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01/07/2019 Homem atual: o novo mercenário

Homem atual: o novo mercenário


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Barãozin May 31, 2012

por Rookh Kshatriya

Maquiavel deu grande importância ao fato que


cidadãos motivados comporiam o melhor exército de
defesa de um país. Mercenários podem ser excelente
combatentes, mas – e bote ênfase neste mas – sua
falta de lealdade fará deles um ponto fraco a longo
prazo. Se eles são vitoriosos, eles irão desejar
subverter o Estado para conquistar o poder para si
mesmos. Se derrotados, eles simplesmente pulam
fora da luta.

Em muitos aspectos, os homens ocidentais (e em


particular os homens anglo americanos) foram reduzidos a meros mercenários pelo feminismo
e pelas políticas sexuais. Eles não tem mais uma ligação legítima aos países em que vivem,
cada vez mais evitam formar famílias ou assumir responsabilidades sociais ativas. Isto
acontece especialmente com o homem de classe média, que tem uma existência nomádica
como técnicos ou consultores comerciais enquanto se excluem da vida civil e social. De acordo
com Maquiavel, tal estado de coisas fará com que uma nação enfraqueça e seja presa fácil
para um ataque externo, já que mercenários não tem lealdade a qualquer Estado ou
nacionalidade.

Eu diria que o nascente movimento pelo direito dos homens é uma expressão orgânica desta
nova mentalidade “mercenária”. Qual sempre foram os prazeres de um mercenário? Dinheiro e
sexo. Então, por um lado nós temos os PUAs ensinando técnicas de como conseguir sexo fora
das formas tradicionais e sem envolvimento, e por outro temos ativistas sérios ensinando que
os homens ocidentais devem evitar se casar para poder proteger seus bens. Nenhuma destas
estratégias deve ser condenada, é claro. Sendo tratados como meros mercenários pela cultura
misândrica ocidental, eles não podem ser culpados por começarem a agir feito mercenários.

No passado, os homens ocidentais provavelmente se agrupariam se seu pais assim


precisasse. Intimamente ligada ao seu meio social, tal lealdade representava uma de suas
obrigações sociais. Hoje, somente homens com pouca perspectiva de vida se alistam nos
exércitos ocidentais em números expressivos (e isto explica a boa vontade das elites em jogar
estes homens para lutar por causas perdidas). Em contraste, o homem padrão de classe média
a cada dia que passa “lava suas mãos” por tais lealdades infrutíferas.

Tommy Fleming e outros conservadores anglo americanos alegam que esta retirada representa
a deterioração da masculinidade ocidental. Eles não enxergam algo primordial, entretanto: a
sociedade pós feminista na qual vivemos não recompensa a lealdade masculina. Trocando em
miúdos: não se ganha nada pela conformidade sob o matriarcado feminista. Enquanto as

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antigas gerações de homens podiam contar com esposas fiéis, famílias sólidas e
reconhecimento público por seus esforços, eles davam em troca sua lealdade social. O mundo
pós feminista atual só os oferece a privação sexual, divórcios caros e a vilificação pública em
troca de seu comportamento cavalheiresco.

Tommy Fleming e sua laia espera que os homens se sacrifiquem pelas mulheres em troca de
nada. Neste modelo conservador, o homem é como um cliente que entra numa concessionária
com milhões de dólares para gastar. E ele é obrigado a comprar com todo esse dinheiro um
Uno Mille ferrado e ainda ficar contente por este imenso privilégio! Na verdade, estes
conservadores (e boa parte deste “neo conservadorismo” feminista) desejam que eles fiquem
felizes com isto, estranhamente gratos por este trambique.

E assim este estilo de vida mercenário só cresce. Os valores mercenários a cada dia que
passa se espalham entre os homens de classe média. A poucas décadas atrás, 80% dos
americanos em seus 20 anos eram casados; hoje mal passam dos 20%. Em poucos anos, este
número chegará a zero – e isto ecoará em todo o ocidente.

Maquiavel argumentava que esta confiança em mercenários é a raíz do colapso de qualquer


nação. Roma mesmo teve que usar de mercenários visigodos e, de acordo com Maquiavel, sua
lenta e gradual decadência coincide com isto. De uma forma mais ampla, qualquer nação é
dependente da boa vontade masculina para funcionar de forma efetiva. A contribuição feminina
é largamente no campo humanista, nas artes liberais e em atividades como enfermagem e
cuidado de crianças – insuficientes para manter uma sociedade industrial de pé. O
desligamento masculino (ou expulsão, dependendo do ponto de vista) através do ocidente
provavelmente levará a ruína das estruturas sociais e, mais importante, dos pressupostos
informais que as sustentam. Na verdade, pode-se argumentar que tal processo já está bem
avançado, especialmente na Inglaterra e nos EUA – os núcleos do mundo anglo saxão.

Muitos tradicionalistas do movimento dos direitos dos homens tem uma obsessão cega com
“voltar aos bons tempos”, aos anos pré feministas antes de 1950. Isto é problemático de muitas
formas, principalmente na anglosfera puritana onde a misandria data de séculos. Ainda mais,
estruturas sociais complexas são irreversíveis, o que anula tais ambições reacionárias. Desde
que um fenômeno social como o feminismo “amadureceu” numa cultura, ele não pode ser
simplesmente apagado; sua influência se torna permanente.

Dados os fatos, desejar pelo retorno de uma era idílica pré feminista é tanto indesejável quanto
inútil. O melhor é tentar criar novas condições usando a atual verve mercenária.

fonte: http://kshatriya-anglobitch.blogspot.com.br/2012/01/anglo-american-men-new-
mercenaries.html

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