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Curso: Relações Internacionais

Disciplina: Sistema Financeiro Internacional

Estudante: Juliana Peçanha Martins Sotto Maior

1. REFERÊNCIAS:
“Real: O Plano Por Trás da História”. BITTENCOURT, Rodrigo, Brasil -2017.
2. TEMA CENTRAL DO TEXTO:
A história da moeda real, o contexto econômico brasileiro de 1990 e suas
consequências.

3. RESENHA
Real: O Plano Por Trás da História é um filme nacional baseado no livro 3.000 Dias
no Bunker: Um Plano na Cabeça e um País na Mão. O filme narra a criação e
implatação do plano Real, medida econômica que tirou o Brasil da crise econômica
em meados da década de 1990 durante o governo de Itamar Franco com Fernando
Henrique Cardoso como ministro da Fazenda de idealizador do plano juntamente
com sua equipe econômica.
O plano Real foi lançado em 28 de fevereiro de 1994, antes do plano o Brasil estava
economicamente no auge da hiperinflação 2.700% ao ano e uma constante
instabilidade da moeda cruzeiro fazendo o mercado nacional instável, era atribuído
essa situação pela desordem das contas pública e memória inflacionária. O cenário
nacional era de desespero e insegurança onde diariamente os preços dos produtos
eram inflacionados e as pessoas viviam nos bancos com medo da retenção de suas
contas. Na mesma época acontecia a copa do mundo de futebol o que era o centro
das atenções dos brasileiros, com a vitória do Brasil com seu 4º título de campeão
do mundo a população se via otimista durante tempos de mudanças econômicas.
A equipe econômica de Fernando Henrique era formada pelos economistas
Gustavo Franco, Pérsio Arida, Pedro Malan, André Lara Resende e Edmar Bacha e
junto eles criaram o plano real, segundo FHC ele teve muita coragem e capacidade
para juntar uma equipe. O plano tinha três etapas, a primeira foi circulação uma
moeda de transição para promover o ajuste de valores, o Cruzeiro Real, sendo a
quarta mudança monetária no Brasil em um período de sete anos que buscava
preparar a população para a mudança da moeda e da economia nacional. Um
cruzeiro real era o equivalente a mil cruzeiros. Já em 1994, o governo lançou a
Unidade Real de Valor (URV), uma espécie de moeda virtual cujo valor era atrelado
ao dólar, as marcações dos valores eram feitas em URVs, enquanto os pagamentos
ainda eram convertidos e realizados em cruzeiro real, o valor da URV era cotado
diariamente o que fazia da população refém das atualizações e mudanças diárias.
A Unidade Real de Valor demostrou a ligação com a economia norte americana que
já era considerada a maior e mais influente do mundo. Essas mudanças foram feitas
de forma gradual e foram divulgadas para a população, o que foi considerado muito
importante para o sucesso do Plano Real. A participação do Fundo Monetário
Internacional (FMI) foi de não apoiou o Plano Real formalmente pois achavam a
medida astronômica e difícil de se concretizar, o que dificultou sua implementação.
Após a implementação do real e a queda considerável da inflação a fama de FHC o
motivou a deixar o cargo de ministro da fazenda e o levou a presidência no primeiro
turno em 1994. A estabilidade da econômica que o real proporcionou teve também
outras consequências como a quebra de brancos nacionais que durante os anos de
crises haviam se especializado em lucrar através da especulação dos títulos da
dívida pública. Foi criado a PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para evitar que os bancos
quebrassem, assim o governo injetou recursos públicos nessas instituições, além
de promover a junção entre algumas delas, como consequência muitos bancos
foram “salvos”, mas outros como o Banco Econômico fecharam as portas.
O ressurgimento econômico do Brasil criou oportunidades para o desenvolvimento
no cenário Internacional. Na mesma época o Brasil enfrentou crises mundiais que
trouxeram problemas e benefícios econômicos que o destacaram perante as nações
mais desenvolvidas economicamente da época. A elevada liquidez nos mercados
financeiros desenvolvidos, provocada pelo alto crescimento da economia
americana, pela grande geração de riqueza nos seus mercados capitais e do grande
volume de comércio mundial. Como a crise dos Tigres Asiáticos em 1997 que atingiu
o Brasil de forma mais intensa que os países vizinhos por causa da redução do
crédito no mercado internacional. Em 1998 quando eclodiu a crise econômica da
Rússia, que levou o país a declarar sua moratória. Com isso o Brasil e outros países
emergentes perderam investimentos. A solução brasileira foi a desvalorização do
real, acabando com a aproximação da cotação do real com o dólar que na época
chegaram a valer o mesmo. Essa medida fez com que o déficit diminuísse e
houvesse um maior controle dos valores das dívidas públicas. A próxima crise que
iria atingir o mundo econômico foi a de 2008 nos EUA, porém já foi no governo Lula
e após 14 anos da implementação do Plano Real.
Como as principais consequências do Plano Real foram a estabilidade da inflação,
inserção do Brasil da economia internacional como potência em desenvolvimento,
o crescimento da economia formal com os brasileiros possuindo carteira assinada,
FGTS, conta em banco e direito a financiamento, além de promover um crescimento
da indústria nacional e o seu desenvolvimento perante a tecnologia mundial.
O filme traz a história mais recente do Brasil o que é pouco explorada
dramaturgicamente se comparada com o descobrimento do Brasil e a era colonial.
Outro fator importante foi tornar o filme e a história de uma parte da economia
brasileira algo interessante para todos os públicos levando além do entretenimento
com a história dos bastidores do plano mas também a informação trazendo também
todos os passos econômicos do governo e as nomenclaturas especificas da área
econômica.

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