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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

 A C Ó R D Ã O
 (2ª Turma) 
GMDMA/MCL/ 
 
 
 I - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE
REVISTA. TUTELA INIBITÓRIA.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO. IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
NÃO FAZER. PROIBIÇÃO DE INCLUSÃO EM
INSTRUMENTOS FUTUROS. CLÁUSULA DE
OBRIGATORIEDADE DE DESCONTOS DE
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E
CONFEDERATIVA A TRABALHADORES NÃO
ASSOCIADOS AOS SINDICATOS.
IMPOSSIBILIDADE. ​Constatada omissão
no julgado​, os embargos declaratórios 
merecem  ser  providos,  para  nova 
análise  do  recurso  de  revista  do 
Ministério  Público  do  Trabalho. 
Embargos  de  declaração  providos,  com 
efeito modificativo. 
 
II - ​RECURSO DE REVISTA. TUTELA
INIBITÓRIA. PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO
SOBRE O LEGISLADO. IMPOSIÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. PROIBIÇÃO DE
INCLUSÃO EM INSTRUMENTOS FUTUROS.
CLÁUSULA DE OBRIGATORIEDADE DE
DESCONTOS DE CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA A
TRABALHADORES NÃO ASSOCIADOS AOS
SINDICATOS. IMPOSSIBILIDADE. ​A 
Constituição Federal, em seu art. 7º, 
inciso  XXVI,  consigna  o  princípio  do 
reconhecimento  das  convenções  e 
acordos  coletivos  de  trabalho, 
instrumentos  estes  imprescindíveis 
para  a  atuação  das  entidades 
sindicais.  O  mesmo  texto 
constitucional,  no  inciso  I  do  art. 
8º,  veda  ao  Poder  Público  a 
interferência  e  a  intervenção  na 
organização  sindical  e,  por 
imperativo  lógico,  não  pode 
restringir,  de  antemão,  a  liberdade 

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

de  negociação  coletiva  conferida  às 


entidades  sindicais,  pois  cabe  as 
estas definirem acerca dos interesses 
que  pretendem  normatizar.  Eventual 
desconstituição  de  acordos, 
convenções  coletivas  ou  cláusulas 
específicas  dos  referidos 
instrumentos  pode  ser  alvo  do  Poder 
Judiciário, caso devidamente acionado 
para tanto. O que não se pode admitir 
é  o  Estado-juiz  interferir  no  âmbito 
das  relações  sindicais,  impedindo  a 
atuação  prévia  dos  entes  sindicais, 
no  que  se  refere  à  elaboração  de 
normas  no  âmbito  da  negociação 
coletiva.  Sob  essa  ótica,  acolher  a 
pretensão  do  MPT  configuraria 
flagrante  violação  ao  princípio  da 
autonomia  privada  coletiva.  Ademais, 
por oportuno, cumpre destacar que com 
o advento da reforma trabalhista (Lei 
13.467/17),  que  acrescentou  o  art. 
611-A  ao  texto  consolidado,  não  mais 
subsiste  a  vedação  para  que  o 
sindicato  de  classe  legitimamente 
negocie  cláusulas  dessa  natureza, 
devendo  o  Judiciário  se  manifestar, 
mediante  provocação,  diante  do  caso 
concreto,  sem  que  haja  proibição 
prévia  à  negociação.  ​Recurso  de 
revista não conhecido.  
 
 Vistos,  relatados  e  discutidos  estes  autos  de 

 Embargos  de  Declaração  em  Embargos  de  Declaração  em  Recurso  de 
Revista  n°  ​TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014​,  em  que  é  Embargante 
SINDICATO  DOS  OFICIAIS  ALFAIATES,  COSTUREIRAS  E  TRABALHADORES  NAS 
INDÚSTRIAS  DE  CONFECÇÃO  DE  ROUPAS  E  DE  CHAPÉUS  DE  SENHORAS  DE  SÃO 
PAULO  E  OSASCO  e  são  Embargados  ​SINDICATO  DA  INDÚSTRIA  DO  VESTUÁRIO 
FEMININO  E  INFANTO  JUVENIL  DE  SÃO  PAULO  -  SINDIVEST  e  MINISTÉRIO 
PÚBLICO DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO​. 
 

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  O  Ministério  Público  do  Trabalho  ingressou  com 


recurso de revista. 
O  Tribunal  Regional  do  Trabalho  da  2.ª  Região  não 
admitiu os recursos de revista. 
 
Inconformados,  o  Ministério  Público  do  Trabalho  e 
o  Sindicato  da  Indústria  do  Vestuário  Feminino  e  Infanto  Juvenil  de 
São Paulo – SINDIVEST mais 2 ingressaram com agravo de instrumento.  
Esta  relatora,  por  decisão  monocrática,  negou 
provimento  ao  agravo  de  instrumento  do  Ministério  Público  do 
Trabalho,  assim  como  ao  agravo  de  instrumento  do  Sindicato  da 
Indústria  do  Vestuário  Feminino  e  Infanto  Juvenil  de  São  Paulo  – 
SINDIVEST mais 2.  
Contra  a  decisão  monocrática  da  relatora,  o 
Ministério Público do Trabalho interpôs agravo.  
O  agravo  foi  provido  pela  Segunda  Turma  para 
conhecer  e  prover  o  recurso  de  revista  do  Ministério  Público  do 
Trabalho  e  determinar  aos  sindicatos  que se abstenham de incluir, em 
futuros  instrumentos  coletivos,  cláusulas  que  contenham  a 
obrigatoriedade  de  desconto  de  contribuição  assistencial  ou 
confederativa a trabalhador não associado. 
O  Sindicato  dos  Oficiais  Alfaiates,  Costureiras  e 
Trabalhadores  nas  Indústrias  de  Confecção  de  Roupas  e  de  Chapéus  de 
Senhoras  de  São  Paulo  e  Osasco  interpôs  embargos  de  declaração  a 
esta decisão, que foram providos somente para esclarecimentos. 
O  mesmo  sindicato  ​ingressa com novos embargos de
declaração. Sustenta que remanesce omissão e requer efeito
modificativo ao julgado.
Contraminuta foi apresentada.
É o relatório. 

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 V​ ​ ​ ​T​ O
O ​  
 
 1 – CONHECIMENTO

Preenchidos os requisitos legais de


admissibilidade, ​CONHEÇO​ dos embargos de declaração.

2 – MÉRITO

Os embargos de declaração em recurso de revista do 


Sindicato  dos  Oficiais  Alfaiates,  Costureiras  e  Trabalhadores  nas 
Indústrias  de  Confecção  de  Roupas  e  de  Chapéus  de  Senhoras  de  São 
Paulo  e  Osasco foram providos somente para esclarecimento, sob os
seguintes fundamentos:

Esta 2.ª Turma deu provimento ao recurso de revista do Ministério


Público do Trabalho. Na oportunidade, assentou os seguintes fundamentos:
2 – MÉRITO
Esta Relatora denegou seguimento aos agravos de instrumentos em
recursos de revista interpostos pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO
TRABALHO e pelos SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
FEMININO E INFANTO JUVENIL DE SÃO PAULO - SINDIVEST e
SINDICATO DOS OFICIAIS ALFAIATES, COSTUREIRAS E
TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE CONFECÇÃO DE
ROUPAS E DE CHAPÉUS DE SENHORAS DE SÃO PAULO E
OSASCO, aos seguintes fundamentos: D E C I S Ã O Trata-se de agravo de
instrumento interposto à decisão da Presidência do Tribunal Regional que
denegou seguimento ao recurso de revista da Parte, aos seguintes
fundamentos:

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"Tempestivo o recurso (decisão publicada em 08/10/2013 - fl. 295;


recurso apresentado em 15/10/2013 - fl. 313).
Regular a representação processual, fl(s). 67.
Satisfeito o preparo (fls. 341/343 e 338/340 e 345).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo
Coletivo / Ação Civil Pública / Legitimidade Ativa.
Alegação(ões): - violação do(s) artigo 8º, inciso I, da Constituição
Federal.
O Ministério Público do Trabalho é parte ilegítima para propor a
presente demanda.
Consta do v. Acórdão: Segundo o que preceituam a Lei nº 7.347/85, a
CF/88 (arts. 127 e 129, III, IX e §1º), a Lei nº 8.078/90 (CDC) e a LC nº
75/93, o Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para promover
demandas coletivas, tanto para tutelar interesses/direitos difusos e coletivos,
quanto para tutelar interesses/direitos individuais homogêneos.
A controvérsia concerne a direitos individuais homogêneos. Portanto,
está o Ministério Público autorizado a agir como substituto processual, por
força do art. 129, III, da CF/88.
Ressalta-se, ademais, que é dever institucional do Parquet zelar por
esses interesses, nos termos do art. 83, III, da Lei Complementar nº
75/1993.
Preliminar que se rejeita.
Como se vê, a discussão é interpretativa, combatível nessa fase
recursal mediante a apresentação de tese oposta, que não restou
demonstrada, impedindo o reexame por dissenso jurisprudencial. E, se uma
norma pode ser diversamente interpretada, não se pode afirmar que a
adoção de exegese diversa daquela defendida pela parte enseja violação
literal a essa regra, pois esta somente se configura quando se ordena
exatamente o contrário do que o dispositivo expressamente estatui. Do
mesmo modo, não se pode entender que determinada regra restou malferida
se a decisão decorre do reconhecimento da existência, ou não, dos

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requisitos ensejadores da aplicação da norma. No caso dos autos, o exame


do decisum não revela a ocorrência apta a ensejar a reapreciação com
supedâneo na alínea "c" do artigo 896 da CLT.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo
Coletivo / Ação Civil Pública / Possibilidade Jurídica do Pedido.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo
Coletivo / Ação Civil Pública / Cabimento / Interesse Processual.
Alegação(ões): - violação do(s) artigo 5º, inciso XX; artigo 7º, inciso
XXVI; artigo 8º, inciso VI, da Constituição Federal.
- violação do(a) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 612;
artigo 617, §2º.
- contrariedade aos precedentes normativos nºs 25 do E. TRT da 2ª
Região e 32 do E. TRT da 15ª Região.
Sustenta que a condenação não poderá ser mantida por se verificar, na
hipótese, a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo, além do que não concorrem nenhuma das
condições da ação, como a possibilidade jurídica do pedido e o interesse
processual. Alega, ainda, preliminar que intitula "Preliminar, ainda, boa-fé
dos recebimentos, concluindo ainda que é inepto o pedido de devolução das
contribuições assistenciais, seja porque cobradas de empregados não
associados porque são estranhos ao quadro associativo do sindicato, seja
porque a cobrança de indenização por danos morais compromete a
continuação dos serviços mantidos pelo Sindicato Do modo como
apresentada no apelo, a matéria discutida não foi prequestionada no v.
Acórdão e não cuidou a recorrente de opor os competentes Embargos
Declaratórios objetivando pronunciamento explícito sobre o tema. Preclusa,
portanto, a questão, ante os termos da Súmula nº 297 do C. Tribunal
Superior do Trabalho.
Direito Sindical e Questões Análogas / Contribuição/Taxa
Assistencial.
Alegação(ões):

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- violação do(s) artigo 5º, inciso XXXVI; artigo 7º, inciso XXVI;
artigo 8º, inciso III; artigo 8º, inciso V; artigo 8º, inciso VI; artigo 102, da
Constituição Federal.
- violação do(a) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 462;
artigo 511, §2º; artigo 513; artigo 611; artigo 614.
- divergência jurisprudencial indicada a partir da folha 325, 13
arestos.
- contrariedade ao art. 8º do Decreto nº 41.721/57.
Insurge-se contra a condenação que lhe foi imposta a título de
devolução das contribuições assistenciais cobradas de empregados não
sindicalizados.
Consta do v. Acórdão:
Embora os incisos III, IV do artigo 8º da Constituição Federal façam
referência ao termo "categoria", o sindicato só pode impor contribuições
aos seus sócios. Quem não é sócio do sindicato não é obrigado a pagar
contribuições à agremiação, salvo a contribuição sindical, que tem natureza
de tributo e a contribuição de custeio para o sistema confederativo (IV, do
artigo 8º da Constituição Federal).
reconhecimento das convenções e acordos coletivos, mas desde que
sejam observadas as demais regras do ordenamento jurídico.
(artigo 5º, XXXVI da Constituição), mas para ser cobrada a
contribuição pretendida deve-se observar todas as regras que regem a
matéria.
Convenção e acordo coletivo têm natureza normativa e na forma do
artigo 611 da CLT não têm natureza de sentença.
Por outro lado, a participação obrigatória do sindicato nas
negociações coletivas (artigo 9º, VI da Constituição Federal) não torna
obrigatório o recolhimento da contribuição devida ao sindicato.
Lembre-se que o artigo 8º, V da Constituição Federal, com relação ao
direito à livre filiação, esclarece que ninguém será obrigado a filiar-se ou
manter-se filiado a sindicato, o que deixa claro a nulidade das cláusulas

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normativas que estabeleceram os descontos, nos termos do artigo 9º da


CLT.
Ressalte-se, ainda, que o artigo 545 da CLT dispõe que as
contribuições devidas ao Sindicato somente deverão ser descontada quando
"autorizadas" pelo empregado, não se cogitando em legalidade o fato de
prever "direito de oposição".
Acrescente-se, por oportuno, que o fato de haver convocação para a
assembléia geral, que determinou o desconto das contribuições de todos os
trabalhadores da categoria profissional, em nada altera a decisão, eis que,
mesmo sendo geral a convocação, a obrigatoriedade do pagamento cabe
somente àqueles que, efetivamente, são associados do sindicato.
Por outro lado, o modelo sindical tem previsão constitucional, que
determina a existência de um único sindicato para representar toda a
categoria profissional, devendo agir no interesse dela, concluindo-se que
não são as conquistas obtidas pelo sindicato a todos os trabalhadores da
categoria motivo para obrigá-los e de forma indistinta, a arcarem com
outras contribuições que não a contribuição sindical a que estão obrigados
por lei.
Assim, em que pese o artigo 513 da CLT autorizar a entidade sindical
a impor contribuições a todos os integrantes da categoria, devem, para
tanto, ser respeitados os limites legais, consoante acima disposto.
Neste sentido, o Precedente nº 119 e Orientação Jurisprudencial nº 17,
ambos da SDC/TST.
Convém ressaltar, ainda, que a atuação do Ministério Público e do
Judiciário não representam infrações à liberdade sindical, como pretendem
crer os Requeridos. Ao contrário, trata-se da análise de lesão ou ameaça
desta, considerando que a liberdade sindical deve compatibilizar-se à
liberdade de associação sindical dos trabalhadores da categoria.
Assim, entendo ser indevida a cobrança da contribuição referida,
inobstante a sua previsão no instrumento normativo colacionado aos autos,
pois tal cláusula só poderia surtir efeitos aos empregados que,
comprovadamente, autorizassem o desconto em suas folhas de pagamento,

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pois tratam-se de contribuições convencionais e não legais (artigo 462 da


CLT); entendimento inverso feriria o direito à plena liberdade de associação
e de sindicalização, princípios estes previstos no artigo 5º, inciso XX, e
artigo 8º, inciso V da Constituição Federal.
Portanto, merece reforma a r. decisão primária a fim de declarar nula
a cláusula 40ª da Convenção Coletiva de Trabalho de 2011/2012 (fls.
21/39), no que se refere à cobrança de contribuição assistencial dos
trabalhadores não sindicalizados.
E, tendo em vista a declaração de nulidade da cláusula normativa
acima referida em relação aos trabalhadores não associados, e uma vez que
os réus, em nenhum momento, negam em defesa o desconto das
contribuições em epígrafe aos trabalhadores não sindicalizados, pelo
contrário, asseveram que cumprem rigorosamente as convenções coletivas,
inclusive, assegurando a todos trabalhadores o direito de oposição (fls. 54
defesa do 1º réu e fls. 143 defesa dos 2º ,3º e 4º demandados), conforme
documentos carreados aos autos (vol. docs), condena-se os requeridos à
devolução dos valores efetuados, com base nesta cláusula, aos
trabalhadores pertencentes à categoria e não sindicalizados (pedido 6 inicial
- fls. 19), bem como na obrigação de não exigir das empresas integrantes da
categoria econômica e nem delas receber, verbas a título de repasse de
contribuição assistencial relativamente a estes trabalhadores (pedido 5
exordial - fls.19).
Verifica-se que o v. Acórdão regional está em consonância com a
jurisprudência uniforme do C. TST, consubstanciada na Orientação
Jurisprudencial nº 17 e no Precedente Normativo n° 119, ambos da SDC, a
seguir transcritos: Nº 17. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES
SINDICAIS.INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A
NÃO ASSOCIADOS. (Inserida em 25.05.1998.) As cláusulas coletivas que
estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título,
obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre
associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto,

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nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores


eventualmente descontados.
PNº 119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE
PRECEITOS CONSTITUCIONAIS (nova redação dada pela SDC em
Sessão de 02.06.1998 - homologação Res. 82/1998 - DJ 20.08.1998) A
Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito
de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de
liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença
normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título
de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento
ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando
trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que não
observem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores
irregularmente descontados.
Cito, também, os seguintes precedentes:
CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS INOBSERVÂNCIA DE
PRECEITOS CONSTITUCIONAIS. A Constituição da República, em seus
arts. 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização.
É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo,
convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em
favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema
confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e
outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados.Sendo
nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de
devolução os valores irregularmente descontados (Precedente Normativo nº
119). DESCONTO ASSISTENCIAL. IMPOSIÇÃO AOS EMPREGADOS
NÃO ASSOCIADOS AO SINDICATO . Fere o direito à plena liberdade de
associação e de sindicalização cláusula constante de acordo, convenção
coletiva ou sentença normativa por meio da qual seja fixada contribuição
assistencial a ser descontada dos trabalhadores não filiados ao sindicato
profissional.

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Precedente Normativo nº 119 do TST.Recurso Ordinário


parcialmente provido- (ROAA 753.479/01, SDC, Min.Rider Nogueira de
Brito, DJ 01.03.2002).
RECURSO DE EMBARGOS. CONTRIBUIÇÕES ASSISTENCIAIS
E CONFEDERATIVAS. TRABALHADORES NÃO SINDICALIZADOS.
PRECEDENTE NORMATIVO Nº 119 DA SDC. A Constituição da
República, em seus artigos 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito de livre
associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade
cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa
estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa
para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou
fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores
não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal
restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente
descontados.
Embargos não conhecidos-.- (DJ - 19/12/2006 PROC. Nº
TST-E-RR-472/2002-049-02-00.8 SBDI-1 Ministro Relator ALOYSIO
CORRÊA DA VEIGA).

CONTRIBUIÇÕES CONFEDERATIVAS E ASSISTENCIAIS.


EXTENSÃO AOS NÃO-SINDICALIZADOS. PN-SDC-119 E
OJ-SDC-TST-17. Inadmissível recurso de revista contra acórdão regional
proferido em conformidade com o Precedente Normativo nº 119 e com a
Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC do TST (artigo 896, § 5º, da
CLT). Agravo de instrumento a que se nega provimento-- (DJ - 09/06/2006
PROC. Nº TST-AIRR-847/2002-032-02-40.2 6ª Turma Ministro Relator
Horácio Senna Pires).
Nesse contexto, estando a decisão do egrégio Tribunal Regional em
perfeita consonância com Orientação Jurisprudencial e Precedente
Normativo da C. Corte Superior, o Recurso de Revista não se viabiliza, ante
o artigo 896, § 4º, da CLT e a Súmula 333 do TST, restando afastada, por
consequência, a denunciada mácula aos dispositivos de lei (artigos 462,

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511, § 2º, 513,611 e 614, da CLT) e da Constituição Federal, bem como a


divergência jurisprudencial acostada, porquanto alcançado o objetivo
precípuo do Recurso de Revista, que é o da uniformização da jurisprudência
dos Tribunais Regionais.
Inviável, outrossim, o prosseguimento do apelo por ofensa ao artigo
8º, incisos III, V e IV, da Constituição Federal, na medida em que não se
afastou a legitimidade da entidade sindical para proceder à defesa dos
interesses da categoria, tal como assegura o referido preceito constitucional,
tampouco se esposou entendimento no sentido de não ser obrigatória a
participação do sindicato nas negociações coletivas.
De outra face, a arguição de contrariedade ao artigo 5º, inciso
XXXVI, da Carta Magna não impulsiona a revista ao conhecimento, haja
vista que a matéria controvertida foi dirimida pelo Tribunal Regional à luz
da interpretação e aplicação da legislação infraconstitucional, o que resulta
não comportar a ocorrência de violação direta e literal desses preceitos
constitucionais.
Não se vislumbra, ainda, violação direta e literal do artigo 102 da
Constituição Federal, porquanto em momento algum foi invadida a
competência do STF, tal como estabelecida no referido preceito
constitucional.
Especificamente quanto à denúncia de afronta ao artigo 7º, inciso
XXVI, da Lei Maior, frise-se que essa não se caracteriza de forma direta e
literal como exige o artigo 896, da CLT, pois não se trata, na hipótese
concreta, de reconhecer a validade, das convenções coletivas, mas sim a
contribuições previstas em norma coletiva, de forma indistinta.
Destaque-se, por fim, que decisões e súmula não vinculante do
excelso STF não possibilitam o confronto jurisprudencial capaz de
promover o processamento do Recurso de Revista. Inteligência do art. 896,
"a", da CLT.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.
Recurso de:

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SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO FEMININO E


INFANTO JUVENIL DE SÃO PAULO - SINDIVEST E OUTROS (02)
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Tempestivo o recurso (decisão
publicada em 11/02/2014 - fl. 310; recurso apresentado em 19/02/2014 -
fl.347).
Regular a representação processual, fl(s). 151.
Satisfeito o preparo (fls. 368 e 367).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Formação,
Suspensão e Extinção do Processo / Condições da Ação.
Alegação(ões): De início, o recorrente defende que é parte ilegítima
para figurar no pólo passivo da presente demanda.
Os argumentos do recorrente, no presente tópico, não habilitam o
apelo à cognição do Tribunal Revisor, por falta de enquadramento nos
permissivos do artigo 896 da CLT, vez que não apontam a existência de
nenhum dissenso interpretativo, nem citam a norma legal ofendida, valendo
salientar que a mera alusão a dispositivos de lei não autoriza supor tenham
aqueles sido apontados como violados.
Com efeito, sem a indispensável indicação de uma das ocorrências
exigidas pelo artigo 896 da CLT, o apelo mostra-se desfundamentado, não
havendo como ser processado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo
Coletivo / Ação Civil Pública / Legitimidade Ativa.
Alegação(ões): - divergência jurisprudencial indicada a partir da folha
354, 2 arestos.
Também defende a ilegitimidade de parte do Ministério Público do
Trabalho para ajuizar a presente ação.
Consta do v. Acórdão:
Segundo o que preceituam a Lei nº 7.347/85, a CF/88 (arts. 127 e
129, III, IX e §1º), a Lei nº 8.078/90 (CDC) e a LC nº 75/93, o Ministério
Público do Trabalho tem legitimidade para promover demandas coletivas,

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fls.14

PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

tanto para tutelar interesses/direitos difusos e coletivos, quanto para tutelar


interesses/direitos individuais homogêneos.
A controvérsia concerne a direitos individuais homogêneos. Portanto,
está o Ministério Público autorizado a agir como substituto processual, por
força do art. 129, III, da CF/88.
Ressalta-se, ademais, que é dever institucional do Parquet zelar por
esses interesses, nos termos do art. 83, III, da Lei Complementar nº
75/1993.
Preliminar que se rejeita.
Como se vê, a matéria é interpretativa, combatível nessa fase recursal
mediante apresentação de tese oposta, mas os arestos transcritos para essa
finalidade são inservíveis a ensejar o reexame: - o de fls. 354/357, porque
não atende o disposto na letra a do art. 896 Consolidado, com a redação
dada pela Lei n° 9.756/98, porquanto oriundo de Turma do C. TST; - o 2º
de fl. 357 porque não demonstra divergência específica à hipótese sub
judice, vez que não trata de legitimidade para ação postulando devolução de
contribuições assistenciais cobradas de empregados não associados do
sindicato, o que inviabiliza a admissibilidade do apelo, nos termos da
Súmula nº 296 da C. Corte Superior.
Inviável, pois, o seguimento do apelo quanto ao tema pela alegação
de existência de dissenso pretoriano, por falta de enquadramento dos
paradigmas apresentados no permissivo legal (CLT, art. 895, letra "a").
Direito Sindical e Questões Análogas / Contribuição/Taxa
Assistencial.
Alegação(ões):
- divergência jurisprudencial indicada a partir da folha 360, 1 aresto.
Este recorrente também defende a legitimidade do recolhimento das
contribuições assistenciais dos empregados não filiados e consequente
improcedência dos pedidos lançados na presente demanda.
Consta do v. Acórdão: Embora os incisos III, IV do artigo 8º da
Constituição Federal façam referência ao termo "categoria", o sindicato só
pode impor contribuições aos seus sócios. Quem não é sócio do sindicato

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fls.15

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não é obrigado a pagar contribuições à agremiação, salvo a contribuição


sindical, que tem natureza de tributo e a contribuição de custeio para o
sistema confederativo (IV, do artigo 8º da Constituição Federal).
O inciso XXVI, do artigo 7º da Lei Maior dispõe sobre o
reconhecimento das convenções e acordos coletivos, mas desde que sejam
observadas as demais regras do ordenamento jurídico.
A norma coletiva mostra ato jurídico perfeito entre os seus signatários
(artigo 5º, XXXVI da Constituição), mas para ser cobrada a contribuição
pretendida deve-se observar todas as regras que regem a matéria.
Convenção e acordo coletivo têm natureza normativa e na forma do
artigo 611 da CLT não têm natureza de sentença.
Por outro lado, a participação obrigatória do sindicato nas
negociações coletivas (artigo 9º, VI da Constituição Federal) não torna
obrigatório o recolhimento da contribuição devida ao sindicato.
Lembre-se que o artigo 8º, V da Constituição Federal, com relação ao
direito à livre filiação, esclarece que ninguém será obrigado a filiar-se ou
manter-se filiado a sindicato, o que deixa claro a nulidade das cláusulas
normativas que estabeleceram os descontos, nos termos do artigo 9º da
CLT.
Ressalte-se, ainda, que o artigo 545 da CLT dispõe que as
contribuições devidas ao Sindicato somente deverão ser descontada quando
"autorizadas" pelo empregado, não se cogitando em legalidade o fato de
prever "direito de oposição".
Acrescente-se, por oportuno, que o fato de haver convocação para a
assembléia geral, que determinou o desconto das contribuições de todos os
trabalhadores da categoria profissional, em nada altera a decisão, eis que,
mesmo sendo geral a convocação, a obrigatoriedade do pagamento cabe
somente àqueles que, efetivamente, são associados do sindicato.
Por outro lado, o modelo sindical tem previsão constitucional, que
determina a existência de um único sindicato para representar toda a
categoria profissional, devendo agir no interesse dela, concluindo-se que
não são as conquistas obtidas pelo sindicato a todos os trabalhadores da

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categoria motivo para obrigá-los e de forma indistinta, a arcarem com


outras contribuições que não a contribuição sindical a que estão obrigados
por lei.
Assim, em que pese o artigo 513 da CLT autorizar a entidade sindical
a impor contribuições a todos os integrantes da categoria, devem, para
tanto, ser respeitados os limites legais, consoante acima disposto.
Neste sentido, o Precedente nº 119 e Orientação Jurisprudencial nº 17,
ambos da SDC/TST.
Convém ressaltar, ainda, que a atuação do Ministério Público e do
Judiciário não representam infrações à liberdade sindical, como pretendem
crer os Requeridos. Ao contrário, trata-se da análise de lesão ou ameaça
liberdade de associação sindical dos trabalhadores da categoria.
Assim, entendo ser indevida a cobrança da contribuição referida,
inobstante a sua previsão no instrumento normativo colacionado aos autos,
pois tal cláusula só poderia surtir efeitos aos empregados que,
comprovadamente, autorizassem o desconto em suas folhas de pagamento,
pois tratam-se de contribuições convencionais e não legais (artigo 462 da
CLT); entendimento inverso feriria o direito à plena liberdade de associação
e de sindicalização, princípios estes previstos no artigo 5º, inciso XX, e
artigo 8º, inciso V da Constituição Federal.
Portanto, merece reforma a r. decisão primária a fim de declarar nula
a cláusula 40ª da Convenção Coletiva de Trabalho de 2011/2012 (fls.
21/39), no que se refere à cobrança de contribuição assistencial dos
trabalhadores não sindicalizados.
E, tendo em vista a declaração de nulidade da cláusula normativa
acima referida em relação aos trabalhadores não associados, e uma vez que
os réus, em nenhum momento, negam em defesa o desconto das
contribuições em epígrafe aos trabalhadores não sindicalizados, pelo
contrário, asseveram que cumprem rigorosamente as convenções coletivas,
inclusive, assegurando a todos trabalhadores o direito de oposição (fls. 54
defesa do 1º réu e fls. 143 defesa dos 2º ,3º e 4º demandados), conforme
documentos carreados aos autos (vol. docs), condena-se os requeridos à

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devolução dos valores efetuados, com base nesta cláusula, aos


trabalhadores pertencentes à categoria e não sindicalizados (pedido 6 inicial
- fls. 19), bem como na obrigação de não exigir das empresas integrantes da
categoria econômica e nem delas receber, verbas a título de repasse de
contribuição assistencial relativamente a estes trabalhadores (pedido 5
exordial - fls.19).
A decisão recorrida está de acordo com a atual jurisprudência da
Seção Especializada em Dissídios Coletivos do C. Tribunal Superior do
Trabalho (Orientação Jurisprudencial de nº 17), o que inviabiliza a
admissibilidade do presente apelo nos termos da Súmula nº 333 do C.
A função uniformizadora do Tribunal Superior do Trabalho já foi
cumprida na pacificação da controvérsia, o que obsta o seguimento do
presente recurso, quer por divergência, quer por violação de preceito de lei
ou da Constituição Federal.
Responsabilidade Civil do Empregador/Empregado / Indenização por
Dano Moral Coletivo.
Alegação(ões):
Por fim, discute o cabimento da condenação em indenização por
danos morais coletivos, arguindo a ausência de prova dos elementos dano e
culpa.
Consta do v. Acórdão: Conforme analisado no item 3 acima, ao
firmarem norma coletiva com cláusula que determine o pagamento de
contribuição assistencial a todos os trabalhadores, associados ou não, os
demandados violaram, sobretudo, o princípio constitucional da liberdade
sindical, do valor social do trabalho e da proteção ao emprego.
Neste sentido, a reparação por dano moral que atinge a coletividade
emerge principalmente do caráter pedagógico e preventivo direcionado ao
ofensor, bastando a efetiva violação de interesses metaindividuais
socialmente relevantes e juridicamente protegidos pela ordem jurídica.
Repara-se, portanto, o dano moral coletivo puro, independentemente
de sua caracterização efetiva e individual, eis que o conceito da moral
coletiva é independente e autônoma.

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Acrescenta-se, ainda, que o dano moral coletivo e a sua compensação


pecuniária está garantida pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Lei
da Ação Civil Pública.
Neste sentido, inclusive, tem se pronunciado esta E. 11ª Turma: "(...)
Dano moral coletivo. Alega o recorrente que não existe nenhum motivo
para ter sido condenado em dano moral coletivo, pois não houve prejuízo a
qualquer trabalhador no tocante aos descontos das contribuições
confederativas, muito menos à sociedade. Não tem razão o recorrente nesse
aspecto. Carlos Alberto Bittar Filho, em Pode a Coletividade Sofrer Dano
Moral? (rep. IOB de Jurisprudência, 1ª quinz., agosto de 1996, 15/96, p.
271), conceitua o dano moral coletivo como "... injusta lesão da esfera
moral de uma dada comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um
determinado círculo de valores coletivos. Quando se fala em dano moral
coletivo, está-se fazendo menção ao fato de que o patrimônio valorativo de
uma certa comunidade (maior ou menor), idealmente considerado, foi
agredido de maneira absolutamente injustificável do ponto de vista; quer
isso dizer, em última instância, que se feriu a própria cultura, em seu
aspecto material". A reparação do dano moral coletivo, por sua vez, está
prevista no inciso VI do art. 6º da Lei 8.078/90: "a efetiva prevenção e
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos".
Além disso, o art. 1ª da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85)
dispõe que suas determinações têm como finalidade a reparação aos danos
morais e materiais. E aí, uma vez configurada a violação a direitos de
ordem coletiva e infração a normas de ordem pública, é devida a reparação
do dano moral coletivo. Nego provimento."(Processo TRT/SP Nº
0001104.28.2010.5.02.0444, Rel. Des, Eduardo de Azevedo Silva , DJ
02.07.2013)
Assim, considerando a repercussão social do dano, a capacidade
econômica do ofensor, e sopesando a gravidade do ilícito praticado e o
caráter pedagógico punitivo da indenização, razoável fixá-la no valor de R$
10.000,00 (sessenta mil reais), por réu, reversível ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador - FAT.

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

Os argumentos do recorrente, no presente tópico, não habilitam o


apelo à cognição do Tribunal Revisor, por falta de enquadramento nos
permissivos do artigo 896 da CLT, vez que não apontam a existência de
nenhum dissenso interpretativo, nem citam a norma legal ofendida, valendo
salientar que a mera alusão a dispositivos de lei não autoriza supor tenham
aqueles sido apontados como violados.
Com efeito, sem a indispensável indicação de uma das ocorrências
exigidas pelo artigo 896 da CLT, o apelo mostra-se desfundamentado, não
havendo como ser processado.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.
Recurso de: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 25/02/2014 - fl. 311;
recurso apresentado em 13/03/2014 - fl. 377).
Regular a representação processual (nos termos da Súmula 436/TST).
Isento de preparo (CLT, art. 790-A e DL 779/69, art. 1º, IV).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DIREITO PROCESSUAL CIVIL
E DO TRABALHO / Processo Coletivo / Ação Civil Pública / Tutela
Inibitória (Obrigação de Fazer e Não Fazer).
Alegação(ões): - violação do(a) Lei nº 7347/1985, artigo 3º; Código
de Processo Civil, artigo 84; artigo 461.
- divergência jurisprudencial indicada a partir da folha 381, 6 arestos.
Insurge-se o Ministério Público do Trabalho contra o indeferimento
do pedido de tutela inibitório para que não mais seja incluídas em futuras
convenções e acordos coletivos cláusulas que instituam a cobrança de
contribuições assistenciais de indivíduos que, embora pertencentes à
categoria, não sejam associados à entidade sindical.
Consta do v. Acórdão: Por outro lado, não prospera o pleito de que os
réus se abstenham de incluir cláusulas idênticas em normas coletivas
futuras, isto porque cabe ao Judiciário decidir o caso concreto.

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

Assim, apenas quando já estabelecida a cláusula em instrumento


coletivo é que pode o Ministério Público do Trabalho requerer a sua
nulidade. Antes disso, a ilicitude ou irregularidade da norma coletiva não
pode ser declarada, pois não configurado o caso concreto.
Portanto, neste aspecto, não procede o pedido nº 3 da exordial e, bem
assim, a multa cominatória requerida no pedido 4 - fls.18 da inicial, eis que
atrelada ao pedido 3.
Como se vê, a matéria é interpretativa, combatível nessa fase recursal
mediante apresentação de tese oposta, mas os arestos transcritos para essa
finalidade são inservíveis a ensejar o reexame: - o de fls. 382-verso e o de
fls. 384, porque extraídos de repositório oficial na internet, porém não
atendem cumulativamente os requisitos exigidos pelo item IV da Súmula nº
337, do C. TST (transcrever o trecho divergente, apontar o sítio onde foi
extraído e declinar o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a
data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho),
sendo certo, ainda, que as cópias juntadas a fls. 396/397 e 412/414 não
atendem às exigências da Súmula nº 337, I, do C. Tribunal Superior do
Trabalho, vez que não estão autenticadas; - o de fls. 381-verso/382, o de fls.
383 e o de fls. 385, porque não demonstram divergência específica à
hipótese sub judice vez que não cuidam do pedido de tutela para que os
sindicatos não mais incluam em normas coletivas cláusulas que cobram
contribuição assistencial de empregados não associados, tratando
respectivamente de tutela inibitória de medida de prevenção de acidente na
empresa, proferido à vista da comprovação da morte de um ex-trabalhador
pela utilização indevida e não fiscalizada de arma de fogo, ação pela falta
de depósitos do FGTS e impedimento para utilização de formulário
fornecido pela APAE para seleção de contratos de emprego, o que
inviabiliza a admissibilidade do apelo, nos termos da Súmula nº 296 da C.
Corte Superior. Pelo mesmo motivo, o aresto de fl. 383 (original juntado a
fl. 398) não pode ser admitido, pois não desenvolve tese acerca do
cabimento, ou não de pedido de tutela inibitória, apenas indicando para a

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

vedação, naquele momento, da cobrança, determinando a abstenção por


parte dos sindicatos.
Ressalte-se que, se uma norma pode ser diversamente interpretada,
não se pode afirmar que a adoção de exegese diversa daquela defendida
pela parte enseja violação literal a essa regra, pois esta somente se
configura quando se ordena exatamente o contrário do que o dispositivo
expressamente estatui. Do mesmo modo, não se pode entender que
determinada regra restou malferida se a decisão decorre do reconhecimento
da existência, ou não, dos requisitos ensejadores da aplicação da norma.
No caso dos autos, o exame do decisum não revela a ocorrência apta a
ensejar a reapreciação com supedâneo na alínea "c", do artigo 896, da CLT.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.
De plano, após analisar as razões do apelo, constata-se que não há
violação literal de dispositivo de lei federal, afronta à Constituição Federal
nem contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, tampouco
ficou configurada divergência jurisprudencial específica e válida à
admissibilidade da revista.
Dessa forma, verifica-se que o recurso de revista não merece
processamento.
Diante do exposto, com base nos arts. 932, III, c/c 1.011, I, do CPC
de 2015 e 106, X, do RITST, NEGO SEGUIMENTO ao agravo de
instrumento.
O Ministério Público do Trabalho requer a revisão da decisão
monocrática da relatora. Afirma que não pode prosperar a decisão regional
que julgou improcedente o pedido de tutela inibitória para que os réus não
mais inserissem em futuros instrumentos coletivos a previsão de
contribuição assistencial de não associado. Aponta violação direta dos arts.
3° e 11 da Lei da Ação Civil Pública (Lei n° 7.347/85); do art.
461 do Código de Processo Civil; e do art. 84 do Código de Defesa
do Consumidor (Lei no· 8.078/90); Traz divergência jurisprudencial entre
os Tribunais Regionais do Trabalho da 3a, 4a, 9a e 15a Regiões e, também,

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da SbDI-1 e o da 2a Região (fls. eletrônicas 425/450). Aponta violação do


art. 5.º, LIII e LV, 127, caput, 129, III, todos da Constituição Federal.
À análise.
No tema, o Tribunal Regional decidiu que "não prospera o pleito de
que os réus se abstenham de incluir cláusulas idênticas em normas coletivas
futuras, isto porque cabe ao Judiciário decidir o caso concreto." Considerou
que, "apenas quando já estabelecida a cláusula em instrumento coletivo é
que pode o Ministério Público do Trabalho requerer a sua nulidade, pois
antes disso, a ilicitude ou irregularidade da norma coletiva não pode ser
declarada, pois não configurado o caso concreto.
Diante disso, decidiu que não procede o pedido n° 3 da exordial e,
bem assim, a multa cominatória requerida no pedido 4, eis que atrelada ao
pedido A decisão agravada negou provimento ao agravo de instrumento do
Ministério Público do Trabalho, confirmando a decisão regional que
considerou que "a matéria é interpretativa, combatível nessa fase recursal
mediante apresentação de tese oposta, mas os arestos transcritos para essa
finalidade são inservíveis a ensejar o reexame: - o de fls. 382-verso e o de
fls.
384, porque extraídos de repositório oficial na internet, porém não
atendem cumulativamente os requisitos exigidos pelo item IV da Súmula nº
337, do C. TST (transcrever o trecho divergente, apontar o sítio onde foi
extraído e declinar o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a
data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho),
sendo certo, ainda, que as cópias juntadas a fls. 396/397 e 412/414 não
atendem às exigências da Súmula nº 337, I, do C. Tribunal Superior do
Trabalho, vez que não estão autenticadas; - o de fls. 381-verso/382, o de fls.
383 e o de fls. 385, porque não demonstram divergência específica à
hipótese sub judice vez que não cuidam do pedido de tutela para que os
sindicatos não mais incluam em normas coletivas cláusulas que cobram
contribuição assistencial de empregados não associados, tratando
respectivamente de tutela inibitória de medida de prevenção de acidente na
empresa, proferido à vista da comprovação da morte de um ex-trabalhador

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pela utilização indevida e não fiscalizada de arma de fogo, ação pela falta
de depósitos do FGTS e impedimento para utilização de formulário
fornecido pela APAE para seleção de contratos de emprego, o que
inviabiliza a admissibilidade do apelo, nos termos da Súmula nº 296 da C.
Corte Superior. Pelo mesmo motivo, o aresto de fl. 383 (original juntado a
fl. 398) não pode ser admitido, pois não desenvolve tese acerca do
cabimento, ou não de pedido de tutela inibitória, apenas indicando para a
vedação, naquele momento, da cobrança, determinando a abstenção por
parte dos sindicatos." Comungo do entendimento de que a contribuição
assistencial fixada em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa
alcança não somente os associados da entidade sindical, mas todos os
membros da categoria profissional ou econômica, pois visa, justamente,
custear as atividades assistenciais dos sindicatos - a exemplo da assistência
judiciária prevista na Lei 5.584/70 -, até mesmo em razão da participação
em negociação coletiva para obtenção de novas condições de trabalho para
toda categoria, independentemente de serem os trabalhadores filiados, ou
não, a um sindicato.
Tal entendimento se justifica, na medida em que o texto
constitucional, em seu art. 8.º, II, estabelece que o sindicato não representa
apenas os associados, e sim os componentes da categoria profissional ou
econômica. E mais, conforme o inciso III do mesmo artigo da Carta Magna,
ao sindicato cabe defender os direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, sem, novamente, distinção quanto ao fato de serem associados
ou não.
Diante disso, por entender que toda categoria, seja profissional ou
econômica, é beneficiária das normas coletivas decorrentes das atividades
desempenhadas pelos sindicatos, a obrigatoriedade de recolhimento da
contribuição assistencial deve ser estendida a todos integrantes da categoria,
e não apenas aos filiados do sindicato, admitindo, todavia, na forma do art.
545 da CLT, o direito de oposição àqueles que não anuírem com a cobrança
em folha de pagamento, importando o silêncio, em concordância tácita com
a satisfação da referida contribuição (STF-RE 461451 AgR, Rel.Min. Eros

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Grau, Segunda Turma, julgado em 28/3/2006, DJ 5/5/2006 e STF-RE


220120, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, julgado em
24/3/98, DJ 22/5/98).
Aliás, quanto ao direito de oposição, o Ministro Maurício Godinho
Delgado entende que, havendo no instrumento normativo previsão de
"direito de oposição" do trabalhador não sindicalizado no tocante ao
referido desconto, estariam atendidos o princípio e as regras concernentes à
liberdade sindical- (RR-3761900-47.2007.5.09.0008, 6.ª Turma, DEJT
4/2/2011), posição com a qual também compartilho.
De toda forma, no sentido ora exposto, entendendo que a contribuição
assistencial é devida por todos os integrantes da categoria, cito o seguinte
precedente do STF, em voto da lavra do Ministro Marco Aurélio:
"CONTRIBUIÇÃO - CONVENÇÃO COLETIVA. A contribuição prevista
em convenção coletiva, fruto do disposto no artigo 513, alínea 'e', da
Constituição Federal, é devida por todos os integrantes da categoria
profissional, não se confundindo com aquela versada na primeira parte do
inciso IV do artigo 8º da Carta da República." (RE 189960, Segunda
Turma, julgado em 7/11/2000, DJ 10/8/2001)
Contudo, não desconheço que esta Corte já sedimentou
posicionamento no sentido de que é nula a cláusula coletiva que obriga
trabalhador não sindicalizado a recolher contribuição, a qualquer título, em
favor de entidade sindical, uma vez que a Constituição Federal assegura o
direito de livre associação e sindicalização (arts. 5.º, XX e 8.º, V).
Nesses termos dispõem o Precedente Normativo 119 e a Orientação
Jurisprudencial 17, ambos da SDC, in verbis: 119. "Contribuições sindicais
- inobservância de preceitos constitucionais - Nova redação dada pela SDC
em Sessão de 02.06.1998 - homologação Res. 82/1998 - DJ 20.08.1998 A
Constituição da República, em seus arts. 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito
de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de
liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença
normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título
de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento

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ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando


trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que
inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores
irregularmente descontados." 17. "CONTRIBUIÇÕES PARA
ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA
EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS (inserida em 27.03.1998) As
cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade
sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são
ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização,
constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de
devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente
descontados." Saliento, inclusive, que a questão voltou a ser decidida pela
Suprema Corte em 23/2/2017, em sede de repercussão geral (Tema 935 -
Inconstitucionalidade da contribuição assistencial imposta aos empregados
não filiados ao sindicato, por acordo, convenção coletiva de trabalho ou
sentença).
Nessa ocasião, o Supremo Tribunal Federal assentou que há
repercussão geral da questão e, adentrando diretamente o mérito, ratificou
sua jurisprudência de que somente a contribuição sindical prevista
especificamente na CLT, por ter caráter tributário, é exigível de toda a
categoria, independentemente de filiação. Aplicou à contribuição
assistencial a mesma ratio que embasou a edição da Súmula 666 do STF,
segundo a qual a contribuição confederativa de que trata o art. 8.º, IV, da
Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Dessa forma, em homenagem ao caráter uniformizador da
jurisprudência do TST e do STF, apenas ressalvo o meu entendimento
pessoal e considero que a decisão do Tribunal Regional se coaduna com o
entendimento já consagrado por esta Corte.
Vale destacar, por relevante e oportuno, precedentes da SBDI-1 do
TST: "RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL
PATRONAL. EMPRESAS NÃO FILIADAS A SINDICATO.

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INEXIGIBILIDADE. A Constituição Federal, em seu artigo 8º, inciso IV,


autoriza a instituição de contribuição confederativa por meio da Assembleia
Geral, que tem caráter compulsório, apenas e tão somente, para os filiados
aos sindicatos, tanto em relação aos empregados, quanto às empresas, uma
vez que a mencionada contribuição não tem natureza tributária. É de se
notar que a cláusula coletiva que estabelece a contribuição assistencial,
indistintamente, a entidades empregadoras, filiadas ou não, afronta, de igual
sorte, o princípio da liberdade de associação, consagrado no inciso V do
artigo 8º da Constituição Federal, bem como se contrapõe ao disposto no
inciso XX do artigo 5º, também da Carta Magna, que encerra o princípio da
liberdade sindical. Esse é o entendimento pacificado nesta Corte,
consagrado no Precedente Normativo nº 119, bem como na Orientação
Jurisprudencial nº 17, ambas da SDC. São, portanto, nulas as estipulações
que inobservem referida restrição. Assim, se ao empregado não
sindicalizado é vedada a contribuição assistencial sindical sem a sua
sindicalização, o mesmo entendimento deve ser adotado em relação ao
empregador. Aplica-se, por analogia, o disposto nos precedentes
supracitado. Até porque o artigo 8º, inciso V, da Constituição Federal
assegura a liberdade sindical sem qualquer restrição para as categorias
econômicas. Dessa forma, não há que se falar em afronta direta e literal aos
artigos 7º, inciso XXVI, e 8º, inciso V, da Constituição Federal, eis que o
decisum está de acordo com o ordenamento jurídico, que não resta ofendido
em momento algum. Por derradeiro, não prospera a alegação de divergência
jurisprudencial, ora porque o aresto atrai o óbice da Súmula/TST nº 337,
item IV, ora porque incide o disposto no artigo 894, inciso II, da
Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de embargos não conhecido."
(E-RR-1000-03.2006.5.04.0741, Rel. Min.
Renato de Lacerda Paiva, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, DEJT 25/11/2011)
"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTERIORMENTE
À VIGÊNCIA DA LEI N.º 11.496/2007. SINDICATO. CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL. COBRANÇA DOS EMPREGADOS NÃO

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SINDICALIZADOS. IMPOSSIBILIDADE. ORIENTAÇÃO


JURISPRUDENCIAL N.º 17 DA SUBSEÇÃO DE DISSÍDIOS
COLETIVOS. "As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em
favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não
sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização,
constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de
devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente
descontados." Hipótese em que se afigura correta a decisão turmária,
mediante a qual se limitou a condenação, determinando-se o recolhimento
da contribuição prevista em instrumento coletivo somente dos empregados
sindicalizados. Recurso de Embargos não conhecido."
(RR-737955-33.2001.5.02.5555, Rel. Min. Maria de Assis Calsing,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 6/3/2009)
"CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA.
EMPREGADOS OU EMPRESAS NÃO ASSOCIADOS AO SINDICATO.
DESCONTOS INDEVIDOS. 1. Nos termos da jurisprudência iterativa,
atual e notória da SBDI-I desta Corte superior, a imposição de contribuição
assistencial em favor da agremiação sindical a empregados ou empresas a
ela não associados ofende o princípio da liberdade de associação
consagrado nos termos do artigo 8º, inciso V, da Constituição da República.
Tal dispositivo dá efetividade, no plano normativo interno, ao princípio
erigido no artigo 2º da Convenção n.º 87 da Organização Internacional do
Trabalho - instrumento que, conquanto ainda não ratificado pelo Brasil,
inclui-se entre as normas definidoras dos Princípios e Direitos
Fundamentais no Trabalho, conforme Declaração firmada em 1998, de
observância obrigatória por todos os países membros daquele organismo
internacional. 2. Admitir a imposição de desconto visando ao custeio de
ente sindical a que o trabalhador ou empresa não aderiu voluntariamente
constitui desvio do princípio democrático que deve reger a vida associativa
em todos os seus quadrantes.
A contribuição sindical compulsória - seja ela decorrente da lei ou da
norma coletiva - destitui os integrantes da categoria de um dos mais

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importantes instrumentos a lhes assegurar voz ativa na definição dos


destinos da sua representação de classe, além de concorrer para a
fragilização da legitimidade da representação sindical, na medida em que o
seu custeio não mais estará vinculado à satisfação dos representados com a
atuação dos seus representantes. 3. Deve ser considerada nula, portanto, a
cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa
que estabeleça contribuição em favor de ente sindical a título de taxa para
custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou
fortalecimento sindical e outras da mesma espécie a serem descontadas
também dos integrantes da categoria não sindicalizados. 4. Violação do
artigo 8º, IV, da Constituição Federal que não se reconhece. 5. Recurso de
embargos não conhecido." (RR-717494-14.2000.5.15.5555, Rel. Min. Lelio
Bentes Corrêa, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT
12/12/2008) No que se refere à obrigação de não-fazer pleiteada, no sentido
de que o sindicato se abstenha de incluir a referida cláusula de contribuição
aos não associados, em convenções futuras, diz o art. 11 da Lei 7.347/1985
que: Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da
atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução
específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou
compatível, independentemente de requerimento do autor.
De acordo com a jurisprudência majoritária desta Corte, é possível a
determinar aos sindicatos que se abstenham de incluir, em futuros
instrumentos coletivos, cláusulas que contenham a obrigatoriedade de
desconto assistencial a trabalhador não associado.
Neste sentido, os seguintes precedentes:
I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/2014. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA.COBRANÇA COMPULSÓRIA DE CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL.PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. EMPREGADOS
NÃO ASSOCIADOS. COBRANÇA INDEVIDA. Diante da aparente
ofensa ao artigo 8º, V, da Constituição Federal, que consagra o postulado

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da liberdade de associação e sindicalização, o recurso de revista merece


processamento. Agravo de instrumento provido. II. RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI
13.015/14.AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COBRANÇA COMPULSÓRIA DE
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL. PREVISÃO EM NORMA
COLETIVA. EMPREGADOS NÃO ASSOCIADOS. COBRANÇA
INDEVIDA. Esta Corte tem entendimento no sentido de que não cabe
cobrança de contribuição sindical a empregados ou empresas não
associados, ante a previsão constitucional do direito de livre associação e
sindicalização (CF, artigo 8º, V). O Tribunal Regional, ao ratificar a
possibilidade de inclusão de cláusula em instrumentos coletivos em que se
institui contribuição sindical de empregados não associados à entidade
sindical, decidiu em dissonância com a OJ 17 e com o Precedente
Normativo 119, todos da SDC do TST. Caracterizada ofensa ao artigo 8º,
V, da CF. Julgados.
Recurso de revista conhecido e provido. 2. DANO MORAL
COLETIVO. INOCORRÊNCIA. O Tribunal Regional, reconhecendo a
legalidade dos descontos, concluiu pela inocorrência do alegado dano moral
coletivo. O juízo de origem, ao indeferir o pleito, consignou que a cobrança
de contribuição assistencial de não filiados foi entabulada em acordos
coletivos, amparada em dispositivos de lei e da Constituição Federal.
Inexiste, portanto, a apontada conduta lesiva, pois embora reconhecida a
ilegalidade da cobrança da contribuição assistencial de empregados não
associados, ausente a alegada conduta ilícita capaz de violar a intimidade e
a honra dos empregados. Recurso de revista não conhecido. (RR -
278-65.2013.5.04.0662 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues,
Data de Julgamento: 05/04/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT
11/04/2017)
RECURSO ORDINÁRIO EM DISSÍDIO COLETIVO
INTERPOSTO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2016/2017 HOMOLOGADO
PELO REGIONAL. CLÁUSULA 24 - CONTRIBUIÇÃO

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ASSISTENCIAL. O entendimento desta Seção Especializada é o de que, à


exceção da contribuição sindical, prevista nos arts. 578 a 580 da CLT, não
se concebe a imposição, nem mesmo por meio de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, de desconto a título de contribuição assistencial a
membros da categoria não associados à entidade sindical para a qual se
destina a receita, por ferir os arts. 5º, XX, e 8º, V, da CF, que asseguram o
direito de livre associação e sindicalização.
Nesse sentido dispõem o Precedente Normativo nº 119 e a Orientação
Jurisprudencial nº 17, ambos da SDC do TST. Acrescenta-se que esta Seção
Especializada tem considerado razoável que seja descontado do trabalhador
associado o equivalente a 50% de um dia de salário, já reajustado, e de uma
só vez. Nesse contexto, dá-se provimento ao recurso ordinário interposto
pelo Ministério Público do Trabalho para adaptar a cláusula 24 -
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL, constante do ACT 2016/2017,
homologado pelo Regional, aos termos do PN nº 119 da SDC desta Corte,
de forma a que o desconto da contribuição nela previsto se limite aos
empregados associados ao Sindicato, reduzindo, também, o valor da
contribuição, para 50% de um dia do salário, já reajustado, a ser descontado
dos trabalhadores associados, e de uma só vez, nos moldes da
jurisprudência desta SDC. Recurso ordinário conhecido e provido. (RO -
21105-41.2016.5.04.0000 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data
de Julgamento: 14/08/2017, Seção Especializada em Dissídios Coletivos,
Data de Publicação: DEJT 18/08/2017) I - AGRAVO DE INSTRUMENTO
EM RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL.
COBRANÇA. EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. Demonstrada
possível violação do artigo 8º, V, da Constituição Federal, impõe-se o
provimento do agravo de instrumento para determinar o processamento do
recurso de revista. Agravo de instrumento provido.
II - RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL.
COBRANÇA. EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. Comungo do
entendimento de que a contribuição assistencial fixada em acordo,
convenção coletiva ou sentença normativa alcança não somente os

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associados da entidade sindical, mas todos os membros da categoria


profissional ou econômica. Entretanto, nos termos do Precedente
Normativo 119 e da Orientação Jurisprudencial 17, ambos da SDC, as
contribuições previstas em norma coletiva em favor de entidade sindical
não podem ser exigidas dos trabalhadores não sindicalizados, uma vez que
a Constituição Federal assegura o direito de livre associação e
sindicalização (arts. 5.º, XX e 8.º, V). Ressalva de entendimento pessoal da
relatora. Recurso de revista conhecido e provido. (RR -
766-08.2010.5.04.0021 , Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data
de Julgamento: 22/03/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
31/03/2017)
RECURSOS DE REVISTA INTERPOSTOS PELA FEDERAÇÃO E
SINDICATOS RÉUS. MATÉRIA COMUM. ANÁLISE CONJUNTA.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
DO TRABALHO. CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS POR NORMA
COLETIVA. COBRANÇA DE EMPREGADOS NÃO FILIADOS AO
SINDICATO. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do Precedente Normativo
nº 119 e da Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC, ambos do TST, as
contribuições previstas em norma coletiva em favor de entidade sindical
não podem ser exigidas dos trabalhadores não sindicalizados, uma vez que
a Constituição Federal assegura o direito de livre associação e
sindicalização (arts. 5º, XX, e 8º, V). No mesmo sentido é a dicção da
Súmula Vinculante nº 40 do STF, segundo a qual "A contribuição
confederativa de que trata o art.
8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo". Desse entendimento não dissentiu o acórdão recorrido.
Hipótese de incidência do art. 896, § 7º, da CLT. Recursos de revista de que
não se conhece. (RR - 70800-32.2006.5.15.0024 , Relator Ministro: Walmir
Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 14/09/2016, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 16/09/2016) Desta forma, afigura-se possível violação do
art. 11 da Lei 7.347/1985.

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Diante do exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo para determinar


o processamento do agravo de instrumento.
II - AGRAVO DE INSTRUMENTO
1 - CONHECIMENTO Preenchidos os pressupostos de
admissibilidade recursal, CONHEÇO do agravo de instrumento.
2 - MÉRITO
Em consequência do reconhecimento de possível violação ao art. 11
da Lei 7.347/1985, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para
determinar o processamento do recurso de revista.
Conforme previsão dos arts. 897, § 7.º, da CLT, 3.º, § 2.º, da
Resolução Administrativa 928/2003 do TST e 229, § 1.º, do RITST,
proceder-se-á de subsequente.
III - RECURSO DE REVISTA
1 - CONHECIMENTO
Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa-se
ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista.
1.1 - TUTELA INIBITÓRIA. OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER
CLÁUSULA DE OBRIGATORIEDADE DE DESCONTOS DE
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA A
TRABALHADORES NÃO ASSOCIADOS AOS SINDICATOS.
PROIBIÇÃO DE INCLUSÃO EM INSTRUMENTOS FUTUROS.
POSSIBILIDADE
Nos termos da fundamentação lançada no provimento do agravo e
aqui reiterada, CONHEÇO do recurso de revista por violação ao art. 11 da
Lei 7.347/1985.
2 - MÉRITO
2.1 - TUTELA INIBITÓRIA. OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER
CLÁUSULA DE OBRIGATORIEDADE DE DESCONTOS DE
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA A
TRABALHADORES NÃO ASSOCIADOS AOS SINDICATOS.
PROIBIÇÃO DE INCLUSÃO EM INSTRUMENTOS FUTUROS.
POSSIBILIDADE

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Conhecido por violação do art. 11 da Lei 7.347/1985, DOU-LHE


PROVIMENTO para determinar aos sindicatos que se abstenham de
incluir, em futuros instrumentos coletivos, cláusulas que contenham a
obrigatoriedade de contribuição assistencial ou confederativa a trabalhador
não associado.
O sindicato alega omissão no julgado no que se refere ao princípio da
não intervenção, insculpido no art. 8.º, I, da Constituição Federal.
A decisão assentou-se em precedente do Supremo Tribunal Federal e
em precedentes do TST, que afastam a possibilidade de exigência de
qualquer forma de contribuição sindical compulsória à não associados,
inclusive em sede de tutela inibitória, tendo sido devidamente
fundamentada.
Quanto ao art. 8.º, I, da Constituição Federal, se é certo que a
Constituição Federal prevê o princípio da liberdade sindical, sem admitir a
intervenção administrativa que, antes, arbitrariamente, impedia a atuação
dos sindicatos, de outro lado consagra o princípio da liberdade de
sindicalização, que dá aos trabalhadores e empregadores o direito de se
filiarem, ou não, ao respectivo sindicato, e de contribuírem, ou não, em
favor daquele ente sindical.
Desta forma, incólume o dispositivo constitucional apontado como
violado.
Embargos de declaração PROVIDOS, tão somente para
esclarecimentos, sem efeito modificativo.

O  sindicato  ​ingressa com novos embargos de


declaração. Sustenta que remanesce omissão, nascida em razão da
entrada em vigor da Lei 13.467/2017, que alterou a CLT, quando em
confronto com a decisão turmária com efeitos futuros. Aduz que fatos
supervenientes merecem análise, tendo em vista o teor do artigo 493
do CPC/2015. Alega que, tal norma é aplicável à Justiça do Trabalho,
inclusive perante o TST, em razão da edição da Súmula 394 do TST.

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Alega que, após o advento da Lei 13.467/2017, é


lícito às partes negociarem, e que os acordos e convenções firmados
têm prevalência sobre a lei, e não havendo expressa vedação à
cláusulas que contenham a obrigatoriedade de contribuição
assistencial ou confederativa a trabalhador não associado.
Requer o pronunciamento da Turma diante da nova
lei, no sentido de reafirmar se subsiste, sem nenhuma limitação
temporal a decisão no sentido de ​"determinar ao Sindicato da
Indústria do Vestuário Feminino e Infanto Juvenil de São Paulo -
SINDIVEST e Sindicato dos Oficiais Alfaiates, Costureiras e
Trabalhadores nas Indústrias de Confecção de Roupas e de Chapéus de
Senhoras de São Paulo e Osasco que se abstenham de incluir, em
futuros instrumentos coletivos, cláusulas que contenham a
obrigatoriedade de contribuição assistencial ou confederativa a
​ .
trabalhador não associado."
À análise.
A  Lei  13.467/2017  introduziu  os  artigos  611-A  e 
611-B  na  Consolidação  das  Leis  do  Trabalho  (CLT),  que  dentre  as 
muitas  alterações  realizadas,  possibilitou  que  os  acordos  feitos 
entre  empregados  e  empregadores  se  sobreponham  às  regras  previstas 
na legislação vigente. 
Quanto  à  forma,  o  artigo  611-A  da  CLT  estabeleceu 
um  rol exemplificativo  de  matérias  que  podem  ser  objetos  de 
flexibilização,  sendo  que  eventual  negociação  desses  direitos 
prevalecerá sobre o disposto em legislação. 
Com  efeito,  a  Constituição  Federal,  em  seu  art. 
7º,  inciso  XXVI,  consigna  o  princípio  do  reconhecimento  das 
convenções  e  acordos  coletivos  de  trabalho,  instrumentos  estes 
imprescindíveis para a atuação das entidades sindicais. 

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O  mesmo  texto  constitucional,  no  inciso  I  do  art. 


8º,  veda  ao  Poder  Público  a  interferência  e  a  intervenção  na 
organização  sindical  e,  por  imperativo  lógico,  não  pode  restringir, 
de  antemão,  a  liberdade  de  negociação  coletiva  conferida  às 
entidades  sindicais,  pois  cabe  as  estas  definirem  acerca  dos 
interesses que pretendem normatizar.  
Eventual  desconstituição  de  acordos,  convenções 
coletivas  ou  cláusulas  específicas  dos  referidos  instrumentos  pode 
ser  alvo  do  Poder  Judiciário,  caso  devidamente  acionado  para  tanto. 
O  que  não  se  pode  admitir  é  o  Estado-juiz  interferir  no  âmbito  das 
relações  sindicais,  impedindo  a  atuação  prévia  dos  entes  sindicais, 
no  que  se  refere  à  elaboração  de  normas  no  âmbito  da  negociação 
coletiva. 
Sob  essa  ótica,  acolher  a  pretensão  do  Ministério 
Público  do  Trabalho  configuraria  flagrante  violação  ao  princípio  da 
autonomia privada coletiva. 
Ademais,  por  oportuno,  cumpre  destacar  que  com  o 
advento  da  reforma  trabalhista  (Lei  13.467/17),  que  acrescentou  o 
art.  611-A  ao  texto  consolidado,  não  mais  subsiste  a  vedação  para 
que  o  sindicato  de  classe  legitimamente  negocie  cláusulas  dessa 
natureza,  devendo  o  Judiciário  se  manifestar,  mediante  provocação, 
diante do caso concreto, sem que haja proibição prévia à negociação.  
Nesse  cenário,  as  divergências  jurisprudenciais 
trazidas  ao  cotejo  encontram-se  superadas,  assim  como  não  se 
vislumbram  as  violações  legais  indicadas  no  recurso  de  revista  do 
Ministério Público do Trabalho. 
Diante  do  exposto,  ​DOU  PROVIMENTO  aos  embargos  de 
declaração  para,  sanando  omissão,  retomar  a  análise  do  mérito  do 
recurso de revista do Ministério Público do Trabalho. 
 

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II  –  RECURSO  DE  REVISTA  DO  MINISTÉRIO  PÚBLICO  DO 


TRABALHO 
 
1 – CONHECIMENTO

Satisfeitos os pressupostos genéricos de


admissibilidade, passa-se ao exame dos específicos do recurso de
revista.

1.2 – TUTELA INIBITÓRIA. PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO


SOBRE O LEGISLADO. IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER. PROIBIÇÃO DE
INCLUSÃO EM INSTRUMENTOS FUTUROS. CLÁUSULA DE OBRIGATORIEDADE DE
DESCONTOS DE CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CONFEDERATIVA A
TRABALHADORES NÃO ASSOCIADOS AOS SINDICATOS. IMPOSSIBILIDADE

No tema, assim decidiu o Tribunal Regional:

E, tendo em vista a declaração de nulidade da cláusula normativa


acima referida em relação aos trabalhadores não associados, e uma vez que
os réus, em nenhum momento, negam em defesa o desconto das
contribuições em epígrafe aos trabalhadores não sindicalizados, pelo
contrário, asseveram que cumprem 'rigorosamente as convenções coletivas,
inclusive, assegurando a todos trabalhadores o direito de oposição (fls. 54
defesa do 1° réu e fls. 143 defesa dos 2° ,3° e 4° demandados), conforme
documentos carreados aos autos (vol. docs), condena-se os requeridos à
devolução dos valores efetuados, com base nesta cláusula, aos
trabalhadores pertencentes à categoria e não sindicalizados' (pedido 6
inicial - fls. 19), bem como na obrigação de não exigir das empresas
integrantes da categoria . econômica e nem delas, receber, verbas a título de

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

repasse de contribuição assistencial relativamente a estes trabalhadores


(pedido 5 exordial - fls.19).
Por outro lado, não prospera o pleito de que os réus se abstenham de
incluir cláusulas idênticas em normas coletivas futuras, isto porque cabe ao
Judiciário decidir o caso concreto.
Assim, apenas quando já estabelecida a cláusula em instrumento
coletivo é que pode o Ministério Público Ú do Trabalho requerer a sua
nulidade. Antes disso, a ilicitude ou irregularidade da norma coletiva não
pode ser declarada, pois não configurado o caso concreto.
Portanto, neste aspecto, não procede o pedido n° 3 da exordial e, bem
assim, a multa cominatória requerida no pedido 4 - fls.18 da inicial, eis que
atrelada ao pedido 3, incabível, também, a condenação da ré na obrigação
de fazer consistente na publicação em jornal de grande circulação de aviso
aos trabalhadores, informando quanto à falta de previsão legal para o
desconto de contribuições de trabalhadores não sindicalizados (pedido 7 da
prefacial), eis que a publicação do presente acórdão já se presta a esta
finalidade.

O  Ministério  Público  do  Trabalho  recorre  de 


revista  para  que  esta  Corte  reforme a decisão regional. Sustenta que 
os  sindicatos  devem  se  abster  de  incluir  em  suas  futuras  convenções 
coletivas  e  acordos  coletivos  cláusula  de  qualquer  espécie  de 
previsão  que  instituam  a  cobrança  de  contribuições  assistenciais  de 
indivíduos  que,  embora  pertencentes  à  categoria,  não  sejam 
associados  à  entidade  sindical.  Traz  arestos  ao  cotejo  de  teses. 
Aponta  violação  dos  arts.  3.º  e  11  da  Lei  7.347/85,  art.  461  do  CPC 
e art. 84 do CDC. 
À análise. 
A  Lei  13.467/2017  introduziu  os  artigos  611-A  e 
611-B  na  Consolidação  das  Leis  do  Trabalho  (CLT),  que  dentre  as 

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muitas  alterações  realizadas,  possibilitou  que  os  acordos  feitos 


entre  empregados  e  empregadores  se  sobreponham  às  regras  previstas 
na legislação vigente. 
Quanto  à  forma,  o  artigo  611-A  da  CLT  estabeleceu 
um  rol exemplificativo  de  matérias  que  podem  ser  objetos  de 
flexibilização,  sendo  que  eventual  negociação  desses  direitos 
prevalecerá sobre o disposto em legislação. 
Com  efeito,  a  Constituição  Federal,  em  seu  art. 
7º,  inciso  XXVI,  consigna  o  princípio  do  reconhecimento  das 
convenções  e  acordos  coletivos  de  trabalho,  instrumentos  estes 
imprescindíveis para a atuação das entidades sindicais. 
O  mesmo  texto  constitucional,  no  inciso  I  do  art. 
8º,  veda  ao  Poder  Público  a  interferência  e  a  intervenção  na 
organização  sindical  e,  por  imperativo  lógico,  não  pode  restringir, 
de  antemão,  a  liberdade  de  negociação  coletiva  conferida  às 
entidades  sindicais,  pois  cabe  as  estas  definirem  acerca  dos 
interesses que pretendem normatizar.  
Eventual  desconstituição  de  acordos,  convenções 
coletivas  ou  cláusulas  específicas  dos  referidos  instrumentos  pode 
ser  alvo  do  Poder  Judiciário,  caso  devidamente  acionado  para  tanto. 
O  que  não  se  pode  admitir  é  o  Estado-juiz  interferir  no  âmbito  das 
relações  sindicais,  impedindo  a  atuação  prévia  dos  entes  sindicais, 
no  que  se  refere  à  elaboração  de  normas  no  âmbito  da  negociação 
coletiva. 
Sob  essa  ótica,  acolher  a  pretensão  do  Ministério 
Público  do  Trabalho  configuraria  flagrante  violação  ao  princípio  da 
autonomia privada coletiva. 
Ademais,  o  Tribunal  Regional  do  Trabalho  da  2° 
Região,  no  acórdão  atacado,  decidiu  que  o  Poder  Judiciário  somente 
pode atuar de modo posterior a eventual norma coletiva irregular. 

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PROCESSO Nº TST-ED-ED-RR-641-47.2012.5.02.0014

Cumpre  destacar  que  com  o  advento  da  reforma 


trabalhista  (Lei  13.467/17),  que  acrescentou  o  art.  611-A  ao  texto 
consolidado,  não  mais  subsiste  a  vedação  para  que  o  sindicato  de 
classe  legitimamente  negocie  cláusulas  dessa  natureza​,  devendo  o 
Judiciário  se  manifestar,  mediante  provocação,  diante  do  caso 
concreto, sem que haja proibição prévia à negociação.  
Nesse  cenário  as  divergências  jurisprudenciais 
trazidas  ao  cotejo  encontram-se  superadas,  assim  como  não  se 
vislumbram  as  violações  legais  e  constitucionais  indicadas  no 
recurso de revista do Ministério Público do Trabalho. 
NÃO CONHEÇO​. 
 
 ISTO​ ​POSTO 
 
 ACORDAM  os  Ministros  da  Segunda  Turma  do  Tribunal 

 Superior  do  Trabalho,  por  unanimidade,  dar  provimento  aos  embargos 

de  declaração  do  Sindicato,  imprimindo-lhes  efeito  modificativo 


para,  sanando  omissão  apontada,  retomar  a  análise  do  mérito  do 
recurso  de  revista  do  Ministério  Público  do  Trabalho,  não  conhecer 
do recurso de revista do Ministério Público do Trabalho. 
 
Brasília, 27 de março de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DELAÍDE MIRANDA ARANTES
Ministra Relatora

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