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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA

KALINA MARIA ROCHA LÉDA

RESUMO DO LIVRO “DISCURSO DO MÉTODO”, DE RENÉ DESCARTES

Professor: JOAQUIM GONCALVES NETO

TERESINA - PI
2022
PRIMEIRA PARTE

Bom Senso é o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, e é a única coisa que
torna o Ser Humano distinto dos animais. Mas, para bem julgar, é conveniente examinar todas
as ciências e os costumes de diversos povos para conhecê-los em seu justo valor, pois nada de
sólido se poderia construir sobre fundamentos pouco firmes, inculcados apenas pelo exemplo
e o costume.

SEGUNDA PARTE

Os raciocínios de um homem que usa seu bom senso não se aproximam tanto da verdade,
assim como as ciências dos livros cujas razões são apenas prováveis e que não têm nenhuma
demonstração; pois, da infância à fase adulta, ele sofre influência de seus preceptores,
tornando impossível a pureza de seu juízo. É proposto então que se desfaça de todos os
conhecimentos prévios obtidos pelas opiniões externas e senso comum, para refazer os
alicerces do juízo, pois pluralidade de vozes não é prova que valha alguma coisa para as
verdades um pouco difíceis.
Preceitos úteis ao propósito de encontrar a verdade (o conhecimento científico):
- Evidência: Nunca aceitar como verdadeira nenhuma coisa que não se conhecesse
evidentemente como tal.
- Análise: Dividir em tantas partes possíveis cada uma das dificuldades que devem ser
examinadas para poder resolvê-las.
- Síntese: Iniciar pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para chegar ao
conhecimento dos mais compostos.
- Enumeração: Realizar enumerações completas e revisões gerais para ter a certeza de
que nada foi omitido.

TERCEIRA PARTE

Há necessidade de se estabelecer uma Moral Provisória para segui-la enquanto estiver


trabalhando em busca do conhecimento científico, do contrário, o indivíduo ficará irresoluto
em suas ações e deixará de viver. Essa moral tem três máximas:
- A primeira consistia em obedecer às leis e aos costumes do país, orientando-se pelas
opiniões mais moderadas e que mais se afastam do excesso.
- A segunda consistia em ser tão firme e tão resoluto quanto possível nas ações, e,
quando não é possível discernir as opiniões mais verdadeiras, deve-se seguir as mais
prováveis.
- A terceira consistia em procurar sempre vencer antes a si mesmo do que à fortuna,
modificar antes os próprios desejos do que a ordem do mundo, pois não há nada que
esteja inteiramente no poder do Homem, exceto seus pensamentos.
Descartes destruía todas as suas opiniões que julgava mal fundadas, fazia diversas
observações e adquiria muitas experiências que iriam servir para estabelecer outras mais
certas. Com os raciocínios, sempre acabava por encontrar a verdade por trás de alguma
preposição, mesmo essa verdade sendo a de que a preposição é puramente falsa.

QUARTA PARTE

Ao rejeitar como absolutamente falso tudo aquilo em que pudesse ser imaginado a menor
dúvida, Descartes conclui que ele, por ser pensante, era alguma coisa, pois para pensar é
necessário existir. Passa então a ter “Penso, logo existo” como o primeiro princípio de sua
filosofia, e toma como regra geral que as coisas que são concebidas muito clara e
distintamente são todas verdadeiras, havendo apenas alguma dificuldade em discernir as que
são concebidas distintamente.
E como para ele era claro que sua existência não era perfeita, assumiu que deveria existir algo
de natureza mais perfeita, pois era impossível a ideia do “ser perfeito” ser tirada do nada.
Chegou então à conclusão de que essa ideia fora nele introduzida por uma natureza mais
perfeita que encerrasse em si todas as perfeições das quais ele pudesse fazer uma ideia. Essa
natureza mais perfeita seria Deus.

QUINTA PARTE

O corpo humano é como uma máquina que é incomparavelmente mais bem ordenada e
contém movimentos mais admiráveis do que qualquer das que possam ser inventadas pelos
homens. E mesmo que houvesse outras máquinas que apresentassem semelhanças com o
Homem, e que imitassem suas ações, ainda haveria dois meios de reconhecer suas naturezas
não-humanas:
- O primeiro meio reside no fato de que essas máquinas jamais poderiam empregar
palavras e outros sinais, compondo-os como a humanidade faz, para transmitir aos
outros pensamentos.
- O segundo meio consiste em verificar que, embora tais máquinas pudessem fazer
muitas coisas tão bem ou talvez melhor do que alguns humanos, elas falharão
infalivelmente em algumas outras, pois não agem pelo conhecimento, mas pela
disposição de seus órgãos.
Esses dois meios permitem que se conheça também a diferença entre o homem e os animais.
Descartes assume aqui que os animais não só possuem menor dose de razão do que os
homens, como não possuem absolutamente nenhuma. A natureza age neles de acordo com a
disposição de seus órgãos.
A Alma Racional seria aquela que não pode derivar do poder da matéria. Não basta que esteja
alojada no corpo humano, é preciso que esteja estreitamente junta e unida a ele, com
sentimentos e apetites semelhantes aos do Homem. A razão humana é de natureza
inteiramente independente do corpo e não está sujeita a morrer com ele. Conclui-se então que
a alma é imortal.
SEXTA PARTE

Descartes crê que é possível chegar a conhecimentos muito úteis para a vida, e achar, em
substituição à filosofia especulativa ensinada nas escolas, uma prática pela qual todos os
elementos e corpos que nos cercam poderiam ser empregados igualmente a todos os usos para
os quais são próprios, para, desse modo, tornar a Humanidade senhora e possuidora da
natureza.
Ele convida os “bons espíritos” a procurar pelo conhecimento científico, e propõe que cada
um comunique aquilo que encontrou ao público, para que os últimos começassem onde os
seus antecessores houvessem acabado, reunindo assim as vidas e os trabalhos de muitos.
REFERÊNCIAS

DESCARTES, René. O Discurso do método. São Paulo: L± Edição de bolso,


2005. 128 p.

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