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1ª QUESTÃO: (TEMA 01)

Uma mulher que professa a crença “Testemunha de Jeová”, chega ao hospital após
sofrer um acidente de carro. A mulher está em estado grave, mas está consciente. Ela
afirma que não se opõe a realização de cirurgia, mas não quer que seja realizada
transfusão de sangue.
O primeiro médico afirma que, se for necessário, realizará a transfusão de sangue, pois a
vida é o maior bem existente e como essa atitude da paciente não pode ser
universalizável, está errada.
Um segundo médico afirma que realizará a cirurgia e caso seja necessário fará a
transfusão de sangue, pois não se sentiria bem e deixar a paciente morrer em razão de
crença religiosa.
O Diretor do Hospital emite opinião afirmando que a função do médico é ser o grande
garantidor da saúde dos indivíduos e que o juramento de Hipócrates determina que os
médicos levem a felicidade e a cura das doenças a um maior numero possível de
pessoas.
Mesmo tendo essa opinião, o Diretor do Hospital opta em ouvir a opinião do advogado
do hospital que afirma que existem normas de direito positivo, elaboradas por seres
racionais que afirmam pela liberdade do paciente em se negar a receber tratamento e,
além disso, existe uma determinação expressa Conselho Federal de Medicina que afirma
que caso o paciente esteja consciente, poderá se negar a sofrer algum procedimento
médico, e portanto, para a realização da cirurgia, depende de uma autorização judicial.
Em relação ao caso narrado, afirme quais teorias éticas foram utilizadas pelo primeiro
médico, pelo segundo médico, pelo Direto do Hospital e pelo Advogado do hospital
conceituando as mesmas.
(4 pontos)
R: O primeiro médico está utilizando a teoria ética kantiana que acredita que existem
valores universais, valores que independentemente de posição geográfica, credo, etc,
deve sempre ser respeitados, e se não forem será sempre um erro. Já o segundo médico
utilizou-se da teoria ética do egoísmo pesicológico, onde opta-se por uma escolha que
traga um maior conforto, uma maior paz interior, independente dos efeitos a terceiros. O
Diretor do hospital tem opinião baseada na ética utilitarista, onde opta-se pela escolha
que leve felicidade a um maior número possível de pessoas. Os adeptos dessa ética
sabem da impossibilidade de se levar a felicidade, ou escolhas mais felizes a todas as
pessoas, sendo assim, deve-se faze ruma escolhe que beneficie um maior numero
possível de pessoas. Por fim, o advogado do hospital tem entendimento com base na
teoria da ética contratualista, que entende que as normas que foram devidamente
elaboradas por seres racionais e de forma racional, devem ser respeitadas pelos demais,
sob o risco da escolha ser irracional, pois aquele que descumpre uma escolha racional
não está usando a sua racionalidade de forma correta.

2ª QUESTÃO: (TEMA 04)


Analise os atos praticados por magistrado dizendo se os mesmos estão ou não de acordo
com o código de ética e a LOMAN:
a) Um ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou em entrevista a uma importante
revista semanal que alguns atos praticados contra ele, segundo o próprio, teriam sido
orquestrados pela “quadrilha do mensalão” e que tais práticas seriam “mafiosas” e
teriam a finalidade de desestabilizar o STF no julgamento do caso que ficou conhecido
como “Mensalão”.

b) Em um julgamento no STF, um ministro relator teria ficado muito irritado com a


concessão de uma liminar de um processo de sua relatoria por outro ministro que estava
de plantão no dia e o chamou para resolver esse problema entre eles fora do plenário do
STF, para resolveram a questão “em vias de fato”, ou seja, com agressões físicas.

c) Um Desembargador ocupa dois cargos além de exercer a magistratura. Ele é


presidente da AMB – Associação dos Magistrados do Brasil, com remuneração de
R$2000,00 (dois mil reais) mensais e diretor técnico da FAPERJ – Fundação de
Amparo à pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, este sem remuneração.
(3 pontos)

R: Primeiramente, o ministro do STF pode dar entrevistas, entretanto, não poderia


mencionar na mesma assuntos referentes ao processo ainda pendente de julgamento
como foi no caso, conforme reza o artigo 12, II do código de ética da magistratura.
Além disso, suas palavras não foram condizentes com a de um ministro da mais alta
corte, ferindo assim o dispositivo do artigo 22, parágrafo único que afirma que a
linguagem do magistrado deve ser a mais polida, educada possível. No segundo caso,
quando um ministro chama outro para resolver suas diferenças com violência física,
afronta de forma inquestionável o artigo 22 caput do código de ética da magistratura que
determina que o magistrado se reporte a um colega de forma cordial, educada pois
conforme reza artigo 26 do mesmo instituto, o magistrado sempre deve aceitar posições
contrárias a sua, mesmo que reafirme a sua discordância e sempre de forma cortês e
respeitosa. No terceiro caso, o Desembargador pode ocupar cargo de presidente de
associação de classe conforme autoriza o artigo 36, III da LOMAN, ocorre que o
mesmo dispositivo afirma que esse cargo não poderia ser remunerado. Além disso, ao
ocupar o cargo de diretor técnico da FAPERJ, mesmo que de forma graciosa, estaria
infringindo o dispositivo contido no inciso II do artigo 36 da LOMAN que veda tal
atividade.

3ª QUESTÃO: (TEMA 01)


O juiz da Vara única da comarca de Recursolândia – TO afirmou recentemente em um
julgado, citando um importante jusfilósofo alemão, que “A lei vale por ser lei, e é lei
sempre que, na generalidade dos casos, tiver do seu lado a força para se impor. Esta
concepção da lei e sua validade (...) foi a que deixou sem defesa o povo e os juristas
contra as leis mais arbitrárias, mais cruéis e mais criminosas. Torna equivalentes, em
última análise, o direito e a força, levando a crer que só onde estiver a segunda estará
também o primeiro”. Afirmou também, citando o mesmo jusfilósofo que “ o esforço de
séculos conseguiu extrair deles um núcleo seguro e fixo, que reuniu nas chamadas
declarações dos direitos do homem e do cidadão, e fê-lo com um consentimento de tal
modo universal que, com relação a muitos deles, só um sistemático cepticismo poderá
ainda levantar quaisquer dúvidas”. Por fim, afirmou que acreditava piamente no que
estava escrevendo e que as críticas de que ele não residia na cidade e que suas sentenças
demoravam meses e até anos não procediam pela qualidade das mesmas.
Comente as afirmações do magistrados apontado as teoria por ele mencionadas e as suas
atitudes enquanto magistrado.
(3 pontos)

R: A primeira afirmação está criticando o modelo positivista jurídico, este de influencia


normativista, em especial por Hans Kelsen, onde os conceitos de legalidade e
legitimidade se confundiriam, pois seria legitimo o que fosse legal, ou seja, o que fosse
formalmente legal, constitucional, o que seria um erro pois , agora comentando a seguna
afirmação do magistrado, existiria um núcleo de direitos que não poderiam de forma
alguma serem vilipendiados por qualquer norma de direito positivo, valores esses que
foram construídos historicamente, furto de lutas, de sangue de cidadãos e que hoje tais
valores formariam o que “ocidentalmente” se define como direitos humanos, e que
seriam o grande norte de todo e qualquer ordenamento jurídico, pelo menos no ocidente.
Já em relação as suas duas últimas afirmativas, estas contém erros pois o magistrado
deve residir sim na comarca em que esteja atuando por força do dispositivo do artigo
35, V da LOMAN e também a demora injustificada apenas com o argumento de que
suas sentenças seriam de um elevado teor intelectual feririam de morte o artigo 20 do
código de ética da magistratura que determina a celeridade processual para o
magistrado.

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