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DIREITO DA INTEGRAÇÃO 05.09.2007.

DIREITO DA INTEGRAÇÃO – ramo do Direito Internacional Público (DIP),


fazendo parte do mecanismo de formação e integração dos blocos
econômicos.

MERCOSUL

No preâmbulo do Tratado de Assunção está respaldado o fato do


Mercosul estar dentro do direito da integração.
Vontade dos Estados-parte esta descrita no Tratado, como mercado
comum.

Mercado Comum – resultados a longo prazo.


Não há a supranacionalidade.

Direito da Integração é DIFERENTE do Direito Comunitário.


O Mercosul funciona com o Princípio da Intergovernabilidade, baseado
em normas do DIP.

CARACTERÍSTICAS do Mercosul
a) a tomada de decisões é por consenso e com a presença de todos os
representantes dos Estados-parte;
b) a inexistência de vinculação direta entre os Estados e as decisões e
normas produzidas pelos órgãos do Mercosul;
c) a conservação pelos Estados-parte de todas as suas prerrogativas
constitucionais, limita muito o bom andamento do acordo, pois não há
um pensamento em bloco;
d) subrodinação da eficácia das normas internacionais ao ordenamento
interno dos Estados-parte, bem como ao posicionamento constitucional
de cada país, em relação ao mecanismo de recepção dessas normas e
se seu posicionamento hierárquico em face das leis internas.
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Os blocos econômicos regidos pelo DIP carecem de normas jurídicas,


de primazia (hierarquia), para a aplicação direta das normas. Não são auto-
executórias, por não haver instrumento capaz de sancionar o Estado que não
cumprir a norma.
O conceito de soberania está elencado no artigo 4º da Constituição
Federal.

PRINCÍPIOS que regem o Mercosul são o Princípio da Intergovernabilidade,


artigo 2º do Tratado de Assunção e o Princípio do pacta sunt servanta (o que
foi acordado faz lei entre as partes), mas não há vinculação direta de normas.
As maneiras dos Estados internalizarem as normas (recepcionar) são o
MONISMO E O DUALISMO.

MECANISMOS DE TOMADA DE DECISÕES - elencados no artigo 37 do


protocolo de Ouro Preto, que reformulou o Tratado de Assunção.
As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e
com a presença de todos os Estados-parte, ou seja, mantendo-se a
preservação da soberania, os Estados-parte atuam a favor de seus interesses;
existe uma “coordenação” de normas e depende de consentimento.

PACTA SUNT SERVANTA –


Kelsen – Como o Direito Internacional confere direitos e obrigações aos
Estados que são soberanos para assinar e ratificar os Tratados Internacionais,
conseqüência lógica desse procedimento é que os Estados venham a observar
preceitos internacionais, não podendo invocar ordens de natureza interna para
justificar sua inobservância.
Previsto na Convenção de Viena – artigo 26 – todo Tratado em vigor
obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.

INTERGOVERNABILIDADE
Artigo 2º do Tratado de Assunção – O Mercosul estará fundado na
reciprocidade de direitos e obrigações entre os Estados-parte.
Devendo haver sempre a harmonização de interesses, logo os Estados
se sujeitam (ratificam) ao cumprimento das normas.
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PENALIDADES – as sanções podem ser:


- medidas compensatórias – aquelas utilizadas para neutralizar o dano causado
ou compensar a ameaça de dano, por meio de um procedimento
administrativo. Deve ser provado que houve o dano ou a ameaça de dano. Ex:
suspensão de concessão.
- medidas de efeito equivalente – ex: deveria depositar uma quantia X, não o
fez, logo deixará de receber a mesma quantia X que faria jus.

Nos Tratados fundacionais do Mercosul e na Convenção de Viena,


elencam as sanções com a finalidade de fazer cumprir o que foi acordado.
Na Convenção de Viena – artigo 60.3 – direito dos Tratados.
Uma violação substancial de um Tratado para os fins deste artigo
consiste:
a) na rejeição do Tratado, não autorizada pela presente convenção;
b) na violação de uma disposição essencial para a consecução do objeto
ou da finalidade do Tratado.

CARACTERÍSTICAS das normas do Mercosul – são coercíveis e têm poder de


sanção ?
Sim, só que limitadamente.

Resek – A sociedade internacional, ao contrário do que sucede com as


comunidades nacionais é ainda hoje descentralizado, no plano interno a
autoridade superior e o braço forte do Estado garantem a vigência da ordem
jurídica, subordinando compulsivamente as proposições minoritárias à vontade
da maioria.
As normas internas têm hierarquia, no plano internacional não
autoridade superior nem milícia permanente. Os Estados se organizam
horizontalmente e prontificam-se a proceder de acordo com normas jurídicas,
na exata medida em que estas tenham constituído objeto de seu
consentimento.
Sistema de coordenação de soberania, harmonização de interesse só
ocorrerá se houver interesse de todos os Estados-parte.
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Resek – Ilícitos internacionais – frente aos ilícitos em que o Estado acaso


incorra não é exato supor que inexista, no DIP, um sistema de sanções, em
razão da falta de autoridade central provida de força física. Tudo quanto é certo
é que, neste domínio, o sistema de sanções é ainda mais precário e deficiente
que no interior da maioria dos países. A igualdade soberana entre todos os
Estados é um postulado jurídico que ombreia com sua desigualdade de fato.

FONTES do Mercosul

Artigo 41 do Protocolo de Ouro Preto.

FONTES PRIMÁRIAS
- Tratado de Assunção
- Protocolo de Ouro Preto
- Protocolo de Olivos / 2002 – distrito de Lima - Peru – solução de
controvérsias.

FONTES SECUNDÁRIAS – têm como regras de procedimento:


- Decisão
- Resolução
- Diretrizes
Em função da natureza jurídica do bloco não podem ser consideradas
normas, acabam sendo regras de procedimento, mostram como devem agir.
Emanam de 3 órgãos com capacidade decisória:
- Conselho do Mercado Comum;
- Grupo do Mercado Comum;
- Comissão de Comércio do Mercosul.
Não são órgãos legisladores, são de capacidade decisória, para “fazer”
lei tem que ser internalizado por todos os Estados-parte.

DECISÕES – emanam do Conselho do Mercado Comum.


Finalidade – estabelecer as regras de funcionamento do bloco econômico que
assegurem cumprimento dos Tratados fundacionais.
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RESOLUÇÕES – são formuladas pelo Grupo do Mercado Comum, e tem por


finalidade regulamentar as políticas do bloco econômico e velar, nos limites de
sua competência, pelo cumprimento.

DIRETRIZES – são formulados pela Comissão de Comércio do Mercosul e tem


como finalidade regulamentar os procedimentos comerciais, no âmbito do bloco
econômico, visando ao funcionamento da União Aduaneira.

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