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Arte e educação

É possível começar este reflexão com uma pergunta: o que é arte? Para obter esta resposta é
preciso uma vasta pesquisa, tendo em vista ser ampla e possuir várias nuances, não tem
exatamente uma única definição específica. A contribuição de Hernandez(2000, p.129)nos
alerta que a “arte é uma forma de conhecer o mundo”. Já ao recorrer ao Dicionário da Língua
portuguesa Aurélio, ele a descreve com a seguinte expressão: “ Atividade que supõe a criação
de sensações ou de estados de espírito, de caráter, estética, carregados de vivência pessoal e
profunda, podendo suscitaram outrem o desejo de prolongamento ou renovação...; a
capacidade criadora de expressar ou transmitir sensações ou sentimentos...”. Porém a origem
da palavra arte, que vem do latim ARS, se traduz como artis, a maneira de ser ou agir,
habilidade natural ou adquirida, arte( conhecimento teórico), tudo que é indústria humana,
ciência, ofício, instrução, conhecimento, saber, profissão, destreza, perícia, habilidade, gênio,
qualidades adquiridas, “árdil, fraude”, por extensão é produto da arte, regras de uma arte, a
parte teórica de uma, tratado, obra importante”. Já Bosi(2010), nos apresenta como: “ a
palavra arte está na raiz do verbo articular, que denota a ação de fazer junturas entre as partes
de um todo. Por que eram operações estruturantes podiam receber o mesmo nome de arte
não só as atividades que visavam comover a alma, como música, poesia, ou teatro, mas
também aquelas relacionadas aos ofícios como o artesanato, cerâmica, a tecelagem, a
ourivesaria, aquelas que aliavam o útil ao belo. Diante dessas concepções, pode-se
compreender a arte como um ato diretamente direcionado ao ‘FAZER’, representar o mundo à
partir de concepções humanas. O sujeito representa externamente conforme sua própria
capacidade, sua cultura, é o elo de comunicação entre que o une o homem as várias vertentes
culturais, às pessoas e ao mundo em que vive. Japiassu, nos ensina a “ entender a arte como
um pensamento-ação, e admiti-la como modalidade complexa de conhecimentos, que
favorecem a cognição, a afetividade, a psicomotricidade do sujeito de modo holístico ou
integral”. Conforme nos afirma Coli(1995), por meio do aparato cultural é que a arte se instala
no mundo, ou seja, o discurso, o local, as atitudes de admiração, por trás de um objeto de arte
há uma perspectiva cultural que lhe dá um significado.

Guiando-se pela perspectiva histórica, a arte se define como parte de uma realidade concreta,
e também um legado, herança das gerações anteriores.

Assim como cada área possui suas perspectivas ferramentas de trabalho, na a racionalidade e
a linguagem são também instrumentos de mediações dos homens, produzidos historicamente,
e não são da natureza humana, são adquiridos com o tempo. Assim, qualquer traço da
produção humana na história, são advindas de gerações anteriores, não nascem com, mas é
adquirido pelo sujeito. Ela utiliza-se também da Estética. Mas o que vem a ser a estética? Ela é
uma ramo da filosofia que tem por objeto, a compreensão e o resultado da natureza do belo e
também dos fundamentos da arte. Também estuda a avaliação e a percepção do que é
considerado belo, trata da produção das emoções pelos fenômenos estéticos, e as inúmeras
formas das artes e fazer artístico. Preocupa-se com a negociação da beleza, e isso é ótimo
porque considera o estereótipo “feio” como expressão de arte. Agora considerada ciência ao
conseguir sua autonomia, destaca-se pela lógica e metafísica e ética. Assim o processo criativo
representa-se na própria atividade artística. Na antiguidade, na Grécia a arte definia-se como
simples imitação, já hoje, ultrapassa esse prévio conceito, elevando-se a muito mais. Na
perspectiva de Aristóteles e Platão, na Grécia antiga associava-se com a lógica e a ética. Desse
modo, juntavam-se como conjunto da obra: o bem, o belo e o verdadeiro.
Ao tornar-se ciência, volta-se para desenvolver no sujeito uma atitude problematizadora,
investigativa, assim como na filosofia, busca a reflexão, da realidade, compreendendo a
sensibilidade, a compreensão intuitiva do mundo concreto, a representação criativa e a forma
como elas determinam as relações do homem com o mundo à sua volta e também consigo
mesmo. Todos esses elementos constituem-se a Estética. Na realidade a arte pode ser vista
como reflexo da humanidade, e na maioria das vezes, ela representa a condição social, a
essência do sujeito pensante conforme a época.

Na Educação infantil, é uma disciplina que exige planejamento e o objetivo de utilizar seu
conteúdo como ferramenta que ensinam a sentir e perceber a vida e ao mundo ao seu redor.
Como nos mostra a Legislação brasileira, no artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, em seu artigo 2°, dispôs : artigo 2 : O Ensino da arte constituirá componente
curricular obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos. Desse modo, o simples ato de colorir desenhos, ou fazer
rabiscos, como tem acontecido durante muito tempo na história da Educação Infantil, não é
considerado arte, faz-se necessário converter-se em muito mais que isso, ír além desses
parâmetros equivocados. Assim como o homem para fazer suas atividades artísticas, gerou e
criou ferramentas que pudessem atender às sua necessidades, na educação infantil, é
imprescindível fruir estratégias que experienciem às crianças os sentimentos, e que
representem suas expressões imaginárias, pois a arte não se comprometer com a realidade.
Fazê-las aproveitarem as várias nuances existentes na arte, como a dança, teatro em
apresentações teatrais, onde elas descobrem os vários sentimentos existentes que compõem
nosso mundo adulto. Trabalhar com músicas, danças, fotos, e uma infinita variedade de
atividades lúdicas, porém não especificamente como artistas profissionais da arte, desenhistas,
mas trabalhando seu lado emocional e aprendendo a lidar com suas emoções. Aprendendo a
improvisar no teatro é incrível, explorar a dança e os movimentos corporais, explorar ritmos
musicais diferentes e diversos, faz com que os pequenos adquiram sensibilidade auditiva, para
seu pleno desenvolvimento humano e também como seres pensantes e atuantes na
sociedade.

Glayceane-Pedagogia.4°.Unis. 2023

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