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Somente para Uso da Companhia

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SEÇÃO
COMUNICAÇÃO, ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
MÓDULO
GERAL

COMUNICAÇÃO ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

ÍNDICE

7.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 2

7.2 RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................................................... 2

7.3 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES .................................................................................................... 2

7.3.1 Primeira Comunicação ................................................................................................................... 3

7.3.2 Acidente que resulte em Fatalidade de colaborador ou de terceiros ............................................. 3

7.3.3 Comunicação de acidentes - Definições ........................................................................................ 4

7.4 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES .................................................................................................... 6

7.4.1 Investigação de acidentes nível de severidade Real e / ou Potencia 1, 2 e 3 ............................... 6

7.4.2 Investigação de acidentes para nível de Severidade real e / ou Potencial 4 e 5 ........................... 7

7.4.3 Resultados das análises ................................................................................................................. 7

7.4.4 Plano de Ação................................................................................................................................. 7

7.4.5 Ações para a prevenção de novos acidentes ................................................................................. 8

7.5 SUMÁRIO DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE .................................................. 9

7.5.1 Providências Iniciais ....................................................................................................................... 9

7.5.2 Coleta de Evidências e Dados ......................................................................................................10

7.5.3 Análise de evidência e Dados ......................................................................................................10

7.5.4 Relatório Final de Acidente ...........................................................................................................10

7.6 GUIA PARA INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES .........................................................10

7.6.1 Objetivo .........................................................................................................................................10

7.6.2 Premissas .....................................................................................................................................10

7.6.3 Investigação de Acidente Rodoviário ...........................................................................................11

7.6.4 Informações complementares ......................................................................................................17

7.7 INFORMAÇÕES ADICIONAIS.........................................................................................................18

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COMUNICAÇÃO, ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
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7.1 INTRODUÇÃO

A Investigação e Análise de Acidentes são essenciais para a melhoria contínua do desempenho de SSMA nas
operações de transportes. As Normas e Diretrizes requerem que TODOS os acidentes sejam relatados e
investigados, dentro de um prazo e um formato determinado. Esta seção fornece os procedimentos e ferramentas
necessárias para relatar, investigar e analisar os acidentes.

7.2 RESULTADOS ESPERADOS

O procedimento deverá resultar no relato, na investigação e análise de todos os acidentes e “quase acidentes” e
oferecer mecanismo eficaz para compartilhar as lições aprendidas.

7.3 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES

Os seguintes acidentes deverão ser reportados imediatamente aos Assessores de Transportes:

 Danos materiais com gravidade real 3 e 4 (Matriz de risco).


 Acidentes com vítimas que resultem em quaisquer tipos de lesões aos funcionários,
contratados/agregados ou terceiros.
 Danos à imagem e repercussão na mídia;
 Derrame de qualquer volume em área não contida;
 Derrame > 100 litros em área contida;
 Perdas decorrentes de roubo, furto ou desvio de produtos Raízen.

A transportadora deverá fazer a comunicação dos eventos de acordo com o procedimento para comunicação de
acidentes da Raízen abaixo, caso não seja possível realizar o contato, seguir para o próximo da lista.

Contatos:

1. Assessor de Transportes;
2. Coordenador de Transportes;
3. Gerente de Transportes;
4. Assessor de SSMA da sua região;
5. Gerente de SSMA;
6. CAE – 0800 025 1120, prazo máximo de abertura 24 horas.

Mesmo fazendo contato direto com os representantes da Raízen, a transportadora deverá posteriormente informar
o ocorrido a CAE em no máximo 24 horas após o ocorrido.

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É esperado que a Transportadora tenha a mesma linha de ação junto a sua equipe interna (alinhamento de
procedimentos).

Esta informação deve ser cascateada para todos os funcionários da Transportadora que possam se envolver no
reporte de acidentes e deve fazer parte do processo de treinamento inicial e de reciclagem dos mesmos. Deverão
ser comunicados à Central de Atendimento à Emergência (CAE): 0800 025 11 20 todos os acidentes que
ocorrerem durante atividades executadas em nome da Companhia.

7.3.1 Primeira Comunicação

Conforme informado, todos os acidentes deverão ser comunicados à Central de Atendimento à Emergência (CAE)
fone: 0800 025 1120, mesmo que a situação esteja sob controle e já tenha sido relatada ao assessor de
transportes. Essa comunicação deve ser feita preferencialmente pela pessoa envolvida no acidente ou por sua
solicitação.

ATENÇÃO: Se necessário complementar com informações, o informante deve ligar novamente à CAE e
retificar a CAE original já feita.

A Transportadora é responsável por atuar ativamente no acompanhamento da vítima em período integral do


momento do acidente até o fechamento do caso, através de seu serviço de Saúde Ocupacional, ou outro serviço
de saúde nomeado para este fim.

7.3.2 Acidente que resulte em Fatalidade de colaborador ou de terceiros

O Transportador deve fornecer em um prazo de 6 horas ao Assessor de Transportes as informações abaixo:

 Data
 Hora
 Local (especificar)
 Condições da via e de visibilidade
 Mortos e Feridos – Características básicas (motoristas, caronas, pedestres)
 Veículos envolvidos - Características básicas (próprio, agregado)
 Extensão dos danos à propriedade (equipamentos etc.)
 Nível de Severidade
 Autoridades envolvidas
 Motoristas - para o motorista da Transportadora, destacar: idade, tempo de casa, ingestão de remédios e
resultado do teste com bafômetro, coleta de urina para A&D
 Descrição do acidente

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 Possíveis causas
 Ações de contingência

Dependendo da complexidade da investigação a Raízen poderá exigir do transportador a contratação de empresa


especializada em investigação de acidentes para elaboração de laudo técnico.

7.3.3 Comunicação de acidentes - Definições

A seguir são definidos os termos empregados neste trabalho:

CONTRATADOS: Contratados incluem todas as partes trabalhando para a Companhia, tanto como
contratado direto, quanto um subcontratado.

ACIDENTE: É um evento ou cadeia de eventos não planejados, o qual causou ou poderia ter causado lesão
ou doença e / ou dano (perda), às pessoas, ao patrimônio, ao meio ambiente e a reputação.

LESÃO: Qualquer lesão, independente de sua gravidade, como um corte, fratura, distensão, amputação
etc., que resulte de uma única exposição instantânea.

TRATAMENTO MÉDICO: Um caso de tratamento médico é qualquer lesão relacionada ao trabalho, que
não resulte em nenhum dia de trabalho perdido ou dia de trabalho restrito, mas que requer tratamento por,
ou sob as ordens específicas de um médico ou de um profissional registrado e qualificado.

PRIMEIROS SOCORROS: Qualquer tratamento único (feito uma só vez) e subsequente observação de
pequenos arranhões, cortes, queimaduras, bolhas etc., o qual, normalmente não requer cuidado médico
complementar. Mesmo que provido por médico ou profissional registrado e qualificado.

DIAS PERDIDOS DE TRABALHO: É o número total de dias perdidos de trabalho, resultante de qualquer
lesão/doença relativa ao trabalho, durante os quais, a pessoa lesionada esteve temporariamente incapaz de
executar qualquer tipo de trabalho. A contagem inicia a partir do dia seguinte ao incidente, até o dia anterior
ao retorno do funcionário ao trabalho. Neste caso o “dia seguinte“ inclui folga, dia da semana, fim de
semana, feriado programado, feriado público e dia subsequente após encerrar o trabalho.

RESTRIÇÃO DE TRABALHO: Um caso de restrição de trabalho é qualquer lesão relativa ao trabalho, que
resulte na designação para um trabalho compatível com as condições físicas do funcionário lesionado, que
não inclui as obrigações normais do seu trabalho regular, a partir do dia seguinte ao incidente. A designação
para o trabalho restrito deve ser significativa e preestabelecida ou ser parte substancial do trabalho regular.

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DIAS DE TRABALHO RESTRITO: É o número total de dias, contados a partir do dia seguinte ao incidente,
até o dia anterior ao retorno do funcionário à sua função normal.

TERCEIROS: Terceiros são pessoas ou organizações que não são empregadas ou contratadas da
transportadora.

ACIDENTE COM VEÍCULO: Um acidente que tenha envolvido um ou mais veículos a serviço da Raízen,
que resulte em lesão, doença e/ou danos (perda) às pessoas, ao patrimônio, ao meio ambiente ou a
reputação da Companhia.

ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO: É caracterizado pela impossibilidade do funcionário estar presente
no início da próxima jornada de trabalho. Resulta em fatalidade ou em incapacidade (total permanente,
parcial permanente ou total temporária).

ACIDENTE FATAL: É qualquer ocorrência que resulte em morte, seja qual for o tempo que decorra entre a
lesão e a morte, do funcionário ou de terceiros.

DIREÇÃO SEGURA: É o conjunto de medidas adotadas pelo motorista para conduzir seu veículo
identificando as ameaças e riscos presentes e tomando ações que previnam a ocorrência de incidentes,
tanto por ação incorreta de terceiros quanto por condições adversas do ambiente.

EVITABILIDADE DO INCIDENTE: A Evitabilidade baseia-se no conceito da Direção Segura, ou seja, a


condução do veículo identificando as ameaças presentes e tomando ações que previnam a ocorrência de
incidentes. Desta forma, na investigação do incidente deve ser observada fundamentalmente, a atitude do
nosso motorista, mesmo quando a culpa do incidente for de terceiros. Assim, a pergunta que deve ser
respondida é:

Considerando todas as ameaças presentes, o motorista tomou as ações necessárias para evitar o
incidente? Em caso de resposta afirmativa, o incidente deve ser considerado Inevitável. Caso contrário, o
incidente será classificado como Evitável. Especificamente para os incidentes causados por falha mecânica,
deve ser analisada a possibilidade do motorista ter identificado algum indício que possibilitasse ação
preventiva (freios pouco eficientes, ruídos, etc.). Em caso positivo, o incidente será considerado como
Evitável.

INCIDENTE RELACIONADO AO TRABALHO: O termo “Relacionado ao Trabalho” é utilizado para


descrever as atividades onde os controles gerenciais estão ou deveriam estar implantados. Incidentes que
ocorram durante estas atividades são reportáveis e deverão ser incluídos nas estatísticas.

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7.4 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Todos os relatórios de investigação de acidente devem conter as seguintes informações mínimas:

 Equipe de investigação.
 Identificação das causas
 Determinação dos fatos e da sequência dos eventos
 Determinação das ações necessárias para reduzir o risco desse e de acidentes futuros.
 Recomendação de ações corretivas (com a designação dos proprietários e as datas de conclusão).
 Comunicação dos resultados da investigação e compartilhamento das lições aprendidas.

É de responsabilidade do transportador investigar o acidente. No caso de acidentes com gravidade real e


potencial 4 e 5 deverá haver a participação de um representante Raízen nas investigações

7.4.1 Investigação de acidentes nível de severidade Real e / ou Potencia 1 e 2

Para os acidentes de severidade real e/ou potencial 1 e 2, preencher formulário de IA (Investigação de acidente)
do Alerta.

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7.4.2 Investigação de acidentes para nível de Severidade real e / ou Potencial 3 e 4

Investigação de Acidente

 Anexar, quando aplicável, documentação complementar:


o Jornais
o Fotos
o Croquis
o Boletim de Ocorrência
o Álcool & Drogas
o Nome de outras pessoas envolvidas e/ou testemunhas
o Certificado de destinação de resíduos
 Quando houver danos à propriedade de terceiros, informar:
o Descrição dos danos
o Nome, endereço e telefone
 Autoridades Notificadas

7.4.3 Resultados das análises

Esse item deve incluir os resultados da análise, identificando as causas imediatas e subjacentes e as
fraquezas do sistema de gerenciamento. Se certas conclusões não tiverem sido estabelecidas por evidência
disponível, devem ser ressalvadas como conclusões prováveis.

7.4.4 Plano de Ação

Esta seção deve incluir as ações corretivas para as causas imediatas e melhoria das ações que
contemplem as causas subjacentes e fraquezas do sistema. Os itens de ação devem ser realizáveis e
mensuráveis e devem especificar os responsáveis pela ação e o prazo de implementação.
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7.4.5 Ações para a prevenção de novos acidentes

Finalizada a investigação, é necessário estabelecer o plano de ação que determinará a eliminação das
causas. Um plano consistente deve ser constituído de três elementos:

 As ações que devem ser implementadas.


 Os responsáveis por sua implementação.
 As datas para conclusão de cada ação.

É importante destacar que normalmente a ocorrência de um acidente grave resulta em urgência na


implementação das ações corretivas. É preciso que os prazos de implantação sejam realistas com os
recursos disponíveis para sua implementação, evitando que a organização se frustre com o não
cumprimento das ações nas datas estabelecidas.

Para maximizar o efeito do aprendizado da investigação, as conclusões e definições proporcionadas pela


mesma devem ser comunicadas o mais amplamente possível.

Discussões e análises durante reuniões de SSMA, bem como as conclusões das mesmas e relatos da
equipe, devem ser usadas para maximizar os benefícios dos tópicos de aprendizado da investigação e para
ajudar a atingir o objetivo de evitar acidentes similares.

PRAZO MÁXIMO PARA A INVESTIGAÇÃO:

A investigação deve ser iniciada assim que possível logo após o acidente e concluída em 3 (três) semanas
encaminhando a equipe de Transportes / SSMA Raízen.

METODOLOGIA DE REGISTROS:

Todo acidente investigado deve ser arquivado pelo transportador pelo período de 3 (três) anos.
Acidentes com gravidade real 1 e 2 Acidentes com gravidade real ou potencial 3 e 4.
Acidente em Trânsito ou em Manobra
 Relatório de investigação de acidente –  Histórico de acidentes da Transportadora na
IA Alerta prestação de serviços para a Raízen nos últimos
 Fotos / Croqui, se disponível 12 meses;
 Cópia dos últimos três  Croqui da cena do acidente;
acompanhamentos de viagem do  Fotografias;
motorista;  Cópia dos últimos três acompanhamentos de
 Relatório de violações do motorista dos viagem do motorista;
últimos 12 meses.  Histórico de violações do motorista nos últimos 12
 Cópia do exame de álcool e pós acidente. meses;
 Impressão do Computador de Bordo do  Histórico de acidentes (incluindo contaminação,

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momento do acidente. derrame e rodoviários) do motorista nos últimos


 Último check-list do caminhão. 12 meses;
 Relatórios; estatísticos e de movimentação
extraídos do Computador de Bordo dos últimos
Derrame ou contaminação incluir:
7(sete) dias;
 Relatório de investigação com dados
colhidos na entrevista do motorista.  Impressão do Computador de Bordo com “zoom”
do momento do acidente;
 Listas de presença (cursos/reuniões);
 Laudos médicos;
 Cópia dos testes de Álcool / Drogas;
 Último check-list de inspeção;
 Relatório de investigação de acidente;
 Apresentação PowerPoint para Comitê de SSMA

7.5 SUMÁRIO DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE

Resumo:

1. A Companhia é notificada do acidente e inicia o processo de notificação interna.


2. Coleta de dados e fatos do acidente.
3. O líder e equipe de investigação são escolhidos.
4. Determinação da sequência de eventos.
5. Análise de dados.
6. Determinação da causa e dos fatores que contribuíram para o acidente.
7. Conclusões.
8. Desenvolvimento das recomendações.
9. Finalização das causas e recomendações.
10. Comunicação do relatório de investigação e das lições aprendidas.
11. Implementação das recomendações.
12. Acompanhamento em campo para verificação e validação.

7.5.1 Providências Iniciais

Ao receber uma notificação de acidente e uma vez que o local do acidente esteja seguro por equipes de resposta
a emergências e/ou por autoridades locais, o transportador deverá definir a equipe para fazer a investigação.

 Equipe remota – Se deslocará para o local a fim de coletar os dados para a investigação.
 Equipe local – Fica na filial a fim de dar apoio à equipe remota.

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7.5.2 Coleta de Evidências e Dados

Esta é uma das fases mais importantes da investigação de acidente. Nessa fase, a equipe de investigação
deverá, primeiramente, identificar o estado final do acidente para determinar qual o resultado, quem foi direta e
indiretamente envolvido e quais condições do local poderá ter contribuído para a causa ou a severidade do
acidente.

7.5.3 Análise de evidência e Dados

Seguindo a coleta de evidências e dados, a equipe deverá analisá-las para determinar causas diretas, indiretas e
básicas. O objetivo de todas as investigações de acidentes é determinar causas e fornecer recomendações para
evitar que o acidente ocorra novamente ou mitigar as consequências de um acidente repetido.

7.5.4 Relatório Final de Acidente

O relatório final é a ferramenta usada para registrar as informações relativas de um acidente e documentar as
causas, recomendações de mitigação e preventivas, bem como as providências de acompanhamento e
fechamento.

 Para acidentes de risco real e potencial 1 e 2 usar o formulário de IA (Investigação de Acidente) do


Alerta. (Anexo).
 Para acidentes de risco real e potencial 3 e 4 usar o Modelo Padrão de Investigação de Acidente
(Anexo).

7.6 GUIA PARA INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES

7.6.1 Objetivo

Orientar a investigação e análise de acidentes de modo a considerar não só as causas diretas (aquelas que
ocorreram na hora e local do acidente), mas também as indiretas (que criam o potencial para as falhas
ocorrerem).

7.6.2 Premissas

O único aspecto positivo de um acidente é a oportunidade de tirar lições aprendidas que nos permitam
evitar a ocorrência de casos semelhantes, através da adoção de medidas resultantes desse aprendizado.

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Os estudos e investigações mais profundos demonstraram que um acidente é resultado de um conjunto de


falhas, a maioria delas distante no espaço e no tempo daquilo que ocorreu no local do acidente. São as
decisões, procedimentos, ações, omissões, etc, que criaram as condições para que a falha final ocorresse,
resultando no acidente. Por esta razão, além de investigar o que aconteceu na hora e no local do acidente,
é necessário investigar as reais causas do acidente, aquelas, que formam o verdadeiro potencial para que
aquele acidente ocorra novamente.

Em outras palavras, o conhecimento do que ocorreu no local informa sobre aquele acidente
especificamente, enquanto a análise dos antecedentes revela as condições que continuam presentes e que
podem conduzir a vários outros acidentes do mesmo tipo. É tudo uma questão de tempo ou de sorte. E a
melhor maneira de fazer isso é partir do acidente (fato) e usar a “técnica dos 5 Por que’s”, até encontrar
respostas satisfatórias ou a impossibilidade de se obter informações, focando sempre em linhas que
possibilitem ações de nossa parte, abandonando aqueles que fogem totalmente de nosso controle.

Outro aspecto que merece destaque é possibilidade de determinar o que aconteceu no local do acidente
sem a necessidade da contratação de um profissional para a investigação. Contudo, alguns casos poderão
exigir a presença de um perito. Esse guia traz orientações suficientes para analisarmos a maior parte dos
acidentes de trânsito.

7.6.3 Investigação de Acidente Rodoviário

7.6.3.1 Equipamentos necessários

 Prancheta
 Papel, caneta, lápis e borracha
 Trena
 Máquina fotográfica
 Filmadora - opcional
 Gravador (para depoimentos) - opcional
 Lanterna
 Disco extra de tacógrafo
 Telefone celular “carregado”

7.6.3.2 Chegada ao local do acidente

Na chegada à cena do acidente, confirme que todas as providências necessárias tenham sido tomadas para
o cuidado das pessoas feridas e que a situação esteja controlada e o local sinalizado, prevenindo a
ocorrência de novos acidentes.
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Cuidado especial quanto ao atendimento às vítimas: essa atividade deve ser realizada por profissionais,
pois a tentativa de socorro por parte de leigos pode agravar o estado de saúde ou até mesmo provocar a
morte.

7.6.3.3 Procedimentos para a coleta de dados

Antes de começar a coletar as evidências, verifique se o local foi alterado. Se tiver sido necessário fazê-lo,
descubra o que foi removido. Determine os limites dos quais as evidências consideradas úteis poderiam ser
reunidas. Identifique todas as marcas e destroços na estrada relevantes à cena do acidente. Procure
entender como o acidente ocorreu e fotografe as principais evidências. Registre também algumas distâncias
que poderão auxiliar no entendimento do acidente.

As principais informações da cena do acidente são:

 O local da colisão.
 Posição final do(s) veículo(s).
 Trajetória dos veículos.
 Condições do tempo e luminosidade.

Marcas de pneus, sulcos, líquidos que vazaram dos veículos ou dos corpos das vítimas podem evidenciar
esses pontos.

Algumas dicas sobre como obter as informações no local do acidente.

7.6.3.4 Danos ao(s) veículo (s) e aos equipamentos / construções à beira da estrada.

Atenção para os itens abaixo:

 Equipare os danos nos veículos, verificando se são coerentes.


 Verifique se o dano do veículo é compatível com ferimento para o pedestre.
 Identifique equipamentos ou construções danificados no acidente (postes, guias, etc.).

7.6.3.5 Marcas de Pneus

As marcas feitas por pneus dão uma boa evidência de como o acidente ocorreu, em especial das trajetórias
percorridas pelos veículos. Fotografe as características distintas das marcas, se possível, ou desenhe-as.
Os principais tipos são:

 Frenagens com rodas travadas ou não


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 Derrapagens
 Acelerações excessivas
 Velocidade crítica (espinha de peixe)
 Marcas de rodo em superfícies molhadas
 Impressões na terra
 Batidas em meio-fio (marcas pretas)

ATENÇÃO: A ausência de marcas de frenagem pode ser um indício de que o motorista não reagiu
adequadamente no momento do acidente. Sono, utilização de remédio ou outras drogas devem ser
investigados.

7.6.3.6 Destroços e outras marcas que não sejam pneus

Além das marcas de pneus e danos causados a equipamentos e vias, algumas evidências merecem
especial atenção:

 Partes desprendidas do veículo: do motor, carroceria, etc.


 Fluidos do veículo: óleo, líquido de arrefecimento, fluido de freios, etc.
 Vestuários.
 Restos humanos: fluidos e tecidos do corpo, etc.
 Arranhões na superfície da estrada e outras superfícies.
 Arranhões profundos (sulcos).
 Marcas de deslizes de pedestre.
 Marcas profundas em materiais macios.

7.6.3.7 Informações dos Veículos

Algumas informações devem ser obtidas diretamente dos veículos. Deve-se ainda suspeitar de possíveis
defeitos do veículo, que podem ou não ter contribuído para o acidente. Normalmente tais informações
somente serão consideradas precisas se o veículo for examinado por uma pessoa especialista no assunto
(perito). Contudo, destacam-se alguns itens possíveis de observarmos no local do acidente, inclusive com o
auxílio de outras pessoas (operador de guincho, por exemplo):

7.6.3.8 Tacógrafo / computador de bordo

Remova e preserve o disco do tacógrafo para análise, se já não tiver sido removido pelas autoridades de
trânsito (você poderá tentar obter uma cópia do mesmo). Coloque um novo disco para proteger as agulhas
de registro. A leitura do disco poderá mostrar a hora do acidente e a velocidade praticada no momento.
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ATENÇÃO: Para a elaboração do relatório do acidente é conveniente a análise dos discos dos últimos 7
dias, o que possibilitará a identificação das velocidades praticadas e da quantidade de trabalho realizada
pelo motorista envolvido no acidente. Uma empresa especializada nessa análise deverá ser consultada.

Disco Diagrama (Tacógrafo) Disco Diagrama (Tacógrafo)


A velocidade é instantânea.
Registro da velocidade No caso de acidente, há uma
queda abrupta da velocidade
(linha vertical). Colisões mais
fortes provocam vibração da
agulha e a linha fica borrada
Identificação ou irregular.
do motorista / A linha grossa mostra que o
Veículo veículo está em movimento

Cada movimento completo


Linha de movimento significa que o veículo
percorreu 5 km.
Atenção: o tacógrafo é violável. Analistas especializados
Registro de distância
podem determinar adulterações.

Principais adulterações:

Como é feito Detecção


Calço na agulha de velocidade limita Linha da velocidade fica plana. Detecção visual.
velocidade máxima
Voltas no ponteiro (aumento da tensão da Velocidade média muito próxima da máxima. Análise de
mola) fazendo com que a velocidade registrada trechos pequenos pode mostrar até média maior do que
fique menor do que a real. a máxima. Detecção visual.
Troca do redutor. Tacógrafo recebe informação Análise por trecho. Distância (km) entre pontos fica 20%
de km menor do que a real. ou 30% menor. Detecção por análise.

Desconecte e retire o computador de bordo para que seus dados sejam analisados posteriormente.

7.6.3.9 Freios

Sempre desconfie da possibilidade do freio ter falhado no momento do acidente. Procure identificar se as
lonas apresentam espessura adequada e não existem rodas isoladas. Pessoal que trabalha em resgate de
veículos ou outros motoristas poderão ajudar a identificar se existiam rodas isoladas ou lonas desgastadas
em excesso.

7.6.3.10 Direção

Desvios de trajetória sem explicação podem indicar defeito do sistema de direção. Caso desconfie dessa
hipótese, será necessário contratar um perito.

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7.6.3.11 Cintos de Segurança

Examine os cintos de segurança e estabeleça o seu uso ou não na hora do acidente:

 Acidentes normalmente danificam esse equipamento. Se estiverem recolhidos normalmente, não


estavam sendo usados no evento. Em contrapartida, se estiverem desenrolados ou cortados,
indicam que estavam sendo utilizados.
 A projeção do motorista para fora da cabine indica a não utilização do cinto.

7.6.3.12 Exame da cabine do Veículo

Verifique se possível:

 Ausência de borrachas nos pedais (pé escorregando).


 Obstruções por debaixo dos pedais de controle (ex: tapete enrolado, ferramentas ou quaisquer
objetos soltos).
 Visibilidade através do para-brisa, janelas e espelho retrovisor.
 Indícios de que o motorista pudesse estar realizando outra atividade enquanto dirigia (comendo ou
bebendo, lendo mapas, livros ou operando o equipamento de comunicação).

7.6.3.13 Informações das Pessoas (testemunhas e envolvidos)

Informações de pessoas podem ser obtidas formal ou informalmente, ou seja, apresentando-se como parte
de uma equipe de investigação ou apenas como um curioso que passa pelo local. No caso de uma
entrevista formal, o primeiro passo é tentar convencer os entrevistados do propósito e objetivos da nossa
investigação (evitar novos acidentes) e da necessidade de franqueza para a correta identificação dos fatos.
Procure ser simpático e demonstrar solidariedade e tome cuidado com brincadeiras. É sempre bom lembrar
que uma equipe de investigação é frequentemente vista no papel de acusação, podendo haver relutância
em falar abertamente se as pessoas acharem que poderão incriminar a si mesmas ou a seus colegas.

O depoimento de uma testemunha ou pessoa envolvida no acidente pode ser bastante influenciado pelo
estilo do entrevistador, cuja tarefa principal é ouvir e não influenciá-las através de comentários ou perguntas
orientadoras. Isto requer paciência e compreensão. Se a investigação está sendo levada a efeito por uma
equipe, deve-se ter o cuidado de não intimidar a testemunha pela presença de muitos entrevistadores ao
mesmo tempo. A experiência demonstra que as entrevistas podem ser conduzidas preferencial e
eficazmente por um par de entrevistadores e, se não houver inconveniência, a testemunha pode ser
acompanhada por um "amigo". As perguntas sempre que possível devem ser objetivas, onde a pessoa
envolvida tenha que declarar: "O quê?", "Quem?", "Quando?", "Onde?", "Como?" e "Por quê?".
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As pessoas devem ser entrevistadas individualmente e conduzidas a narrar os fatos, passo a passo,
descrevendo suas próprias reações e as de outras pessoas.

Gravações são opcionais e devem ser autorizadas. Caso você não obtenha o consentimento para gravar,
você poderá utilizar o gravador para registrar informações que serão transcritas posteriormente. É mais
rápido do que escrever.

Quaisquer conflitos com outras evidências ou testemunhos devem ser esclarecidos.

Perguntas típicas para testemunhas

 Onde você estava no momento do acidente?


 Quais eram as condições climáticas (ensolarado, nublado, chovendo, etc.)?
 Quais eram as condições da via (seca, molhada, oleosa, etc.)?
 Qual era a visibilidade (dia claro, neblina, noite, etc.)?
 Você pode descrever como o acidente aconteceu? (atentar para cronologia do acidente e detalhes
que irão demonstrar a veracidade das informações).

Perguntas adicionais para os motoristas

 Onde você estava quando você viu o outro veículo ou pedestre?


 Onde você estava quando pela primeira vez percebeu que estava com problemas?
 O que você estava fazendo na hora?
 O que você fez com o objetivo de evitar o acidente?
 Depois, o que aconteceu?
 Onde a colisão aconteceu?
 Onde parou após o acidente?

7.6.3.14 Croqui do acidente

Deve-se providenciar um croqui que permita a representação do acidente, em especial dos itens
relacionados com a causa da ocorrência que estamos analisando. Destacamos os seguintes itens:

 Vias com algumas marcas representativas.


 Algumas referências do local (placas de sinalização, sinalização horizontal da via, construções,
árvores, postes, etc.).
 Trajetória dos veículos envolvidos.
 Pedestres envolvidos.
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 Local da colisão.
 Posição final dos veículos.

Por exemplo:

INCIDENTE 01/05/200
BR 222, km 124
PEDREIRA

CAMINHÃO
BAÚ
CARRETA COM
COMBUSTÍVEL

TREVO DE
NOVA BRASILIA CAMINHÃO
CAÇAMBA

Sentido Belo Horizonte

7.6.4 Informações complementares

Normalmente, com base na coleta de informações obtidas no local do acidente, é possível determinar a sua
causa direta. Contudo não é suficiente. É necessário complementar essas informações para que as causas
latentes sejam identificadas.

Devem ser obtidos registros e procedimentos da operação, e informações das pessoas envolvidas, tais
como:

 Estrutura de comando e pessoas envolvidas (quanto tempo trabalham na empresa, conceito na


empresa, características pessoais, consumo de álcool, drogas ou medicamentos, quem são os
supervisores e sua atuação, etc.).
 Procedimentos existentes para o tipo de operação em questão (normas, procedimentos,
rotogramas, orientações, etc.).
 Problemas pessoais dos envolvidos no acidente (financeiros, pessoais, familiares doentes, etc.).
 Treinamento recebido pelos envolvidos no acidente (indução, reciclagens, conteúdos).
 Análise da jornada de trabalho (horas trabalhadas nos últimos dias, descanso, carga de trabalho
exagerada).

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 Registro de manutenção (preventivas, corretivas, manutenção não realizada, etc.).


 Tipo da operação (rotineira, emergencial, etc.).
 Registro de acidentes anteriores (para as pessoas envolvidas e em condições similares).
 Padrões de construção (adequados ou não, material utilizado, etc.).
 Consultas técnicas (no caso de necessidade de especialistas, como por exemplo, análise de uma
peça para determinar o motivo pelo qual se quebrou).
 Avaliação do percurso utilizado (percurso habitual ou desconhecido, rotas alternativas, etc).

7.7 INFORMAÇÕES ADICIONAIS

 Para determinação da gravidade real e potencial do acidente, deverão ser utilizadas as matrizes
abaixo:

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 No caso de acidentes com derrame de combustível, a transportadora deve comunicar ao Órgão


Ambiental competente.

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