A performatividade na escrita de monólogos: análise comparativa
entre o drama moderno e contemporâneo.
Relações entre o texto e a cena.
Base teórica: estudos da performance.
Um teatro que se apresenta como literatura, mas também contém
em si as virtualidades que transportam o leitor para a cena e o transforma em espectador, pois propõe no texto uma determinada encenação. A análise dessa relação nos revela indícios de performatividade. Teor performativo revelado na arquitetura dramatúrgica enquanto escritor cênico. Segundo Stephan Baumgärtel (2010), a composição dramatúrgica, ao chamar atenção para sua própria construção, revela seu caráter autorreflexivo e reflete sua qualidade performativa. Dramaturgo e escritor cênico. O dramaturgo faz indicações precisas acerca do figurino, iluminação, cenário, ação das personagens e também sobre a atuação do ator (como se dirigisse o ator em cena). >encarar as rubricas como o elemento que une o texto dramático e a encenação. Nelson autor e encenador virtual. Nelson dramaturgo e escritor cênico. Ao aproximar as relações entre texto e cena podemos perceber que a peça Valsa nº6 revela traços (indícios) de performatividade, proposta de encenação contida nas rubricas. Função poética > escrita performativa. Nelson ao romper com o diálogo artificial cria uma nova linguagem para o teatro brasileiro, levando à cena expressões coloquiais típicas do universo da classe média carioca, destacando com isso, a a expressividade lingüística e a teatralidade. Propõe um diálogo entre o conceito de performatividade e a peça de Nelson Rodrigues ressaltando a relação entre o caráter disursivo (dizer) e prático (fazer) da linguagem. Performatividade no texto de Nelson se dá à cena construída em plano virtual Citação na página 16 (Vais) Olhar inovador de Nelson para a cena (procurar na dissertação qd falo de NR como dramaturgo e encenador), construía através das rubricas a cena que almejava, frente a uma época em que a encenação ainda engatinhava no Brasil em ermos de inovação. Rubricas como condutoras da performatividade p.45 > performatividade no texto escrito, no âmbito da forma, desloca o eixo intraficcional, entre as personagens, em direção ao eixo extra-ficcional (entre as personagens e o público) Baumgärtel (2010, p.122) Tem tb uma citação Podemos penar que Sonia performa para o público? Ver slides aula Fred (performance como metáfora) Pag 46 > definição de performance: um bom ponto de partida. Afim de compreender como o conceito de performatividade está relacionado com o teatro se faz necessário discutir as noções acerca da performance. Performance como forma artística (performance art) e a performance entendida como instrumento teórico de conceituação do evento teatral (Richard Schechner) Citação Féral Falar sobre o teatro performativo hoje e como NR preconizou isso de certa forma no texto Valsa O teatro contemporâneo emerge justamente do cruzamento dos dois eixos que que envolvem a performance (performance art e visão antropológica e intercultural defendida por Richard Schechner). Pensar a prática teatral e como ela se modificou ao longo dos anos Termo performance: suas origens, língua inglesa: fazer, executar. Precursor Richard Schechner. Vitor Turner. P. 47 (hstoria dos estudos da performance) Classificação de Richard Schechner: 8 possibilidades de atuação da performance. Pag 46/47 Performance como elemento definidor da identidade de um individuo Parei página 51 Diferenças entre performance art Uma cena que indica os possíveis de sua performance > traços de performatividade Por mais que as teorias que sustentam a reflexão tenham origens diversas, elas se aproximam e se tocam à medida que refletem sobre o fenômeno da performatividade. Richard Schechner considera a atividade teatral como performance. Escrita teatral performativa: caráter autoreflexivo, pois se “tematizam, desvelam a materialidade do signo, , compreendem a a recepção como um processo efetivo de significação, , afastam-se das dimensões representacionais, revelam os recursos empregados e se dão em espetáculos.” (p.53) Parei 69 NR como encenador virtual: para tanto irei pontuar indicações no texto relacionados com o fenômeno da encenação, em seus aspectos particulares, que permitem ao leitor vislumbrar a encenação por ele proposta. . Citação página 69 “Na acepção de Vais ...” Ao utilizar as rubricas como um guia pra a performance da personagem/atriz, Nelson produz a partir de seu texto a performatividade da cena. A compreensão de performatividade aqui empregada relaciona-se aos estudos performáticos, no qual o conceito abriga os sentidos de virtual ou simulado, dando ênfase no modo como as ações devem ser realizadas. A performatividade contida nas rubricas. Fazer uma breve exposição da carreira e da peça. Considerada ua divisor na carreira dramatúrgica de NR, entre o fracasso do “teatro desagradável” e o sucesso das “tragédias cariocas”. Transição entre a infância e a puberdade. A peronagem é apresentada ao leitor/espectador através de fragmentos, ora constituídos de lembraças ora de incertezas promovendo o questionamento da verdade daquilo que está sendo representado. A personagem assume a presença da platéia. Dramaturgia fragmentada: protagonista atormentada com os acontecimentos de sua vida, a representação de outros personagens através de eu corpo e voz e o diálogo com o público. Podemos observar através das rubricas o direcionamento que o autor fornece quanto à performance da personagem. O diálogo com a platéia: coloca em evidência o eixo extra-ficcional da escrita, evidenciando acentos de performatividade. Citação Bumgartelp. 85 Relação do espectador com o texto: desempenho da atriz. Escrita que deixa brechas/lacunas: o processo de significação da peça não está na compreensão da fábula, mas sim na recepção do texto enquanto experiência de um processo. Quando representa os outros personagens, estão subordinados a representação da personagem Sônia, indicadas nas rubricas e indicam um modo performativo para a atriz. A teatralidade no texto denota o que podemos compreender como escrita performativa; Perfomatividade: o modo como as vozes surgem em cena (através da perspectiva de um único personagem) = autora das demais persongens. Polifonia = outro traço de performatividade do texto, pois não e mais a voz do autor. Citação página 91. Como NR pensa seu monólogo não somente como texto, mas como cena. As rubricas de Valsa nº6 atuam em dois sentidos: como teatralidade textual e como encenação virtual, pois “manifestam traços de performatividade tanto no plano da escrita, pois revelam e evidenciam os recursos que o dramaturgo utiliza em sua composição formal; quanto no plano da própria cena, ao sugerirem indicações e intenções para a intérprete de Sônia.” (p.90) Mais o modo do que o próprio significado Schechner: mostrar fazendo. Citação Feral pag. 93 “Seja na escrita ou na cena, a performatividade deixa a mostra os recursos e desloca para segundo plano a dimensão semântica ali proposta.” Destaque do texto, os signos; na cena, o desempenho da atriz. Eixo extra-ficcional = traços de escritura performativa. p.128 performatividade sob 2 enfoques (texto e a cena)