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ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
1 Economista austríaco (pensador clássico o da economia) viveu entre 1883 – 1950. Em 1911 publicou a obra “Teoria do
desenvolvimento Econômico”.
2 Simon Kuznets, economista premio Nobel de Economia em 1971. A curva ambiental de Kuznets tem sua origem nos
trabalhos publicados pelo Banco Mundial (1992), onde se apresentavam indicadores de poluição seguindo uma trajetória de
“U”invertido.
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Segundo Lester Brown (2003) a teoria econômica não explica por que o gelo do
Mar Ártico está derretendo; não explica por que os prados estão se transformando em
desertos no noroeste da China; por que os recifes de coral estão morrendo no Pacífico Sul;
ou por que os pesqueiros de bacalhau em Terra Nova entraram em colapso. Também não
explica por que estamos vendo o início da maior extinção de plantas e animais desde o
desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. A economia, porém nessas
situações é fundamental para se medir o custo destes excessos à sociedade e como evitá-
los ou ate mesmo mitigá-los.
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A partir dos anos 70 iniciou nos estados Unidos da America uma maior
preocupação com os problemas relacionados com a poluição do Meio Ambiente.
Compreendia-se que o controle da poluição deveria ser efetuado a qualquer custo,
gerando com isso medidas muito dispendiosas, o que tornou necessário a aplicação de
políticas ambientais mais eficazes e a um menor custo.
a) A eficiência econômica
b) A justiça social
c) A preservação ambiental.
Esses pontos foram abordados no relatório da Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecido por Relatório Bruntland3 (WCED, 1987) e
que fixou o alicerce conceitual do desenvolvimento sustentável, anos mais tarde
ratificados por mais de 180 países na Eco-92 realizado no Rio de Janeiro – Brasil
(BORGER, 1998).
3 Desenvolvimento sustentável é o modelo de gestão que se preocupa com a satisfação das necessidades recentes, sem o
comprimento da capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Esse conceito consta do Relatório
Bruntland – elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento criada pela ONU e presidida
pela então Primeira-Ministra da Noruega Gro Brutland, que dá nome ao documento. Entre as premissas da sustentabilidade
está a harmonia de desenvolvimento, ordenação do crescimento, qualidade de vida, preservação, responsabilidade frente às
gerações futuras, gerenciamento do impacto ambiental, princípios de ecoeficiência na produção, em respeito aos recursos
naturais. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/relatorioRS/princ_sustentavel.htm>.
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O ideal seria que o uso destes recursos fosse orientado por preços que
representassem suas taxas de substituição no consumo ou transformação em relação aos
outros bens da economia, ou seja, os preços dos recursos ambientais deveriam, na
ausência de distorções, refletirem seu custo de oportunidade (MEDEIROS, 2000).
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Dentro dos fatores que o sistema econômico, utiliza no processo produtivo, as reservas
naturais, ou o chamado fator terra, constitui-se a base sobre a qual se exercem as pressões
e as atividades dos demais recursos (capital e trabalho) (ROSSETTI, 2000, p.92).
Segundo ainda Rossetti (2000) o fator terra pode espressar-se por magnitudes de
grandezas muitas das vezes ate mesmo quase que incalculáveis. Porém, não significa que
o fator terra seja um fator ilimitado, pois assim como outros fatores de produção as
reservas naturais são escassas. No século XVIII, os economistas fisiocratas já destacavam a
relevância do caráter limitado do fator terra, o que evidenciava uma relação de alta
dependência da produção agregada às atividades relacionadas ao cultivo da terra. A
Revolução Industrial, na metade do século XIX, intensificou os problemas ambientais
devidos à combinação crescimento urbanos e a industrialização (CONTADOR, 2000).
Após a II Guerra Mundial teve lugar o boom econômico dos países industrializados
levando a explosão do consumo até os dias de hoje e gerando significativa quantidade de
resíduos descarregados no Meio Ambiente.
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Y= f(K, L, R)
Figura 1 – Função renda.
4 A termodinâmica estuda as relações entre as quantidades de calor trocadas envolvendo um sistema de corpos. Seus
pensadores acreditam que os bens devam ser avaliados conforme seu custo, que por sua vez é avaliado em função do seu
grau de organização em relação ao ambiente (MARQUES; COMUNE, 2001).
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3. ECONOMIA DE MERCADO
Uma das maiores preocupações da Economia é o que produzir, como produzir e para
quem produzir (ROSSETTI, 2000).
Alguns pontos devem ser considerados segundo Rossetti (2000), para que ocorra uma
eficiência social de um mercado, dentre as quais podemos destacar:
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Onde:
CMg = custo marginal privado ou interno
CME = custo marginal externo (ou custo da externalidade).
Figura 3 – Função Produção Eficiente.
5 Pareto, Vilfredo (1848-1923). Desenvolveu o chamado conceito de Ótimo de Paredo. O produto é um ótimo de Pareto se, e
somente se, nenhum agente ou situação pode estar em uma posição melhor sem fazer com que outro agente ou situação
assuma posição pior.
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Arthur Pigou (1920) em sua obra intitulada “Riqueza e Bem Estar” descreve
como a tributação ou a subsidiação poderia atuar como fator preponderante a equacionar
determinadas ineficiências no funcionamento de mercados e no comportamento dos
agentes econômicos envolvidos. A princípio, o uso eficiente dos recursos não deveria ser
problemático se as condições de eficiência de mercado fossem obedecidas (SERÔA DA
MOTTA, 1996).
3.3. Externalidades
O termo é usado em Economia para designar o fenômeno ou situação em que o bem estar
de um individuo, ou as condições de produção de uma empresa, são afetadas pela ação de
outro agente econômico, sem que este último tenha que arcar com as consequências disso
no mercado.
Elas estão sempre presentes, à medida que, terceiros ganham sem pagar por seus
benefícios marginais ou perdem sem ser compensados por suportarem o malefício
adicional. Assim na presença de externalidades, os cálculos privados de custos ou
benefícios diferem dos custos ou benefícios da sociedade. Existem diversos exemplos de
externalidades negativas. Teremos como foco de estudo aquelas de caráter ambiental. Um
exemplo seria a degradação ou exaustão de recursos ambientais decorrentes das
atividades de produção e consumo de certos bens que prejudicam a saúde humana e a
produção de outros bens que também destroem a fauna e flora. Quando o bem-estar de
outros indivíduos, caso não ocorra a internalizacão do custo gerado, pode-se dizer que
uma externalidade ocorre.
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As medidas de Comando e Controle (feitas pelo governo), hoje não são utilizadas
com tanta frequência, sendo aplicadas geralmente nos casos onde ocorrem situações em
que a iniciativa privada não consegue atingir sozinho uma eficiência econômica, e a
utilização de Instrumentos Econômicos ainda não seria possível, pelo fato de que
normalmente os direitos de propriedade não são bem definidos (emissão de CO2 na
atmosfera, por exemplo). Já os Instrumentos Econômicos são utilizados nos casos onde o
governo (formulador do instrumento) consegue aplicar tais mecanismos em um mercado
que ciente da ocorrência de externalidade, e ainda não tendo uma clara definição dos
direitos de propriedade, busca minimizar o custo dessas externalidades. Existem também
aqueles casos em que o Governo não necessita estar atuando, pois o próprio mercado
incube-se em internalizar seus custos, pelo fato de terem bem definidos seus direitos de
propriedade.
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Seroa da Motta, Ruitenbeek e Huber (1996) apontam três questões, onde segundo
ele, parecem ser objetos de consenso na avaliação das medidas de Comando e Controle e
Instrumentos Econômicos aplicados no Brasil:
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Este modelo de política expressa, de certa forma, uma maneira de fazer política
que tem subjacente um Estado onipotente, onisciente e benevolente, sendo muito
utilizado no Brasil na ‘época da ditadura militar. A característica básica neste tipo de
política é ter como fundamento, a prescrição pela autoridade (Governo) competente das
medidas específicas em que o poluidor deve tomar a fim de evitar fortes sanções legais,
determinando inclusive como deve tal agente proceder, sob pressão da proibição judicial
ou da multa. O Estado mesmo sendo na maioria das vezes o órgão regulador das medidas
aplicadas, necessita que conduza, neste caso especifico, uma política conjunta com a
Sociedade, pois assim será mais simples a se chegar ao chamado “ótimo de Pareto”
eficiente.
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6. CONCLUSÃO
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David Antunes
Possui graduação em Ciências Econômicas pela
Universidade de Taubaté (2005). Especialização
em Auditoria Ambiental e Docência, MBA em
Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio
Vargas (2009). Mestrando em Finanças pela
Fundação Getulio Vargas. Atualmente é professor
nos cursos de graduação e pós-graduação da
Faculdade Anhanguera de Taubaté.
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