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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEXA

MAURÍCIO BARBOSA SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

FEIRA DE SANTANA-BA

2017
MAURÍCIO BARBOSA SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

Relatório apresentado a disciplina EXA


472 - Estágio Supervisionado em Ensino
de Química I do curso de Licenciatura em
Química da Universidade Estadual de
Feira de Santana – UEFS como requisito
avaliativo.

Professoras: Assicleide Brito e Olívia


Bastos.

FEIRA DE SANTANA-BA

2017
SUMÁRIO

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 1


2. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ............................................................................ 3
3. CARACTERÍSTICAS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO ................................... 5
4. RELATOS DE OBSERVAÇÕES .......................................................................... 6
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 10
REFERÊNCIAS .........................................................................................................12
ANEXOS ...................................................................................................................13
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Estágio Supervisionado as Práticas de Ensino e a Formação de Professores


são fatores e um ponto de partida que visam beneficiar o desenvolvimento, no campo
profissional, dos conhecimentos teóricos e práticos para a formação da aprendizagem.
O estágio supervisionado é a primeira experiência docente que aproxima o acadêmico
da realidade de sua área de formação e o ajuda a compreender conhecimentos
práticos e teóricos que conduzem ao exercício da sua profissão.
Fica evidente que o Estágio Supervisionado exigido nos cursos de Licenciatura
é importante porque ali o futuro professor compreende que os professores e alunos
devem estar num mesmo mundo, falar a mesma linguagem utilizar como ponto de
partida o meio em que o aluno se encontra inserido, assim consegue fazer uma
analogia, pois é conhecedor de sua realidade e a partir dali aprofundar os
conhecimentos.
O Estágio Curricular Supervisionado num curso de licenciatura consiste em um
processo planejado, visando à integração entre conhecimentos práticos e
conhecimentos teóricos que complementem a formação acadêmica do aluno. O
estágio supervisionado poderá realizar-se em instituições públicas ou privadas de
ensino e constitui-se de atividades de aprendizagem social, profissional e cultural,
proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e de
trabalho. (PIMENTA E LIMA, 2008).
Para Pimenta e Lima (2008), a base formativa dos professores baseia-se em
conhecimentos teóricos e metodológicos que os permitam compreender a escola, os
sistemas de ensino e as políticas educacionais. O estágio tem como objetivo preparar
o futuro professor para a realização de atividades nas escolas, com os professores
nas salas de aula, bem como para o exercício de análise, avaliação e crítica dos
desafios que a realidade escolar revela. O estágio como reflexão da práxis, possibilita
aos alunos que ainda não lecionam aprender com aqueles que já possuem
experiência no magistério.
O primeiro impacto enfrentado pelo estagiário são as contradições entre o
escrito e o vivido, o dito pelos especialistas em seus discursos, as teorias, a
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fundamentação teórica e o que realmente acontece no interior das escolas, ou seja, a


dissociação teoria – prática. Pimenta e Lima (2008) apontam alguns problemas
observados por alunos estagiários: a falta de organização, de recursos materiais, de
integração entre a escola e os estagiários, indisciplina e violência. O distanciamento
entre a universidade e a escola é um dos pontos também enfatizado pelas autoras. É
importante salientar que o estagiário poderá se deparar com alguns, ou mesmo muitos
professores insatisfeitos com suas carreiras, com o trabalho que desenvolvem, com o
contexto socioeconômicos, com suas próprias vidas e que, por certo, tentarão induzir
o estagiário a desistir da carreira que está iniciando. (PIMENTA & LIMA, 2008, p. 104).
O Estágio de Licenciatura é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (nº 9394/96). É entendido como eixo articulador da produção do
conhecimento em todo o processo de desenvolvimento do currículo do curso e se faz
necessário na formação profissional a fim de atender às expectativas do mercado de
trabalho onde o licenciado irá atuar além de possibilitar o contato direto com os
problemas reais enfrentados pelos professores e estudantes durante o dia a dia.
As exigências de formação para um professor de Química são tão grandes que
tentar abarcá-las no período inicial de formação conduziria, ou a uma duração
absurda, ou a um tratamento absolutamente superficial. Dessa forma, a necessidade
de formação permanente surge associada às próprias carências da formação inicial,
além do que, conforme discutem Carvalho Gil-Pérez (2001), muitos dos problemas
que devem ser tratados não adquirem sentido até que o professor se depare com eles
em sua própria prática. Diferentes pesquisadores que trabalham com formação de
professores, tais como: Schnetzler, Maldaner, Rosa, entre outros, tem destacado a
importância de possibilitar a formação do professor reflexivo para contribuir para a
melhoria da disciplina e do modo como ela é vista pela sociedade.
O ensejo reflexivo admite que deva haver uma adequação aos contextos do
educando, no que tange aos universos da cultura, do trabalho, da arte, da ciência ou
da tecnologia, dentre outros, possibilitando uma construção efetiva de uma nova
percepção de mundo, e para tanto, é importante que haja uma articulação diferenciada
de ensino, que seja de forma ativa e também crítica, com capacidade, tanto de
interagir com a realidade dos alunos, quanto de propor melhorias cabíveis para a vida
dos mesmos. O bom professor do ensino moderno de Química pode ser bem-
conceituado se conseguir conciliar seu trabalho com os seus próprios aprendizados
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na educação continuada, ou seja, deve reconhecer suas dificuldades e buscar


aprimoramento no estudo dos conteúdos que julgar mais complexos.
As necessidades formativas da atividade docente incluem uma complexa rede
de saberes como: o conhecimento a ser ensinado; as formas de ensinar esse
conhecimento; as dificuldades de aprendizagem próprias desse conhecimento; o
gerenciamento de uma sala de aula; o conhecimento do aluno, suas necessidades de
aprendizagem, seu contexto e sua família; as mudanças socioeconômicas; as
políticas públicas; e os avanços tecnológicos, aspectos esses que influenciam direta
ou indiretamente a prática educativa (Mercado, 2002; Freire, 2006) de tal maneira que
a formação docente não pode ser vista como algo que se encerra durante o curso de
graduação, pois toda essa complexidade ainda pode variar de ambiente para
ambiente escolar, o que exigirá ainda a capacidade de se adaptar aos diferentes
contextos.

2. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
O estágio supervisionado I foi realizado no Colégio Modelo Luiz Eduardo
Magalhães situado na rua Vasco Filho-15, Centro de Feira de Santana. Tendo como
CNPJ- 13937065/0001-00 e teve como professora regente Ana Lúcia Albuquerque
Pereira Costa Amarante.
O Colégio integra a rede estadual de ensino no município de Feira de Santana
desde 1999. Em 1998, logo após o falecimento do deputado federal Luís Eduardo
Magalhães, filho do ex-governador da Bahia e então senador Antônio Carlos
Magalhães, foi decretada a construção de “colégios modelo” exclusivos para o ensino
médio nas principais cidades da Bahia, os quais levaram o nome Luís Eduardo
Magalhães em homenagem ao idealizador do projeto.
A escola começou oferecendo apenas a 1ª série do ensino médio, surgindo as
demais séries progressivamente até 2001, e a partir daí, oferecendo as três séries.
Atualmente, a escola oferece turmas nos turnos matutino, vespertino e noturno, onde
estão matriculados 1780 alunos.
A estrutura física da escola, assim como sua organização, manutenção e
segurança revelam muito sobre a vida que ali se desenvolve. Observou-se que a
escola possui uma ótima estrutura física. As salas de aula são distribuídas
homogeneamente e com dimensões favoráveis, encontra-se ainda sala da direção,
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secretaria, sala dos professores, cantina, biblioteca, quadra esportiva, auditório,


almoxarifado, bebedouros, área de recreação, laboratórios e banheiros
(femininos/masculinos). Observei que a instituição de ensino é de grande porte e que
também a escola tem uma boa estrutura física, no entanto há a necessidade de
reparos, a biblioteca, voltou a funcionar, os alunos podem pegar o livro emprestado,
mas não podem levá-lo para casa. O acesso ao acervo é restrito, só para consulta
faltando assim, ainda muitos exemplares dos livros literários e didáticos, o horário de
funcionamento é durante as aulas e o laboratório não possui local apropriado para
descarte de reagentes. A escola possui 20 salas de aula, grandes, arejadas,
iluminadas e ventiladas. Possui um aporte estrutural confortável, mas no que tange a
utilização dessa infraestrutura encontra- se certas dificuldades, o que nos leva a uma
análise dos tempos e espaços escolares e os materiais destinados ao “ensinar-
aprender”. Segundo Kimura, (2008, p.26) “na teia de relações que é a escola, todos
os materiais destinados ao ensinar aprender se entrelaçam em questões sobre a
forma de como eles são/podem ser usados.”.
A escola é dirigida por Edvan Pedreira de Oliveira ele é diretor a 11 anos nessa
escola e conta com sua equipe de 02 vices diretores, 01 coordenadora pedagógica,
57 professores, 10 funcionários administrativos, 06 de serviços gerais, 06 merendeiras
e 04 seguranças.
As reuniões pedagógicas e AC (Atividade Complementar) deveriam ocorrer
semanalmente, mas no período de observação estavam ocorrendo quinzenalmente
no período noturno. Nestas reuniões discutiam- se individualmente sobre cada aluno,
sobre os projetos desenvolvidos pela escola e a busca por melhorias na comunidade
escolar.
A organização escolar é uma unidade social que reúne pessoas que interagem
entre si, com vistas a alcançar objetivos educacionais. É uma instituição com
estruturas e processos organizativos próprios. O Colégio Modelo Luís Eduardo
Magalhães possui a seguinte organização:
Direção; Vice- direção; Coordenação; Professores e alunos; Setor técnico
administrativo; Secretaria escolar; Serviços de limpeza; vigilância; laboratório e
biblioteca; Conselho de Classe; Pais e comunidade.
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3. CARACTERÍSTICAS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

A compreensão da relação entre teoria e prática possibilitou uma nova


concepção de estágio. Pimenta e Gonçalves consideram que a finalidade do estágio
é propiciar ao aluno uma aproximação da realidade na qual atuará. Sendo assim, o
estágio se afasta da compreensão vigente de que seria a parte prática do curso. As
autoras defendem uma nova postura, uma redefinição do estágio, que deve caminhar
para a reflexão a partir da realidade. Nesse sentido, o estágio curricular é uma
atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na
realidade. Esta intervenção sim, acontece de forma prática. Prática ao ponto de
transformar a educação.
Vale ressaltar que as estratégias utilizadas pelas professoras orientadora do
estágio foi de suma importância, proporcionando também um estímulo à pesquisa,
pois, para a realização do mesmo é necessário que o estagiário leia, estude, busque
informações adequadas. Assim, Josso (2004) afirma que para pensar na ligação entre
pesquisa e formação é necessário, primeiramente, compreender a necessidade da
sua capacidade de se interrogar, de aprender a partir das experiências e de se
transformar. Nesse sentido, entende-se também que ao longo da realização do
estágio os estagiários passam por um processo onde aprendem a serem reflexivo,
resultado no conhecimento de si, de forma a permitir assim que o mesmo faça planos
de atuação da docência, que até então não tinham sido percebidos.
Quanto à situação sociocultural da comunidade escolar, torna-se diversificada
em virtude da composição heterogênea dos alunos que moram em diferentes regiões,
como do bairro Parque Ipê, Feira X, Aviário, Tomba, Queimadinha entre outros e
Distritos da Zona Rural. Além disto, compõe diferentes classes sociais, contudo, a
escola organiza um espaço democrático de convivência.
Conforme dados obtidos pela entrevista e conversas com os alunos do 1º ano
E, dos 41 alunos matriculados 28 responderam o questionário. O corpo discente é
formado por jovens na faixa etária compreendida entre 15 e 17 anos, existindo uma
distorção idade/série revelado pelos dados da entrevista, onde 41,46% dos
estudantes já repetiu de ano e 26,83% nunca repetiu e 31,71% não respondeu a
entrevista.
O corpo discente enfrenta diariamente problemas relacionados às violências de
todas as formas, entre elas, assaltos, assédios e venda/consumo de drogas nas
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regiões próximas a escola e a sua residência. Diante deste panorama sociocultural, a


escola acaba se tornando um local de encontro e relações sociais, sendo sua função
de formação e construção do conhecimento deixada em segundo plano.
Apesar disso, existe um número de alunos interessados em estudar, pois
considera o estudo uma possibilidade de ascensão social. Esses alunos questionam
seus professores e a equipe pedagógica quando discordam com os métodos de
ensino e reivindicam constantemente qualidade do processo de ensino-
aprendizagem, assim como domínio do conteúdo ministrado pelos professores.
Em relação da professora regente, a entrevista revela que a mesma não possui
graduação em Química e sua área de formação é Ciências Biológicas, o curso foi
concluído em 1997 e vêm exercendo a profissão de professora há 16 anos. Outras
informações encontram-se no anexo deste relatório.
A professora enquanto sujeito do processo de ensino/aprendizagem, revela:
Estou há 16 anos em sala de aula e sinto a necessidade de me aperfeiçoar a cada
ano. A nossa clientela é muito carente de apoio familiar em relação à aprendizagem e
a indisciplina em sala de aula. Planejamos uma aula, mas sentimos dificuldades em
realizar por conta da falta de atenção do aluno e falta de respeito com os colegas da
sala.

4. RELATOS DE OBSERVAÇÕES

No dia 04 de outubro de 2017, procurei a direção do Colégio Modelo Luiz


Eduardo Magalhães, para entregar o ofício e me apresentar como estagiário. Fui
recebido cordialmente por todos e em seguida apresentado à professora regente (Ana
Lúcia) ela sugeriu algumas turmas para observação e optei para turma do 1º ano E
matutino.
O período de observação se iniciou no dia 11 de outubro de 2017 e foi concluído
no dia 31 de novembro de 2017. Esse período não foi maior por impedimento da
coordenadora, alegando que depois dessa data era período de recuperação.
Relato da primeira semana (11/10) - Na primeira aula a professora Ana Lúcia
me apresentou a sua turma e disse que eu seria o estagiário durante o decorrer do 3º
ciclo. Os alunos ficaram surpresos com minha presença, meio tímidos, mas logo se
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soltaram e até mesmo tentaram fazer um charminho tipo querendo se aparecer.


Apresentei-me a turma, falei um pouco sobre mim e sobre a satisfação de poder estar
dividindo esse momento de estágio com eles e os mesmos prestaram atenção
enquanto eu estava falando com eles. Após apresentações, fui me sentar no fundo da
sala e observar a aula da professora regente Ana Lúcia. Sendo a aula no 3º terceiro
e 4º horários nos dias de quarta-feira, observei que alguns chegam atrasados no 4º
horário, pois retornam do intervalo, pedem licença para entrar e a professora autoriza.
Percebi que há uma relação cordial entre professora e alunos, ela às vezes brinca
com eles, mostra ser amiga, mas tudo no devido respeito. A turma é composta de 41
alunos matriculados, mas só 39 alunos frequentam as aulas, em sua maioria
mulheres.
A sala estava limpa, mas não comportava a quantidade de alunos, as carteiras
eram velhas e algumas sem braços e os alunos permaneciam em filas.
Na introdução da aula, a professora deixou claro que os assuntos estavam
atrasados e que iria iniciar um novo assunto (classificação da tabela periódica), nesse
momento uma aluna passou mau e a professora encerrou a aula para dá assistência
a aluna e me convidou para ir à sala dos professores. Na sala dos professores são
discutidos vários assuntos que dizem respeito à escola e até assuntos particulares.
Os colegas têm um bom relacionamento, ouvir de outros colegas como anda o
desenvolvimento de alguns alunos em outras disciplinas e buscar possíveis saídas
para tais problemas. O ambiente onde eles se reúnem é amplo e possui espaço para
que todos possam se acomodar além de encontrar disponível cafezinho e lanches.

Relato da segunda semana (18/10) – Nessa aula a professora retomou o conteúdo da


aula anterior (classificação da tabela periódica e distribuição eletrônica) a aula do a
professora pediu emprestada a tabela periódica de um aluno e alegou que todos já
haviam recebido uma. Algum tempo depois um aluno lhe entregou uma tabela (a aula
tinha correlação com a tabela periódica). O quadro branco e a aula expositiva foram
os recursos pedagógicos mais utilizados. Ao passo em que a professora resolvia os
exercícios ela perguntava as dúvidas de seus alunos e respondia a cada um. A
professora marcou um teste para segunda aula da próxima semana e na primeira aula
ocorrerá revisão para o teste, se despediu dos alunos e pediu para que eles
estudassem em casa e na próxima aula tirassem as dúvidas que surgirem como já
tinha combinado. Também me despedi dos alunos e sai juntamente com a professora.
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Alguns alunos ficaram na sala aguardando a outra professora e outros saíram para o
corredor. Notei que muitos alunos de outra turma ficam no corredor durante a aula e
isso acaba atrapalhando o andamento da aula. A aula terminou me despedi dos alunos
e da professora.

Relato da terceira semana (25/10) – Como combinado na aula anterior a professora


fez revisão dos assuntos e tirou dúvidas para o teste, os alunos estavam bem
apreensivos, logo após a professora pediu para os alunos guardarem os materiais
embaixo da carteira arrumou a sala em fila e distribuiu o teste a cada um.

Relato da quarta semana (01/11) – A professora não de aula por motivos pessoais,
mas dei continuidade as minhas observações. Nesse dia teve apresentação de feira
Projeto PIBID de matemática e física, eu também fui convidado a prestigiar e
aproveitei para observar as apresentações e o comportamento dos alunos da
professora Ana Lúcia. A feira foi ótima os stands tinham muita novidade que chamou
a atenção, foram legais, os alunos falaram de suas experiências nas visitas em cada
stand registraram em fotos. Os alunos da professora Ana Lúcia prestaram atenção,
mas alguns aproveitaram para ir embora, mas foram barrados pelo porteiro.

Relato da quinta semana (08/11) – A professora começa a aula falando que na


próxima semana é feriado e na seguinte precisará se ausentar e a semana de provas
está se aproximando e ela precisa fazer um segundo teste. Iniciou-se um novo assunto
ligações químicas e combinou com os alunos que faria um teste na segunda aula e
que seria em dupla e com consulta e assim foi feito.

Relato da sexta semana (15/11) – Feriado.

Relato da sétima semana (22/11) – A professora se ausentou por motivo pessoal.


Nesse dia aproveitei para conversar com funcionários da secretaria, porteiro e
segurança. Também vou mencionar que toda quarta-feira o colégio tem um projeto
musical, onde alguns alunos se apresentam ou fazem ensaios para outro projeto a
nível estadual o FACE.

Relato da oitava semana (29/11) – Semana de avaliação, A escola adota a semana


de prova e o horário estabelecido é de 2 horas para a realização da prova, iniciando
ás 8:00h e terminando as 10:00h. A aplicação da prova é feita pelo professor que tem
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aula no 1º horário na sala do respectivo dia, e como a aula do dia no 1º horário era de
outra professora, então, foi ela quem fiscalizou a prova de História. A medida que os
alunos terminavam a avaliação eu distribuía um questionário para ser respondido e
entregue na avaliação de Química. (31/11) – Observação da avaliação de Química e
coleta da entrevista dos alunos.

5. REFLEXÃO DA VIVÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

O estágio na formação do docente, não só os de Licenciaturas, mas todos os


outros estágios, tem um papel importantíssimo, pois viabilizam uma visão mais
significativa da realidade cotidiana e da complexidade da minha futura profissão. É um
momento de novos conhecimentos e um somatório de experiências, em que de certa
forma se inicia a construção, o alicerce para a carreira como docente, concretizando
minha decisão de ser professor. A partir desse primeiro contato direto com a realidade
escolar tenho pela frente grandes desafios para enfrentar e perspectivas que almejar
a alcançar.
Segundo André (1995, p.111),
conhecer a escola mais perto significa colocar uma lente de aumento na
dinâmica das relações e interações que constituem seu dia-a-dia,
apreendendo as forças que a impulsionam ou que a retêm, identificando as
estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar,
analisando a dinâmica de cada sujeito nesse complexo interacional.

Conhecer o Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães foi o primeiro passo dado,
e tornou-se essencial para começar a investigar e identificar o contexto escolar e fez
de mim futuro professore agente ativo, disposto a buscar alternativas para suprir as
necessidades, os interesses da comunidade escolar e dos alunos, tudo isso em nome
da melhoria no ensino e comprometido com a formação de cidadãos críticos e
reflexivos. Desse modo, o estágio supervisionado I foi uma janela, um horizonte
expandido em que posso observar as interações e as dinâmicas que acontecem no
cotidiano escolar.
De acordo com Lima e Pimenta (2004, p.100):
o estágio não pode ser uma completa preparação para o magistério, mas é
possível neste espaço, professores, alunos e comunidade escolar e
universidade trabalharem questões básicas de alicerce, a saber: o sentido da
profissão, o que é ser professor na sociedade em que vivemos, como ser
professor, a realidade dos alunos da escola do ensino fundamental, a
realidade dos professores nessas escolas.
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Dessa maneira, o professor não deve somente se privar ao o que acontece em


sala de aula, ele deve estar atento e participar de todas as atividades escolares,
envolvendo-se nas tomadas de decisões, trabalhando sempre em prol do bom
andamento escolar.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É no Estágio Supervisionado que nós estagiários temos a oportunidade de


utilizar os conhecimentos adquiridos no curso de Licenciatura em Química, sejam eles
conhecimentos profissionais ou pessoais.
A escola em geral teve boa receptividade em todos os aspectos, “a
coordenadora”, diretor, professores e demais servidores acolheram os estagiários
com muita boa vontade tornando o contato dos mesmos com a escola mais acessível.
Os alunos também foram bem interativos com os estagiários uma vez que já haviam
vivenciado tal fato no ano anterior.
De maneira geral, cada etapa tem sua importância dentro do estágio desde a
observação da estrutura escolar até as observações na sala de aula.
Ao observar a estrutura física da escola nota-se que a mesma possui algumas
fraquezas, mas que também tem um espaço que possibilita aulas práticas em
Química, o que seria um diferencial em relação à maioria das escolas da cidade que
não realizam tais práticas. E é na observação das aulas que é possível ter o contato
com as dificuldades vividas pelos docentes, o que permite a nós estagiários a
fazermos uma reflexão acerca das problemáticas no cotidiano escolar, assim como
soluções viáveis para tais problemas.
As aulas de Química acontecem de forma bastante tradicional ainda que ocorra
a utilização em alguns momentos de abordagem com cotidiano. A falta de abordagens
diferenciadas é explicada pelo excesso de carga horária e a não formação na área de
Química da docente. Além disso, a escola conta com livros didáticos, mas não são
utilizados em sala de aula.
É também através do estágio - que proporciona vivência com situações práticas
e reflexão das mesmas - que nós estagiários podemos estabelecer novas opiniões e
novas conclusões da realidade escolar e do ato de lecionar. É uma etapa fundamental
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da graduação, pois, é a partir do estágio que o licenciando tem a oportunidade de se


enxergar como futuro professor e através dessa visão construir sua identidade
profissional.
Como descreve Pimenta (2010), o estágio foi uma fonte de reflexão e discussão
sobre os aspectos teórico-práticos do processo de ensino e aprendizagem, porém a
realidade escolar depende de cada escola ou mesmo de cada turma.
Considero que o estágio supervisionado deve ser planejado em conjunto com
os professores regentes da escola campo e da UEFS e estagiários, adequando-o às
necessidades da escola e sempre possível ao contexto acadêmico.
Sugiro também que todo o planejamento desse estágio e sua execução estejam
voltadas a atender todas as séries do ensino médio com o propósito de proporcionar
aos estagiários uma experiência mínima em todas as séries essências para sua futura
carreira profissional.
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REFERÊNCIAS

ANDRÉ, M.E.D.A. A contribuição da pesquisa etnográfica para a construção do


saber didático. In: OLIVEIRA, M.R.N.S. (org.). Didática: Ruptura, compromisso e
pesquisa. 2ª ed., Campinas: Papirus, 1995.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


São Paulo: Paz e Terra, 2001.
JOSSO, Marie Christine. Experiências de vida e formação. Tradução José Cláudio
e Júlia Ferreira. São Paulo: Cortez, 2004.

MALDANER, O.A. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do


professor de química. Química Nova, v. 22, n. 2, p. 289-292, 1999.

MARCELO, C. Pesquisa sobre a formação de professores: o conhecimento


sobre aprender a ensinar. In: Revista Brasileira de Educação, 1998.

MORTIMER, E.F. Construtivismo, mudança conceitual e ensino de ciências.


Ciência e Educação (1995).

NÓVOA. A. Formação contínua de professores: realidades e perspectivas.


Aveiro: Universidade de Aveiro, 1991.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágios e Docência.


São Paulo: Cortez, 2004.

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: Unidade teoria


e prática. Editora Cortez. 9ª edição. São Paulo – 2010.

PIMENTA, Selma Garrido; GONÇALVES, C. L. Revendo o ensino de 2º grau,


propondo a formação do professor. São Paulo: Cortez, 1990.
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ANEXO
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Entrevista na escola

Professor:
a) Qual sua área de formação? Ciências Biológicas
b) Quando se formou? 1997
c) A quanto tempo atua como professor? Há quanto tempo trabalha nessa escola? 16
anos/ 5 anos
d) Qual(is) escola você trabalha? Ou já trabalhou? Atualmente Colégio Modelo Luis
Eduardo Magalhães. Já trabalhei no Instituto de Educação Gastão Guimarães,
Cooperativa Fênix, Colégio Edith Gama, ECASSA
e) Fez alguma pós-graduação? Qual(is)? Sim. Especialização. Ciências da Saúde para
Ensino de Biologia, Quimica e Fisica(UFBA) e Politicas do Planejamento
Pedagógico(UNEB)
f) Qual seu planejamento para a disciplina de química? (conteúdo que está trabalhando, a
sequência utilizada, as atividades desenvolvidas, as formas de avaliação). Em anexo
g) Qual(is) livros são adotados para o planejamento das aulas? Principalmente Ricardo
Feltre e Eduardo Fleury Mortimer
h) Quais outros materiais didáticos são utilizados para o planejamento das aulas? Vídeo
aulas, sites
i) Quais estratégias de ensino são utilizadas nas aulas de química? (Por exemplo,
experimentação, vídeos, teatro e outros). Perguntar: por que utiliza essas estratégias?
Qual a importância delas para o processo de ensino de aprendizagem dos alunos? Na
realidade da escola pública é difícil utilizar muitas estratégias. Faço alguns jogos. A
escola em que trabalho não tem laboratório e o máximo que podemos fazer, em termos
de experimento, são demonstrações em sala de aula ou experimentos muito simples.
j) Quais dificuldades você encontrou quando começou a atuar como professor/a? pode
falar um pouco sobre elas? Administração do tempo escolar, elaboração das
avaliações, dar conta de todo planejamento.
k) Que dificuldades você encontra hoje na realização do seu trabalho? Comportamento
dos alunos, falta de interesse dos alunos
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