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13-04-2011

FONTES DO DIREITO FISCAL


1. CRP

Suzana Fernandes da Costa

Fontes do Sistema Fiscal Português

Constituição da República Portuguesa de 2 de


Abril de 1976

“Constituição Fiscal” – art.s 103.º e 104.º

Suzana Fernandes da Costa

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Fontes do Sistema Fiscal Português


Princípios jurídico-constitucionais da tributação
Limites Formais da Tributação
Quem tributa?
Como se tributa?
§ Princípio da Legalidade Fiscal
§ Princípio da Autorização Anual da Cobrança
§ Princípio da Segurança Jurídica
§ Princípio da Proibição do Referendo Fiscal

Suzana Fernandes da Costa

Fontes do Sistema Fiscal Português


Princípios jurídico-constitucionais da tributação
Limites Materiais da Tributação
Quanto se tributa?
O que se tributa?
§ Princípio da igualdade fiscal
§ Princípio da consideração fiscal da família
§ Respeito dos direitos, liberdades e garantias
§ Princípio do Estado Social

Suzana Fernandes da Costa

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Limites Formais da Tributação

Princípio da legalidade fiscal:

art.º 103.º, n.º 2 CRP

“os impostos são criados por lei, que determina a


incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes.”

Separação de poderes – divisão de competências entre os


vários órgãos de soberania e entre os poderes executivo,
legislativo e judicial.

Suzana Fernandes da Costa

Limites Formais da Tributação


Princípio da legalidade fiscal:

Reserva relativa de competência legislativa da Assembleia da


República – art.º 165.º CRP, n.º1, alínea i)

“criação de impostos e sistema fiscal e regime geral


das taxas e demais contribuições financeiras a
favor das entidades públicas”.

AR pode legislar directamente ou autorizar o governo a fazer


decretos-leis nessa matéria.

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Limites Formais da Tributação

Art.º 165.º, n.º 2: a lei de autorização da AR fixa o objecto, o sentido, a


extensão e a duração da autorização ao Governo. Este não pode ir para
além dos limites fixados nessa lei de autorização.

Art.º 103.º - refere-se à lei em sentido amplo:

• Lei da Assembleia da República,

• Decreto-Lei autorizado do Governo,

• Decretos legislativos regionais (na sua esfera de competências).

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Limites Formais da Tributação


Art.º 103, n.º 2

Elementos obrigatoriamente objecto de lei (em sentido amplo):


“a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.”
103, n.º 3 “in fine” – reforça o princípio da legalidade
liquidação e cobrança de impostos tem de ser feita nos termos
da lei.

Art.º 8.º, 1 e 8.º, 2, a) LGT – replica matérias já previstas no


103.º, 2 e 3.

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Limites Formais da Tributação


8.º, 1 Lei Geral Tributária –

Crimes fiscais e regime geral das contra-ordenações fiscais também


terão de ser objecto de lei.

CRP: Art.º 165.º, 1, c) – definição dos crimes e penas e d) ilícitos de


mera ordenação social.

LGT leva mais longe o princípio da legalidade fiscal - 8.º, 2 LGT-


acrescenta substituição, responsabilidade, obrigações acessórias,
procedimento e processo.

Problema: LGT não tem valor reforçado

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Limites Formais da Tributação

Art.º 103.º - abrange só os impostos ou também as taxas?

Só os impostos.

Relativamente às taxas diz o art.º 165.º, 1, i) que é da


competência relativa da AR o regime geral das taxas.

Já quanto aos impostos o legislador constitucional vai mais


longe e exige que revista a forma de lei não só o regime
geral dos impostos mas também determinadas matérias
específicas.

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Limites Formais da Tributação

Princípio da autorização anual da cobrança

São os representantes dos cidadãos que criam os impostos e


os seus elementos essenciais e são também aqueles que
autorizam todos os anos o Governo a cobrarem impostos e
realizarem despesas, ao aprovarem a Lei do Orçamento que
vigorará no ano seguinte. - 105.º, 4 CRP

Suzana Fernandes da Costa

Limites Formais da Tributação

Princípio da Segurança Jurídica:


Está expressamente consagrado numa das suas vertentes:
Proibição da retroactividade da lei fiscal – art.º 103.º, n.º 3
CRP.
Proibição da criação de normas retroactivas desfavoráveis.
E as mais favoráveis?
Doutrina entende que não haverá necessariamente
violação da CRP.
12.º LGT

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Limites Formais da Tributação


Princípio da Segurança Jurídica:
Há quem entenda que o princípio da segurança jurídica se
inclui no Princípio do Estado de Direito Democrático
constante do art.º 2.º da CRP.
Também decorre deste princípio a Protecção da Confiança
do particular, que não tem, no entanto, a mesma amplitude
nas relações com a Administração Tributária do que nas
relações entre particulares.
Protecção da confiança na LGT: 47.º, 68.º.

Suzana Fernandes da Costa

Limites Formais da Tributação

Proibição do referendo fiscal:

art.º 115, n.º 4, b).

São excluídas do âmbito do referendo as questões e actos


de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro.

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Limites Materiais da Tributação

Princípio da igualdade fiscal:


Não pode haver qualquer tipo de discriminação em função
da raça, religião, sexo, idade, política, classe social na
determinação de quem deva pagar imposto e em que
medida. Art.º 13.º CRP – P.º igualdade em geral. – não-
discriminação
Generalidade dos impostos: todos os cidadãos estão
obrigados ao pagamento dos impostos.
Uniformidade: o critério de imputação dos impostos deve
ser o mesmo para todos os contribuintes.

Suzana Fernandes da Costa

Limites Materiais da Tributação


Necessário tratar o igual de forma igual e o desigual de forma
desigual: igual imposto para os que dispõem de igual
capacidade contributiva e diferente imposto para os que
dispõe de diferente capacidade contributiva.
Há que moderar este princípio da igualdade com o principio da
capacidade contributiva – que constitui o pressuposto e o
critério da tributação – 4.º, 1 LGT
Os cidadãos mais pobres podem ficar isentos do pagamento do
imposto. Os mais ricos terão de contribuir com uma parcela de
rendimento progressivamente maior consoante o montante do
seu rendimento. Estas ideias não põe em causa o princípio da
igualdade tributária.

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Limites Materiais da Tributação

O objectivo da diminuição das desigualdades sociais através


da tributação:
103.º, n.º 1 CRP.
104.º, 1, 3 e 4 CRP.
5.º, 1 LGT – igualdade de oportunidades.
5.º, 2 – generalidade, igualdade e justiça social.
6.º, 1 LGT.

Suzana Fernandes da Costa

Limites Materiais da Tributação


Princípio da consideração fiscal da família
Art.º 67.º, 2, f) CRP
Diz–nos que incumbe ao Estado regular os impostos e os
benefícios sociais de harmonia com os encargos familiares.
Art.º 104.º n.º1
O imposto sobre o rendimento pessoal “será único e
progressivo tendo em conta as necessidades da agregado
familiar”
São proibidas discriminações desfavoráveis aos contribuintes
casados e com filhos face aos solteiros ou sem filhos.
Art.º 6.º, n.º 1 e 3 LGT
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Limites Materiais da Tributação


Respeito dos direitos, liberdades e garantias fundamentais:

São valores constitucionais que se impõe a todos os entes


públicos e privados. Na criação de impostos o legislador terá
de ter em conta o respeito pelos direitos mais importantes
plasmados na Constituição, que possuem um valor supra-legal
previsto no art.º 18.º CRP.

Ex.ºs:
Proibição do n.º de identificação único.
Protecção do domicílio.
Cuidados na obtenção e tratamento de dados informáticos.
Suzana Fernandes da Costa

Limites Materiais da Tributação


Princípio do Estado Social:
Tarefa fundamental do Estado é a realização da democracia
económica, social e cultural – art.º 3.º CRP.
103.º, n.º 1 sistema fiscal visará a justa repartição da riqueza.
Estado deve atender aos mínimos existenciais e não tributar
despesas com educação, habitação, saúde num certo montante.

Promoção Fiscal do Ambiente:


Art.º 66.º CRP.

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Os Impostos na CRP

Art.º 104.º

“1- O imposto sobre o rendimento pessoal visa a


diminuição das desigualdades e será único e progressivo,
tendo em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar”.

- P.º da Capacidade Contributiva e P.º da Igualdade

- P.º da Unicidade do Imposto

- P.º da Progressividade

Suzana Fernandes da Costa

Os Impostos na CRP

Art.º 104.º

“1- O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição


das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta
as necessidades e os rendimentos do agregado familiar”.

- P.º da Unicidade da Tributação do Rendimento Pessoal:


justificou durante anos a recusa da tributação de rendimentos
empresariais individuais em sede de IRC.

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Os Impostos na CRP

Art.º 104.º

“2 - A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre


o seu rendimento real”.

Qual a noção constitucional de Empresa?

Dr. Teixeira Ribeiro: sociedade.

Dr. Casalta Nabais: conceito amplo de empresa, englobando


também empresas individuais e profissionais independentes.

Suzana Fernandes da Costa

Os Impostos na CRP
Não-exigência constitucional da tributação das empresas
singulares em sede de IRS:

• Argumento literal

• P.º da Liberdade da Configuração Jurídica da Actividade


Económica

• Artificialismo da distinção entre IRS e IRC na tributação das


empresas

• Risco de discriminação fiscal das empresas singulares


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Os Impostos na CRP
Tributação das empresas pelo Lucro Real (efectivo ou
presumido):
Objectivo do Sistema Fiscal que comporta excepções.
Motivos das excepções:
• O Rendimento Real é um mito?- será o rendimento apurado
com base na contabilidade um rendimento Real?
• O cariz dirigente do principio – CRP aponta para um modelo
ideal mas apenas lhe define os contornos. Legislador ordinário
fica proibido de subtrair ao Rendimento Real empresas
relativamente às quais não se verifiquem motivos que
justifiquem a excepção.
• O Contexto histórico – tentativa de evitar erros do passado;
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Os Impostos na CRP

Tributação das empresas pelo Lucro Real (efectivo ou presumido):

• Carácter excepcional dos afastamentos a esta regra, justificados


em nome de :

- > Simplicidade (art.º 87.º, 1, a) LGT, 28.º, 31.º CIRS

- Impossibilidade de comprovação directa dos rendimentos:


87.º, b) LGT

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Os Impostos na CRP

Tributação das empresas pelo Lucro Real (efectivo ou presumido):

- Desvio significativo à normalidade: art.ºs 87.º c), d) e) e f) e 90.º,


2 LGT

Esta última oferece maiores resistências. Constitucionalidade


dependerá das práticas administrativas que venham a ser adoptadas.

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Os Impostos na CRP

Art.º 104.º

“3- A tributação do património deve contribuir para a


igualdade entre os cidadãos.

4- A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do


consumo à evolução das necessidades do desenvolvimento
económico e da justiça social, devendo onerar os consumos
de luxo”.

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FONTES DO DIREITO FISCAL


– NORMAS DA CRP SOBRE OUTRAS FONTES

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Normas da CRP sobre outras Fontes de Direito

Art.º 8.º - aplicabilidade de fontes internacionais

Art.º 112.º - actos normativos

Art.º 115.º- referendo

Art.º 198.º- competência do Governo

Art.º 227.º- poderes das regiões autónomas.

Art.º 238.º - poderes dos municípios.

Art.º 241.º - poderes regulamentares dos municípios.

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais

Lei:

Norma geral e abstracta, emanada pela Assembleia da


Republica, que obedece a um processo de criação próprio

Em sentido amplo:

Engloba lei da Assembleia da Republica, decreto-lei do


Governo e decreto-legislativo regional da Assembleia Regional
dos Açores e da Madeira

Art.º 112.º CRP, n.ºs 1 a 4

Suzana Fernandes da Costa

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Art.º 112.

1- São actos legislativos as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos


regionais.

2- As leis e os decretos-leis têm igual valor, sem prejuízo da subordinação às


correspondentes leis dos decretos-leis publicados no uso de autorização
legislativa e dos que desenvolvam as bases gerais dos regimes jurídicos.

3- Têm valor reforçado, além das leis orgânicas, as leis que carecem de
aprovação por maioria de dois terços, bem como aquelas que, por força da
Constituição, sejam pressuposto normativo necessário de outras leis ou que
por outras devam ser respeitadas.

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Art.º 112.º
4- Os decretos legislativos regionais têm âmbito regional e versam sobre
matérias enunciadas no estatuto político-administrativo da respectiva região
autónoma que não estejam reservadas aos órgãos de soberania, sem prejuízo do
disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 227.º.
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de actos legislativos ou conferir a
actos de outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar,
modificar, suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos.
6. Os regulamentos do Governo revestem a forma de decreto regulamentar
quando tal seja determinado pela lei que regulamentam, bem como no caso de
regulamentos independentes.
7. Os regulamentos devem indicar expressamente as leis que visam
regulamentar ou que definem a competência subjectiva e objectiva para a sua
emissão;

Suzana Fernandes da Costa

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Regulamento:

“ Norma jurídica emanada por uma autoridade administrativa no desempenho


do poder administrativo”

Afonso Queiró

Regulamentos Externos:

Eficácia geral e abstracta.

Regulamentos Internos:

Só vinculam os órgãos hierarquicamente inferiores ao órgão que o emite.

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Relação Lei/Regulamento:

Princípio da precedência da lei:

- todo o regulamento necessita de uma lei prévia que os legitime e autorize

Princípio da preferência ou preeminência da lei:

- o regulamento não pode desrespeitar a fonte hierarquicamente superior que é a


lei. São proibidos os regulamentos modificativos, suspensivos ou revogatórios
das leis. Já não serão proibidos os regulamentos que complementem uma dada
lei ou a executem, desde que prévia e expressamente autorizados, e desde que
não ponham em causa a eficácia da própria lei que os legitima

Suzana Fernandes da Costa

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais

Regulamentos do poder central:

Decretos regulamentares: promulgados pelo PR, referendados pelo 1.º Ministro


e pelo Ministro das Finanças

Despachos normativos e portarias: assinados pelo Ministro competente.

Regulamentos do poder local:

Regiões Autónomas: 227.º CRP

Autarquias locais: art.º 241.º CRP e 254.º CRP

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Ex.ºs de outros Regulamentos Externos:
- Avisos propostos pela CNC e homologados pelo ministro
competente _ DL 158/2009

-Ex.ºs de Regulamentos Internos:

- Orientações genéricas: regulamentos internos típicos da


administração tributária que visam uniformizar a interpretação e
aplicação das normas pelos serviços

Suzana Fernandes da Costa

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


As orientações genéricas: Art.º 55.º CPPT

1- É da exclusiva competência do dirigente máximo do serviço ou do


funcionário em quem ele tiver delegado essa competência a emissão de
orientações genéricas visando a uniformização da interpretação e aplicação das
normas tributárias pelos serviços.

-2- Somente as orientações genéricas emitidas pelas entidades referidas no


número anterior vinculam a administração tributária.

-3- As orientações genéricas referidas no nº 1 devem constar obrigatoriamente


de circulares administrativas e aplicam-se exclusivamente à administração
tributária que procedeu à sua emissão.

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


As orientações genéricas: Art.º 56, 1.º CPPT

1- A administração tributária organizará uma base de dados, permanentemente actualizada,


contendo as orientações genéricas referidas no nº 1 do artigo anterior.

2- Aos contribuintes será facultado o acesso directo à base de dados referida no nº 1 do


presente artigo.

3- Os interessados em qualquer procedimento ou processo regulado pelo presente Código


poderão requerer ao dirigente máximo do serviço a comunicação de quaisquer despachos
comportando orientações genéricas da administração tributária sobre as questões
discutidas.

4- A administração tributária responderá comunicando ao contribuinte o teor dos despachos


solicitados expurgados dos seus elementos de carácter pessoal e procedendo à sua inclusão
na base de dados a que se refere o nºSuzana
1 noFernandes
prazo dadeCosta
90 dias.

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


- As orientações genéricas: Art.º 68.º-A LGT
1 - A administração tributária está vinculada às orientações
genéricas constantes de circulares, regulamentos ou instrumentos
de idêntica natureza, independentemente da sua forma de
comunicação, visando a uniformização da interpretação e da
aplicação das normas tributárias.
2 - Não são invocáveis retroactivamente perante os contribuintes
que tenham agido com base numa interpretação plausível e de
boa-fé da lei as orientações genéricas que ainda não estavam em
vigor no momento do facto tributário.
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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


As orientações genéricas: Art.º 68.º-A LGT

3 - A administração tributária deve proceder à conversão das


informações vinculativas ou de outro tipo de entendimento
prestado aos contribuintes em circulares administrativas, quando
tenha sido colocada questão de direito relevante e esta tenha sido
apreciada no mesmo sentido em três pedidos de informação ou
seja previsível que o venha a ser.

Suzana Fernandes da Costa

As Fontes de Direito Infra-Constitucionais

Jurisprudência:
Só dita direito para o caso concreto.
- Tribunais tributários de 1ª instância – Tribunais administrativos
e fiscais
- Tribunal Central Administrativo
- Supremo Tribunal Administrativo
- Tribunal Constitucional
Crimes fiscais:
- Tribunais comuns/Relações/Supremo Tribunal de Justiça

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As Fontes de Direito Infra-Constitucionais


Doutrina:
Pareceres e estudos de peritos e investigadores.
Não altera o sistema jurídico vigente, mas tem uma função
preponderante na interpretação e critica das normas jurídicas.
Costume:
Prática reiterada de um certo acto acompanhada da convicção da
sua obrigatoriedade
3.º. 1 CCivil: uso é fonte de direito se uma lei o referir
expressamente (fonte mediata) e se não for contrario à boa-fé

Suzana Fernandes da Costa

Referências constitucionais às fontes externas

Directivas:
112.º, 8 CRP. “A transposição de actos jurídicos da União
Europeia para a ordem jurídica interna assume a forma regional.
de lei, decreto-lei ou, nos termos do disposto no n.º 4, decreto
legislativo”.
Directivas: obrigam quanto ao resultado a atingir, mas não quanto
aos meios. Dirigem-se aos Estados.
Podem ter efeitos verticais (relações Estado/cidadão) uma vez
passado o prazo de transposição – jurisprudência TJCE.

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Referências constitucionais às fontes externas

Regulamentos comunitários: art.º 8.º, n.º 4 CRP


“ As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as
normas emanadas das suas instituições, no exercício das
respectivas competências, são aplicáveis na ordem interna, nos
termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos
princípios fundamentais do Estado de direito democrático.”
Regulamentos comunitários gozam de aplicabilidade directa. Não
necessitam de transposição. São publicados no JOCE.

Suzana Fernandes da Costa

Referências constitucionais às fontes externas


Tratados e acordos internacionais: art.º 8.º, 2.

“2. As normas constantes de convenções internacionais


regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna
após a sua publicação oficial e enquanto vincularem
internacionalmente o Estado Português.”

Publicação: no Diário da República

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