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0008
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMMCP/ebb/apg
PROCESSO Nº TST-RR-1635-46.2014.5.12.0008
O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, em
acórdão de fls. 228/241, complementado às fls. 254/256, deu parcial
provimento ao Recurso Ordinário do Banco do Brasil.
O Reclamado interpõe Recurso de Revista, às fls.
260/296.
Despacho de admissibilidade, às fls. 320/321.
Contrarrazões apresentadas às fls. 330/341.
Dispensada a remessa dos autos ao D. Ministério
Público do Trabalho, nos termos regimentais.
É o relatório.
V O T O
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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-RR-1635-46.2014.5.12.0008
REQUISITOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE
Conhecimento
PROCESSO Nº TST-RR-1635-46.2014.5.12.0008
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Conhecimento
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Não há falar nas violações apontadas.
Os julgados transcritos são inespecíficos, a teor
da Súmula nº 296 do TST, por não permitirem identificar as premissas
fáticas examinadas no acórdão regional, notadamente o pedido e a
causa de pedir declinados na inicial.
Não conheço.
Conhecimento
2. LIMITES DA AÇÃO
A sentença determinou que os efeitos da ação limitam-se aos empregados do
banco réu que trabalhem ou tenham trabalhado na base territorial do sindicato-
autor e que se enquadrem no objeto pretendido da ação, mesmo que esteja fora da
jurisdição da Vara do Trabalho de Concórdia.
Pretende o recorrente a limitação da condenação à jurisdição da Vara de
origem.
O artigo 8º, III, da Constituição Federal autoriza a atuação ampla do
sindicato, na qualidade de substituto processual, mormente quando a sua função
institucional precípua é a defesa dos direitos e interesses individuais e coletivos.
Da interpretação lógico sistemática do ordenamento jurídico, contudo, extrai-se o
entendimento de que tal legitimidade sindical cinge-se à base territorial do
sindicato autor da ação coletiva.
Assim, a abrangência da coisa julgada coletiva é determinada pela base
territorial do sindicato, e não pela competência e âmbito de jurisdição do Juiz
prolator da sentença.
Nesse sentido, é o teor da Orientação Jurisprudencial nº 130 da SBDI-2 do
C. TST:
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Conhecimento
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a) Conhecimento
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horas extras habituais nos sábados, precisamente o que a Súmula nº 113 do TST
não lhes assegurava.
De outra parte, o próprio teor de outras normas coletivas inseridas nos
mesmos ACT e CCT igualmente demonstra o propósito das partes signatárias
em manter a natureza do sábado como dia útil não trabalhado.
É o caso, por exemplo, do já aludido § 5º da Cláusula 3ª do Acordo
Coletivo de Trabalho 2007/2008, firmado com a Caixa Econômica Federal
(processo RR-144700-24.2013.5.13.0003, representativo da controvérsia).
Após tratar da repercussão das horas extras habituais nos sábados (§ 3º),
o aludido § 5º da polêmica cláusula 3ª do ACT 2007/2008 disciplina a
possibilidade de compensação de horas extras prestadas. Reza, a propósito, que
"as horas a compensar, consoante o Parágrafo Primeiro, deverão ser computadas
desconsiderando-se os dias de descanso remunerado e dias úteis não trabalhados
(sábados, domingos e feriados)". Aqui não me parece haver dúvida de que o
sábado continua a ostentar a natureza de dia útil não trabalhado, uma vez que,
insisto, não faria sentido atribuir tal natureza, de dia útil, aos domingos ou
feriados.
Significativa também e digna de destaque para realçar a real intenção das
partes é a Cláusula 23ª da Convenção Coletiva de Trabalho dirigida aos Bancos
privados, vigente no biênio 2007/2008 e juntada ao processo principal (RR-849-
83.2013.5.03.0138).
Ao dispor sobre as ausências legais previstas no artigo 473, I, II, III, e IV,
da CLT, as partes convenentes estabeleceram, de forma clara, no parágrafo único
da referida Cláusula 23ª, que "para efeito desta cláusula, sábado não será
considerado dia útil" (fls. 56/57 do processo principal). Houve aí, como se
percebe, expressa e textual manifestação de vontade das partes no sentido de
alterar a natureza do sábado apenas para o fim de disciplinar as ausências legais.
Vale dizer: quando a norma coletiva quis afastar o sábado como dia útil
não trabalhado, disse-o com todas as letras.
Tenho presente que o Exmo. Ministro Relator faz uma leitura diversa da
cláusula 23ª da CCT 2007/2008. Conforme Sua Excelência, referida cláusula
"seguiu a mesma linha e apenas reforçou a ideia de que houve, de fato, alteração
da natureza jurídica do sábado".
Se é certo que tanto a Cláusula 23ª, quanto a Cláusula 8ª, § 1º, ambas da
CCT 2007/2008, de fato seguiram a mesma linha, entendo, ao contrário do Exmo.
Ministro Relator, que isso se deu apenas para transmudar a natureza do sábado
do bancário em circunstâncias pontuais e expressamente especificadas, a saber:
ausências legais e repercussão de horas extras.
Ademais, é forçoso convir que, a não se entender assim, estar-se-ia
chancelando uma verdadeira "balbúrdia contábil" no que concerne ao divisor
para cálculo de horas extras no caso de empregados faltosos de Bancos privados.
Tendo em vista que apenas quando "prestadas durante toda a semana anterior" as
horas extras refletem no sábado do bancário, a adoção de uma interpretação
ampliativa das normas coletivas implicaria reconhecer que um mesmo empregado
poderia submeter-se a divisores distintos ao longo da semana. Bastaria, para
tanto, que se ausentasse injustificadamente do trabalho um dia ou mais no curso
da mesma semana. As faltas injustificadas, portanto, repercutiriam diretamente no
número de horas extras prestadas durante o módulo semanal e, em consequência,
no cálculo do divisor.
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Por maioria, modular os efeitos dessa decisão, a fim de definir que a nova
orientação será aplicada: a) a todos os processos em curso na Justiça do Trabalho,
à exceção apenas daqueles nos quais tenha sido proferida decisão de mérito sobre
o tema, emanada de Turma do TST ou da SBDI- 1, no período de 27/09/2012
(DEJT em que se publicou a nova redação da Súmula 124, I, do TST) até
21/11/2016 (data de julgamento do presente IRR); b) às sentenças condenatórias
de pagamento de hora extra de bancário, transitadas em julgado, ainda em fase de
liquidação, desde que silentes quanto ao divisor para o cálculo. Definidos esses
parâmetros, para o mesmo efeito e com amparo na orientação traçada pela Súmula
n. 83 deste Tribunal, as novas teses não servirão de fundamento para a procedência
de pedidos formulados em ações rescisórias.
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b) Mérito
VI – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O reclamado pretende afastar a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios.
Argumenta que o sindicato não juntou aos autos documentação necessária e
suficiente a comprovar eventual precariedade de suas finanças.
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aprovou a nova redação da Súmula nº 219 desta Corte, incluindo o item III ao
referido verbete, o qual dispõe: "HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE
DE CABIMENTO (nova redação do item II e inserido o item III à redação) - Res.
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 (...) III - São devidos
os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure
como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego".
Desse modo, tendo o sindicato atuado como substituto processual, desnecessária a
declaração de miserabilidade econômica dos substituídos, sendo-lhe devidos
os honorários advocatícios.
Embargos conhecidos e providos. (E-ED-RR-76500-
31.2006.5.05.0003, SBDI-1, Relator Ministro José
Roberto Freire Pimenta, DEJT de 29/9/2017)
PROCESSO Nº TST-RR-1635-46.2014.5.12.0008
ISTO POSTO
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