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Quando chegou à Argentina, a primeira coisa que fez foi cumprimentar apertando
a mão. Em seguida, perguntaram a ela se isso era comum no México, porque aqui
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Em 2016, ela publicou Capitalismo Gore, um livro no qual re ete sobre a violência
que se usa quase cotidianamente em certas cidades para obter ganhos
econômicos. O termo “gore” remete ao gênero cinematográ co mais sangrento e a
autora o usa para revelar a maquinaria e as rami cações violentas dos “atores” do
poder, em cujas engrenagens as estruturas capitalistas, o Estado e o narcotrá co
se envolvem em um cerco de domínio econômico.
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que esse termo se estendesse a outras sociedades que o lessem com certa
identi cação.
“O endríago é esse sujeito masculino cartografado pela classe, cuja marca racial
está associada com estigmas e estereótipos da colonialidade. É um sujeito
obediente à masculinidade mais hegemônica, aquele que despreza todo tipo de
fraqueza, que acredita que o papel do homem é ser provedor, corajoso, violento e
que o Estado luta pela posse da violência. Mas também é aquele que entendeu
que a masculinidade dos corpos biologicamente masculinos tem o poder
necropolítico de levar a morte aos outros. Esse poder de exercer violência contra
os mais fracos: mulheres, crianças, dissidentes sexuais, pobres”, explica.
O que é transfeminismo?
nem magros, nem altos, nem delgados, nem brancos. Há uma insurgência pela
recuperação de outros imaginários corporais, de corpos sem padrões. No caso
mexicano, que é o transfeminismo com o qual me sinto compelida ou identi cada,
não há a intenção de sexualizar, nem de moralizar a sexualidade, mas de utilizar
os aparatos críticos da representação da pornogra a e da pós-pornogra a para
fazer reivindicações feministas.
Construir uma ideia de sustentabilidade da vida. Que não brutaliza, nem puri ca,
nem hierarquiza uma vida sobre as outras. Que faça um trabalho de constituição
do comunitário através da desnecropolitização do pensamento e de nosso
contexto. Que seja um transfeminismo que vá de mãos dadas com a luta das mães
dos desaparecidos, com as mulheres que pedem justiça para os crimes de ódio
contra suas lhas, com os movimentos ambientais contra a exploração das minas,
com aqueles que lutam pelos direitos reprodutivos e sexuais como a legalização
do aborto, ou a legalização do trabalho sexual. É necessário pensar o trabalho
sexual como uma tarefa de cuidado e não a partir da abolição, já que um dos
trabalhos das mulheres casadas muitas vezes é fazer sexo com seus maridos. Que
se pense o corpo trans como um corpo digno, como parte do feminismo, com
pessoas dentro do movimento cujas histórias podem ser tremendamente
inspiradoras e com as quais possamos, sobretudo, ter alianças para transformar o
contexto em que vivemos.
Enquanto não repensarmos a construção dos gêneros, que são termos binários,
imóveis e imobilizadores, isso vai continuar desestruturando. Acho muito
interessante o lugar de agência. Temos que aprender com o tornar-se das
identidades minoritárias, porque têm potência revolucionária se fazem aliança. Na
lógica do machismo mexicano, a vida não vale nada, como diz a canção. Nem sua
vida, nem a dos outros vale nada. Para demonstrar que é macho, você deve
sacri car sua vida e a dos outros. O México tem um capital social machista não
apenas para os homens, mas também um ethos social que se instala através de
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do século XVIII e XIX e era a “lança livre”, soldados sem convicção que se
alugavam aos exércitos para matar. O free lance é um mercenário do ‘cognitariado’,
que articula uma dimensão sacri cial, um camicase que se aniquila a si mesmo e
faz o trabalho daquele que o oprime. Encurta a vida porque tem que ter cinco
empregos, não tem tempo para nada, não tem parceira, nem relações sociais,
apenas por meio da rede.
Você não se diz negativa, mas descritiva; entretanto, existe uma saída possível?
Embora pareça que o capitalismo copiou tudo, que não haja alternativa, que seja
um desastre, que quase temos que aceitá-lo, há outras formas e devemos torná-las
visíveis. Assim como eles tornam universal um caso excepcional, devemos utilizar
essas estratégias para a valorização do comunitário, do regional, sem cair em
nacionalismos. Potencializar a resistência comunitária e os novos espaços de
vinculação social como uma possibilidade.
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