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Direito Tributário – Aula 1

Bibliografia:

1 – Direito Tributário esquematizado – Ricardo Alexandre.

A professora disse que é mais importante termos a noção de jurisprudência.

2 – Manual de Direito Tributário do Eduardo Sabagg – Editora Saraiva.

3 – Ricardo Lobo Torres – De todos os autores tributários ele é o mais Fazendário.

Ele tem um livro que é um manual. Esse livro é bem simples, não sendo suficiente pois não
tem tanta jurisprudência mas dá para se ter noção do posicionamento dele.

Ele tem um Tratado e a parte de garantias fundamentais, a parte principiológica é muito boa.

Questões mais controvertidas da parte de direito Constitucional

O programa de tributário é junto com o de direito financeiro e caíram várias questões de


competência e de repartição de receitas.

Repartição de Receitas envolvendo o ICMS – Artigo 158, IV da CF

Esse artigo prevê e é expresso no sentido de que pertencem aos Municípios 255 de tudo que o
Estado arrecadar a título de ICMS. Dessa forma do percentual do produto da arrecadação do
ICMS ocorre essa repartição.

É muito comum os Estados dentro da sua compet~encia concederem isenções e benefícios


fiscais.

Os municípios começaram a defender que os estados não poderiam conceder benefícios fiscais
sobre a parcela que seria repartida ao município e só poderiam fazer isso em relação aos 75%.

A questão que chegou ao Supremo diz respeito ao Estado de Santa Catarina que concedeu
uma moratória como incentivo fiscal.

Por 2 anos a empresa não pagava ICMS. A ideia era de efetivamente incentivar aquelas
empresas e como é uma moratória um dia o estado receberá o recurso mas não naquele
momento. A defesa do Estado é de que como se trata de repartição de receitas só teria que
repartir aquilo que efetivamente ingressasse nos cofres estaduais.

O raciocínio dos Estados é que se ele recebeu X aí teria que repassar aos municípios.

O precedente é o RE 572762 tendo sido julgado por repercussão geral. O STF entendeu que o
estado não poderia conceder qualquer tipo de incentivo relativamente a parcela dos
municípios. O Estado irá conceder os benefícios mas eu tenho uma outra figura que é o titular
da arrecadação sendo o Estado que fica com 755 e o Município que fica com 25%. Ele
entendeu que o Município é titular de 25% e como tal pode questionar em juízo caso o
benefício não seja repassado.

O Supremo aprovou a Súmula vinculante 30, porém percebemos que ela não está no código
pois foi a única sumula vinculante suspensa. Ela dizia que era inconstitucional lei estadual que
a título de incentivo fiscal retém parcela de ICMS pertencente aos Municípios. Dessa forma ele
entendeu que essa lei estaria retendo indevidamente.

Incentivo fiscal é instituto que não abrange todas as hipóteses. Depois chegou no Supremo
uma questão envolvendo o Estado onde o Estado aceitava dação em pagamento com bem
imóvel.

A pergunta dos ministros: Nesse caso, como vou fazer para receber um bem que corresponda
a 75% da dívida. Eu terei que repartir o bem ao município? Qual será a solução?

Dação em pagamento não é benefício mas causa de extinção do crédito e essa sumula não
dizia respeito a essa hipótese.

A dação já é mais controvertida. Se eu seguir a mesma premissa eu não poderia.

Uma outra discussão diz respeito as isenções.

Quando se dá uma isenção total esse recurso jamais vai entrar. Na isenção total aquele recurso
não entrará nunca.

O entendimento ddo supremo é que na isenção se aplica o mesmo raciocínio da moratória.


Dessa forma incentivo e benefício a tendência do supremo é a mesma, de que se deve
resguardar a parcela dos municípios.

Isso para procuradoria é extremamente importante.

Esse não é o único caso de repartição de receitas. O IPVA também ocorre repartição. Porém
chegou ao supremo uma questão que não é desse tipo de repartição pois essas são repartições
diretas, não há intermediários.

Porém chegou ao Supremo um caso de repartição indireta e chegou esse ano que é o artigo
159, I da CF.

E Esse inciso I diz que do produto da arrecadação do imposto de renda e do IPI 48% serão
distribuídos da seguinte forma: 22,5% da arrecadação do IPI e do IR vai para os fundos de
participação dos Municípios. A União deposita no fundo e quem transfere para o município é o
fundo. A maioria dos fundos a exig~encia é a lei complementar.

E essa lei complementar vai gerenciar esse fundo.

Com base no precedente do ICMS eles começaram a alegar que a União não poderia conceder
isenção de imposto de renda __________________

O precedente é o re 705423. Os municípios estão pretendendo generalizar porém esse re não


iniciou o julgamento.
A questão de ser direta ou indireta faz diferença. O 169 que é o da indireta diz que a União
entregará

A maior parte dos autores diz que se pode pegar o precedente do ICMS para o IPVA.

2 - Dentro dessa parte de repartição de compet~encia tem uma questão que já caiu na PGE do
Rio que diz respeito a uma repartição de receitas que envolve imposto de renda de servidor
público.

Artigo 158, I da CF.

Esse artigo diz que pertencem aos Municípios o produto da arrecadação do imposto de Renda
e proventos de qualquer natureza. Todos pensam esse inciso como funcionário público que
tem imposto retido na fonte. Essa verba ficaria com o Estado ou no caso de empregado do
Município?

Imaginemos que tenhamos um funcionário municipal e retido na fonte o imposto de renda. A


questão que se põe é que se quiser questionar essa retenção, por exemplo se quiser pedir uma
isenção do imposto de renda, contra quem se vai entrar com a Repetição de Indébito e contra
quem se entrará com pedido de restituição?

O entendimento paífico é que se deve entrar exclusivamente contra o município pois ele é
beneficiário de 100% da Arrecadação. Essa é a súmula 447 do STJ.

O Supremo julgou no RE 684169.

3 – Existe o posicionamento majoritário na doutrina e jurisprudência de que o exercício da


competência tributária é facultativo.

Isso significa que o ente pode exercer sua competência no todo, pode não exercer sua
competência ou exercer em parte.

O ICMS é o único imposto em que há a obrigação de criar por causa das operações
interestaduais.

O ICMS é o único imposto que todo mundo tem que ter criado.

2 exemplos Municipais:

1 – O primeiro exemplo é sobre o IPTU que poderá ser criado sobre a propriedade predial que
pode diferenciar o que é residenciall e o que não é residencial e o territorial.

O entendimento que prevalece é que cada um deles tem alíquotas diferenciadas, pois são
fatos geradores autônomos, não se pode comparar resid~encia com o comércio.

Digamos que o Município de Niterói estipule uma lei criando imposto sobre os imóveis não
residenciais. Essa lei pode fixar isso ou seria inconstitucional. Essa questão caiu no rio e muita
gente disse que feria a isonomia. Isso é o exercício da competência em parte.

Essa lei portanto é constitucional. Fica bem claro que isso nada tem a ver com isonomia. São
fatos geradores distintos.
Um outro exemplo é o do ISS. Digamos que eu tenha a LC 116 que preveja 40 itens. O
Município não pode criar ISS sobre um serviço que não esteja na lista mas ela poderia e vários
municípios fazem isso criar o ISS sobre 20 itens da lista e essa lei é constitucional pois o
exercício também é em parte. Se pode exercer integralmente ou em parte. Essa lei é
constitucional. Tem municípuio que se criou para 2 serviços. Essa lei é constitucional.

O exercício da compet~encia é facultativo em virtude do 145 da CF.

A União, Estados e Municípios poderão instituir os seguintes tributos. Poderá é uma faculdade
e se é obrigatório se utilizará deverá.

Caiu na PGM Niterói o artigo 11 da lei de responsabilidade fiscal e é um artigo que precisa ser
lido. O artigo 11 e o 14.

O artigo 11 diz que constituem requisitos essenciais a instituição, previsão e arrecadação de


todos os tributos.

Consequencia: Parágrafo único: Estabelece a vedação de transferências voluntárias para ente


que não observe no que tange a impostos.

A consequência ou penalidade é somente para não instituir impostos. Dessa forma se o


Município deixou de cobrar a contribuição de melhoria ele perde a transferência voluntária?
Não, isso é só em relação aos impostos.

Esse artigo 11 quando veio muitos autores questionaram a sua constitucionalidade. O


posicionamento majoritário era de que esse artigo 11 é inconstitucional na parte referente á
instituição de tributo. Isso se deve pois o exercício da competência é sempre facultativo e na
parte que se exige que crie essa norma seria inconstitucional.

O que é facultativo é a criação mas se criou tem que se arrecadar. A responsabilidade se


restringiria a arrecadação.

4 – Dentro das competências existe uma outra questão que é a competência envolvendo
taxas.

No último da PGM caiu uma taxa absurda que é a Taxa de serviços diversos.

A Compet~encia para as taxas é uma compet~encia comum. E isso significa que a competência
tributária está relacionda à compet~encia administrativa e dessa forma quem tem
compet~encia para prestar o serviço ou exercer o poder de polícia terá compet~encia para
instituição do tributo.

A grande questão e isso cai muito em PGE na prova oral é quando a competência tributária e
administrativa são compet~encias comuns.

Se formos analisar o 23 veremos que tem varias competências para obras que os 3 entes em
princípios podem exercer.

a) Fiscalização ambiental
Em tese pelo 23 os 3 entes podem exercer a fiscalização do meio ambiente agora se tem uma
lei tentando estabelecer limitadores. Essa é uma competência administrativa comum.
Uma outra hipótese é a vigilância sanitária porém se tem na área federal, estadual e municipal.
Os 3 entes podem exercer a vigilância.
A discussão é: Vamos dizer que eu tenha órgão do município e do Estado e os dois exerçam a
fiscalização efetiva.
Podem os 2 entes cobrarem a taxa?
Alguns autores acham que é possível pois a competência tributária e administrativa são
comuns desde que eles tenham órgão de fiscalização. Essa é a corrente para as fazendas em
todos os níveis.

Porém há o entendimento de que somente um ente pode cobrar e dentro dessa corrente tem
que se avaliar o interesse público prevalente.

E o interesse que prevalecer será aquele que irá arrecadar e na dúvida entre regional e local se
aplica o interesse maior.

O STF julgou um caso que foi uma taxa de fiscalização ambiental e ele entendeu que todos os
entes podem cobrar, ou seja, acolheu a primeira corrente.

A ÚNICA questão que poderia evitar essa dupla incidência seria se a cobrança fosse
confiscatória. Dessa forma o tributo pode ser considerado confiscatório sozinho mas também
pode ter cunho confiscatótio em razão do sistema tributário, dupla incidência.
Porém o confisco é casuístico e o contribuinte terá que provar que a cobrança da tripla
incid~encia pode ser confiscatória.

Essa é uma decisão de maio de 2012. Esse é o RE 602089. Ele é de maio de 2012.

Antigamente quando não se tinha nenhuma regra era comum ter a sobreposição. Como regra
não tem mais essa questão que se tinha antigamente o que faz cada vez mais difícil ter a
bitributação.

As situações das fiscalizações são coisas diferentes e essa tese de bitributação acaba perdendo
mais força.

5 – Discussão sobre a base de cálculo do IPTU

A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Em grades municípios não há como se
calcular o valor venal de todos os imóveis, o que se tem são plantas de valores, valores
estimados.
A planta de valores é a área construída do imóvel multiplicado pelo valor do metro quadrado
para um determinado tipo de imóvel.

Além disso há fatores que são coeficientes de depreciação que é uma forma de estimar aquele
valor.
Toda vez que há uma nova planta essa publicação poderá ser feita por decreto ou precisará ser
feita por lei dado que essa planta é estimativa de base de cálculo.

Porém existem algumas leis municipais que deixam para o decreto a efetiva publicação da
tabela.
Dessa forma o município colocam a norma geral na lei e colocariam ao decreto a
regulamentação.
Essa questão chegou ao supremo, pois os contribuintes disseram que isso violava o princípio
da legalidade e o Supremo entendeu que essas leis eram inconstitucionais e que esses
decretos não eram meramente reguladores.
O único caso em que isso será possível pegar a planta anterior e aplicar o índica. Porém se vai
além do índice de correção monetária é considerado majoração e portanto será necessário lei.

Poderia se fazer um parâmetro em relação ao salário mínimo?


A tese dos municípios foi o mesmo raciocínio. Uma coisa é que todo o aspecto da base de
cálculo está na lei, o que os municípios defendem é que o que está no decreto é a base
calculada e essa concretização poderia estar em decreto. Um dos ministros acha que não dá
para generalizar.

Uma coisa é se ter tudo no decreto e outra é ter a norma geral e só regulamentar.

Dessa forma temos o RE 648245 e o entendimento está nesse sentido. Por mais que as normas
gerais estejam na lei isso não é possível.

O Fundamento legal é o §1º e §2º do 97 do CTN. E TEM UMA S DO STJ QUE É A 160 que fala
do IPTU e índice de valores.

Princípio da Anterioridade

Anterioridade (150, III, b)

Anterioridade (150, III, c)  90 dias.


Existem alguns autores que chamam esse artigo de noventena para chamar o 195, §6º da CF
de anterioridade nonagesimal.

Art. 150, III,c  Noventena  Ele se aplica em regra a todos os tributos.

Art. 195, §6º  Anterioridade Nonagesimal  Ele só se refere a contribuições de seguridade


social. Essa é uma hipótese de exceção a anterioridade geral.

O STF tem interpretado a anterioridade de uma forma literal dizendo que o ente não pode
cobrar o tributo no mesmo exercício financeiro da lei que o criou ou majorou.

A ideia das 2 anterioridades é a cobrança e o Supremo tem interpretado a lei que cria e majora
de uma forma geral.
Imagine que a lei venha a reduzir o tributo, precisa observar alguma anterioridade?

Vem uma legislação e altera o pagamento do tributo precisa se observar a anterioridade?

O Supremo entende que a revogação da isenção não precisa observar o princípio da


anterioridade. Até hoje o Supremo entende que a isenção é dispensa do pagamento devido.

Se eu tenho uma isenção onerosa ou condicionada a lei tem que condicionar o direito
adquirido.

Princípio da Capacidade contributiva que está no 145, §1º da CF.

A primeira das questões é a seguinte. O STF entende que esse princípio também se aplica a
contribuições e taxas. Essa é a posição do STF. Imaginemos que eu tenha a isenção da taxa
para o hipossuficiente. Geralmente taxa e contribuição eu tenho aplicação no campo negativo
não sendo tão comum no campo positivo.

Subprincípio da capacidade contributiva que é o princípio da progressividade

Hoje temos 2 artigos tratando de progressividade (ART.156, §1º e 182, §4º, II)

182  Progressividade no tempo. Finalidade extrafiscal do IPTU. Todos os anos a alíquota vai
aumentando até que o indivíduo cumpra o exigido. O Estatuto da Cidade prevê essa alíquota
máxima de 15%.

156, §1º  EC 29 de 200. Temos uma discussão antes da emenda e uma discussão após
a emenda.

O que acontece em relação a esse artigo?


Antes da Emenda o Supremo editou a Súmula 668. Essa súmula estabelece que antes da
emenda eu só tinha uma progressividade que é a do 182. Antes da emenda o supremo só
admitia a progressividade extrafiscal e não a fiscal.

O Supremo entendeu que a progressividade fiscal se baseava em capacidade contributiva e só


se aplicaria em impostos reais. Como o IPTU era imposto real não se poderia haver
progressividade fiscal para o IPTU.

Como consequência ele entendeu que eram inconstitucionais todas as leis municipais em que
as alíquotas variassem em função do valor venal.

Também considerou inconstitucional as leis que versassem sobre a área e localização do


imóvel.
O objetivo da emenda 29 era a progressividade em função do valor venal. A emenda
portantoveio a mudar a jurisprudência do supremo e a partir de 2000 os municípios poderiam
por leis novas prever esse tipo de progressividade, sendo essa emenda 29 constitucional.

Lei 2597 de 2008  Alíquotas de Niterói e variam em função do valor venal e se é terreno ou
se é prédio.
A legislação é de 2008 e portanto posterior a emenda.

Uso do imóvel

O uso do imóvel é se eu tenho um imóvel residencial, não residencial ou terreno,.


Diferenciação de alíquotas em razão do tipo de imóvel não é considerado progressividade e
portanto antes da emenda eles já não eram progressividade.

Isso é constitucional e válido.


Dessa forma essa diferenciação de alíquotas em função do tipo não é progressividade.
Alguns autores chamam isso de seletividade no IPTU.

Isso difere de progressividade e não é a ideia de seletividade do ICMS. É apenas uma questão
de nomenclatura.

Progressividade do ITBI  Existem alguns municípios que criaram uma progressividade do


ITBI. Quanto maior a base de cálculo maior a alíquota.
O posicionamento do Supremo em 2000 era de que o ITBI não poderia ser progressivo pois era
um imposto real e nesse caso não se aplicaria a progressividade.

A questão da progressividade chegou novamente no supremo pelo ITD. Quanto ao ITD o


supremo mudou de opinião.

RE com repercussão geral (562045)

E esse precedente o Supremo mudou de opinião. O princípio da capacidade contributiva diz


respeito a justiça fiscal e ai quanto mais impostos se submetam a ele melhor. Isso foi o que os
Municípios defenderam por 10 anos.

O ITD não tem qualquer previsão de progressividade na CF. Eles admitiram progressividade
sem emenda.

A questão que caiu na PGM do Rio foi se em função dessa progressividade do ITD poderia se
admitir a progressividade do ITBI.

Porém os Ministros do Supremo entenderam que a questão do IPTU não foi a mesma coisa. O
ITBI tem uma única diferença do ITD que é que o ITD tem alíquota máxima fixada no senado o
ITBI não tem.
ITD  Pode a progressividade fiscal

ITBI  Não pode a progressividade fiscal. (RE234105)

A ideia é de que os municípios não podem ter alíquota variável porque um município poderia
estabelecer alíquota confiscatória.

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