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DIREITO TRIBUTÁRIO

IPI – II
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IPI – II

TRIBUTOS EM ESPÉCIE

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é o segundo imposto federal


mais importante na esfera tributária.
Esse importante imposto sobre a produção e a circulação está previsto na
competência tributária da União através do art. 153, IV, da Constituição Federal
(CF/1988) e também tem detalhamento através dos artigos 46 a 51 do Código
Tributário Nacional (CTN).

Breve histórico do IPI

O Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI é um dos tributos típicos da


sociedade industrial do Brasil. Ele surge com a Lei n. 25, de 03/12/1891, embora
alguns historiadores tenham localizado indícios do tributo na época do império.
Esse tributo tem função fiscal (arrecadatória) e também extrafiscal (quando
cobrado na importação de produtos industrializados), pois, nesse caso, visa
equiparar o preço dos produtos importados com os produtos nacionais, sendo
que a majoração de suas alíquotas são exceção à Anterioridade Anual (art. 150,
III, b, CF/1988), mas seguem a Noventena (art. 150, III, c, CF/1988). O decreto
federal que trata a respeito do IPI é o Decreto n. 7.212/2010.
O IPI é oposto do Imposto sobre a Renda, que é exceção à Noventena e
segue a Anterioridade Anual.
O IPI é um imposto antigo, datado de 1891, que visa tributar as saídas de
produtos industrializados das indústrias ou de equiparados a industriais. Tem a
natureza fiscal para arrecadação e extrafiscal de comparação de preços.
ANOTAÇÕES

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Regras constitucionais do IPI

Nos termos do art. 153, § 3º, da CF/1988, têm-se algumas importantes regras
constitucionais a respeito do IPI federal:

I – O IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto;


II – O IPI será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada opera-
ção com o montante cobrado nas anteriores;
III – O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior;
IV – O IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei. (Acrescentado pela EC-000.042-2003)

O princípio da seletividade abrange apenas o Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços (ICMS) e o IPI, e só atinge as alíquotas. A sua função é
a de variar a alíquota de acordo com a essencialidade do produto.
Um bem de maior essencialidade tem uma alíquota menor – por exemplo,
cesta básica de alimentos, em que alguns produtos têm alíquota de 0%. Um
bem menos essencial possui alíquotas maiores, por exemplo, os cigarros, com
alíquota de 300%.
A não cumulatividade do IPI é efetivada pelo sistema de crédito atribuído ao
contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu estabelecimento,
para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, num mesmo perí-
odo. Esses são os denominados créditos básicos. Os produtos intermediários,
materiais de embalagem e matéria-prima dão direito aos referidos créditos bási-
cos.

Atenção!
As entradas em que os impostos já foram cobrados geram direito a crédito e as
saídas geram obrigação de débito.

O direito ao crédito é também atribuído para anular o débito do imposto refe-


rente a produtos saídos do estabelecimento e a este devolvidos ou retornados.
ANOTAÇÕES

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Numa tabela de conta-corrente do IPI, do lado esquerdo são referidos os


débitos, e do lado esquerdo, os créditos.
Adicionalmente há a manutenção dos créditos incentivos, quando o legis-
lador permite a manutenção de créditos mesmo quando a saída do produto não
é tributada. A título de exemplo citam-se as operações imunes de exportação ou
os créditos presumidos para ressarcimento de PIS e Cofins sobre exportações.
Esses são os denominados créditos incentivos. No IPI das exportações, não
há débito na saída, mas há créditos na entrada como créditos incentivos ao
exportador.
Os bens de capital ou bens de produção são os equipamentos e instalações,
são bens ou serviços necessários para a produção de outros bens ou serviços.
Assim, o bem de capital não é diretamente incorporado no produto final. Na
agroindústria, por exemplo, o trato é um bem de capital.
Não confundir bens de capital com bens de consumo. As matérias-primas
e embalagens são também exemplos de bens de consumo utilizados na fabri-
cação do produto final. A máquina industrial que embala a mercadoria é bem de
capital. O material utilizado na embalagem é bem de consumo.
A Lei do Simples Nacional determina que a microempresa ou empresa de
pequeno porte que adquirir bens de capital no mercado interno ou na importação
estão beneficiadas com a alíquota zero.
A Constituição estabelece que o IPI terá o seu impacto reduzido sobre a aqui-
sição de bens de capital. A CF não criou imunidade para a aquisição de bens de
capital, ela apenas determinou a redução.
A isenção é a dispensa concedida pela lei de pagamento de tributo. A alíquota
zero não é uma isenção, é uma tributação cuja base de cálculo multiplicada por
zero, é igual a zero.

Art. 153, § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF-ouro.
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O ouro como reserva monetária do país é considerado ativo financeiro ou


instrumento cambial, é imune ao IPI, mas sujeito ao Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) – ouro.
A alíquota é de 1%; 70% para o município de origem e 30% para o estado de
origem, mediante apresentação de atestado.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vilson Cortez.
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