Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
brincar USP
determina quais serão as brincadeiras escolhidas e o modo como elas serão realizadas. Seus
estudos indicam que os pequenos se baseiam na realidade imediata para criar um universo
alternativo, que ele batizou de segundo grau e no qual o faz de conta reina absoluto. Graças a
um acordo entre os participantes - mesmo os muito pequenos -, todos sabem que aquilo é "de
brincadeira". Por isso, fica fácil decidir quando parar. Pelo mesmo motivo, um jogo não pode ser
nem muito entediante nem muito desafiante ao ponto de provocar ansiedade. No fim do ano
passado, Brougère esteve no Brasil e conversou com NOVA ESCOLA, inclusive sobre a relação forum.jogos.uol.com.br
do brincar com a violência.
esses dois elementos, podemos acrescentar outros três. Para começar, é preciso conhecer as
regras e outras formas de organização do jogo. Além disso, o brincar tem um caráter frívolo, ou
seja, é uma ação sem consequências ou com consequências minimizadas, justamente porque é
"de brincadeira". Por fim, há o aspecto da incerteza, pois o brincar tem de se desenvolver em
aberto, com possibilidades variadas. Quando todos sabem quem vai ganhar, deixa de ser um
jogo (e, nesse ponto, é o contrário de uma peça de teatro, que também é "de brincadeira", mas
que sabemos como acaba). NARUA.NET PELOTAS
O tema de sua pesquisa é a relação da brincadeira com a cultura lúdica. Como definir esse
AMARELINHA
conceito?
BROUGÈRE A cultura lúdica são todos os elementos da vida e todos os recursos à disposição
das crianças que permitem construir esse segundo grau. Ela não existe isoladamente. Quando a
criança atua no segundo grau, mantém a relação com a realidade (o primeiro grau), pois usa
aspectos da vida cotidiana para estabelecer uma relação entre a brincadeira e a cultura local
num sentido bem amplo. Depois, os pequenos desenvolvem essa cultura lúdica, que inclui os
jeitos de fazer, as regras e os hábitos para construir a brincadeira. Um bom exemplo são as
músicas cantadas antes de começar uma brincadeira no pátio da escola.
considerando o resultado da vida de cada um. O fato é que a experiência lúdica não é a mesma
para todas as crianças.
Um jogo pode mudar conforme a sociedade ou a região. Como abordar essas diferenças?
BROUGÈRE É verdade que existe uma dimensão local da cultura. Muitas crianças jogam bola
de gude - e em lugares diferentes as regras podem ser totalmente diversas. Em alguns locais,
desenvolve-se um jeito específico de pular corda. Não há dúvida de que os jogos se adaptam ao
contexto, aos hábitos, aos interesses e ao material disponível.
mesmo, ainda que seja de maneira desajeitada, aprendeu a brincar. Mas é preciso entender que
algumas crianças não aprendem isso, o que faz com que tenham dificuldade para estar no LIVRO O JOGO E PIAGET
segundo grau. Se não aprendem a dizer "é de brincadeira, é só faz de conta", não conseguem
entrar em nenhum jogo. Tanto é assim que falamos que "essa criança não sabe brincar"
justamente porque não entra no universo do faz de conta. Depois dessa aprendizagem básica do
brincar, os pequenos aprendem os mecanismos, os ritos e as tradições de um pátio, de um
espaço para jogar. E em seguida vêm as aprendizagens secundárias: aprender a jogar futebol,
aprender a jogar determinado videogame.
externos ou internos. Outra reflexão importante é sobre como o professor pode favorecer esse
enriquecimento. O professor deve ficar de fora da brincadeira? Em que casos pode intervir ou
participar do jogo? Não há uma verdade única para essas questões. Tudo depende da
percepção do educador, da idade das crianças, das circunstâncias e das condições da escola.
Se em algum momento o professor sente que deve propor uma ideia ou indicar o uso de um
material capaz de deixar a brincadeira mais interessante, ele não deve se privar disso - desde
que tenha em mente que não se trata de obrigar as crianças.
Qual sua opinião sobre a escola oferecer brinquedos de alguma forma ligados à violência, como
soldados?
BROUGÈRE Como regra geral, sou contra. E acho que essa é a realidade em quase todos os
países. Meus estudos mostram que geralmente predomina a cautela em relação ao que se
associa à guerra. Mas há exceções. Lembro que, na Polônia, ninguém evitava os brinquedos de
guerra. Lá, eles eram considerados bons porque foi a guerra que permitiu libertar o país da
opressão do nazismo. Da mesma forma, acho razoável o movimento contra os brinquedos da
moda, ligados à globalização dos mercados ou a determinadas marcas, em detrimento de MANÉ GOSTOSO
brinquedos tradicionais, presentes na sociedade há várias gerações. Sou favorável a esse
movimento de valorizar os jogos em que as crianças são personagens, atores, e deixar em BRINQUEDOS POPULARES BRASILEIROS
segundo plano os brinquedos em que elas têm de atuar como diretores. Não quero dizer que
esses jogos não têm nada de interessante, mas acho que os primeiros são melhores para o
desenvolvimento cognitivo infantil. Os professores precisam estar à vontade com o material à
disposição em sala de aula e usá-los para enriquecer a experiência lúdica das crianças.
BIBLIOGRAFIA
Brinquedos e Companhia, Gilles Brougère, 335 págs., Ed. Cortez, 41 reais
Brinquedo e Cultura, Gilles Brougère, 112 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3611-9616, 15 reais
Jogo e Educação, Gilles Brougère, 224 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 47 reais
O Brincar e Suas Teorias, Gilles Brougère e outros, 172 págs., Ed. Thomson Learning, tel. (11)
3849-2600, 52,90 reais
CARRO DE MAMULENGO
Postado por Paulo Vasconcelos às 13:24
Um comentário:
Ola, sou estudante de pedagogia e quero saber que atitude o professor poderia tomar para
auxiliar a criança que "não sabe brincar" a interagir na brincadeira?
Responder
BONECA DE PANO
Comentar como: Cláudia Ponciano
(Google) Sair
MAMULENGO-CAVALO MARINHO
BRINQUEDOS POPULARES BRASILEIROS
CARRINHO -AVE
BONECAS
Pesquisar
Seguidores
Followers (13)
Paulo
Vasconcelos
JORNALISTA -
PROF
UNIVERSITÁRIO -
POETA E
CONTISTA
Visualizar meu perfil
completo
Follow
Arquivo do blog
2019 (1)
2018 (27)
2017 (3)
2013 (11)
2012 (4)
2011 (32)
2010 (86)
Dezembro (4)
Novembro (1)
Outubro (2)
Julho (2)
Junho (3)
Maio (6)
Abril (40)
Março (19)
Entrevista com
Gilles
Brougère
sobre o
aprendizad
o...
Crise: espaço
e
representaç
ão Elza
Dias
Pacheco...
Em busca de
uma cultura
infantil na
internet: a
pe...
PRODUÇÃO
CULTURAL
PARA
CRIANÇAS
EO
CINEMA
NA ESCO...
PRODUÇÃO
CULTURAL
PARA
CRIANÇAS
EO
CINEMA
NA ESCO...
PRODUÇÃO
CULTURAL
PARA
CRIANÇAS
EO
CINEMA
NA ESCO...
PRODUÇÃO
CULTURAL
PARA
CRIANÇAS
EO
CINEMA
NA ESCO...
A criança e a
cultura
lúdica
Descoberta de
um
Universo: A
Evolução
do Desenho
I...
Silvio
Dworecki*
Criança:
evitando a
perda de
sua ...
Foi respeitada
a
expressão
da criança
quando
disse...
3º Fórum
Internacion
al Criança e
Consumo
discutirá...
EXERCÍCIOS
COM O
DESENHO
O DESENHO
INFANTIL
UMA VISAO
SEMIÓTIC
A DA
CRIAÇÃO
DO
DESENHO
INFANTIL...
BIENAL DA
ARTE
INFANTIL
Indicador
ajuda a
formular
políticas de
redução
da...
Projeto
Criança e
Consumo,
por meio do
Instituto A...
Incentive as
crianças a
ler em
bibliotecas
de São ...
Fevereiro (4)
Janeiro (5)
2009 (81)
2007 (13)
2006 (8)