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Pode-se afirmar que a função precípua do Direito é garantir a pacificação social. Porém, ao
contrário do que muitos pensam, não é apenas através da justiça comum que se consegue
obter a paz social. Os meios alternativos de pacificação social são métodos eficientes de
resolução de conflitos, pois, além de colocarem um ponto final no problema, eles são mais
céleres, econômicos e menos desgastante para os envolvidos do que a justiça comum. O
grande porém é que eles ficam esquecidos, já que grande parte da população não tem
conhecimento sobre quais são e como funcionam os meios alternativos de resolução de
conflitos. O objetivo desta pesquisa é justamente este: ampliar a possibilidade de
conhecimento de quais são esses outros métodos de resolução de confrontos para a população
leiga em Direito. Como conseqüência, o trabalho deseja que o número de casos demandados
ao Judiciário seja reduzido e a paz social seja promovida. Justifica-se, portanto, a escolha
deste tema devido a importância de se promover os meios alternativos de pacificação social.
Como metodologia a pesquisa se vale de métodos basicamente teóricos, partindo de estudos
de posicionamentos a respeito do tema para se chegar às conclusões e objetivos propostos. O
trabalho ainda se encontra em fase inicial da pesquisa, portanto os resultados encontrados são
parciais. Entretanto, pode – se observar a necessidade da adoção e da inclusão de meios
alternativos de resolução de conflitos trazendo não só vantagens já mencionadas para o Poder
Judiciário, como para os conflitantes também.
Palavras-Chave: Meios alternativos de resolução de conflitos. Direito de Bairro. Pacificação
Social.
It can be argued that the primary function of law is to ensure social peace. However, contrary
to what many think, not only through the common justice it possible to achieve social peace.
The alternative means of social pacification are efficient methods of conflict resolution,
because in addition to putting an end to the problem, they are faster, economical and less
stressful for those involved than the regular courts. The big however is that they are forgotten,
since much of the population has no knowledge of what they are and how the alternative
means of conflict resolution. The objective of this research is precisely that increase the
possibility of knowledge of what these other methods of resolving clashes to lay people in
law. As a result, the work you want the number of cases ask the judiciary to be reduced and
social harmony is promoted. Justified, therefore, the choice of this theme due to the
importance of promoting alternative means of social pacification. The methodology draws on
the research methods largely theoretical, from studies on the subject positions to arrive at
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Graduanda do 3o ano da Faculdade “Prof. Jacy de Assis”da Universidade Federal de Uberlândia – Bolsista
PEIC 2011 – PROEX pelo projeto: Utilize os meios alternativos de pacificação social.
marinasillmann@hotmail.com
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conclusions and goals. The work is still in early stages of research, so the results are partial.
However, it can - there is the need for adoption and inclusion of alternative dispute resolution
not only bring advantages already mentioned for the Judiciary, as well as for the conflict.
1 INTRODUÇÃO
Porém, esta área não é atendida pelo Estado com a eficiência que se espera. A
resolução de um conflito pelo Poder Judiciário, na maioria das vezes, é lenta, onerosa e
insatisfatória para as partes envolvidas. Este fato ocorre, principalmente, pela demanda
excessiva. Assim, a busca de soluções alternativas, que podem agilizar a resolução dos
conflitos e desafogar o Poder Judiciário, deve ser estimulada.
Além do mais uma lide julgada nem sempre é sinônimo de lide resolvida. Apesar do
Juiz de Direito ter determinado uma sentença e com isso colocado um ponto final ao processo,
para as partes a lembrança deste perdurará por um bom tempo: a angústia, o longo tempo de
espera, a raiva, isso sem falar que é muito provável que o relacionamento que uma parte
possuía com a outra, antes do confronto, nunca venha a se restabelecer.
2 O CONFLITO
O conflito pode ser dividido em três elementos: a pessoa, que consiste no ser humano
com seus sentimentos e crenças; o problema, que são as necessidades e interesses contrariados
e o processo, ou seja, as formas e procedimentos adotados para a resolução do conflito.
Durante a resolução de um conflito todos esses elementos devem ser analisados e ponderados
para que a melhor solução possível possa ser encontrada. (SOUZA, 2009, p.2),
Muitas pessoas acreditam que um confronto só pode ser solucionado por meio de um
processo judicial. O processo judicial pode ser definido como o método de compor a lide em
juízo através de uma relação jurídica vinculativa de direito público (THEODORO JUNIOR,
2010, p. 55). Esta crença se mostra verdadeira quando o problema versar sobre direito
indisponível, que são os direitos tutelados pelo Estado e quanto aos quais não há possibilidade
de declínio. Isto também traz um problema para o Poder Judiciário. A quantidade excessiva
de demandas torna os processos lentos e por causa disso o Estado não pode cumprir de forma
eficaz sua missão pacificadora.
mostra bastante satisfatória para resolver os confrontos são os meios alternativos de resolução
da lide.
A vida forense diária ensina que a melhor sentença não tem maior valor que
o mais singelo dos acordos. A jurisdição, enquanto atividade meramente
substitutiva, dirime o litígio, do ponto de vista dos seus efeitos jurídicos, mas
na imensa maioria das vezes, ao contrário de eliminar o conflito subjetivo
entre as partes, o incrementa, gerando maior animosidade e, em grande
escala, transferência de responsabilidades pela derrota judicial: a parte
vencida dificilmente reconhece que seu direito não era melhor que o da
outra, e, não raro, credita ao Poder Judiciário a responsabilidade pelo revés
em suas expectativas. O vencido dificilmente é convencido pela sentença e o
ressentimento, decorrente do julgamento, fomenta novas lides, em um
círculo vicioso. (FERRAZ, 2006, p.1)
Essas formas alternativas de pacificação social são divididas em três grandes grupos:
autotutela, heterocomposição e autocomposição.
A primeira forma consiste em uma das partes impor sua vontade à outra, sem
negociação, em outras palavras, seria o “direito feito com as próprias mãos”. Atualmente a
autotutela é vedada no Direito Brasileiro, salvo nos casos previstos em lei, como a legítima
defesa. (COMINI, 2010, p.4)
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3.1 A Arbitragem
A arbitragem é regida no Brasil pela Lei 9.307/96 e, ao contrário da mediação não são
as partes que conduzem o processo, mas sim o árbitro que é quem define o procedimento a ser
utilizado, quem é o possuidor do direito posto em pauta e qual será a melhor solução para o
conflito. As partes escolhem o árbitro e qual é o prazo máximo para que o confronto seja
resolvido, caso não desejem usar o prazo legal de seis meses. (COMINI, 2010, p.7)
O árbitro deve ser capaz, possuir uma reputação ilibada e ter certo conhecimento sobre
o tema do conflito, e embora não seja uma exigência o bacharelado em Direito, é aconselhável
que possua conhecimento jurídico. O Estado confere alguns poderes ao árbitro como o de
outorgar às decisões arbitrais a força de coisa julgada, sem necessidade de homologação pelos
tribunais. Inclusive a sentença arbitral pode ser executada judicialmente caso não seja
cumprida de forma espontânea.
É também o meio alternativo de resolução de conflitos mais formal, dando desta forma
menos liberdade de escolha para as partes conflitantes.
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3.2 A Negociação
É um processo bem natural, pois as pessoas passam boa parte de suas vidas
negociando, por exemplo, qual o preço a ser pago, o local em que ficará a mesa do trabalho,
datas de entrega de compromissos, lugares para passear, entre outros. (TJMG, 2011, p. 15)
E a autora completa:
3.3 A Mediação
Fala-se em ‘solução real’ porque o fato de dar ganho de causa a uma parte
não significa obrigatoriamente que o conflito esteja resolvido. Muitas vezes
resolve-se uma querela judicial e outras dezenas aparecem como
conseqüência. Isso se dá comumente porque o impasse revelado, exposto,
não é o real. Pouco adianta resolver o problema aparente, pois o real
continuará a existir. No momento em que o mediador ajuda a solucionar
efetivamente a controvérsia, ele faz ligações entre as pessoas, cria vínculos
que não existiam. Dessa forma, alcança o impasse real e daí passa a prevenir
a má administração de outros futuros.
3.4 A Conciliação
Talvez mais importante que escolher o meio alternativo mais adequado para a
resolução do conflito que está sendo analisado é possuir o conhecimento de técnicas de
linguagem fundamentais para a percepção, análise e resolução do confronto.
Estas técnicas são extraídas da ciência da programação neurolinguística, que pode ser
definida como o estudo da modelagem do comportamento humano a partir de técnicas de
linguagem que criam estruturas comportamentais. Um exemplo prático da aplicação da
programação neurolinguística é quando se elogia uma pessoa para depois criticá-la. Este gesto
simples cria na mente da pessoa uma possibilidade de aceitação maior da crítica do que se
esta for feita de modo direto. (DILTS, 2011, p.1).
São as mesmas aplicáveis principalmente na mediação e na conciliação, já que é
fundamental para estes dois meios a transformação da percepção negativa do conflito em
positiva.
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O que torna o conflito negativo é a reação que se tem a ele. Caso se passe a perceber o
conflito como uma oportunidade de aprendizado, pode-se encontrar de forma mais tranqüila a
sua solução. Para tornar o conflito um instrumento de aprendizagem é fundamental mostrar
para os conflitantes que o fato que ocasionou o confronto, apesar de ter causado um mal estar,
deve ficar no passado, para que assim se possa procurar entendê-lo e com isso encontrar uma
solução que atenda aos interesses de ambos. (TJMG, 2011, p.11).
Outro fator fundamental na busca de um acordo é procurar entender os motivos que
levam a pessoa a ter a posição apresentada, para se chegar a um acordo satisfatório, calculado
não em uma posição, mas nas razões apresentadas pela parte. O porquê disso é que é mais
fácil negociar com base nos motivos do que com base em uma posição. (TJMG, 2011, p.12).
Em nível esquemático pode-se apresentar os quesitos elaborados por Robert Dilts para
se solucionar um conflito:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma solução bastante simples para diminuir a lentidão da justiça é o incentivo ao uso
dos meios alternativos de resolução da lide. As vantagens destes meios não se resumem à
celeridade, incluindo aí o baixo custo, o sigilo, o menor desgaste emocional, a restauração do
diálogo rompido, entre outras. Deve se mostrar à população a eficácia destes meios e seu
funcionamento, pois muitos não acreditam que as formas alternativas possuem a mesma
validade que uma sentença dada por um juiz togado.
A falta de conhecimento não deve ser um empecilho para que as formas alternativas de
pacificação social sejam expandidas. Afinal promover a paz social é responsabilidade de
todos e não apenas dos operadores do Direito.
6 REFERÊNCIAS
COMINI, Leandro Vito. A jurisdição estatal e as alternativas para a solução dos conflitos.
Conteúdo Jurídico, Brasilia: DF: 09 jul. 2010. Disponível em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.27520>. Acesso em: 05 ago. 2010.
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REIS, Suelen Agum dos. Meios alternativos de solução de conflito. Revista eletrônica da
Faculdade de Direito de Campos, RJ: Campos dos Goytacazes, v. 2, n. 2, p. 1-22, abr. 2007.
Disponível em: <http://www.fdc.br/Arquivos/Revista/24/01.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2011.
SALES, Lília Maia de Morais Sales. Justiça e mediação de conflitos. Belo Horizonte: Del
Rey, 2004.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. Vol. I. 51. ed., Rio de
Janeiro: Forense, 2010.