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Disciplina: Estruturas de Aço e Madeira

Prof. Salomão Silva Neto


Estrutura Metálica
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
 As ligações em estruturas metálicas podem ser feitas por meio
dos seguintes conectores:

 Rebites

 Parafusos comuns

 Parafuso de alta resistência


LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Rebites
 Os rebites são conectores instalados a quente (1.0000 C).

 Após o resfriamento, o rebite se retrai e aperta as chapas entre si.

 O esforço do aperto é variável, não podendo garantir um valor


mínimo para os cálculos.
 A partir de 1950 as ligações rebitadas foram substituídas por
ligações parafusadas ou soldadas.
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Parafusos comuns
 Os parafusos são conectores com cabeça quadrada ou sextavada,
possuindo rosca e porca.
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Parafusos comuns
 Os parafusos comuns são instalados com aperto, que mobiliza
atrito entre as chapas.
 Entretanto, este aperto é muito variável, não podendo garantir
um valor mínimo a se considerar nos cálculos.
 Devido a isto, os parafusos comuns são calculados de modo
análogo aos rebites, por meio das tensões de apoio e de corte.
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Parafusos comuns
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Parafusos comuns
 A transmissão dos esforços se dá por apoio das chapas no fuste
do parafuso e esforço de corte na seção transversal do parafuso.
 Tensões de corte: = F = 4*F
A   d²
 Tensões de apoio:  = F
d*t

Onde: F = esforço transmitido pelo conector no plano de corte


t = espessura da chapa considerada
d = diâmetro do conector
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Parafusos de alta resistência
 Os parafusos de alta resistência são fabricados com aços tratados
termicamente. O mais usual é o ASTM A 325.
 As forças de atrito resultantes entre as chapas, devido ao aperto
dos parafusos, podem ser levados em consideração nos cálculos.
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Espaçamento entre conectores
 Espaçamentos máximos:

 Os espaçamentos máximos entre conectores são utilizados para


impedir penetração de água e sujeita nas interfaces.
 Eles são da ordem de 15* t para peças comprimidas e 25* t para
peças tracionadas, sendo t a espessura da chapa.
 A distância máxima de um conector à borda da chapa deve ser
12* t , não superior a 150 mm .
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Espaçamento entre conectores
 Espaçamentos mínimo:

 A Figura abaixo resume as indicações da NBR 8800 para


espaçamentos mínimos, no caso de furos padrão.
LIGAÇÕES
Ligações com conectores
Espaçamento entre conectores
 Espaçamentos mínimo:

 Valor de a para bordas cortadas ou serradas com tesoura:


a = 1,75 d
 Valores de a para bordos laminados ou cortados com
maçarico.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
 O dimensionamento dos conectores no estado limite último é
feito com base nas modalidades de ruptura da ligação,
representadas nas Figuras abaixo:

a) ruptura por corte do fuste do


conector;

b) ruptura por esmagamento da


chapa na superfície de apoio do
fuste do conector;
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
 O dimensionamento dos conectores no estado limite último é
feito com base nas modalidades de ruptura da ligação,
representadas nas Figuras abaixo:

c) ruptura por rasgamento da chapa


entre o furo e a borda ou entre dois
furos consecutivos;

d) ruptura por tração da chapa na


seção transversal líquida.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento ao corte
 A resistência de cálculo de conectores ao corte (Rdv) é dada por:

onde:
Ag = seção bruta do parafuso
F v = 0,60 para parafusos comuns e barras rosqueadas
F v = 0,65 para parafusos de alta resistência e rebites
Rnv = resistência nominal para um plano de corte
fu = tensão de ruptura à tração do aço do parafuso
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento ao corte

 A utilização do coeficiente 0,70 para parafusos comuns e barras rosqueadas admite a


situação mais desfavorável de plano de corte passando pela rosca, considerando a área da
seção efetiva da rosca igual a 0,70 da área da seção do fuste.

 No caso de parafusos de alta resistência, em ligações por atrito, é necessário verificar


adicionalmente a resistência ao deslizamento da ligação.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento ao rasgamento da chapa
 No caso de furação padrão, a resistência de cálculo ao rasgamento
da chapa entre conectores ou entre um conector e uma borda
(Rd), é dada por:

com
onde:
t = espessura da chapa;
fu = resistência à ruptura por tração do aço da chapa.
a = .... (vide próximo slide)
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento ao rasgamento da chapa
a = distância entre o centro do furo e a extremidade da chapa
medida na direção da força solicitante para a resistência
ao rasgamento entre um furo extremo e a borda da chapa.
ou
a = distância entre o centro do furo e a borda do furo
consecutivo, medida na direção da força solicitante para a
determinação da resistência ao rasgamento da chapa entre
furos, igual a (s - d/2), sendo s o espaçamento entre os
centros de furos;
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento à tração da chapa
 No caso de furação padrão, a resistência de cálculo à tração (Rdt )
da chapa é dada por:

onde:
Ft = 0,65 para parafusos comuns e barras rosqueadas
Ft = 0,75 para parafusos de alta tensão e rebites
Rnt = resistência nominal à tração.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento à tração da chapa
Rebites: Rnt = Ag * fu
Parafusos e barras rosqueadas: para parafusos e barras
rosqueadas, com diâmetro nominal igual ou superior a 12 mm, Rnt
pode ser expresso em função da área bruta (Ag) do fuste:
Rnt = 0,75* Ag * fu
onde, 0,75 representa a relação entre a área efetiva da parte
rosqueada e a área bruta do fuste.
Parafusos de alta resistência em ligação por atrito: verificar
adicionalmente a resistência ao deslizamento da ligação.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Ruptura por cisalhamento de bloco

 Os elementos de ligação também devem ser dimensionados de


forma a impedir a ruptura por cisalhamento de bloco em um
perímetro definido pelos furos, envolvendo cisalhamento nos
planos paralelos à força e tração em um plano normal a força.

 A ruptura por cisalhamento de bloco pode ocorrer ao longo de


uma linha de conectores
LIGAÇÕES
Ruptura por cisalhamento
de bloco de uma chapa de
ligação.

O esforço é transferido à
chapa pelos conectores,
ligados a outra chapa ou
perfil.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Ruptura por cisalhamento de bloco
Condições para o dimensionamento:
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento à tração e a corte simultâneos
fórmulas de interação
 No caso de incidência simultânea de tração e corte, verifica-se a
interação das duas solicitações por meio de expressões empíricas
que fornecem o limite superior da resistência de cálculo à tração.
 Barras rosqueadas ou parafusos comuns:
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Dimensionamento à tração e a corte simultâneos
fórmulas de interação
 Parafusos de alta tensão (d < 38 mm), com rosca no plano de
corte:

 Rebites e parafusos de alta tensão (d < 38 mm), com rosca fora do


plano de corte:

onde Vd é o esforço cortante solicitante de projeto atuando na


seção considerada.
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
 A resistência ao deslizamento deve ser mais que a força de corte
transmita na ligação devida à combinação mais desfavorável de carga
em um estado limite de utilização (sem majoração).
 Nos valores indicados para o coeficiente de atrito está incluído um
coeficiente de segurança contra o deslizamento da ordem de 1,2.

 Força máxima de atrito: Fat,max =   Fc =   P


onde:
P = força de protensão inicial no parafuso
 = coeficiente de atrito entre as superfícies
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Resistência ao deslizamento em ligações por atrito

 Se, além da força F de tração longitudinal, as chapas estiverem


também sujeitas a uma força de tração perpendicular, T a força
de compressão Fc; entre as chapas é reduzida a:

Fat,max =   (P – T)
LIGAÇÕES
Dimensionamento - conectores e elementos de ligação
(sem efeito de fadiga)
Resistência ao deslizamento em ligações por atrito
 Segundo a NBR 8800, a resistência ao deslizamento pode ser
calculada por:
Rv =   z  (P – T)
P= força de protensão inicial no parafuso;
= coeficiente de atrito entre as superfícies m = 0,28, exceto no
caso de superfície com banho vinílico, quando  = 0,25.
z= fator de redução que dependo do furo, sendo igual a 1,0
para furo do tipo padrão.
LIGAÇÕES
Exercícios
1. Duas chapas de 204 mm x 12,7 mm (1/2”) em aço ASTM A36 são emendadas com
chapas laterais de 9,5 mm e parafusos comuns (A 307)  22,2mm. As chapas estão sujeitas
às forças Ng=200 kN, oriunda de carga permanente de grande variabilidade e Nq=100 kN,
de carga variável de utilização.
Verificar a segurança da
emenda.

Dados: Coeficientes de
majoração das ações
g= 1,4 e q = 1,5.

Parafusos A 307 :
fu = 415 Mpa

Aço ASTM 36 :
fu = 400 Mpa
fy = 250 MPa
LIGAÇÕES
Resolução
1.
Esforço solicitante de projeto:

Nd = 1,4* 200 + 1,5* 100 = 430 kN

Esforço resistente de cálculo


O esforço resistente de cálculo à tração (Rdt) será o menor dentre os encontrados nos
seguintes casos:
a) corte (corte duplo nos parafusos)

= 40,0 kN/cm²
= 41,5 kN/cm²
LIGAÇÕES
Resolução
1.
Esforço resistente de cálculo

a) corte (corte duplo nos parafusos)

d = 2,22 cm (diâmetro do conector)


t = espessura da chapa = 1,27 cm
b) ruptura por pressão de apoio (As espessuras das duas chapas de 9,5 mm
resultam em (9,5+9,5) 19 mm, valor maior
do que a espessura da chapa de 12,7 mm).

fu = 40 kN/cm² (tensão última do aço


A 36 da chapa)
n° de parafusos = 6
LIGAÇÕES
Resolução
1.
Esforço resistente de cálculo

c) Ruptura por rasgamento da chapa

O valor será o menor dos seguintes valores:


LIGAÇÕES
Resolução
1.
Esforço resistente de cálculo

d) tração na chapa (12,7 mm)


LIGAÇÕES
Resolução
1.
Esforço resistente de cálculo

d) ruptura por cisalhamento de bloco

Cálculo da área cisalhada (Avn) ; área


tracionada (Atm) e área tracionada bruta
do bloco (Atg):

Como 0,6 Avn fu > Atn fu então: com

Rd = 0,75 * (0,6 * 40 * 20,9 + 25 * 9,6) = 556 kN


LIGAÇÕES
Resolução
1.
Conclusão

Comparando os resultados, verifica-se que


o esforço resistente de cálculo à tração da
emenda é determinado pela ruptura da
seção líquida da chapa (Rdt = 484 kN) e que
o projeto da emenda é satisfatório para os
esforços solicitantes.
LIGAÇÕES
Exercícios
2. O tirante de uma treliça de telhado é constituído por duas cantoneiras (2 ½” x ¼ ") com
ligação a uma chapa de nó de treliça aço MR 250 (= A36) , com espessura de 6,3 mm,
utilizando parafusos comuns  12,7 mm. Determinar o esforço normal resistente do
tirante, desprezando o pequeno efeito da excentricidade introduzida pela ligação.
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

a) corte (corte duplo nos parafusos)

Notar que são dois planos de cortes e cinco parafusos.


LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

b) ruptura por pressão de apoio

Chapa de aço A 36 = MR 250  fy = 250 MPa e fu = 400 MPa

d = diâmetro do conector = 1,27 cm


t = espessura da chapa = 0,63 cm
fu = tensão última do aço MR 250 da chapa = 40 kN/cm²
n° de parafusos = 5
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

c) ruptura por rasgamento da chapa

o valor de “a” será o menor entre os seguintes valores:


LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

c) ruptura por rasgamento da chapa


LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

d) tração na chapa (6,3 mm)


 ruptura da seção líquida

Como o esforço de tração é transmitido apenas por uma aba do perfil, calcula-se
a seção líquida efetiva aplicando-se um coeficiente redução Ct = 0,85.
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

d) tração na chapa (6,3 mm)


 ruptura da seção líquida

Como o esforço de tração é transmitido apenas por uma aba do perfil, calcula-se
a seção líquida efetiva aplicando-se um coeficiente redução Ct = 0,85.
Diâmetro do furo: d + 3,5 mm 12,7 + 3,5 = 16,2 mm
Área da cantoneira de abas iguais (2 ½” x ¼”) Ag = 7,68 cm²

e An,ej = Ct x An
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

d) tração na chapa (6,3 mm)


 ruptura da seção líquida

São duas (2) cantoneiras resistentes (uma de cada lado da chapa)


An = 2 * [ 7,68 – 0,63*1,62] = 13,32 cm² An,ej = 0,85 *13,32 = 11,32 cm²
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

d) tração na chapa (6,3 mm)


 escoamento da seção bruta

São duas (2) cantoneiras resistentes (uma de cada lado da chapa)


Rdt = 2 * (0,90* 7,68 * 25) = 345,6 kN
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

e) ruptura por cisalhamento de bloco

29

comprimento de cisalhamento
= 4 * 4,0 + 2,5 = 18,5 cm
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

e) ruptura por cisalhamento de bloco

São duas (2) cantoneiras resistentes (uma de cada lado da chapa)


Avn = 2 * (18,5 - 4,5 * 1,62)* 0,63 = 14,2 cm² (área cisalhada líquida)
nº de vazios provocados pelos furos (04 diâmetros e meio)
comprimento de cisalhamento

Atg = 2,9 * 0,63 * 2 = 3,65 cm² (área tracionada bruta)

Atn = (2,9 - 0,5 * 1,62) * 0,63* 2 = 2,63 cm² (área tracionada líquida)
LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

e) ruptura por cisalhamento de bloco

Como 0,6 * Avn * fu > Atn* fu (340,8 > 105,2) , tem-se:


LIGAÇÕES
Resolução
2) O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados
nos seguintes casos:

e) ruptura por cisalhamento de bloco

Como 0,6 * Avn * fu > Atn* fu (340,8 > 105,2) , tem-se:

Rd = 0,75 * (14,2 * 0,6 * 40 + 3,65 * 25) = 324 kN

Conclusão: Comparando os resultados, verifica-se que o esforço resistente de


cálculo da ligação é determinado pela resistência ao corte dos parafusos:

Rd = 133 kN
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
 A solda é um tipo de união obtida por fusão das partes
adjacentes. A fusão pode ser obtida de forma elétrica, química e
mecânica.
 A solda elétrica é a mais utilizada na indústria da construção.

 A fusão é produzida por um arco voltaico que se dá entre o


eletrodo e o aço a soldar, havendo deposição do material do
eletrodo.
 A ruptura de uma ligação soldada pode se dar na seção do
material depositado (metal da solda), ou na interface entre o
material depositado e a peça (metal-base).
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
 Cuidados especiais devem ser tomados para que não haja
retração da solda após o seu resfriamento, o que pode causar
distorção dos perfis.
 O aquecimento e o posterior resfriamento entre partes do perfil
resultam tensões residuais internas nos perfis.
 Os eletrodos geralmente são varas de aço-carbono ou aço de
baixa liga. Os eletrodos podem ser revestidos ou não.
 Os eletrodos com revestimento são designados pela ASTM por
expressões do tipo E70XX onde:
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
E = eletrodo
70 = resistência à ruptura da solda em ksi (ksi = kip per square inches /
libra força por polegada quadrada: 1 ksi = 6,897 Mpa; kip = kilo pound = 4,4497 kN)
X = número que se refere à posição de soldagem satisfatória (1:
qualquer posição; 2: somente na posição horizontal)
Os principais tipos de eletrodo empregados são:
E60XX fw= 415 MPa e E70XX fw= 485 Mpa
Eletrodo manual revestido:
 O revestimento é consumido juntamente com o eletrodo da
solda, transformando-se parte em gases inertes, parte em
escória.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldabilidade dos aços estruturais:
 A soldabilidade dos aços reflete a maior ou menor facilidade de
se obter uma solda resistente e sem trincas.
 Para o aço A-36 utilizam-se eletrodos E60XX e E70XX do tipo
comum ou de baixo hidrogênio.
 Para os aços de baixa liga (A242, A441, A572) recomendam-se
eletrodos E70XX ou E80XX do tipo baixo hidrogênio.
 Deve-se evitar o resfriamento repentino da solda (p. ex. com
água), pois nesse caso, se forma no local uma estrutura cristalina
dura e quebradiça, com propensão à ruptura frágil e
aparecimento de trincas.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Defeitos na solda:
 Os principais defeitos na solda são os seguintes:
 fusão incompleta e penetração inadequada decorrem em geral
de insuficiência de corrente elétrica;
 porosidade: retenção de pequenas bolhas de ar durante o
resfriamento; frequentemente causada por excesso de corrente ou
distância excessiva entre o eletrodo e a chapa;
 inclusão de escória: usual em soldas feitas em camadas, quando
não se remove totalmente a escória em cada passe;

 fissuras causadas por resfriamento rápido do material


LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Controle e inspeção da solda:
 A NBR 8800 indica as especificações e técnicas para execução de
soldas estruturais, qualificação de soldadores e procedimentos
de inspeção.
 Para as estruturas comuns basta inspeção visual.

 Nas indústrias de perfis e nas estruturas de grande


responsabilidade utilizam-se ultrassom, radiografia ou líquido
penetrante para as inspeções.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Classificação de soldas de eletrodo quanto à posição do
material de solda em relação ao material-base
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Classificação de soldas de eletrodo quanto à posição do
material de solda em relação ao material-base
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Classificação quanto à posição relativa das peças soldadas
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Ligações soldadas segundo a posição relativa das peças
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Simbologia da Solda
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 As soldas de entalhe são previstas para total enchimento do
espaço entre as peças ligadas.
 Utiliza-se a seção do metal-base de menor espessura nos
cálculos.
 As soldas de filete são assimiladas, para efeito de cálculo, a
triângulos retângulos.
 Os filetes são designados pelos comprimentos de seus lados.

 Um filete 6 mm x 10 mm designa filete com lado de 6 mm e


outro de 10 mm. Na maioria dos casos, os filetes são iguais.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 Denomina-se garganta do filete a espessura desfavorável (t); perna, o
menor lado do filete e raiz, a interseção das faces de fusão.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 Denomina-se garganta do filete a espessura desfavorável (t); perna, o
menor lado do filete e raiz, a interseção das faces de fusão.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 A área efetiva para o cálculo de um filete de solda de comprimento (l) é
dada por A = t * l, sendo “t” calculado conforme figuras abaixo:
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 Os filetes de solda devem ser tomados com certas dimensões
mínimas para evitar o resfriamento brusco da solda e assim
garantir a fusão dos materiais e minimizar distorções.
 A dimensão (lado) mínima do filete é determinada em função da
chapa mais grossa, conforme indicado na Tabela a seguir.
 Entretanto, o lado do filete não precisa exceder a espessura da
chapa mais fina, a não ser por necessidade de cálculo.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:

 As dimensões máximas a adotar para os lados dos filetes são


condicionadas pela espessura da chapa mais fina.
LIGAÇÕES
Ligações Soldadas
Soldas de entalhe e soldas de filete:
 Num filete de solda de comprimento l, em cada extremidade há
um pequeno trecho em que a espessura da garganta cai até zero.
 A norma brasileira especifica que o comprimento mínimo
construtivo do cordão de solda deve ser: l > 4b < 40 mm .
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de entalhe
 As resistências de cálculo das soldas são dadas em função de
uma área efetiva de solda:
Aw = t * l
onde: “t” = espessura efetiva e “l” = comprimento efetivo.
 As resistências de cálculo das soldas de entalhe, para esforços
solicitantes de tração ou compressão paralelos ao eixo da solda,
são calculadas com base na tensão de escoamento (fy) do metal-
base.
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de entalhe
Metal base: (a)

 Para tensões normais de tração ou compressão perpendiculares


ao eixo da solda, a resistência de cálculo é determinada
adotando- se o menor valor entre as expressões (a) e (b).

Metal da solda (b)

Onde fw é a tensão resistente do metal da solda e


Aw é a área efetiva da solda.
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de entalhe
 Para tensões de cisalhamento, as tensões atuando em direções
diferentes são combinadas vetorialmente.
 A resistência de projeto Rd é dada pelas seguintes expressões,
adotando-se o menor valor:
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de filete
 As resistências de cálculo das soldas de filete são dadas em
função das áreas:
Área do metal base : Am = b * l
Área da solda: Aw = t * l
onde: t é a espessura da garganta.
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de filete
 Para esforços solicitantes de tração ou compressão atuando na direção
paralela ao eixo longitudinal da solda, a resistência de cálculo do filete
pode ser determinada com os parâmetros do metal-base.
 Os esforços solicitantes em qualquer direção no plano perpendicular
ao eixo longitudinal da solda são considerados, para efeitos de cálculo,
como esforços cisalhantes.
 A resistência de cálculo pode ser obtida por meio das expressões a
seguir, adotando-se o menor valor.
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Soldas de filete
 Para um filete de lados iguais a “b”, garganta “t” e comprimento “l” tem-
se, na Tabela abaixo os valores da resistência (tensões em MPa),
referidas à área de solda Aw = t * l (em mm²).
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Combinação de soldas com conectores
 Em construções novas, os parafusos de alta resistência, em
ligações por atrito, podem ser considerados trabalhando em
conjunto com soldas.
 Nas combinações com parafusos comuns, as soldas devem ser
dimensionadas para resistir ao total das solicitações de cálculo
da ligação.
 Em construções existentes, reforçadas com soldas, os
parafusos de alta resistência existentes podem ser considerados
para resistir às solicitações da carga permanente já atuante.
LIGAÇÕES
Resistência das soldas
Combinação de soldas com conectores
 As solicitações devidas aos novos carregamentos devem ser
resistidas pelas soldas de reforço que forem acrescentadas à
ligação.
LIGAÇÕES
EXERCÍCIOS
1. Uma placa de aço 1/2", sujeita a
tração axial de 4 tf, está ligada a uma
outra placa 1/2"", formando um perfil T,
por meio de solda.
Usando eletrodo E 60 e aço ASHI A 36:
a) Dimensionar solda de filete
(desenhos a. e b.)
b) Dimensionar solda de entalhe de
penetração total (desenhos c. e d.)
LIGAÇÕES
EXERCÍCIOS
1. Resolução:
Esforço solicitante de cálculo, admitindo carga variável de utilização
Sd = 1,5 * 4 = 6,0 tf
a) Dimensionamento com solda de filete
Admitindo filete de solda com lado mínimo de b = 5 mm, obtém-se:

 metal base : Am = b * l
Rd = 0,9 Am (0,6 fy) = 0,9 *( 2 * 10 * 0,5) * 0,6 * 2,5 = 13,5 tf

 metal da solda : Aw = t * l = 0,7 * b * l Soldas em duas faces

Rd = 0,75 Aw (0,6 fw) = 0,75 * (0,7 * 2 * 10 * 0,5 ) * 0,6 * 4,15 = 13,1 tf

o dimensionamento satisfaz com folga (Rd > Sd).


LIGAÇÕES
EXERCÍCIOS
1. Resolução:
Esforço solicitante de cálculo, admitindo carga variável de utilização
Sd = 1,5 * 4 = 6,0 tf
b) Dimensionamento com solda de entalhe de penetração total (tensão normal
de tração perpendicular ao eixo da solda)

metal base : Aw = t * l
Rd = 0,9 Aw fy = 0,9 * (1,27*10 ) * 2,5 = 28,6 tf

metal da solda :
Rd = 0,75 Aw (0,6 fw) = 0,75 * (1,27 * 10) * 0,6 * 4,15 = 23,71 tf

o dimensionamento satisfaz com folga (Rd > Sd).


LIGAÇÕES
EXERCÍCIOS
 2. Duas chapas são ligadas
por solda de filete conforme
figura. Pede-se o
comprimento de solda
necessário para a ligação
das chapas, devendo a
mesma transmitir os
esforços indicados. Admitir
aço ASTM A36 e eletrodo
E60. Esforços solicitantes
variáveis.
LIGAÇÕES
EXERCÍCIOS
2. Resolução:
Esforço solicitante de cálculo, admitindo carga variável de utilização
Sd = Fd = 1,4 * 12² + 14² = 25,8 tf
Admitindo filete de solda com lado mínimo de b = 10 mm, obtém-se:
Soldas em duas faces
Am = 2 * b * l = 2,0 * l
Aw = 2 * t * l = 2 * 0,7 * b * l = 1,4 * l

metal base : Rd = 0,9 Am (0,6 fy) = 0,9 *(2,0 * l) * 0,6 * 2,5 = 2,7 * l tf

metal da solda : Rd = 0,75 Aw (0,6 fw) = 0,75 * (1,4* l) * 0,6 * 4,15 = 2,61 * l tf

Igualando o menor esforço resistente ao solicitante, obtém-se:

2,61 * l = 25,8 l = 9,90 cm , portanto executar soldas de filete de 10 mm


nas duas faces com 10 cm de comprimento.
Uma Boa Noite!

Até a próxima aula!

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