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ENSINO DE ARTES

NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1

Sumário ...................................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................. 3

Algumas definições de arte ................................................................................................ 4

Funções sociais da arte ............................................................................................ 5

Objetivos do ensino de Arte ..................................................................................... 6

Questões básicas para o ensino de Arte ................................................................ 8

Os conteúdos do Ensino de Arte no Ensino ......................................................... 12

Conteúdos de Artes Visuais ................................................................................... 17

Conteúdos de Dança ............................................................................................... 19

Conteúdos de Música ............................................................................................. 22

Conteúdos de Teatro .............................................................................................. 24

A relação teoria e prática no ensino de arte ......................................................... 26

A avaliação dos conteúdos .................................................................................... 28

Referências .............................................................................................................. 30

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Introdução

A importância da Arte na escola Para se entender o ensino de Arte na escola,


é necessário refletir sobre a tarefa da arte na sociedade contemporânea. Em que
sociedade vivemos? Que conceitos de arte sobrevivem? Quais são as definições
atuais de arte? Quando falamos de arte e sociedade, sobre qual concepção de arte e
de sociedade falamos? Existe uma arte específica para uma determinada cultura? Ou
para uma determinada classe social? A tradicional divisão entre arte popular e arte
erudita ainda corresponderia à realidade? O que seria arte erudita? Ou o que seria
uma arte popular? A arte popular não é para ser levada a sério? Serviria apenas para
distrair o leitor/consumidor/ouvinte? Onde se estabelece o limite entre arte e não arte?

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Algumas definições de arte

As definições mais conhecidas de arte, segundo Luigi Pareyson, poderiam ser


reduzidas a três: a arte concebida como um fazer, como um conhecer e como um
exprimir. O autor adverte, porém, que “estas diversas concepções ora se contrapõem
e se excluem umas às outras, ora, pelo contrário, aliam-se e se combinam de várias
maneiras” (apud FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 102).

Na concepção de arte como fazer, destaca-se o seu “aspecto executivo, fabril,


manual”, ou seja, arte como técnica, predominante na Antiguidade, quando,
praticamente, não havia “distinção entre a arte propriamente dita e o ofício ou a técnica
do artesão” (ibid.).

A segunda concepção, que interpreta a arte “como conhecimento, visão,


contemplação”, entende-a “ora como a forma suprema, ora com a forma ínfima do
conhecimento, mas, em todo caso, como visão da realidade: ou da realidade sensível
na sua plena evidência, ou de uma realidade metafísica superior e mais verdadeira,
ou de uma realidade espiritual mais íntima, profunda e emblemática”. Segundo
Pareyson, “o fato de se haver acentuado o caráter cognoscitivo e visivo, contemplativo
e teórico da arte contribuiu para colocar em segundo plano seu aspecto mais essencial
e fundamental que é o executivo e realizador, com grave prejuízo para a teoria e
prática da arte” (apud Ferraz; Fusari, 2009, p. 104).

Já a terceira concepção de arte, advinda do Romantismo, considera que “a


beleza da arte” consiste “não na adequação a um modelo ou a um cânone externo de
beleza, mas na beleza da expressão, isto é, na íntima coerência das figuras artísticas
com o sentimento que as anima e suscita” (ibid., p. 102).

No decorrer do tempo, as concepções de arte como expressão se multiplicaram


e se aprimoraram. Nas concepções atuais de arte, estão presentes as contribuições
da Filosofia, da Sociologia e da Antropologia para o deslocamento do foco das teorias
estéticas não mais sobre a obra de arte, mas sobre as relações que as pessoas criam
com os objetos e produções artísticas.

Considerando a arte como um produto e construção sociocultural, Pareyson


destaca que (...) a arte não é somente executar, produzir, realizar e o simples ´fazer´

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não basta para definir sua essência. A arte é também uma invenção. Ela não é
execução de qualquer coisa já ideada, realização de um projeto, produção segundo
regras dadas ou predispostas. Ela é um tal fazer, que enquanto faz, inventa o por fazer
e o modo de fazer.

A arte é uma atividade na qual execução e invenção procedem pari passu,


simultâneas e inseparáveis, na qual o incremento de realidade é constituição de um
valor original. Nela concebe-se executando, projeta-se fazendo, encontra-se a regra
operando, já que a obra existe só quando é acabada, nem é pensável projetá-la antes
de fazê-la e, só escrevendo ou pintando, ou contando é que ela é encontrada e é
concebida e é inventada (PAREYSON apud FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 105).

Se arte é invenção, para Ferraz e Fusari (2009), ela é também “produção,


trabalho e construção” já que a arte inclui “o artista, a obra de arte, os difusores
comunicacionais e o público” (p. 56).

Segundo as autoras, a concepção de arte está diretamente relacionada “com o


ato de criação da obra de arte, desde as primeiras elaborações de formalização
dessas obras até em seu contato com o público” (p. 56).

Uma obra de arte é feita para ser vista, consumida, difundida no mundo cultural
e num determinado contexto histórico-social. Por essa razão, a obra artística só se
completa “com a participação do espectador”, que recria “novas dimensões dessa
obra a partir do seu grau de compreensão da linguagem, do conteúdo e da expressão
do artista” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p.56).

O principal sentido da obra de arte estaria, portanto, na “sua capacidade de


intervir no processo histórico da sociedade e da própria arte e, ao mesmo tempo, ser
por ele determinado, explicitando, assim, a dialética de sua relação com o mundo”
(FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 107).

Funções sociais da arte

A arte hoje tem muitas definições. Ela não é mais vista no sentido clássico da
arte do belo (SCHOPENHAUER), mas é também considerada em suas funções

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sociais. Para que serve a arte? Que funções se colocam para a arte na sociedade em
que vivemos? A arte teria uma tarefa que iria além de ela ser ela mesma? Seguiria ela
o mesmo princípio proposto por Gertrude Stein, “a rose is a rose is a rose” poder-se-
ia se dizer: arte é arte é arte e nada mais? Como lembram Ferraz e Fusari (2009, p.
101), “a arte está intimamente vinculada ao seu tempo, não podemos dizer que ela se
esgote em um único sentido ou função.

É por isso que, ao buscarmos definições para as artes, podemos esbarrar em


conceitos até contraditórios e que foram incorporados pela cultura”. Ao procurar definir
o conceito de música, por exemplo, Bohlman escreve: Música pode ser o que
pensamos que seja: ou pode não ser. Música pode ser sentimento, sensação,
sensualidade, mas também pode não ter nada a ver com emoção ou sensação física.

Música pode ser aquilo para o qual alguns dançam ou fazem amor: mas, tal
não é necessariamente o caso. Em algumas culturas há categorias complexas para
pensar sobre música, em outras, parece nem haver a necessidade de especular sobre
música, contemplando-a (BOHLMAN, 1999, p. 17).

O que se espera da música hoje? O que milhares de pessoas esperam é poder


relaxar, buscar o prazer, ou mesmo utilizá-la com fins terapêuticos. Música, nessa
direção, tem o efeito de uma droga leve: ela ajuda a sair de um momento ruim, dá um
consolo fugitivo, por permitir que se saia de si mesmo por um momento, como
acontece nas festas raves ou na trance-music. Na necessidade da arte ou, entre os
objetivos da arte colocados por Platão (políticoideológico) a Stockhausen (espiritual-
terapêutico), existe, portanto, um amplo leque de possibilidades no qual a sociedade
utilizou e utiliza a arte para diversos fins, inclusive os não artísticos. Assim, as artes
também tornam-se um campo vasto de produções.

Objetivos do ensino de Arte

Pensar sobre os sentidos e funções da arte conduz necessariamente ao


conhecimento do próprio processo artístico, que, como mencionado, inclui
produtores/artistas/autores; as obras/produtos artísticos; as formas de

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comunicação/distribuição/difusão e suas relações com o público/plateia/apreciadores
(FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 57).

A disciplina Arte deve garantir que os alunos vivenciem e compreendam


aspectos técnicos, criativos e simbólicos em música, artes visuais, teatro, dança e
suas interconexões. Para tal é necessário um trabalho organizado, consistente, por
meio de atividades artísticas relacionadas com as experiências e necessidades da
sociedade em que os alunos vivem.

A arte pode favorecer a formação da identidade e de uma nova cidadania de


crianças e jovens que se educam nas escolas, contribuindo para a aquisição de
competências culturais e sociais no mundo no qual estão inseridos. O objetivo a que
se propõe o ensino de Arte, em toda a sua especificidade prevista na forma de lei, é
essencial para a construção da cidadania.

O ensino de Arte trata de relacionar sentimentos, trabalhar aspectos


psicomotores e cognitivos, planejar e implementar projetos criativos e se engajar
emocionalmente neles, num permanente processo reflexivo. Talvez mais que em
outras disciplinas, no ensino de Arte, os alunos são obrigados a entrar em contato
consigo mesmos, quando, por exemplo, criam uma coreografia, realizam um jogo
teatral, interpretam uma música ou apreciam um quadro. Isso não é nada menos do
que formar a sua própria imagem de mundo, compreender a realidade.

Revelar o potencial criativo para o desenvolvimento como ser humano, ampliar


a capacidade de julgar e agir, ter responsabilidade, tolerância, consciência dos valores
são alguns dos outros objetivos dessa disciplina. Diante da complexidade presente
nas escolas, como problemas de violência, dificuldades de concentração e interesse
dos alunos pelas aulas, as tarefas dos professores de Arte parecem crescer nesse
espaço.

Efetivamente, a arte pode ajudar nas diversas formas de trabalhos coletivos por
meio dos quais os alunos, em grupos ou em equipes, podem definir eles mesmos
objetivos e, depois, chegar a resultados que foram trabalhados em conjunto.

As competências de trabalhar em equipe, assumindo partes de tarefas


independentes como a experiência de grupos vocais e instrumentais ou grupos
teatrais e de dança, são competências que estão relacionadas com a metodologia de

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trabalho na área de Arte. Mas a arte permite também um trabalho individual que
discute a tolerância, o exercício para com o outro. Esse trabalho pode promover a
autoconfiança e a coragem de se mostrar.

Geralmente, essas competências são ignoradas na escola, aparecendo em


momentos pontuais e como decoração do ambiente. O campo das arte é visto como
um campo teórico-prático. Ao invés de consumir grandes quantidades de
conhecimento escolar, que será esquecido logo após as provas, o ensino de Arte
reivindica para si, através de um trabalho prático, orientado para a ação, ancorar o
conhecimento sensorial que envolve todos os sentidos: visão, tato, olfato, audição,
gustação.

Onde o ensino tradicional promove o pensamento linear, causal, a arte oferece


o pensamento em rede, discursivo e trabalha com a inteligência emocional. A tentativa
é a de superar um discurso modernista em que razão/sentimento, corpo/alma são
tratados de uma forma dicotômica.

Em resumo, o campo das artes oferece aos alunos oportunidades de realmente


aprenderem para a vida. Isso ocorre porque o ensino de Arte oferece um espaço de
experiência. Quem é artisticamente criativo pratica o exercício da livre escolha.
Aqueles que constroem modelos aprendem a redesenhar o futuro, procuram novas
soluções, exercitam suas faculdades críticas na leitura de mundo.

Vale ressaltar que essas competências deveriam estar no foco de toda a escola
e não apenas no ensino de Arte e seus métodos, pois, caso contrário, o ensino de
Arte pode se tornar uma ilha criativa no conjunto de disciplinas escolares, deixando
pouco espaço para uma aprendizagem orientada para a ação e para a compreensão
por meio dos sentidos, uma aprendizagem vivencial. Aprender, nesse caso, significa
sempre vincular questões de interesse da área com o interesse dos alunos.

Questões básicas para o ensino de Arte

Qual tem sido a realidade das escolas no ensino de Arte? Com a aprovação da
Lei 9394/96, várias práticas de ensino de Arte foram adotadas. Levando em conta os
poucos profissionais com habilitação na área, a pouca formação específica dos
professores regentes de classe, o pouco interesse e conhecimento das escolas, bem

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como os escassos recursos para a área, muitos professores ainda têm dificuldades
em operacionalizar os objetivos propostos nos documentos curriculares sugeridos
pelo MEC.

Considerando que o tempo escolar e o tempo de aula são limitados e que


existem saberes mais ou menos importantes, a tarefa da didática e da organização de
diretrizes curriculares é responder ao que deve e pode ser ensinado, isto é, que
situações e problemas crianças e adolescentes vão confrontar.

Os conteúdos de Arte nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental são


propostos com base em três eixos norteadores: apreciação, produção e reflexão.

Os eixos são diferenciados, apoiados nos objetivos de compreender como a


arte é constituída, criar e inventar novas realidades e pensar a produção artística
presente na realidade. Em relação ao primeiro objetivo, trata-se de compreender qual
realidade construímos com o mundo estético, quais influências tem a arte na nossa
visão pessoal e social de mundo, como fazemos nossas experiências nas artes e
quais conhecimentos adquirimos. Para tal, o eixo inclui as questões da percepção, da
cultura, da semiótica, das condições formais e estruturais dos diferentes meios de
comunicação, da interpretação de imagens e obras de arte, das análises críticas de
textos teatrais.

Em relação ao objetivo de criar e inventar trata-se de oferecer métodos,


técnicas e estratégias para a formação e a criação de ambientes estéticos, de
experiências perceptivas, ou seja, imagens, objetos, músicas, peças e jogos teatrais
que podem ser produzidos. Visam ao desenvolvimento da criatividade. O objetivo de
pensar as produções artísticas existentes diz respeito à compreensão de como
determinados meios foram utilizados e que formas de arte estão disponíveis no acervo
cultural da humanidade, que influenciaram e influenciam o mundo.

Essa organização mostra que as aulas de Arte não se resumem a pintar um


quadro ou cantar uma “musiquinha”. Projetos envolvendo arte e mídias, história da
arte, elaboração de roteiros para filmes e outros campos interdisciplinares são
considerados. De uma forma sucinta, os documentos apresentam alguns exemplos
de conteúdos que podem ser trabalhados indicando como as intersecções entre eles
podem ser feitas.

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Se de um lado esses parâmetros consolidaram, no país, a transição dos
currículos produzidos durante o regime militar para currículos mais democráticos, por
outro, as novas direções propostas tiveram algumas dificuldades na implantação de
estruturas do sistema escolar.

Em geral, quem quer realmente fazer um bom trabalho em Arte nas escolas
não consegue fazê-lo sem uma boa dose de dedicação e de engajamento pessoal.
Isso pode ser traduzido em inúmeras horas extras, em trabalho noturno e em finais de
semana.

Professores de Arte concordam que todas as séries do Ensino Fundamental


deveriam ter como requisito mínimo duas horas por semana de aulas de Arte. Na
prática, ainda são poucas as escolas públicas que conseguem manter um
oferecimento regular e qualificado na área de Artes.

A diminuição da carga horária das aulas de arte e a dificuldade dos professores


em manter a disciplina como parte integrante do currículo que contrastam com as
tarefas cada vez mais abrangentes com que eles se defrontam em decorrência da
ampliação do conceito de arte. Hoje sabemos que devemos entender arte como um
fenômeno social e em sua diversidade de manifestações.

O fenômeno da hibridização cultural (GARCIA CANCLINI, 2000) se faz


presente também no campo das artes, e é preciso trazer essa questão quando se fala
na permanência e na perpetuação de determinados repertórios.

A chamada música clássica seria, por exemplo, uma das músicas disponíveis
no acervo cultural da humanidade. Precisamos formar plateias para as diversas
músicas entendendo que o trânsito entre elas está cada vez mais fluente.

A variedade de possibilidades de conteúdos que o ensino de Arte oferece


reflete-se também nos métodos que podem ser aplicados. Entre eles Arte-educação;
Ensinando através da arte; A experiência estética cotidiana; História da arte ou
Multiculturalidade. Diferentes posições didáticas e métodos Quando, nos anos 70 do
século XX, a área de Arte foi agrupada sob o conceito unificador da “educação
artística”, ocorreu a polarização do campo das artes em torno dos conceitos de Arte-
Educação e A educação através da arte.

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A questão era se o ensino de Arte deveria orientar-se por uma visão mais
tecnicista, ou mais amplamente no processo, uma visão mais idealista, “direcionado
para uma relação subjetiva com o mundo” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 19). Os
conceitos de arte-educação e educação através da arte contrapunham-se à
orientação da educação artística que reduzia a disciplina Artesa uma pulverização de
técnicas e “produtos artísticos” que empobreciam o sentido do ensino de Arte. Isso
ocorreu porque a concepção de educação artística não conseguia aprofundar o
conhecimento específico de cada arte, suas histórias, epistemologias e linguagens.

Já o movimento da arte-educação buscava novas metodologias de ensino e


aprendizagem de Arte nas escolas, revalorizando o professor da área, discutindo e
propondo o redimensionamento de seu trabalho, “conscientizando-o da importância
de sua ação profissional e política na sociedade”, o que contribuiu muito para garantir
a presença da Arte na LDB de 1996 (ibid.). Em concepções mais recentes, a arte-
educação vem focando o trabalho na “mediação entre arte e público” (BARBOSA;
COUTINHO, 2009, p. 7).

Para Barbosa (2009, p. 21), “a arte tem enorme importância na mediação entre
os seres humanos e o mundo, apontando um papel de destaque para a arte/educação:
ser a mediação entre arte e o público”.

Atualmente, diferentes abordagens metodológicas são discutidas na área de


Arte. Pode-se dizer que houve, ao lado dessas orientações, uma evolução das
concepções ao incluir os meios de comunicação e a abertura para todas as imagens.
Dada a crescente presença de imagem da mídia, a partir de meados da década de
1990, os arte educadores tornaram-se os “especialistas” em imagem. A ideia é a de
que “a educação não é nada sem imagens”. Essa concepção refere-se, principalmente,
à "alfabetização visual" ou "competência de leitura de imagens”.

Aqui a referência é claramente a arte, que se caracteriza por desafiar material,


propor métodos construtivos e desconstrutivos que provoquem um pensamento não
convencional. A aquisição do conhecimento por crianças e jovens, bem como seu
próprio desenvolvimento, foram, sem dúvida, grandemente influenciados pelo uso da
imagem. O objetivo era compreender processos de interpretação e leitura de imagens
do dia a dia, “fomentando diálogos sobre os sentidos da arte em nossa vida”
(AZEVEDO, 2009, p. 337).

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No campo das artes plásticas, a educação estética passou a ser destinada para
uma “alfabetização visual”, visando à promoção de competências de leituras de
imagens em contextos interculturais.

Nessa direção, a aprendizagem artística passou a ser um elemento


indispensável na educação geral, considerada uma das competências básicas ao lado
do letramento e da alfabetização numérica, porque as informações e a comunicação
na sociedade contemporânea utilizam não somente a escrita, mas também múltiplos
meios visuais, sonoros, mímicos e midiáticos.

Essa concepção é ampliada especialmente pela necessidade da arte como


recurso nas disciplinas escolares, como na História (com o uso de imagens e
iconografia) e na Geografia (interpretação de letras de músicas). Nesse caso, as artes
são utilizadas como recurso.

Aqui se deve lembrar o papel especial e a responsabilidade da disciplina Arte,


especialmente das artes visuais, que têm a imagem como objeto. O risco poderia ser
de que professores e alunos não reconhecessem a distância imanente entre arte e
não arte.

Uma atividade proposta por Hernández (2007) em seu livro Catadores da cultura
visual: proposta para uma nova narrativa educacional é a utilização de imagens
presentes em histórias em quadrinhos, em charges, em material publicitário e na
televisão para uma alfabetização visual crítica.

Os conteúdos do Ensino de Arte no Ensino

No Ensino o aluno poderá desenvolver sua competência estética e artística nas

diversas modalidades da área de Arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), tanto

para produzir trabalhos pessoais e grupais quanto para que possa, progressivamente,

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apreciar, desfrutar, valorizar e julgar os bens artísticos de distintos povos e culturas

produzidos ao longo da história e na contemporaneidade.

Tais modalidades visam organizar sistematicamente os conteúdos de arte

estabelecendo critérios, como intuito de promover a “formação artística e estética do

aluno e a sua participação na sociedade” (BRASIL, 1997, p.49)

Para a elaboração dos conteúdos é importante que considerar a diversidade de

saberes adquiridos pelo aluno na informalidade, atentando para a contextualização do

mesmo, bem como da comunidade da qual a escola faz parte e também introduzir os

conteúdo “das diversas culturas e épocas a partir de critérios de seleção adequados

à participação do estudante na sociedade como cidadão informado.” (BRASIL, 1997,

p.49).

O objetivo dos conteúdos é atender os níveis de aprendizagens do aluno no

domínio do conhecimento artístico e estético, ou no processo de criação, pelo fazer,

seja no contato com obras de arte com outras manifestações presentes nas culturas

ou na natureza.

“O estudo, a análise e a apreciação da arte podem contribuir tanto para o

processo pessoal de criação dos alunos como também para sua experiência estética

e conhecimento do significado que ela desempenha nas culturas humanas.” (BRASIL,

1997, p.49).

Essa articulação dos conteúdos dentro do processo de ensino e aprendizagem

vem efetivar os eixos que norteiam esse processo com o tripé produzir, apreciar e

contextualizar, de suma importância na compreensão das atividades, movendo o

aluno no desenvolvimento do pensamento individual e coletivo. “Isso traz consciência

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do desenvolvimento de seu papel de estudante em arte e do valor e continuidade

permanente dessas atitudes ao longo de sua vida.” (BRASIL, 1997, p.50).

A partir dessa estrutura as escolas têm a liberdade de elaborar seus próprios

currículos, desde que articulados com conteúdos da área, de outras áreas e dos

Temas Transversais , segundo as diretrizes preestabelecidas, atentando para o seu

próprio contexto educacional.

“Os três eixos estão articulados na prática, ao mesmo tempo que mantêm seus

espaços próprios. Os conteúdos poderão ser trabalhados em qualquer ordem,

conforme decisão do professor, em conformidade com o desenho curricular de sua

equipe e segundo critérios de seleção e ordenação adequados a cada ciclo.” (BRASIL,

1997, p.49).

O ensino e aprendizagem de Arte não é mera proposição de atividades sem

fundamentos, ao aluno bem como a instituição de ensino deve se fazer entender que

a disciplina tem objetivos específicos e os conteúdos “sempre se ligam a determinado

espaço cultural, tempo histórico e a condições particulares que envolvem aspectos

sociais, ambientais, econômicos, culturais, etários.” (BRASIL, 1997, p.49). O professor

é o mediador entre as partes: instituição/aluno – disseminação do conhecimento.

Os três eixos norteadores produzir, apreciar e contextualizar, são definidos

nesta articulação individualizados, porém interligados no contexto: O produzir refere-

se ao fazer artístico, o produzir. São as experiências que o aluno tem na prática nas

atividades propostas (como expressão, construção, representação), observando a

temática a que está relacionada. É o processo de criação que se realiza por intermédio

de experimentações (técnicas, materiais, substratos) e também do uso das

diversidades de linguagens artísticas.

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Apreciar é a percepção, decodificação, interpretação, fruição de arte e do

universo a ela relacionado. A ação de apreciar refere-se a análise da produção

artística individual e do outro, interpretando segundo seus conhecimentos

preconcebidos, “a produção histórico-social em sua diversidade, a identificação de

qualidades estéticas e significados artísticos no cotidiano, nas mídias, na indústria

cultural, nas práticas populares, no meio ambiente.” (BRASIL, 1997, p.50)

Contextualizar é situar o conhecimento do próprio trabalho artístico, do outro e

da arte no contexto social, histórico e cultural.

A seleção dos conteúdos é baseada em critérios que visam despertar a

curiosidade estimulando o conhecimento da própria cultura, e a descoberta da cultura

do outro em diferentes épocas. Segundo os PCN’s (BRASIL, 1997, p.51): (...) acredita-

se que para a seleção e a organização dos conteúdos gerais de Artes Visuais, Música,

Teatro e Dança por ciclo é preciso considerar os seguintes critérios:

• conteúdos que favoreçam a compreensão da arte como cultura, do artista como ser

social e dos alunos como produtores e apreciadores;

• conteúdos que valorizem as manifestações artísticas de povos e culturas de

diferentes épocas e locais, incluindo a contemporaneidade e a arte brasileira;

• conteúdos que possibilitem que os três eixos da aprendizagem possam ser

realizados com grau crescente de elaboração e aprofundamento. Assim, de forma

abrangente os conteúdos gerais do ensino de Arte segundo os PCN’s, (BRASIL, 1997,

p.52) são:

• a arte como expressão e comunicação dos indivíduos;

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• elementos básicos das linguagens artísticas, modos de articulação formal, técnicas,

materiais e procedimentos na criação em arte;

• produtores de arte: vidas, épocas e produtos em conexões;

• diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional

e internacional: produções e suas histórias;

• a arte na sociedade, considerando os artistas, os pensadores da arte, outros

profissionais, as produções e suas formas de documentação, preservação e

divulgação em diferentes culturas e momentos históricos.

Além dos conteúdos específicos envolvendo a arte em termos gerais as

diretrizes atentam para a multiplicidade de informações visuais ao redor do aluno,

instigando-o ao conhecimento, amplitude da visão e posicionamento critico, uma

educação para “saber ver e perceber, distinguindo sentimentos, sensações, ideias e

qualidades contidas nas formas e nos ambientes.” (BRASIL, 1997, p.64).

Nos conteúdos também estão inclusos modalidades resultantes do avanço

tecnológico, visuais como: fotografia, moda, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo,

computação, performance, holografia, desenho industrial, arte em computador. O

objetivo é contextualizar o aluno facilitando a comunicação e a expressão, integrando-

o socialmente. “No mundo contemporâneo as linguagens visuais ampliam-se, fazendo

novas combinações e criam novas modalidades.

A multimídia, a performance, o videoclipe e o museu virtual são alguns

exemplos em que a imagem integra-se ao texto, som e espaço.” (BRASIL, 1997, p.64).

A proposta educacional visa a transformação das informações, dos conhecimentos

impulsionando o desenvolvimento do aluno. “(...) a meta desse ensino é desenvolver

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nos jovens a disposição de apreciar a excelência nas artes em função da experiência

maior que a arte é capaz de proporcionar” (BARBOSA, 2008, p. 99).

No contexto educacional é de suma importância considerar a relação empiria e

o aprender, considerar que as experiências do cotidiano do aluno podem facilitar o

aprendizado e que esse universo cultural pode ser trazido para dentro da sala de aula

contribuindo para a formação do mesmo como cidadão participativo. “A escola deve

incorporar o universo jovem, trabalhando seus valores estéticos, escolhas artísticas e

padrões visuais.” (BRASIL, 1997, p.64).

Os conteúdos são específicos por área e estão organizados de maneira que

possam ser trabalhados ao longo do ensino fundamental e seguem os critérios para

seleção e ordenação propostos nos PCN’s.

Os conteúdos gerais têm por objetivo direcionar os conteúdos específicos por

área em cada serie. Aqui estão selecionados alguns dos conteúdos específicos por

área, para que possa ser entendido a abrangência dos mesmos.

Conteúdos de Artes Visuais

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, as diretrizes para os

conteúdos de arte são estabelecidos quanto à produção, à apreciação e

contextualização.

Quanto à produção:

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• A produção artística visual por meio do desenho, pintura, colagem, gravura,

construção, escultura, instalação, fotografia, cinema, vídeo, meios eletroeletrônicos,

design, artes gráficas e outros.

• Observação, análise, utilização dos elementos da linguagem visual e suas

articulações nas imagens produzidas.

• Representação e comunicação das formas visuais, concretizando as próprias

intenções e aprimorando o domínio dessas ações.

• Conhecimento e utilização dos materiais, suportes, instrumentos, procedimentos e

técnicas nos trabalhos pessoais, explorando e pesquisando suas qualidades

expressivas e construtivas.

Quanto à apreciação:

• Percepção e análise de formas visuais presentes nos próprios trabalhos, nos dos

colegas.

• Observação da presença e transformação dos elementos básicos da linguagem

visual, em suas articulações nas imagens produzidas, apresentadas em diferentes

culturas e épocas.

• Identificação, observação e análise das diferentes técnicas e procedimentos

artísticos.

• Percepção e análise de produções visuais (originais e reproduções) e conhecimento

sobre diversas concepções estéticas presentes nas culturas.

Quanto à como produção cultural e histórica

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• Observação, pesquisa e conhecimento de diferentes obras de artes visuais,

produtores e movimentos artísticos de diversas culturas e em diferentes tempos da

história.

• Compreensão sobre o valor das artes visuais na vida dos indivíduos e suas possíveis

articulações com a ética que permeia as relações de trabalho na sociedade

contemporânea.

• Reflexão sobre a ação social que os produtores de arte concretizam em diferentes

épocas e culturas, situando conexões entre vida, obra e contexto.

• Conhecimento e investigação sobre a arte do entorno próximo e distante a partir das

obras, fontes vivas, textos e outras formas de registro.

Conteúdos de Dança

As articulações do corpo humano simplesmente pela necessidade de

movimentar-se, o movimento faz parte do corpo. O movimento é a expressão do

corpo. O corpo fala através da dança. Há movimentos inatos e natos e

consequentemente objetivos nos movimentos apreendidos. “Se por um lado a música

estimula os movimentos, a dança, por outro, pode também restringi-los, pois a

sociedade já tem modelos de danças que se “encaixam” a certos estilos de música.”

(BRASIL, 1997, p. 73).

A dança no âmbito escolar não está restrita somente as apresentações e festas

comemorativas, nem tampouco limitada a ritmos estereotipados. “(...) sempre se

aprende, formal e/ou informalmente, como, por que e quando se movimentar e

transformar esse movimento em dança.” (BRASIL, 1997, p. 70).

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E ainda: Propomos que o professor que trabalhe com a Dança em localidades

diferentes das pesquisadas sempre ouça atentamente o que seus alunos têm a dizer

sobre seus corpos, sobre o que dançam e/ou gostariam de dançar; que observe

atentamente as escolhas de movimento e como eles são articulados em suas criações

de dança, para que possa escolher conteúdos e procedimentos não somente

adequados, mas também problematizadores das realidades em que esses

corpo/danças estão inseridos. (idem, p.72).

A dança tem contribuição importante para o desenvolvimento dos alunos, não

se trata simplesmente de movimento, o corpo não é mero instrumento da dança. “O

corpo é conhecimento, emoção, comunicação, expressão. Ou seja, o corpo somos

nós e nós somos o nosso corpo. Portanto, o corpo é a nossa dança e a dança é o

nosso corpo.” (idem, p.72). O aluno é o inovador, se atentar para a importância das

inúmeras possibilidades de movimentos proporcionados pela dança, fator diferencial

nas atividades de danças no contexto educacional.

Os objetivos gerais da Dança para o ensino fundamental esta interligada mais

diretamente às experiências dos movimentos corporais dos alunos que a vivência

social, possibilitando ao aluno capacidade de construir uma relação de cooperação,

aperfeiçoar a capacidade de discriminação verbal, visual e cinestésica, situar e

compreender as relações entre corpo, dança e sociedade, buscando organizar,

registrar e documentar informações sobre dança em contato com artistas, fontes

documentais relacionando-os a suas próprias experiências pessoais como criadores,

intérpretes e apreciadores de dança.

Os conteúdos específicos da Dança estão agrupados em três aspectos

principais utilizados observando as necessidades dos alunos e o contexto

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sociopolítico e cultural em que se encontram: dançar, apreciar e dançar e as

dimensões sociopolíticas e culturais da dança.

Quanto a dançar:

• Desenvolvimento das habilidades corporais adquiridas nos ciclos anteriores,

iniciando trabalho de memorização e reprodução de sequências de movimentos quer

criadas pelos alunos, pelo professor quer pela tradição da dança.

• Relacionamento das habilidades corporais adquiridas com as necessidades contidas

nos processos da dança trabalhados em sala de aula.

• Reconhecimento das transformações ocorridas no corpo quanto à forma, sensações,

percepções, relacionando-as às danças que cria e interpreta e às emoções,

comportamentos, relacionamentos em grupo e em sociedade.

Quanto a apreciar e dançar:

• Aperfeiçoamento e compreensão dos elementos do movimento: partes do corpo,

dinâmicas do movimento, uso do espaço e das ações.

• Experimentação e diferenciação entre repertório, improvisação, composição

coreográfica e apreciação, atentando para as diferentes sensações e percepções

individuais e coletivas que ocorrem nos quatro processos.

• Experimentação, investigação e utilização de diferentes estímulos para improvisação

e para composição coreográfica (notícias de jornal, poesia, quadros, esculturas,

histórias, elementos de movimento, sons e silêncio, objetos cênicos).

Quanto às dimensões histórico-sociais e culturais da dança e seus aspectos

estéticos:

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• Conhecimento dos dançarinos/coreógrafos e grupos de dança brasileiros e

estrangeiros que contribuíram para a história da dança nacional, reconhecendo e

contextualizando épocas e regiões.

• Reflexão sobre os principais aspectos de escolha de movimento, estímulos

coreográficos, gênero e estilo dos coreógrafos estudados às danças que criam em

sala de aula, contextualizando as diferentes opções.

• Análise, registro e documentação dos próprios trabalhos de dança e dos utilizados

por diferentes dançarinos e coreógrafos.

Conteúdos de Música

No decorrer da história tornam-se perceptíveis as transformações nos estilos e


gostos musicais. Na escola como proporcionar aos alunos uma educação musical
envolvendo-os no contexto atual, valendo-se das experiências trazidas do cotidiano
individual? Segundo os PCN’s (BRASIL, 1997, p 79) essa relação pode ser realizada
“Estabelecendo relações com grupos musicais da localidade e da região, procurando
participar em eventos musicais da cultura popular, shows, concertos, festivais,
apresentações musicais diversas, a escola pode oferecer possibilidades de
desenvolvimento estético e musical por meio de apreciações artísticas.”

O conhecimento musical do professor é essencial no processo ensino e


aprendizagem. “A consciência estética de jovens e adultos é elaborada no cotidiano,
nas suas vivências, daí a necessidade de propiciar, no contexto escolar,
oportunidades de criação e apreciação musicais significativas.” (BRASIL, 1997, p 80).

A escola ao proporcionar nos conteúdos de arte a música busca auxiliar o jovem


a desenvolver capacidades, habilidades e competências em música envolvendo-o no
aprender a sentir, expressar e pensar a realidade sonora ao seu redor.

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Assim os conteúdos de música estão elencados em três aspectos: expressão
e comunicação em Música (improvisação, composição e interpretação); apreciação
significativa em Música (escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical)
e compreensão da Música como produto cultural e histórico.

Quanto à Expressão e comunicação em Música: improvisação, composição e


interpretação:

• Improvisações, composições e interpretações utilizando um ou mais sistemas


musicais, desenvolvendo a percepção auditiva, a imaginação, a sensibilidade e
memória musicais e a dimensão estética e artística.

• Percepção e utilização dos elementos da linguagem musical (som, duração, timbre,


textura, dinâmica, forma etc.).

• Experimentação, improvisação e composição a partir de propostas da própria


linguagem musical de propostas referentes a paisagens sonoras de distintos espaços
geográficos, épocas; de propostas relativas à percepção visual, tátil; de propostas
relativas a ideias e sentimentos próprios e ao meio sociocultural, como as festas
populares.

• Audição, experimentação, escolha e exploração de sons de inúmeras procedências,


vocais e/ou instrumentais, de timbres diversos, ruídos, produzidos por materiais e
equipamentos diversos, empregando-os de modo individual e/ou coletivo em criações
e interpretações.

• Construção de instrumentos musicais convencionais (dos mais simples) e não


convencionais a partir da pesquisa de diversos meios, materiais, e de conhecimentos
elementares de ciências físicas e biológicas aplicadas à música.

Quanto à apreciação significativa em Música: escuta, envolvimento e


compreensão da linguagem musical:

• Manifestações pessoais de ideias e sentimentos sugeridos pela escuta musical,


levando em conta o imaginário em momentos de fruição.

• Percepção, identificação, comparação, análise de músicas e experiências musicais


diversas, quanto aos elementos da linguagem musical: estilo, forma, motivo,

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andamento, textura, timbre, dinâmica, em momentos de apreciação musical, utilizando
vocabulário musical adequado.

• Audição, comparação, apreciação e discussão de obras que apresentam


concepções estéticas musicais diferenciadas, em dois ou mais sistemas, tais como:
modal, tonal, serial e outros, bem como as de procedimento aleatório.

• Apreciação de músicas do próprio meio sociocultural, nacionais e internacionais, que


fazem parte do conhecimento musical construído pela humanidade no decorrer dos
tempos e nos diferentes espaços geográficos, estabelecendo inter-relações com as
outras modalidades artísticas e com as demais áreas do conhecimento.

Quanto à compreensão da Música como produto cultural e histórico:

• Identificação da transformação dos sistemas musicais, ao longo da história e em


diferentes grupos e etnias, e sua relação com a história da humanidade.

• Conhecimento de algumas transformações pelas quais passaram as grafias musicais


ao longo da história e respectivas modificações pelas quais passou a linguagem
musical.

• Identificação e caracterização de obras e estilos musicais de distintas culturas,


relacionando-os com as épocas em que foram compostas.

• Pesquisa, reflexões e discussões sobre a origem, transformações e características


de diferentes estilos da música brasileira.

Conteúdos de Teatro

O teatro busca, através das apresentações, dramatizações e construções de

cenas, promover oportunidades para os alunos, vivenciando fatos, possam observar

e confrontar diferentes culturas em diferentes momentos históricos, operando com um

modo coletivo de produção de arte. “Ao buscar soluções criativas e imaginativas na

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construção de cenas, os alunos afinam a percepção sobre eles mesmos e sobre

situações do cotidiano.” (BRASIL, 1997, p 88).

Os conteúdos do teatro estão agrupados em três aspectos: teatro como

comunicação e produção coletiva, como apreciação e como produto histórico-cultural.

Quanto ao teatro como comunicação e produção coletiva:

• Participação em improvisações, buscando ocupar espaços diversificados,

considerando-se o trabalho de criação de papéis sociais e gêneros (masculino e

feminino) e da ação dramática.

• Reconhecimento e utilização das capacidades de expressar e criar significados no

plano sensório-corporal na atividade teatral.

• Identificação e aprofundamento dos elementos essenciais para a construção de uma

cena teatral.

• Exercício constante da observação do universo circundante, do mundo físico e da

cultura.

• Experimentação, pesquisa e criação com os elementos e recursos da linguagem

teatral.

Quanto ao Teatro como apreciação:

• Reconhecimento e identificação da interdependência dos diversos elementos que

envolvem a produção de uma cena.

• Reconhecimento da relação teatral atuantes e público (palcoplatéia) como base nas

atividades dos jogos teatrais e da organização das cenas.

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• Observação e análise da necessidade de reformulação constante dos produtos das

cenas em função do caráter inacabado da cena teatral.

• Exercício constante de observação e análise diante das propostas e cenas de

colegas, por meio de formulações verbais e escritas.

Quanto ao Teatro como produto histórico-cultural:

• Compreensão do teatro como atividade que favorece a identificação com outras

realidades socioculturais.

• Compreensão e pesquisa dos diferentes momentos da história do teatro, dos autores

de teatro (dramaturgos), dos estilos, dos encenadores, cenógrafos.

• Interação e reconhecimento da diversidade cultural presentes no teatro de diferentes

culturas.

• Compreensão e distinção das diferentes formas de construção das narrativas e

estilos: tragédia, drama, comédia, farsa, melodrama, circo, teatro épico.

A relação teoria e prática no ensino de arte

O ensino de Arte, para alguns professores que ministram a disciplina nas

escolas do Ensino Básico e até mesmo no pensamento de alguns gestores, resume-

se em momentos de lazer, produção de cartazes para as datas comemorativas, murais

para festas escolares. “sem falar nas inúmeras visões preconcebidas que reduzem a

atividade artística na escola a um verniz de superfície, que visa as comemorações de

datas cívicas e enfeitar o cotidiano escolar.” Brasil (1997,p. 25)

26
As atividades práticas nem sempre são trabalhadas no contexto do conteúdo,

são atividades aleatórias utilizadas como passatempo para o aluno descarregar a

tensão das horas dedicadas com afinco nas disciplinas julgadas indispensáveis.

Ana Mae (208, p. 80) afirma que “a arte tem conteúdos específicos a oferecer

(...) o aprendizado artístico compreendia mais do que a habilidade de utilizar materiais

de arte”, segundo a teórica o papel do professor deve ser ativo e exigente e não

simplesmente um fornecedor de materiais e um apoio emocional.

No ensino de Arte é interessante aliar a teoria a pratica com o intuito de

construir no discente um pensamento histórico critico, seguindo-se a essa prática a

análise das obras e dos conteúdos.

Quanto à relação teoria/prática os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,

1997, p. 50) enfatizam: Na prática das salas de aula, observa-se que os eixos do

produzir e do apreciar já estão de alguma maneira contemplados, mesmo que o

professor o faça de maneira intuitiva e assistemática.

Entretanto, a produção e a apreciação ganham níveis consideravelmente mais

avançados de articulação na aprendizagem dos alunos quando estão

complementadas pela contextualização.

Nas aulas das escolas públicas, pode-se perceber uma defasagem nos

conteúdos aplicados. Com base nos PCN’s (BRASIL, 1997, p. 26) verifica-se que: Em

muitas escolas ainda se utiliza, por exemplo, o desenho mimeografado com formas

estereotipadas para as crianças colorirem, ou se apresentam “musiquinhas” indicando

ações para a rotina escolar (hora do lanche, hora da saída).

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Em outras, trabalha-se apenas com a auto expressão; ou, ainda os professores

estão ávidos por ensinar história da arte e levar os alunos a museus, teatros e

apresentações musicais ou de dança.

Os conteúdos mesmo abrangentes estão distantes do real entendimento e

compreensão por parte dos alunos. Um dos maiores empecilhos é a ausência de

materiais, começando pela pequena quantidade de livros didáticos sobre assunto,

bem como a carência de cursos de formação continua e específicos na área, que

compreendam todas as modalidades.

O professor polivalente ainda inventa maneiras maneira criativas para

trabalhar, atitudes isoladas que segundo os PCN’s (BRASIL, 1997, p.26) “têm pouca

oportunidade de troca, o que se realiza nos eventos, congressos regionais, onde cada

vez mais professores se reúnem, mas aos quais a grande maioria não tem acesso.”

A avaliação dos conteúdos

“Avaliar implica conhecer como os conteúdos de Arte são assimilados pelos

estudantes a cada momento da escolaridade e reconhecer os limites e a flexibilidade

necessários para dar oportunidade à coexistência de distintos níveis de aprendizagem

em um mesmo grupo de alunos.” (BRASIL, 1997, p. 54).

Há critérios específicos para avaliação e para tal o professor deve considerar e

observar o aluno em sua totalidade, os resultados obtidos, a compreensão dos

conteúdos, a avaliação do outro, manifestando seu ponto de vista e também a auto-

avaliação que deve ser orientada, fazendo com que o aluno possa expressar suas

ideias, comparando-as com as ideias expressas pelos colegas. “O professor deve

observar se o aluno articula uma resposta pessoal com base nos conteúdos

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estudados, que apresente coerência e correspondência com sua possibilidade de

aprender.” (BRASIL, 1997, p. 55).

Segundo os PCN’s (idem, p. 56), “A avaliação em arte constitui uma situação de

aprendizagem em que o aluno pode verificar o que aprendeu, retrabalhar os

conteúdos, assim como o professor pode avaliar como ensinou e o que seus alunos

aprenderam.”

Para uma avaliação eficiente é necessário que ela seja realizada com base nos

conteúdos, objetivos e orientação do projeto educativo na área concretizada em três

momentos: antes, durante e ao término do conjunto de atividades, para diagnosticar

o nível de conhecimento, identificar a interação do aluno com os conteúdos e analisar

a assimilação do aprendizado.

Barbosa (2008, p.14) defende que os poderes públicos precisam propiciar

meios para que os professores desenvolvam a capacidade de compreender, conceber

e fruir arte. Sem a experiência do prazer da Arte por parte de professores e alunos,

nenhuma teoria de Arte-Educação será reconstrutora.

O professor precisa ser conhecedor dos conteúdos que transmite, pois segundo

Barbosa (2008, p. 15) “A falta de uma preparação pessoal para entender Arte antes

de ensiná-la é um problema crucial, nos levando muitas vezes a confundir

improvisação com criatividade”.

Ele precisa estar fundamentado para explicitar e discutir seus instrumentos,

métodos e procedimentos de avaliação com a equipe da escola. “O professor precisa

ser avaliado sobre as avaliações que realiza, pois a prática pedagógica é social, de

equipe de trabalho da escola e da rede educacional como um todo.” (Brasil, 1997, p.

57).

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Referências

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Limonad,1985.

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SAVIANE, Dermeval. Da nova LDB ao FUNDEB: por uma outra política educacional.
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