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A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PLANEJAMENTO Commented [A1]: INSIRA ACIMA LOGOTIPO E

ESTRATÉGICO MUNICIPAL EM ARAPIRACA NOME DA FACULDADE CONFORME TEMPLATE

Alexandre Lisboa Lucena1 Commented [A2]: COMPLETE A NOTA DE RODAPÉ


COM SEUS DADOS

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo conhecer os instrumentos de planejamento do


município de Arapiraca-AL e os meios de participação popular, fundamentais para a
prática profissional e a partir deles destacar as fases do PEM - Planejamento Estratégico
Municipal, compreender a realização do orçamento e do plano diretor participativo nos
municípios, discutir a importância e analisar o plano diretor de um município e elaborar
propostas de adequação do plano diretor para atender às demandas da população frente
a real utilização do espaço urbano, de acordo com a análise realizada.

Palavras-chave: Município; Plano; Planejamento.

1Professor Licenciado/Graduado em História Universidade Federal de Alagoas Email


alexmaceio53@gmail.com
Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de
Especialização em Gestão Pública.
1. INTRODUÇÃO

O Estado Democrático de Direito preconizado pela Constituição Federal de


1988, criou espaços públicos em que a população participa do processo de formulação
das políticas públicas brasileiras: são os conselhos gestores, que exercem o papel de um
canal de ligação entre os anseios da população e os seus gestores locais, permitindo uma
cooperação na definição das políticas públicas (BRASIL, 2004).
Com a atuação da população nessas políticas, há um fortalecimento da
autonomia dos municípios e da intervenção social, e um ambiente para
mudanças no modo de pensar e agir dos cidadãos, que adquirem uma consciência da
importância de sua colaboração na política do seu Município, tornando-se aptos para
intervir na deliberação de seus interesses frente ao Estado. (ROCHA, 2011)
Assim, com o pleno funcionamento dos Conselhos Municipais, empodera-se a
governança local (interação entre o governo e a sociedade sob uma ótima democrática) e
redefine-se a cultura política brasileira, sendo imprescindível o esforço da população em
fazer parte do processo decisório nas políticas públicas, fortalecendo a cidadania, com
tomada de decisões, controle dos recursos públicos, respeito aos princípios que regem a
Administração Pública e defesa da qualidade de vida de todos os cidadãos.
A participação social na gestão pública municipal deve ser utilizada como um
meio de influenciar e contribuir na construção das políticas públicas locais, por intermédio Commented [A3]: POR GENTILEZA SUBSTITUA A
PALAVRA ATRAVÉS POIS É UMA EXPRESSÃO
da relação entre os diversos atores sociais e o Estado. CONDENÁVEL PARA TRABALHS ACADÊMICOS

Dessa forma, faz-se imprescindível analisar a importância da participação dos USE

cidadãos na elaboração e aplicação das políticas públicas municipais, por intermédio dos
POR MEIO
Conselhos Municipais, evidenciar que todo indivíduo tem o direito de participar ativamente POR INTERMÉDIO

do processo de formulação e aplicação das políticas públicas de seu município e, por fim, VERIFIQUE TODO O TRABALHO

avaliar os Conselhos Municipais como uma das formas de participação popular na gestão
Commented [A4]:
pública municipal.

2. GESTÃO DE PROJETOS PÚBLICOS

Na história recente do planejamento urbano brasileiro observam-se diferentes


tentativas de compreensão e de ordenamento do espaço de nossas cidades (REZENDE e
UTRAMARI, 2007). O planejamento estratégico municipal (PEM) é um processo dinâmico
e interativo para determinação dos objetivos, estratégias e ações do município. É
elaborado por meio de técnicas administrativas diferentes e complementares, envolvendo
de forma ativa os diversos atores sociais do espaço trabalhado. É formalizado para
articular políticas federais, estaduais e municipais para produzir resultados no município e
gerar qualidade de vida adequada aos seus munícipes. É um projeto urbano global que
considera as múltiplas temáticas municipais e valoriza a forma participativa e contínua de
pensar o município no presente e no futuro (REZENDE e CASTOR, 2006).
A criação de um planejamento municipal foi assegurada pela Constituição
Federal de 1988 que trouxe o envolvimento da sociedade civil nas políticas de natureza
mais abrangente, política urbana e gestão pública em geral. Há a determinação da
participação do usuário na Administração Pública Direta e Indireta em seu art. 37, § 3º, e
a cooperação das associações representativas no planejamento municipal (art. 29, XII), o
qual foi ampliado com a promulgação do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), que
estabelece diretrizes gerais da política urbana (BRASIL, 2004).
A prática do planejamento nos municípios visa corrigir distorções
administrativas, facilitar a gestão municipal, alterar condições indesejáveis para a
comunidade local, remover empecilhos institucionais e assegurar a viabilização de
propostas estratégicas, objetivos a serem atingidos e ações a serem trabalhadas.
Diversos autores têm se detido ao estudo do principal objetivo de um
PEM, porém Lopes (1998, apud REZENDE e UTRAMARI, 2007, p.258) enfatiza que Commented [A5]: PÁGINA

O PEM tem como objetivo principal a coordenação dos vários níveis e


funções estratégicas de uma cidade em um projeto global, considerando a
missão, as estratégias, o orçamento e o controle dos objetivos das ações
municipais.

Todo projeto deve ser elaborado com uma metodologia adequada, viável,
dinâmica e inteligente. Como o PEM é um projeto do município, ele requer uma
metodologia coletiva para sua elaboração e implementação. Uma metodologia para o
PEM pode se constituir em uma abordagem organizada para alcançar o sucesso do
projeto por meio de passos preestabelecidos. Uma metodologia é basicamente um roteiro
sugerido (REZENDE, 2010). Para Pfeiffer (2000), a metodologia do PEM pode conter as
fases: preparação; análise do meio ambiente; análise da própria prefeitura; estruturação
do plano por meio da visão, da missão, da estratégia; a definição de objetivos; a
formulação dos projetos; a formulação do plano; a implementação; e a avaliação.
O Plano Diretor do município de Arapiraca foi elaborado por uma equipe
técnica de elaboração e esta propôs uma metodologia dividida em cinco etapas. Sendo:
1ª etapa: leitura comunitária, processos participativos, 2 comunicação; 2ª etapa: leitura
técnica da realidade municipal; 3ª etapa: formulação e pacto das propostas; 4ª etapa:
anteprojeto de lei do plano diretor; 5ª etapa: projeto final de lei do plano diretor.
Estava na 1ª etapa da metodologia aplicada a principal fonte de informações
que a equipe iria se basear para fazer o reconhecimento do território municipal,
mesclando os dados levantados nas atividades participativas, com os dados históricos do
município e com os dados técnicos coletados tanto no nível municipal, estadual quanto
federal. Mesmo com uma participação em termos numéricos, bastante desigual nas sete
oficinas realizadas, foi constatado a ampla visão e reconhecimento dos cidadãos em
relação aos problemas e potenciais de cada bairro, nos dando assim um subsidio real
sobre a dinâmica urbana existente na cidade e principalmente nos direcionando para a
real e ideal atuação que o plano diretor deveria contemplar como diretrizes, propostas e
encaminhamentos.

2.1 PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL

Novas mudanças são introduzidas com a democracia representativa e a


necessidade de se aprofundar os processos de participação social e política, como
expressa Gohn (2011):

“(...) a dimensão e o significado desta mudança são enormes porque não


se trata apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão pública, como
preconizava as propostas da democracia com participação comunitária nos
anos 80, quando a idéia da participação vinculava-se à apropriação
simples de espaços físicos. Trata-se agora de mudar a ótica do olhar, do
pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que balizam o
planejamento e o exercício das práticas democráticas.” (GOHN, 2002, p.
07)

Nesse contexto, a participação dos interesses coletivos passa a significar


também participar do governo da sociedade, disputar espaços de definição e gestão das
políticas públicas, questionar o monopólio do Estado como gestor da coisa pública,
afirmando a importância do controle social sobre o Estado, pela democracia participativa,
por meio de uma cogestão, promovendo a passagem da antiga cultura de favores
(clientelismo) a uma cultura de direitos (STRECK, 2017).
O Orçamento Participativo é uma prática de gestão que vem se consolidando
na atual administração pública brasileira e que vem sendo exercida em Arapiraca desde
1998. O projeto acontece por intermédio de oficinas, realizadas, diariamente, em quatro Commented [A6]:

comunidades distintas.
Os eixos de discussão são: Identidade cultural, Social, Infra-estrutura e
Geração de Trabalho e Renda. Além desse trabalho, os Articuladores do Selo Unicef
também realizam oficinas para construção do Orçamento Criança.
A prefeitura de Arapiraca iniciou em 2008 a construção do Orçamento
Participativo da Cidade. O projeto tem como princípio ouvir as necessidades, demandas e
prioridades das comunidades para, a partir daí, estabelecer as prioridades da gestão,
otimizando os recursos públicos. Essa iniciativa consolida o processo de Planejamento
Estratégico Participativo.

2.3 PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL

O termo gestão ambiental e urbano refere-se à tarefa de gerenciamento do


espaço urbano de forma sustentável, por meio da articulação das ações dos diferentes
agentes sociais que interagem neste espaço. A busca da sustentabilidade e ambiental
nos centros urbanos constitui-se em um dos maiores desafios ambientais deste século,
sendo amplamente reconhecido que o acúmulo de problemas ambiental não afeta apenas
o desenvolvimento das cidades, mas também a qualidade de vida de seus habitantes. A
partir da constituição de 1988, o município passou a ter a responsabilidade de agir
diretamente na gestão ambiental urbana, por intermédio do estabelecimento de políticas Commented [A7]:

públicas, desenvolvimento urbano e ordenamento territorial.


Em 2001, a Lei 10.257 instituiu o Estatuto da Cidade, que determina as
diretrizes e estabelece os instrumentos de gestão para ordenar o plano de
desenvolvimento das funções sociais da cidade, garantindo o direito à habitação,
circulação, lazer, saneamento ambiental, entre outros.
O plano diretor é o instrumento técnico e legal norteador do crescimento
municipal e regional, confirmado pelo estatuto da cidade.
O estatuto da cidade reúne importantes instrumentos urbanísticos, tributários e
jurídico, que podem garantir efetividade ao plano diretor responsável pelo
estabelecimento da política urbana na esfera municipal e pleno desenvolvimentos das
funções sociais e da propriedade.
Em síntese, o desenvolvimento municipal se consolida pela melhoria da
qualidade de vida em um meio sustentável nos setores ambiental, social, cultural,
econômico, político e institucional. No âmbito do conceito de gestão democrática, devem-
se buscar respostas para os anseios da população para afirmação do plano na realidade
vivida no cotidiano, transformando-o no objeto que aprovado e amparado por leis
municipais, estaduais e federais, constituirá o Plano Diretor Municipal.
A principal finalidade é garantir o desenvolvimento das funções econômicas
sociais e ambientais do município, gerando um ambiente de inclusão socioeconômica de
todos os cidadãos e de respeito ao meio ambiente.
Arapiraca está localizada no estado de Alagoas com uma população de pouco
mais de 214 mil habitantes. Sua área territorial é de 345,655 km² e sua principal atividade
econômica é a atividade comercial, especialmente o comércio varejista, que é um dos
setores mais importantes da cidade devido à grande diversidade de artigos e mercadorias
que oferece (IBGE, 2016).
A questão processual na ação do planejamento- e que envolve diferentes
fatores do município – tem sua importância não apenas no resultado daquilo para qual foi
proposto, mas sim de sua elaboração, ou seja, a importância de um PDM ou de um PEM
pode ser sua simples realização, sem mesmo considerar seus resultados. O importante é
o aprendizado da participação popular, da compreensão técnica da realidade e da
comunicação entre agentes com interesses diversos. A consciência de que esses são
fatores relevantes, num reconhecimento do valor do processo antes mesmo de se
reconhecer o resultado, pode igualmente diminuir possíveis constatações de que a
realidade, ironicamente, não respeita o planejado.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que haja melhor adequação do plano diretor analisado, corrigir distorções
administrativas, facilitar a gestão municipal, alterar condições indesejáveis para a
comunidade local, remover empecilhos institucionais e assegurar a viabilização de
propostas estratégicas, objetivo a serem atingidos e ações a serem trabalhadas. E com
relação à política de saneamento ambiental, um problema na maioria dos municípios,
ainda é um tema frágil no município.
Existem absurdos, pois há reconhecimento das necessidades de construção de
cidades socialmente justas e ambientalmente sustentáveis havendo, contudo, pouca
previsão quanto à política de saneamento ambiental como política de desenvolvimento
municipal. Tal assertiva ganha sustentação ao se verificar as dificuldades dos municípios
para gerenciar tais serviços, os quais são repassados, em geral, a concessionárias
estaduais ou empresas privadas.
É também premente a preocupação com o comportamento das finanças
municipais, que estabelecem relações entre receitas, despesas investimentos e
endividamentos. Para tal, é de suma importância evidenciar que todo individuo tem o
direito de participar ativamente do processo de formulação e aplicação das políticas
públicas de seus municípios e, por fim, avaliar os conselhos municipais como uma das
formas de participação popular na gestão pública municipal.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

LOPES, R.A cidade intencional: o planejamento estratégico de cidades. Rio de


Janeiro: Mauad, 1998.

PFEIFFER, P. Planejamento estratégico municipal no Brasil: uma nova abordagem.


Brasília. Enap, Textos para Discussão, n. 37, 2000.

REZENDE, D. A. Integração do Plano Plurianual Municipal e o Planejamento Estratégico


Municipal: proposta e experiência de um Estratégico Municipal: proposta e experiência de
um município paranaense. REDES, v. 15, n. 2, p. 92 - 119, 2010

REZENDE, D. A.; CASTOR, B. V. J. Planejamento estratégico municipal:


empreendedorismo participativo nas cidades, prefeituras e organizações públicas. 2. ed.
Rio de Janeiro: Brasport, 2006.

REZENDE, D. A.; ULTRAMARI, C. Plano diretor e planejamento estratégico municipal:


introdução teórico-conceitual. Rev. Adm. Pública, v. 41, n. 2, 2007.

ROCHA, José Cláudio. A participação popular na gestão pública no Brasil. Revista


Jus Navigandi: Teresina, ano 16, n. 2886, 27 maio 2011. Disponível
em: <http://jus.com.br/artigos/19205>. Acesso em: 15 out. 2017.

STRECK. Orçamento Participativo. Disponível em


<www.portalconscienciapolitica.com.br> Acesso: 25 de out 2018. Commented [A8]: ATUALIZE

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