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INTRODUÇÃO

CASTRO, Iná E. Geografia e


Política. Capítulos 1 e 2.
 1. A Geografia Política em sua origem:
 O livro de JacquesTurgot (economista francês Paris,
10 de maio de 1727 — Paris, 18 de março de 1781 )
“Plan d'un ouvrage sur la géographie
politique » é uma tentativa de formalização das
intersecção do político e do geográfico, inspirado no
livro “O espírito das leis” de Montesquieu.

 (Ver Anne-Robert-Jacques Turgot, Plan d'un ouvrage sur la géographie politique


URL: http://www.eliohs.unifi.it/testi/700/turgot/plangeo.html
Édition HTML par Guido Abbattista et Rolando Minuti pour Cromohs© (marzo 1996).
A explicação da política a partir de
fatores estáveis, como o meio físico.
FRIEDERICH RATZEL – (1844-1904)
Ratzel e os temas tradicionais: influência de Montesquieu, O espírito das leis,

 Fundador da
Geografia
Humana e da
Geografia
Política
 Inspirado em
idéias do
evolucionismo
 2. Contexto europeu
 A geografia torna-se disciplina acadêmica no
contexto político-territorial do século XIX.

 A Geogr. Política foi o seu ramo voltado para as


questões relativas ao Estado, quanto a:
 localização,
 posição,
 território,
 recursos,
 fronteiras,
 população,
 relação com outros Estados, etc.
Exemplo de posição estratégica

GIBRALTAR:
TERRITÓRIO INGLÊS

TERRITÓRIO ESPANHOL
LA LINEA DE LA CONCEPCION
ROCHEDO DE GIBRALTAR, AEROPORTO E RODOVIA SE CRUZAM. REINO UNIDO
FORA DO ESPAÇO SCHENGEN E ESPANHA DENTRO DESTE ESPAÇO. UMA
QUESTÃO DE TERRITÓRIO E SITUAÇÃO ESTRATÉGICA.
Ilhas malvinas / falklands

Apesar da retomada da
posse pelo Império
Britânico em 1833, a
Argentina manteve sua
reivindicação. Essas
tensões levaram a uma
invasão argentina em 1982.
O conflito ficou conhecido
como a Guerra das
Malvinas. Mais tarde as
ilhas foram retomadas pelos
britânicos
“as malvinas são argentinas”
 A Geografia Política trata do moderno Estado
Territorial.

1. Progressiva centralização do poder político.

2.Concomitante afirmação do princípio da


territorialidade da obrigação política.

3.Progressiva aquisição da impessoalidade do


comando político.
O nacionalismo => um recurso ideológico
necessário para a consolidação do Estado
Territorial. Território como patrimônio no
imaginário territorial.

 O direito da nação ao seu território e à legitimidade


do controle sobre o aparato institucional que
possibilite autonomia.
Ex: grupos separatistas no Québec e no País Basco
PAÍS
BASCO
O País Basco (em basco Euskal Herria, que significa
literalmente "terra do euskara" [1]) é uma região histórico-cultural
localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste
da França, cortada pela cadeia montanhosa dos Pirenéus e
banhada pelo Golfo de Biscaia.
Bilbau (a mais populosa), San Sebastián, Vitoria-Gasteiz (a
capital política da comunidade autónoma).
A campanha dos grupos radicais pela
independência cresce com a fundação, em
1959, do grupo separatista ETA em plena
ditadura de Francisco Franco (1939–1975).

 Com a Constituição espanhola de 1978, o País


Basco conquista alto grau de autonomia, e a
maior parte do movimento depõe armas,
criando partidos legais.

 Os remanescentes da ETA, porém, decidem


continuar a sua luta, utilizando a violência
como meio de coação e intimidação
 ETA anuncia cessar-fogo permanente
 Intenção do grupo separatista, que luta pela
independência do País Basco, é 'encerrar luta armada'
 10 de janeiro de 2011 | 9h 48
 Notícia
 Uma comunidade autónoma é uma entidade
territorial que, no ordenamento constitucional de
Espanha, é dotada de autonomia legislativa e
competências executivas, bem como da faculdade de se
administrar mediante representantes próprios.

 A estruturação do Estado espanhol em Comunidades


Autónomas baseia-se na Constituição de 1978.

 (ver comunidades autonomas Espanha)


O SEPARATISMO DE QUÉBECQuebec é um estado
francófono ou com
predomínio da
língua francesa.
Foram realizados
dois plebiscitos
para a separação do
Quebec, em 1980 e
1995. Neste, 50,6%
dos eleitores
rejeitaram a
separação.
3. Geografia e projeto político-territorial do
Estado-nação
 3.1 As disputas territoriais entre os Estados
Nacionais e a pouca visibilidade da antiga
relação entre geografia e império.

 3.2 Contextos histórico e territorial


Na Alemanha e Suiça a geografia foi
introduzida em 1850 na educação elementar
obrigatória.
 Após a vitória da Alemanha na Guerra Franco-
Prussiana de 1870-1871 políticos alemães
perceberam que a educação geográfica
poderia ser usada para reforçar a idéia de
Estado-Nação.

 A formação do império alemão e a aquisição de


criação de cátedras
colônias estimulou a
de departamentos de geografia.
Otto von Bismarck, responsável pela unificação do
território alemão
 A liderança da unificação alemã ficou
com a Prússia pois este era o Estado
alemão mais industrializado e com
grande importância política na
Europa.

 Para este fim, foi criado o


Zollverein, uma união
aduaneira e alfandegária nos
Estados da Liga Alemã, em
1834, inicialmente com os
estados do Norte.
Ver legenda com nitidez no proximo slide
PACTOS ADUANEIROS FORMADORES
DA UNIÃO ECONÔMICA DAS
ALEMANHAS DE 1828 A 1888

1. Zollverein Prússia-Hesse ducal


2. . Zollverein da alemanha do sul: baviera-
würtemberg
3 . steurverein hanover-oldemburgo-
brunswick-lippe
4. schleswig-holstein (anexada) -
mecklemburgo
5. handelsverein da alemanha central –
saxônia – turíngia – hesse eleitoral
6. outras adesões alemas e luxemburgo

* cidades hanseáticas e frankfurt


 França, Suiça e Inglaterra seguiram a
Prússia, criando cadeiras
de geografia
em suas universidades.

 Na Inglaterra a produção e a divulgação do


conhecimento geográfico estava a cargo da
Royal Geographical Society.
 ROYAL
GEOGRAPHICAL
SOCIETY
4. Ratzel e a geografia política
 Haveria um paralelismo entre Ratzel e
Maquiavel.
 Ratzel, Politische Geographie, 1897. Há
vínculos entre o Estado e o solo.
 O Estado pode ser compreendido como o
território construído por uma sociedade
através da sua história.
 A crítica de Ratzel à ciência política: ... o Estado flutua no
ar...

 1ª dimensão: o ambiente político da Alemanha nos séculos


XVIII e XIX corresponde ao momento histórico de
consolidação dos Estados Nacionais.

 2ª dimensão: ambiente filosófico marcado pela obra de


Hegel, “Princípio da filosofia do direito”, de 1821 (O papel do
Estado na história mundial) e
• pelo evolucionismo de Charles Darwin (a evolução das
espécies e a visão do Estado como um ser vivo que nasce,
expande-se e pode morrer)
 Ratzel, ao utilizar a dimensão relacional e
categorias como

 posição,
 extensão e
 limites mostrou-se um discípulo de Maquiavel.

 A centralidade do poder do Príncipe requeria


um território unificado (Maquiavel).
 NICOLAU MAQUIAVEL

A substituição das
antigas instituições de
poder político territorial
que fragmentaram e
enfraqueceram a Itália
seria tarefa de um
príncipe novo (da Casa
dos Médici,
FLORENÇA), de novas
leis e novos
regulamentos.
 Maquiavel percebeu que a centralização mas
mãos do príncipe do poder político, que se
encontrava disperso, era a grande inovação que permitiria
à Itália resistir às invasões e às fragmentações.

 Ele vislumbrou o Estado moderno, de tipo


absolutista, como a estratégia institucional para
consolidar de modo duradouro, o poder dos italianos sobre
o seu território.
A Itália em 1494

Durante o Renascimento,
as cinco principais
potências na península
Itálica eram:
o Ducado de Milão,
a República de Veneza,
a República de Florença
o Reino de Nápoles e
os Estados Pontifícios.
A maior parte dos Estados
da península era ilegítima,
tomados por mercenários
chamados "condotiere -
(senhores feudais que controlavam
uma milícia, sobre a qual tinha
comando ilimitado, e estabelecia
contratos com qualquer Estado
interessado em seus serviços).
A UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA
1815- 1870

RISSORGIMENTO –
MOVIMENTO QUE BUSCOU
UNIFICAR O PAÍS – VÁRIOS
PEQUENOS ESTADOS
SUBMETIDOS A POTÊNCIAS
ESTRANGEIRAS (ÁUSTRIA,
PRICTE).
5. PENSAR A GEOGRAFIA POLITICA DO SÉCULO XXI -
AGENDA

- A GLOBALIZAÇÃO OU MUNDIALIZAÇÃO;

- A REVALORIZAÇÃO DO LOCAL ;

- O SUPOSTO ENFRAQUECIMENTO DO ESTADO-NAÇÃO;

- RESSURGIMENTO DOS NACIONALISMOS;

- O AUMENTO DA CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL DE


MERCADORIAS E DE MÃO-DE-OBRA E O MAIOR CONTROLE
DAS FRONTEIRAS;
 o renascimento dos regionalismos;

 a intensificação da pobreza;

 o fortalecimento dos movimentos sociais e dos


direitos da cidadania;
 5.2 As novas perspectivas após a desagregação
da União Soviética e a débâcle do socialismo na
Europa:
 ressurgimento dos problemas clássicos dos
territórios,
 fronteiras e do Estado;
 nações, nacionalismos e regionalismos
Fronteiras e imigrantes ilegais
 Quem conhece as
fronteiras no
Oriente Médio?
 Quem entende bem o
conflito Israel x
Palestina?
Quem conhece bem
as fronteiras sul-
americanas?
Fronteiras sul-americanas: quem conhece o “outro
lado”?
 5.3 Critica-se o Estado Nação, o seu
enfraquecimento e mesmo o seu fim:

a) pela perda de sua soberania;

b) pela permeabilidade das suas fronteiras;

c) pela desnacionalização do capital financeiro;


d) pelo fortalecimento dos novos atores
supranacionais, como:
 as grandes corporações e
 as organizações internacionais de regulação;

e) a perda de sua centralidade política.


6. “FACE A FACE COM O EVENTO”
 Marcos da história política contemporânea no
mundo:
 a) o ataque ao WTC;
 b) a guerra contra o Afeganistão (filme O
caçador de pipas);
 c) a guerra no Iraque;

 Um Estado Nacional contra um inimigo difuso


que não é nem um território nem um
Estado
O ATAQUE ÀS
TORRES GÊMEAS
 A GUERRA
DO GOLFO
II
 A guerra contra redes reforçaria a certeza
do papel secundário dos Estados nacionais,
inclusive pela sua incapacidade de proteger o
cidadão da morte violenta.

 No plano interno o reforço do controle das


fronteiras e o cerceamento das liberdades
individuais dos cidadãos resultaram da
prerrogativa da centralidade político-territorial do
mando e da obediência.
 Hobsbawm – a queda do muro de Berlim marcou o
final do séc. XX, tornando-o curto.

 Arrighi – século XX ainda não terminou, sendo


mais longo que os outros.

 Interpretar as mudanças em curso é um desafio.


Maquiavel, séc. XVI, interpretou o seu século:
 A percepção da necessidade de concentração e
centralização do poder político e
 controle do território nas mãos do Príncipe (o Estado
Absolutista),
 garantido por um exército profissional, para evitar a
fragmentação territorial e
 o enfraquecimento do poder dos Estados.

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