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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

KALINA MARIA ROCHA LÉDA

RESUMO DO FILME “A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS”, COM BASE NA


FILOSOFIA DE RORTY

Professor: HERALDO APARECIDO SILVA

TERESINA - PI
2022
RESUMO

O filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, exibido em 1989 e dirigido por Peter Weir,
apresenta a ainda bastante tradicionalista sociedade americana dos anos 50, tendo como
cenário principal a Academia Welton, um instituto educacional voltado para jovens da elite
conservadora, e como personagens centrais um grupo de estudantes que ingressaram na
academia para realizar os anseios estabelecidos pelas suas respectivas famílias.
Logo de cara, é mostrado como se desenrola o processo educacional do instituto. Os
estudantes são submetidos a cansativas e monótonas aulas, nas quais suas únicas atividades
são ouvir, assentir e responder aquilo que é esperado pelo professor presente. O papel do
aluno é absorver informações e jorrá-las nos inúmeros trabalhos acadêmicos que lhes são
impostos. Por mais de uma vez, os docentes da Academia Welton expressam seus
pensamentos sobre a juventude estudantil não ser verdadeiramente “pensante”, e, por isso, ela
deveria apenas ingerir aquilo que lhe for transmitido pelos mais velhos.
É quando então surge o professor de inglês, John Keating, com sua metodologia
libertária e edificante que lembra bastante a filosofia da educação de Rorty.
Para pontuar, Rorty acredita que a juventude deve assimilar e elaborar suas próprias
leituras dos conhecimentos antigos, para que assim ela possa se sentir parte desses
conhecimentos e das verdades do mundo, e promover mudanças para as próximas gerações.
Ou seja, transformar o mundo, redescrevendo-o. É o que John Keating propõe transmitir em
suas aulas, mostrando que a poesia, ou a arte, não é ultrapassada, fútil e desnecessária para a
vida de uma pessoa, pois, ainda que não faça parte das ciências exatas tão enaltecidas, ela
estrutura um lado igualmente vital da humanidade.
Keating também incentiva seus alunos a assumir uma posição ativa e crítica enquanto
leem os livros escolares. O trabalho que realiza é como uma ponte para a autoindividualização
e autocriação de seus estudantes, trabalho este que entra em consonância com a visão de
Rorty sobre a verdadeira tarefa de um professor: Apresentar ao educando visões alternativas e
discordantes daquilo que fora assumido consensualmente, para que a nova geração esquive-se
do conformismo e passe a perceber e a combater tudo aquilo que venha a ser considerado
inútil, vil e destituído de liberdade.
Ao longo do filme, vemos esse posicionamento transformador nas falas do sr. Keating,
algumas delas são: “Palavras e ideias podem mudar o mundo”, “Eu estou em pé na minha
mesa para lembrá-los que devemos constantemente mudar nossa visão”, e “Quando você lê,
não considere só a opinião do autor. Considere o que você pensa”.
Como reação a essa metodologia, verifica-se uma positiva mudança de
comportamento em alguns dos jovens, os quais passam a se sentir mais certos e seguros
daquilo que desejam para si mesmos enquanto observam outros cenários disponíveis para seus
futuros.
Ainda que, durante o longa metragem, os posicionamentos dos rapazes tenham
resultado num conflito com as autoridades representantes da antiga tradição – seus pais e o
diretor da Academia Walter –, o que depois evoluiu para uma triste tragédia; a icônica cena
final de “A Sociedade dos Poetas Mortos”, onde os alunos sobem em suas cadeiras, num ato
de desafio ao diretor, e expressam seu apoio às ideias do professor John Keating, demonstra
que a mudança havia sido feita, e que iria perdurar dali por diante.
REFERÊNCIA:

SILVA, Heraldo Aparecido. A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DE RICHARD RORTY::


EPISTEMOLOGIA, CONVERSAÇÃO, REDESCRIÇÕES, NARRATIVAS E AS FUNÇÕES
DA EDUCAÇÃO. Educação e Filosofia Uberlândia, [s. l.], v. 26, ed. 52, p. 509-525, 2012.

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