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Formação de público na sociologia francesa: alguns conceitos instigantes

José Carlos Durand

Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Programa de


pós-graduação em estudos culturais

Artigo baseado em comunicação do autor à mesa ​Instituições Culturais e públicos de cultura, no
Colóquio Estudos de Cultura e Sociedade Brasil-Portugal, na reunião anual da Anpocs, em
Caxambu, Minas Gerais, Brasil, em outubro de 2015.
Introdução

Ampliar a frequência de público a instituições culturais é tão mais importante quanto maior a
concorrência entre elas e quanto menor a tolerância coletiva a gestores resignados a espaços
vazios e recursos ociosos.

A competição cada vez mais forte, difusa e onipresente das indústrias culturais a instituições
artísticas mantidas com dinheiro público ou por patronos conservadores – e, muitas dessas
últimas, seguras, desde sempre e para sempre, da qualidade de seus artistas, repertórios e
acervos –, é certamente a incitação mais forte à preocupação com a “formação de públicos”.

É claro que outras mediações bem conhecidas precisam ser lembradas. Por exemplo, a
expansão social dos diplomas e a profissionalização dos intermediários culturais, a intensificação
do turismo etc. Entre as demais, o avanço da tecnologia eletrônica que serve ao monitoramento
cruzado de bilheterias, de fluxos de pessoas e de programações, permitindo visão instantânea de
toda a oferta cultural em determinada localidade.

Vistas tais e tantas mudanças sob a ótica da gestão, a questão básica acaba sendo a seguinte: a
que recursos de experiência e conhecimento recorrer hoje em dia quando o assunto é traçar,
implantar e gerir programas de aumento da frequência a instituições culturais?

Como essa análise tem base na sociologia e não reivindica utilidade na área de políticas públicas
ou de administração, não cabe muito aqui discutir procedimentos e estratégias mais a calhar com
outros universos de análise e com visão mais “aplicada”, por mais valiosas que essas técnicas
costumem ser.

Na busca do que há de propriamente sociológico a respeito de públicos de cultura, a proposta


aqui é ​selecionar e comentar alguns conceitos e tipologias que nasceram da pesquisa
sociológica, ou de estudos que de algum modo incorporaram sua perspectiva, sem nenhuma
ambição de síntese ou balanço final. Será fácil notar, na bibliografia, a importância da França não
só no domínio da sociologia, mas também no da gestão cultural pública centralizada.

1. Públicos e hábitos

Marcaram época na história das políticas culturais do Ocidente a convicção e o entusiasmo do


primeiro-ministro da Cultura francês, André Malraux, em 1959, ao anunciar uma política cuja
ênfase principal era levar os acervos e repertórios que definiam as preferências das elites
letradas parisienses ao conjunto do país e a todas as classes sociais. Como reza a crônica,
Malraux acreditava ser bastante reduzir ou eliminar distâncias geográficas e de custo econômico
no oferecimento da cultura erudita a todos os franceses para que seu “valor intrínseco” se
revelasse. Bastaria assegurar o acesso da “verdadeira arte” a todos, independentemente de
condição social e educacional, para que mais e mais públicos fossem atingidos e, a partir daí,
mudassem seu gosto e suas preferências estéticas. Equivale a acreditar, em linguagem mais
atual, que toda oferta crie sua própria procura, justificando-se assim o primado das políticas de
“oferta” sobre as políticas de “procura” na gestão de museus, bibliotecas, salas de concerto,
centros de convivência etc.

Ao desmentido que a realidade impôs aos anseios de Malraux se somaram, ao longo dos anos
1960 e 1970, outros achados sociológicos. Pierre Bourdieu e colaboradores desenvolveram, ao
longo dessas duas décadas, o conhecimento do sistema de relações sociais que compõem o
campo da cultura erudita (BOURDIEU, 1974). Foi comprovado quão pouco a crença, até então
soberana, no talento inato conseguia explicar as trajetórias e o reconhecimento social de
intelectuais e artistas, tal como são apresentados em biografias de celebração. A visão
puramente carismática da arte, tributária da noção de talento, cedia diante de um novo tratamento
de biografias e de contextualização de espaços culturais que explicava melhor fenômenos como a
probabilidade de alguém ser bem-sucedido no que se refere ao acesso à universidade, às
escolhas de carreira, assim como – voltando à “formação de público” – à frequência de visitação,
por exemplo, a museus ou salas de concerto.

O achado fundamental, que abalou tanto a sociologia da educação como a da cultura, pode assim
ser resumido: séculos de existência de uma aristocracia de corte intimamente articulada e
dependente do poder monárquico haviam deixado um legado profundo desse segmento nas
regras de sociabilidade, nos costumes, nas maneiras de alguém se relacionar com as artes, na
gestualidade e postura corporal, enfim nos mais sutis traços de identificação e discriminação que
se possa imaginar.

Tendo se difundido e se tornado hegemônico em função de alianças matrimoniais, patrimoniais e


políticas entre aristocratas e burgueses mesmo após a revolução, atravessando o século XIX e
prosseguindo pelo século XX, esse “impensado aristocrático” (a expressão é minha) impregnava
os modelos de excelência social nos quais o conjunto da classe dirigente francesa se reconhecia
e que, por meio da escola pública que se assumia republicana, impunha às demais classes,
tornando-se no limite imperceptível como cultura de classe social. A ideia de que o “impensado
aristocrático” remetia a um princípio estruturador em larga parte inconsciente ajudou na
construção do conceito de ​habitus; mais particularmente, de ​habitus cultivado. Entre outros
estudos, Bourdieu comprovou sua utilidade ao estudar a relação dos amadores com a prática
fotográfica (​BOURDIEU​, 1965) ou a frequência de visitação a museus de arte em Paris
(BOURDIEU e DARBEL, 1969).

Pela mesma época, o Ministério da Cultura introduz sondagens nacionais para apurar como os
franceses usam o tempo livre. Fez cinco entre 1973 e 2008, sempre agregando os respondentes
por categorias socioprofissionais (CSP), o que permite comparar resultados com quaisquer outras
investigações do mesmo porte em outros domínios das políticas públicas ou das experiências
sociais. Os resultados comparativos (hoje cobrindo mais de quatro décadas) continuaram
apontando para a constância dos hábitos e o peso da herança social e familiar no
condicionamento das práticas culturais mais prestigiadas.

2. Longevidade e individualização do ciclo de vida

Mais recentemente, Van de Velde (2015) reavaliou o conceito de ciclo de vida, no âmbito da
sociologia da família e da estratificação social. Segundo ela, o aumento constante da expectativa
de vida nas últimas décadas introduziu mudanças no cotidiano de uma crescente parcela da
população de classes média e alta. O mercado de trabalho é cada vez mais instável, a tecnologia
muito mais dinâmica e a necessidade de reciclar conhecimentos, mais intermitente; as
experiências de coabitação e de convivência conjugal são cada vez mais breves e diferenciadas,
donde o imperativo de se renovar periodicamente o círculo de amizades. Tudo somado, vê-se
como ultrapassada a concepção tradicional que por muito tempo distinguia apenas três fases no
ciclo de vida: a infância, a idade adulta e a velhice.

Em seu lugar entra uma concepção fundada em ​percursos pessoais​, cada vez mais
individualizados. A autora chama a atenção para essa nova realidade, que cada vez mais
intersecciona o mercado escolar, o mercado de trabalho e o mercado matrimonial, cada qual
abrigando maior diferenciação interna. O efeito final é que cabe cada vez mais ao indivíduo o
imperativo de repensar e reconstruir seu destino, observando oportunidades e constrangimentos.
É um processo que favorece maior culturalização da vida cotidiana, como se pode ver, por
exemplo, no sensível encanecimento dos públicos – turistas ou não – que frequentam museus de
arte nas principais metrópoles. Ou ainda as demandas dos segmentos “mais exigentes” do
próspero mercado das TVs por assinatura.
3. A metáfora do “ofício” (​métier) na percepção de novos públicos para a cultura

Tradicionalmente sinônimo de ocupação remunerada ou profissão, “ofício” começou a aparecer,


em publicações francesas de sociologia ou psicologia social, como metáfora para o resultado do
trabalho sistemático e específico de disciplinamento e aculturação a que certos segmentos etários
começaram a ser submetidos à medida que se expandia o sistema educacional.

O termo foi usado primeiramente pelos sociólogos Chamboredon e Prevot em um texto intitulado
“O ‘ofício’ de criança” (​CHAMBOREDON E PREVOT​, 1973). Os autores procuravam uma
alternativa explicativa mais consistente para o rápido desenvolvimento da educação pré-escolar
(ensino maternal), para crianças entre 2 e 7 anos de idade. Rejeitando a explicação corriqueira de
que era o trabalho da mãe fora de casa que comandava a necessidade objetiva de uma
instituição para “guardar” os filhos durante o dia, o artigo propõe que a educação maternal é, na
realidade, fruto da convergência de várias outras transformações.

Por exemplo, a difusão da psicologia e a proposta de um trato mais “racional” de relacionamento


com a criança pequena. Pais e mães falam com ela na correção de linguagem do adulto e não
mais imitando o balbuciar infantil; as artes entram nos “afazeres” dos pequenos como atividades
que estimulam o desenvolvimento psicomotor e as formas de expressão. Como a arte
contemporânea já havia abolido o primado do desenho fiel à realidade, que exige capacidades
que a criança pequena não tem, ela colaborava na educação infantil facilitando a pais e mestres
aceitar, em princípio, como artísticos, os riscos e borrões infantis, vendo neles um Picasso, um
Matisse, um Klee ou um “primitivo” como o Douanier Rousseau. Em 1993, a totalidade das
crianças francesas entre 3 e 6 anos estava escolarizada.

Vinte anos depois, a socióloga da educação Régine Sirota publica “O ofício de aluno” (SIROTA,
1993). O artigo acompanha desdobramentos empíricos e questões teóricas que se foram abrindo
à sociologia e à psicologia social francesas na medida em que o foco principal de atenção passou
a ser o processo de socialização. O crescimento migratório e a tentativa de assimilação de
estrangeiros na e por meio da escola tornaram mais instigantes ainda os estudos desse
fenômeno em recinto escolar.

Nesse contexto, percebeu-se insuficiente entender comportamentos estudantis apenas em função


de sua maior ou menor aproximação do “arbitrário aristocrático”, ou seja, em função exclusiva da
cultura legítima do segmento dominante da classe dominante.

Sirota afirma que, em matéria de educação secundária, por exemplo, os “herdeiros”, que são os
“bons alunos destinados aos bons liceus”, têm uma importância estatística ínfima na população
estudantil. O que predomina são “os outros”, ou seja, aquela massa que, durante a infância e a
adolescência, vai sentir o peso das “escolhas” por relegação e que vai ter de lidar com a situação,
abandonando a escola ou desenvolvendo estratégias de “sobrevivência”. A alguém desse amplo
agregado, perguntar “o que significa ser aluno” é o mesmo que vê-lo como um estrategista nos
limites do confronto entre uma cultura de classe social e uma cultura escolar que tem sua
racionalidade, suas rotinas, seu espaço físico, suas imposições e seus constrangimentos.
Trata-se, diz a autora, de “captar o sentido ordinário de atores ordinários (alunos), de levar a sério
a racionalidade de suas ações, colocando em primeiro plano o sentido de que elas se revestem”.

É nessa medida que a visão estudantil do currículo oficial varia, assim como variam as redes de
sociabilidade construídas dentro da escola. É assim que os “ofícios” passam a constituir recortes
indispensáveis para se pensar a formação de públicos para a cultura.

A socióloga Sylvie Octobre, do ministério francês da cultura, interligou a contribuição de cada


“ofício” para o entendimento dos hábitos e das práticas simbólicas em artigo que, na tradução
brasileira, recebeu o nome de “O quarto ofício [​métier] da infância: o de consumidor cultural”.
(OCTOBRE, 2011)

Vale aqui reproduzir, em tradução livre e adaptada, um parágrafo em que ela apresenta a
sucessão desses “ofícios”, mostrando o legado de cada um e apontando para as especificidades
da infância e juventude como momentos de interiorização de valores e práticas que afetarão suas
práticas culturais ao longo da vida:

“Da infância até o fim da adolescência, vários descompassos, oposições e convergências, mas
igualmente temporalidades diferentes, alimentam [entre crianças e jovens] a construção do ‘ofício’
de consumidor cultural, ​na intercessão com outros ofícios​” (grifos meus).

“Primeiro​, o de ser “​filho de...​” [leia-se: ter pais em tal ou qual segmento de classe social] por
meio das várias transmissões culturais ascendentes e descendentes, mas também das
negociações de autonomia ligadas aos programas ou aos consumos culturais à medida que a
criança vai se desenvolvendo.

Depois​, o de ser ​aluno​, pois a escola propõe um modelo cultural com o qual os alunos devem
negociar​, sendo que os resultados escolares equivalem a uma ​moeda de troca para a
conquista da autonomia em matéria de consumos culturais [leia-se: os pais costumam regalar
filhos que são bons alunos com mesadas maiores e/ou permissões mais flexíveis de passeio e
lazer, muitas vezes incluindo compra de livros, discos, jogos].

Enfim​, o de ser ​camarada [leia-se: amigo, colega, conhecido], pois a identidade infantil e
adolescente se constitui no ​“entre-si” de maneira importante, seja para a aquisição de
competências culturais (conhecer os “bons” cantores, os “bons” jogos (​games), os “bons” sítios
(​sites), seja para a ​validação das identidades (ser “legal”, participar do grupo), que funcionam
tanto para nomear e incluir quanto para excluir. Em cada um desses ofícios, atuam sempre
muitos saberes “minúsculos”, ​saber-fazer (encontrar as informações, os ​sites, as imagens, as
músicas etc.), ​saber-ser (ter um bom “​look”, contato fácil etc.) e ​fazer-saber (saber pôr em cena
esse “si mesmo” junto às diversas cenas sociais com as quais a criança é confrontada),
associando, permanentemente, competências e negociações”. (OCTOBRE, p. 59).

4. Reflexões finais

Destacaram-se aqui alguns conceitos e tipologias retirados da experiência francesa que mostram
o quanto se alterou, desde a década de 1960, o estudo dos condicionantes sociais da educação e
da cultura. Entender algo aparentemente simples como as razões que levam alguém a visitar um
museu, ou a ler um romance, ou a intensificar a frequência dessas práticas é algo que na
realidade mobiliza muito esforço teórico e muita observação, e aí, como é de costume frisar, a
interdependência das disciplinas é inevitável: sociologia, etnografia, psicologia social, pedagogia,
são muitas as fronteiras a interligar para superar os apriorismos equivocados dos julgamentos
espontâneos calcados na cultura de classe dominante, ou, no polo oposto, em uma visão também
espontânea e glorificadora das culturas populares.

Em uma época como a atual, em que as indústrias culturais estendem (discretamente ou não)
sua lógica a espaços e formas de expressão estética consideradas eruditas, presumidamente
alheias ao lucro (FOSTER, 2015), conhecer as segmentações dos públicos de cultura, suas
características e expectativas, é um terreno interminável de estudo.

Diante do avanço do mundo digital, e das vantagens que levam os jovens em seu uso
desembaraçado e intenso, as ciências sociais podem ajudar a relativizar uma certa visão
encantada de juventude. Ou seja, uma postura de admiração quase incondicional da
sociabilidade jovem potencializada pela internet e pelas redes sociais muito à frente dos mais
velhos nesse terreno. Uma admiração pela capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo
(policronismo) em contraposição ao monocronismo das gerações mais velhas.
Mas, para que as ciências sociais possam mostrar as sutilezas da inculcação familiar e escolar e
da sociabilidade inter-pares na construção de disposições estéticas e frequência a espaços
culturais, é preciso que todo o campo artístico seja objeto de uma visão propriamente sociológica.

Se se reconhece em Bourdieu o mérito de haver formulado pela primeira vez o conjunto das
relações sociais constitutivas da cultura erudita, tal como está no ensaio “O mercado de bens
simbólicos” (BOURDIEU, 1974), será indispensável pensar a formação de públicos dentro de
pressupostos compatíveis. Com isso, quero introduzir outra dicotomia interessante, também
apresentada por autora francesa, Nathalie Moureau, que opõe ​burocracia e adhocracia.

Como economista da cultura, interessada em discutir modelos organizacionais para a esfera


artística, e usando a tipologia do especialista em administração Henry ​M​intzberg​, ela concluiu
que, ao tempo da organização acadêmica da arte (até meados do século XIX, na França), era
possível entender as instituições e o ensino artístico como um caso de organização burocrática
verticalizada.

Todavia, com a arte moderna, com a invenção da “vida de artista” em registro carismático, e com
os riscos introduzidos pela contestação permanente de valores, o espaço artístico passa a admitir
apenas controles “adhocráticos”. Esclarecendo: na classificação de Mintzberg, “adhocracia” vem
a ser exatamente ​o menos impositivo, o menos formalizado, o menos hierárquico, o
menos estável e o mais flexível ​padrão de organização e controle do trabalho e da
cooperação entre indivíduos (​ MOUREAU, 1995).

Um dito sarcástico que se ouve no Brasil acerca da esfera artística (em especial nas artes
visuais) é o de que ela adquiriu uma consistência de gelatina. Ou seja: diante de críticas
contundentes ou contestações categóricas, segue-se tão somente um tremer da superfície... e
tudo retorna ao silêncio de antes! A sugestão final é que, se isso é verdade, aqueles a quem cabe
a organização de mostras e a atração de público também tenham em mente esta característica
da contemporaneidade. Para o bem ou para o mal.

Bibliografia:

BOURDIEU, Pierre. “O mercado de bens simbólicos”. In ​BOURDIEU​, P. ​A economia das trocas


simbólicas (Org. S. Miceli). São Paulo: Perspectiva, 1974. p. 99-182.

_________________ (dir.) ​Un art moyen. Essai sur les usages sociaux de la photographie.
Paris: Minuit, 1965.

______________ e DARBEL, Alain. ​L’amour de l’art. Les musées d’art européens et leur public.
Paris: Minuit, 1969.

CHAMBOREDON, J. Claude e PRÉVOT, Jean. “Le métier d’enfant. Définition sociale de la prime
enfance et fonctions différentielles de l’école maternelle”. ​Revue Française de Sociologie, 1973,
n. 14-3.

FOSTER, Hal. “Museus sem fim”. ​Revista Piauí, n. 105, jun. 2015.

MOUREAU, Nathalie. “Approche organisationnelle des mondes de la peinture contemporaine: de


la ‘bureaucratie professionnelle’ à ‘l’adhocratie’”. In: ​Approches comparatives en économie de la
culture. Paris: Université de Paris I/InterGroupe de Recherche en Économie de la Culture, 1995.
p. 312-326.

OCTOBRE, Sylvie. “O quarto ofício [​métier] da infância: o de consumidor cultural”, in ​Revista


Observatório Itaú Cultural, n. 12, 2011, p. 49-62.
SIROTA, Régine. “Le métier d’élève ou le retour à l’acteur”. ​Revue Française de Pédagogie, 104,
1993.

VAN DE VELDE, Cécile. ​Sociologie des âges de la vie. Paris: Armand Colin, 2015.

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