, vedada a conversão em pena privativa de liberdade.
b) A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos
deve ser processada perante o juízo da condenação, aplicando-se
subsidiariamente as normas da Lei de Execução Penal.
c) Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á
mediante pagamento junto à Secretaria da Receita Federal.
d) Devidamente aceita a proposta de suspensão condicional do processo, o
juiz, recebendo a denúncia, poderá determinar a suspensão, submetendo
o acusado a período de prova.
e) Efetuado o pagamento da pena de multa, o juiz declarará extinta a
punibilidade, determinando que a condenação não conste, para nenhum
efeito, dos registros criminais.
Questão 2 - C
Justificativa: Para que não seja aproveitada a decisão para coautores e
partícipes, a decisão precisa ser de caráter pessoal, o que não foi o caso. Do
contrário, aproveitará a todos.
Questão 3 - D
Justificativa: Trata-se de fixação de quantum indenizatório mínimo. Nada
impede que seja ajuizada ação futura para complementar o valor.
Questão 4 - D
Justificativa: Trata-se de previsão expressa prevista no Artigo 387, § 2º, do
CPP.
Questão 5 - D
Justificativa: Temos o instituto da emendatio libelli contido no Artigo 383 do
CPP que estabelece a possibilidade de o “juiz, sem modificar a descrição do fato
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica
diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave”.
Questão 7 - E
Justificativa: Trata-se de previsão expressa contida no Artigo 387, § 1º, do CPP:
Artigo 387, § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou,
se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar,
sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
Questão 8 - B
Justificativa: Estabelece o Artigo 385 do CPP que “Nos crimes de ação
pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério
Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes,
embora nenhuma tenha sido alegada”.
Questão 9 - E
Justificativa: Tendo em vista ter havido o esgotamento da instância, não é
possível, após a prolação da sentença, sua modificação, apenas para os casos
de erro material, embargos de declaração ou recurso que tenha efeito
regressivo.
Questão 10 - D
Justificativa: Por força do que dispõe o Artigo 89 da Lei nº 9.099/95.